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biblia hebraica aula 2


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LITERATURA E HERMENÊUTICA
DA BÍBLIA HEBRAICA
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Rodrigo Rangel
CONVERSA INICIAL
Na aula anterior, abordou-se alguns aspectos iniciais da hermenêutica, a relação com a exegese
e, como cada passo a que se propõe como ciência, é fundamental para que a interpretação seja feita
de maneira correta não correndo o risco de se fazer uma eisegese, ou seja, colocar algo no texto que
o texto efetivamente não diz.
Viu-se, também, a importância da delimitação correta do texto, ao que se chama perícope. O
cuidado com a perícope é determinante para uma hermenêutica correta, além disso, as análises dos
contextos e dos elementos que compõe o pano de fundo dessa passagem ajudam a compreender os
detalhes que estão ligados ao texto.
Nesta aula, serão abortados mais alguns pontos fundamentais para uma hermenêutica correta.
Conhecer os tipos de literatura, saber como interpretar diferentes formas que foram utilizadas para a
redação do texto, conhecer os diversos significados que uma palavra pode conter e buscar entender
como o receptor original do texto compreendeu aquilo que lhe foi escrito. Por fim, uma breve análise
dos métodos de interpretação.
TEMA 1 – HERMENÊUTICA: OS TIPOS DE LITERATURA
A intensão aqui, em princípio, não é discorrer sobre todos os tipos de literatura que se pode
encontrar na Bíblia hebraica, mas mostrar o quão importante é identificar o tipo a que pertence o
texto que se está estudando para que não se interprete erroneamente. Gusso apud Zuck afirma que
"A atenção ao gênero literário impede-nos de transformar uma passagem no que ela não é, tanto
para mais quanto para menos".
Para cada tipo de literatura, tem-se, também, uma forma de se interpretar. Por exemplo, nos
textos do antigo testamento, pode não parecer, mas também há parábolas. Muitos pensam que isso
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é exclusivo do novo testamento, mas essa forma literária é mais antiga do que se pensa. O certo é
que as parábolas têm uma lição central que precisa ser entendida. O problema das parábolas é que,
geralmente, elas são carregadas de figuras que podem acabar por distrair o intérprete.
Sabendo disso, o hermeneuta, ao identificar que a perícope escolhida, pertence ao tipo literário
de parábola que deve intencionalmente focar na lição principal primeiro e só então apos isso investir
tempo nos detalhes secundários, se isso for ajudar a construir o entendimento correto do texto.
Veja alguns exemplos de pequenos fragmentos de texto:
1.1 NARRATIVA HISTÓRICA
Então Josué, filho de Num, enviou secretamente de Sitim dois espiões e lhes disse: "Vão examinar a
terra, especialmente Jericó". Eles foram e entraram na casa de uma prostituta chamada Raabe, e ali
passaram a noite. Todavia o rei de Jericó foi avisado: "Alguns israelitas vieram aqui esta noite para
espionar a terra". Diante disso, o rei de Jericó enviou esta mensagem a Raabe: "Mande embora os
homens que entraram em sua casa, pois vieram espionar a terra toda". (Bíblia, NVI, 2002; Josué 2.1-
3)
Como se pode observar, a característica preponderante da narrativa histórica é a descrição, às
vezes minuciosas, de um evento que aconteceu e que foi registrado para conhecimento das futuras
gerações.
1.2 POESIA
Para onde foi o seu amado, ó mais linda das mulheres? Diga-nos para onde foi o seu amado e o
procuraremos junto com você! O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de especiarias,
para descansar nos jardins e colher lírios. Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele
descansa entre os lírios. Minha querida, você é linda como Tirza, bela como Jerusalém, admirável
como um exército e suas bandeiras. Desvie de mim os seus olhos, pois eles me perturbam. Seu
cabelo é como um rebanho de cabras que desce de Gileade. Seus dentes são como um rebanho de
ovelhas que sobem do lavadouro. Cada uma tem o seu par, não há nenhuma sem crias. 
Suas faces, por trás do véu, são como as metades de uma romã. Pode haver sessenta rainhas, e
oitenta concubinas, e um número sem fim de virgens, mas ela é única, a minha pomba, minha
mulher ideal! Ela é a filha favorita de sua mãe, a predileta daquela que a deu à luz. Quando outras
jovens a veem, dizem que ela é muito feliz; as rainhas e as concubinas a elogiam. Quem é essa que
aparece como o alvorecer, bela como a lua, brilhante como o sol, admirável como um exército e
suas bandeiras? (Bíblia, NVI, 2002; Cânticos 6.1-10)
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Pela própria forma de escrita, já é possível perceber a grande diferença entre a linguagem
poética e a narrativa histórica. A poesia hebraica é escrita de uma forma diferente da poesia
portuguesa. No português, é feita uma rima de palavra e as terminações devem ter o mesmo fonema
para combinar os sons.
Já na hebraica, é feita não só uma rima de palavras, mas, principalmente, uma rima de ideias,
para isso, a forma de escrita mais utilizada é o paralelismo, nas suas mais diferentes formas.
 
1.3 PROFECIA
“Agora, filho do homem, apanhe uma espada afiada e use-a como navalha de barbeiro para rapar a
cabeça e a barba. Depois tome uma balança de pesos e reparta o cabelo. Quando os dias do cerco
da cidade chegarem ao fim, queime no fogo um terço do cabelo dentro da cidade. Pegue um terço
e corte-o com a espada ao redor de toda a cidade. E espalhe um terço ao vento. Porque eu os
perseguirei com espada desembainhada. Mas apanhe umas poucas mechas de cabelo e esconda-as
nas dobras de sua roupa. 
E destas ainda, pegue algumas e atire-as ao fogo, para que se queimem. Dali um fogo se espalhará
para toda a nação de Israel. Assim diz o Soberano Senhor: Esta é Jerusalém, que pus no meio dos
povos, com nações ao seu redor. (Bíblia, NVI, 2002. Ezequiel 5.1-5)
Outra forma que aparece com frequência no texto da Bíblia hebraica é a profecia, como visto no
texto acima, o diálogo com as ordens e as atitudes a serem seguidas são claramente descritas. O uso
de analogias, alegorias, metáforas entre outras figuras de linguagem são usadas o que pressupõe um
cuidado muito grande na hora de interpretar o texto. Veremos mais sobres esses tipos de literatura
em uma aula específica mais adiante. Gusso conclui assim:
O intérprete da Bíblia deve ter sempre em mente que ela é a Palavra de Deus, ou seja, a mensagem
de Deus a seu povo, e que a variação nos métodos de transmissão não altera a qualidade e a
procedência da mensagem. Não existe diferença de valor entre um texto, digamos, escrito em
forma de relato histórico e outro em forma de poesia. (Gusso, 1998, p. 42)
Em uma próxima aula, falaremos mais especificamente sobres os tipos de literatura.
TEMA 2 – HERMENÊUTICA: PASSAGENS LITERAIS E FIGURADAS
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Pode-se considerar esse ponto diretamente ligado ao anterior, mas há uma diferença conceitual
aqui. Essa diferença está na atitude do intérprete menos esclarecido quanto aos tipos de literatura,
que não só ignora a existência de tipos diferentes, mas que trata toda a escritura como literal ou toda
ela como figurada.
Talvez quem trata toda passagem como literal acredite que esse gênero é mais importante do
que o figurado. Ao fazer assim, na verdade, está jogando fora a possibilidade de uma comunicação
em uma forma diferente. Como vimos anteriormente, uma verdade pode ser transmitida em formas
diversificadas, como poesia, parábolas, canções etc.
Por outro lado, ver tudo como figurado pode esconder a falta de entendimento de conceitos a
respeito do próprio Deus, o que de fato geraria um conflito com paradigmas internos. Segundo
Gusso, “é uma maneira de aliviar o impacto criado por passagens, a seus olhos, incompatíveis com a
pessoa de Deus” (Gusso, 1998,p. 54).
Seja qual for a razão desta prática, o resultado é o mesmo, dizer que o texto disse algo que
realmente não disse. Essa atitude é ainda mais perniciosa, pois passa a falsa imagem e sensação de
que a mensagem foi “bíblica”.
Por exemplo, o texto de Apocalipse quatro, verso seis diz:
Também diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro,
ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás.
(Bíblia, NVI, 2000; Apocalipse 4.6)
Se ao ler essa passagem, o intérprete que considerar esse texto como literal, provavelmente vai
imaginar que no céu existem monstros terríveis. É necessário, entretanto, entender o contexto para
buscar entender o que quer dizer essas figuras todas que são descritas no capítulo quatro. Esse é
apenas um pequeno exemplo do que pode acontecer ao se interpretar equivocadamente um texto.
TEMA 3 – HERMENÊUTICA: DIVERSOS SIGNIFICADOS DE UMA
PALAVRA
Esse ponto não é de grande dificuldade de execução para o hermeneuta, mas pode ser
devastador para o entendimento do texto se alguns cuidados não forem bem observados.
Principalmente, para aqueles que têm a possibilidade de consultar o texto no original hebraico.
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Mais uma vez a necessidade de observação dos contextos se faz presente. Muitos ao estudar um
texto e preocupados em analisar os significados das palavras pode desavisadamente, confundir o
estudo da palavra no contexto com o estudo da palavra nos seus diversos significados.
Nunca é demais lembrar que, em última análise, uma palavra isolada não possui um significado
seguro, necessita de um contexto para esclarecer o seu sentido exato. Tomemos, como exemplo, a
palavra manga em português, ela isoladamente não diz de forma clara ao que se refere, mas se a
verificarmos dentro de determinados contextos poderemos descobrir o seu significado. O contexto
determina o sentido e assim pode-se verificar se refere a uma fruta, uma árvore, uma parte do
vestuário ou qualquer outra coisa.
Vale salientar que a uma palavra só pode ter um significado correto no contexto em que ocorre.
É um grande erro atribuir-lhe outros sentidos ainda que verdadeiros em outros contextos. Isso parece
óbvio, mas muitos intérpretes têm falhado nesse ponto.
Cuidado, o que nunca pode acontecer ao estudar uma palavra fora do seu contexto e descobrir
os seus diversos significados em outros textos. É voltar com os diversos significados e aplicados
diretamente ao texto em que se está estudando. Quando o aluno está com um texto para estudar,
deve entender cada palavra dentro daquele próprio contexto.
Lembre-se, todo texto tem um contexto próximo, um contexto imediato e um contexto geral e
esses contextos então é que vão determinar e facilitar o entendimento das palavras que foram
utilizadas pelo autor.
Por exemplo, quando o nome Israel aparece em um texto, imediatamente, deve-se observar o
contexto para saber sobre quem está se falando. Pois pode ser sobre Jacó, que teve seu nome
mudado para Israel. Pode-se ainda estar se falando sobre o ajuntamento das tribos e mais tarde dará
origem ao reino de Israel unificado, ou ainda sobre quando da divisão do reino entre norte e sul, do
reino do norte Israel, capital Samaria. Ou ainda, quando nos livros proféticos fala sobre a julgamento
de Deus sobre Israel, mas que na verdade seria o reino de Judá, que acaba recebendo o nome do
reino desaparecido.
Sendo assim, de maneira nenhuma pode-se negligenciar os cuidados com os significados de
uma palavra.
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TEMA 4 – HERMENÊUTICA: O SIGNIFICADO PARA O RECEPTOR
ORIGINAL
Um outro erro comum é buscar uma mensagem para os dias de hoje nos textos da Bíblia,
desprezando o significado da mensagem para o receptor original; aquele a quem foi direcionada a
ordem ou a orientação divina em um momento específico.
Segundo Gusso, isso é reflexo direto da forma que se aborda o texto. O intérprete, muitas vezes,
pergunta: “o que é que isso significa para mim?”. Quando deveria perguntar: “o que isso significa
para o próprio autor?”. Para ele, só com uma resposta adequada a segunda pergunta pode-se
encontrar uma interpretação válida.
É importante salientar que a palavra de Deus foi entregue aos receptores originais em um
momento histórico determinado e com propósito bem definido. Ao descobrirmos qual foi o sentido
das palavras utilizadas da para quem recebeu, estaremos prontos para aplicar de forma correta a
mensagem para os dias atuais.
Antes de mais nada, a mensagem foi para o receptor original e não diretamente a nós da era
moderna. Portanto, cabe a nós, em nossos dias, a tarefa de compreender o texto no seu contexto
antigo ou próprio em que foi revelada e separar aquilo que é vontade de Deus para todos os homens
ao longo do tempo, daquilo que diz respeito somente ao receptor original.
Pode extrair-se o exemplo muito claro sobre isso do casamento de Oseias com uma adultera.
Palavra do Senhor que veio a Oséias, filho de Beeri, durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e
Ezequias, reis de Judá, e de Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel: Quando o Senhor começou a falar
por meio de Oséias, o Senhor lhe disse: "Vá, tome uma mulher adúltera e filhos da infidelidade,
porque a nação é culpada do mais vergonhoso adultério por afastar-se do Senhor". Por isso ele se
casou com Gômer, filha de Diblaim; ela engravidou e lhe deu um filho. (Bíblia, NVI, 2000; Oséias
1.1-3)
Ao ler o texto, percebe-se aquilo que era somente para o profeta e o que é possível, a partir
desse episódio, aplicar para as nossas vidas, hoje. Seria um grande e a partir dessa passagem
concluirmos que os profetas deveriam todos casar-se com adulteras. Deus não estava ensinando isso
para todas as pessoas em todos os tempos. Ele viu, naquele caso específico, a necessidade
exemplificar a infidelidade do seu povo Israel e, assim, a demonstrar seu amor: apesar de todo
pecado, o amor incondicional está sempre disposto a receber de volta.
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Embora ordem para casar, com uma adúltera, tenha sido dada somente ao profeta, a mensagem
da imensidão do amor de Deus, o qual ultrapassa qualquer falha, e é maior do que tudo que o que
fazemos, é para todos, em todos os lugares em todos os tempos; é um princípio ensinado à
humanidade, por meio daquele ato em particular.
 
TEMA 5 – HERMENÊUTICA: LEMBRAR QUE O TEXTO É DE RELIGIÃO
E NÃO DE CIÊNCIAS
Essa afirmação parece óbvia para aqueles que trabalham com o texto sagrado diariamente. Mas,
para alguns, existem falhas inaceitáveis no texto sagrado. Talvez por isso a cada descoberta
arqueológica ou científica fiquem apreensivos a fim de comprovar outras inconsistências na Bíblia
hebraica.
Segundo Gusso, 1998:
Isso é fruto de um erro básico: tratar a Bíblia como se fosse um livro de ciências, e, mais ainda, um
livro de ciências que estar sempre atualizado, sem necessidade de nenhum acerto,
independentemente da época e do local em que está sendo utilizado. É claro que a Bíblia não
necessita de nenhum acerto, mas se ela fosse um livro de ciências seria necessário acertos e
atualizações.
É necessário ressaltar que, se a Bíblia fosse realmente um livro de ciências, estaria totalmente
desatualizada. Pois a evolução nesse campo foi imensa desde o tempo em que o texto foi escrito até
os dias de hoje. Se o que sabíamos a 10, 20 anos atrás já estão ultrapassados imagine o que foi
escrito a milhares de anos atrás. O conhecimento, aparentemente, científico descrito na Bíblia foi
escrito na linguagem e com o conhecimento dos homens de sua época.
A Bíblia, dentro do seu propósito, não contém erro e não precisa ser atualizada, pois trata de
religião. Por isso, pode-se compreender a narrativa de Levítico, observe o texto:
Estas são as aves que vocês considerarão impuras, das quais não poderãocomer porque são
proibidas: a águia, o urubu, a água-marinha, o milhafre, o falcão, qualquer espécie de corvo, a
coruja-de-chifre, a coruja-de-orelha-pequena, a coruja-orelhuda, qualquer espécie de gavião, o
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mocho, a coruja-pescadora e o corujão, a coruja-branca, a coruja-do-deserto, o abutre, a cegonha,
qualquer tipo de garça, a poupa e o morcego.
Não poucas vezes esse texto é trazido em dúvida nas aulas de hermenêutica. Afinal, morcego
não é uma ave, mas, sim, um mamífero. É evidente que na classificação atual morcego é mamífero,
mas lembre-se que o autor do texto não é um cientista. Ele não está trazendo um entendimento para
a biologia, mas, sim, orientações religiosas de pureza. Em sua limitação de tempo e espaço e,
segundo o conhecimento da época, morcego voa e, portanto, era uma ave.
Sendo assim, aquilo que parece um erro, na verdade, nada mais é do que a expressão do
conhecimento do autor, para os pertencentes à sua época. O fato da classificação biológica dos
nossos dias ser totalmente diferente daquela época, em nada afeta a verdade religiosa do texto. O
que deve ser levado em conta é que o morcego, de uma forma ou de outra, faz parte de uma lista de
animais impróprias para o consumo, chamados, no texto, de imundos.
Lembrar sempre que o texto é de religião e não de ciências nos faz lembrar que tanto um como
o outro estão certos dentro do campo de atuação de cada um.
NA PRÁTICA
Procure observar os pontos analisados nesta aula sempre que estiver interpretando uma
perícope. Observe os versículos iniciais da perícope de Ezequiel capítulo trinta e sete e veja o que é
possível observar.
A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos. Ele
me levou de um lado para outro, e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os
ossos estavam muito secos. Ele me perguntou: "Filho do homem, esses ossos poderão tornar a
viver? " Eu respondi: "Ó Soberano Senhor, só tu o sabes". Então ele me disse: "Profetize a esses
ossos e diga-lhes: ‘Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor! Assim diz o Soberano Senhor a estes
ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida. (Bíblia, NVI, 2000; Ezequiel 37.1-5)
Algumas questões:
1 – Que tipo de literatura está sendo utilizada aqui? Como interpretá-la da melhor
maneira?
2 – É uma passagem literal ou figurada? Realmente aconteceu?
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3 – Quais as expressões e palavras são importantes?
4 – Qual o significado para os primeiros receptores?
5 – Existem conceitos religiosos e científicos nesse trecho? Como aplicar os conceitos
religiosos, nos dias de hoje?
Certamente que o fato de buscar responder a essas questões orientadoras já fará com que o
entendimento dessa passagem seja bem mais completo. Pesquise ao máximo, consulte as fontes
disponíveis, para, então, poder tirar algumas conclusões.
FINALIZANDO
Estamos encerrando mais uma aula. Procuramos aqui mostrar a seriedade que é interpretar um
texto sagrado da Bíblia hebraica.
Buscar levar o trabalho de interpretação a sério, executando os passos hermenêuticos e
buscando realmente o que o texto diz e não o que se gostaria que dissesse, trará confiança e
seriedade ao processo hermenêutico. Investigar, pesquisar, extrair, aplicar, entre outros, são verbos
que fazem parte da vida daqueles que se dedicam a ler, estudar e interpretar.
De acordo com os estudos que se propõe, seja sempre cuidadoso, bons estudos e mãos à obra,
pois, quanto mais praticar, melhor o resultado.
REFERÊNCIAS
Bíblia. Nova Versão Internacional. São Paulo: Ed. Vida, 2000.
Fee; Stuart. Entende o que lês? Um guia para entender a bíblia com auxílio da exegese e da
hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2009.
Gusso, A. R. Como entender a Bíblia? Orientações práticas para melhor compreender as
Escrituras Sagradas. Curitiba: Ed. A.D. Santos, 1998.
intersaberes. Interpretação Bíblica. Curitiba: Ed. InterSaberes, 2015.
intersaberes. Fundamentos sobre a comunicação religiosa. Curitiba: InterSaberes, 2015.
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