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1 Filosofia da Linguagem Teleaula 4 Prof. Max Costa tutoriafilosofia@uninter.com ▪ Nesta aula nós iremos ver: ▪ Teoria ortodoxa da referência (Frege-Russell) ▪ A nova teoria da referência: (Donnellan, Kripke, Putnan) ▪ Dois usos de uma descrição definida (referencial-atributivo) ▪ Argumento do erro ▪ Argumento da terra gêmea Contéudo da Aula Contextualização • Teoria Frege/Russell: – A teoria ortodoxa da referência está essencialmente vinculada a ideia que o significado de um nome próprio da linguagem é dado pelo significado de uma descrição definida Teoria Ortodoxa da Referência • Desse modo, um nome próprio nada mais é do que uma abreviação de uma descrição definida, ou ainda uma descrição definida disfarçada • Assim, o significado de um nome como: � Sócrates = o mestre de Platão � Aristóteles = o autor da metafísica 2 • Os principais componentes de uma descrição definida são a singularidade e a referência sendo determinada por uma espécie de condição • Contudo, a ideia que o significado de um nome próprio é dado por alguma descrição definida foi severamente criticado ao longo da segunda metade do século XX • Autores como K. Donnelan, S. Kripke e H. Putnan atacaram justamente a ideia que há uma espécie de relação de satisfação entre um nome próprio e a sua referência • A ideia que esses autores defendem é que não há qualquer intermediário entre um nome e sua referência • A nova teoria da referência ficou conhecida como Teoria da Referência Direta Conceitualização Dois Usos de Uma Descrição Definida • K. Donellan foi o primeiro filósofo a contestar o modelo ortodoxo da referência • De acordo com esse modelo, para que um nome próprio nomeie algo, esse algo deve satisfazer unicamente as condições estabelecidas pela descrição associada ao nome 3 • Dessa forma, para que o nome “Sócrates” designe o indivíduo Sócrates, é necessário que esse indivíduo satisfaça as condições estabelecidas pela descrição associada • Contudo, aquilo que Donnellan percebeu foi que, muitas vezes, usamos descrições definidas para nos referirmos a certos indivíduos, mas que, porém, o indivíduo referido ou mencionado não satisfaz inteiramente a condição estabelecida na descrição • Assim, Donnellan percebeu que há dois usos distintos de uma descrição definida: � Uso atributivo � Uso referêncial • Saul Kripke, posteriormente a Donnellan, desenvolveu alguns argumentos também para mostrar que o significado de um nome próprio não pode se assemelhar a uma descrição definida Argumento do Erro • O argumento do erro consiste basicamente em tomar como verdadeira a teoria descritivista, mas em um contexto onde a descrição associada seleciona não o indivíduo ao qual o nome supostamente se refere, mas sim um outro indivíduo • Kurt Godel foi um famoso matemático responsável por desenvolver o teorema da incompletude da Aritmética • Assim, muitos usam o nome Godel atribuindo o seguinte sentido: o autor do teorema da incompletude 4 • Aqui, trata-se não exatamente de um argumento, mas de um experimento mental onde existe um planeta muito parecido com a Terra, em quase todos os aspectos, exceto em um: lá o líquido que preenche os rios e os oceanos não é H2O, mas sim uma substância quimicamente complexa denominada XYZ Argumento da Terra Gêmea • Além disso, a água gêmea partilha as mesmas propriedades que a nossa água: é incolor, inodora, corre nos rios e enche os oceanos, serve para beber e para tomar banho etc. • Agora tome Oscar, habitante da Terra, e a sua contraparte da Terra Gêmea, o Oscar 2 • Imagine que ambos, Oscar e Oscar 2 apontam para um copo com o líquido XYZ • Tome que ambos pronunciam a expressão “água” apontando para o copo • Tem ou não as expressões o mesmo significado? Aplicação Prática • O significado de nomes próprios não pode, como queriam Frege e Russell, serem tomados como descrições definidas • O principal é que eles não são ou não estão na mente como se pensava anteriormente Síntese 5 • Aprendemos: � O novo paradigma em filosofia da linguagem � Que a referência de acordo com o novo paradigma é direta e não mediada por descrições definidas • Que há dois usos possíveis para uma descrição definida, atributivo e referencial • Vimos também os argumentos do erro e da terra gêmea • E, por fim, vimos como, a partir desses argumentos, tornou-se incontestável a ideia da referência direta 1)Explique o descritivismo em teoria da referência 2)Quais os dois usos possíveis de uma descrição definida? 3)Explique o argumento do erro 4)Explique a teoria da referência direta Questões Referências de Apoio � FREGE, G. Sobre o sentido e a denotação. Lógica e filosofia da linguagem. São Paulo: Cultrix e EDUSP, 1978. � RUSSELL, B. Da Denotação. São Paulo: Abril, 1989b [1905], p. 3-14. (Col. os Pensadores, v. Russell) � DONNELLAN, K. Reference and Definite Descriptions. Philosophical Review, 75, 1966, pp. 281-304. � KRIPKE, S. Naming and Necessity. Oxford: Blackwell, 1980.
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