Buscar

sexualidade por freud

Prévia do material em texto

Todos nós sabemos que Freud foi intitulado o pai da psicanálise, porém até ele conseguir esse grande título ele percorreu uma longa jornada de pesquisas e descobertas, tal como fortes oposições e até rupturas de parceiros de trabalho, uma das afirmações mais revolucionarias para aquela época, foi a teoria da sexualidade, um assunto polêmico que foi motivo de intrigas e rompimentos das relações com seus colegas médicos, devido a sua descoberta, como mencionado acima. 
A cada nova pesquisa e descoberta Freud encontrava cada vez mais opositores pois ele passou a falar mais abertamente sobre a sexualidade, inclusive em todas as idades, até mesmo na infância o que gerava revolta pois ia de encontra a tabus e paradigmas impostos pela igreja, se tratava de um assunto muito delicado.
Em 1905, tudo ainda era muito centrado a igreja e as práticas sexuais eram algo privado do casamento para fins de procriação (que já se vinha aos poucos se desvinculando). De princípio Freud associou a sexualidade ao desenvolvimento de doenças nervosas, embora a ideia não tenha sido muito aceita, não causou tanta oposição, porém o auge do desconforto foi quando Freud desassocia a pratica sexual apenas para fins de reprodução e expõe a sexualidade como fonte de prazer e autonomia, e que a mesma se inicia no sujeito desde o nascimento e só se encerra com a morte, explicando dessa forma que a sexualidade está presente durante toda vida do indivíduo, e que a mesma é de suma importância para um desenvolvimento saudável. Inclusive ele chegou a falar sobre isso na XX conferência de Vienna (1915-1916), mencionou sobre a dificuldade de falar de assuntos tão polêmicos, o que ele tratou como energia sexual, tal assunto era visto como improprio e não deveria ser debatido ou discutido, tendo que ficar reprimido por ir contra as ideologias da época. 
[...] Falando sério, não é fácil delimitar aquilo que abrange o conceito de „sexual ‟. Talvez a única definição acertada fosse „tudo o que se relaciona com a distinção entre os dois sexos ‟. [...] Se tomarem o fato do ato sexual como ponto central, talvez definissem como sexual tudo aquilo que, com vistas a obter prazer, diz respeito ao corpo e, em especial, aos órgãos sexuais de uma pessoa do sexo oposto, e que, em última instância, visa à união dos genitais e à realização do ato sexual. [...] Se, por outro lado, tomarem a função de reprodução como núcleo da sexualidade, correm o risco de excluir toda uma série de coisas que não visam à reprodução, mas certamente são sexuais, como a masturbação, e até mesmo o beijo (FREUD, 2006, p. 309)
Seu estudo sobre sexualidade se iniciou a partir de seus atendimentos com pacientes já adultos dos quais ele observava transtornos psicológicos e buscava tratar os distúrbios de histeria, o que era muito comum naquela época. Freud tratava como fundamental o estudo da sexualidade, ele julgava que a mesma era a base não só de toda neurose, como também de todo comportamento humano.
Sexualidade não está apenas relacionado a sexo é algo maior que abrange desde aspectos biológicos, até questões sociais e psicológicas, o que inclui a sexualidade normal/sadia e os transtornos sexuais. 
Freud ousou até a explicar o que seria digamos certo e errado no orgasmo feminino, vale salientar que está também foi uma questão de muitas críticas, ele afirmou que o correto do orgasmo feminino seria apenas o orgasmo vaginal, que seria o orgasmo decorrente apenas da penetração, ele era enfático em sua colocação que uma mulher madura e saudável obtinha prazer apenas na vagina, que o estimulo clitoriana era algo infantil e imaturo decorrente da não transferência da zona erógena do clitóris para a vagina que podia ser visto inclusive como um distúrbio mental, o que lhe causava até uma certa preocupação por tais mulheres que sentiam a necessitavam de estímulos para chegar ao prazer, se tornassem compulsivas ao ato de masturbação e rejeitasse as relações sexuais. A masturbação era vista como uma patologia por Freud, o qual chamava de neurastenia, que seria um enfraquecimento do sistema nervoso, que em decorrência disso poderia causa dor de cabeça, esgotamento emocional e cansaço excessivo, hoje em dia a masturbação é visto como algo normal e saudável e que esta presente em todas as idades, porém mesmo atualmente existem pessoas que desenvolvem neuroses devido a preconceitos ligados ao assunto. A masturbação se torna patológico e anormal quando a atividade sexual se resume apenas a ela com tal frequência que prejudique a vida do indivíduo.
Existe outras tantas práticas e formas de prazer sexual que também atravessa essa linha tênue entre o que é normal e o que é patológico, tudo se resume aos excessos e as consequências negativas que tais atos podem trazer sobre a vida do indivíduo. O próprio Freud estabeleceu que pode haver uma transição da sexualidade normal para a perversão, elas podem ser temporárias ou se tornar habituais se tornando indispensáveis ou até substitutos da satisfação do prazer.
Um indivíduo que não completou seu processo evolutivo normal e ainda possui fixação em alguma fase do desenvolvimento psicossexual, tal como o medo da castração pelo pai, é um indivíduo que possui algum transtorno de sexualidade.

Continue navegando