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Insuficiência congestiva e neoplasias cardíacas_resumo

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1 
 
INSUFICIÊNCIA CONGESTIVA E NEOPLASIAS CARDÍACAS 
 
Profa. Esp. Ana Flávia Prévide Raymundo 
 
RESUMO 
 
O sistema cardiovascular tem função de manter a pressão arterial e o fluxo 
sanguíneo. Quando há algum comprometimento estrutural do coração e este não 
consegue manter seu ritmo, ou funciona apenas com sua função elevada e o 
sangue não pode ser bombeado com a demanda normal do organismo, a 
insuficiência cardíaca (IC) pode surgir. Com essa redução de função, 
mecanismos compensatórios são ativados, levando à uma insuficiência cardíaca 
congestiva (ICC). A congestão, edema pulmonar e/ou ascite, baixa perfusão 
periférica e hipotensão ocorrem como uma síndrome resultante de doenças 
cardíacas, causando grande desconforto aos animais acometidos. A ICC pode 
ter várias causas, e entre elas está a neoplasia cardíaca. 
As neoplasias cardíacas em cães não possuem frequente ocorrência, 
sendo relatadas como raras nesta espécie. Em gatos elas são classificadas 
como incomuns pois eles são menos afetados. 
A prevalência das neoplasias foi descrita entre 0,12% até 4,33%, entre 
animais de meia idade a idosos (7 a 15 anos) os mais acometidos. Relatos 
mostram maior incidência em animais castrados, visto que as fêmeas possuem 
maior predisposição de desenvolver neoplasias cardíacas do que os machos. 
Apesar de poucos estudos relatarem sobre predisposição racial, entre as mais 
citadas pelos autores estão o Pastor Alemão, Golden Retriever, raças 
braquicefálicas, Boxer, Bulldog Inglês e Francês. Com relação aos gatos, a 
predisposição racial não apresenta grande perspectiva, variando entre 7 a 16 
anos e em fêmeas. Por outro lado, há relatos que a idade mais frequente de 
desenvolvimento destas neoplasias em felinos é antes dos 7 anos. 
As neoplasias cardíacas podem ser classificadas como: primárias, 
quando originadas no próprio coração, entretanto, mais raras em cães; 
secundárias, quando originadas por metástases de neoplasias em outros 
órgãos, sendo estas formas metastáticas relatadas como mais comuns em cães 
e gatos. 
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Entre os tipos neoplásicos primários estão o hemangiossarcoma (HSA), 
mesotelioma, quimiodectoma e o linfoma, sendo que a maioria deles acomete o 
lado direito do coração (principalmente átrio). Os tipos neoplásicos secundários 
encontrados em cães são linfoma e HSA provenientes de outros sítios, 
adenocarcinoma, osteossarcoma e mastocitoma. Em gatos, a forma metastática 
também é mais frequente, e o linfoma é o tipo mais encontrado, seguido de HSA 
e os tumores primários como mesotelioma, quimiodectoma (tumor da base do 
coração) e tumores ectópicos de tireoide. 
Os sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos geralmente 
estão relacionados com danos na função cardíaca causados pela localização 
anatômica e tamanho da massa que levam à uma alteração hemodinâmica, e 
não necessariamente com o tipo histológico da neoplasia. Quando a massa é 
pequena ou estiver em local que não comprometa a função cardíaca, o animal 
pode ser assintomático. Entretanto, quando ele manifesta sintomas, estes são 
variáveis, portanto, o diagnóstico pode ser dificultoso. Os sinais manifestados 
podem incluir sopro e arritmias que sugerem doenças cardíacas, mas não 
especificamente tumor. 
As neoplasias (como HSA, quimiodectomas, mesoteliomas e linfomas) 
são as principais causas de efusão pericárdica, e esta pode progredir para um 
tamponamento cardíaco. Pacientes com efusão pericárdica e tamponamento 
cardíaco tendem a apresentar clínica de ICC e baixo débito cardíaco devido ao 
comprometimento hemodinâmico que ocorre pelo aumento da pressão causado 
pela efusão pericárdica. Caso a pressão intrapericárdica fique mais elevada, a 
manifestação se dá pela ICCE. As massas intracardíacas que bloqueiam o fluxo 
sanguíneo também podem levar à sinais de ICC. 
Quando a massa se encontra do lado direito do coração, o quadro de 
ICCD ocorre devido à disfunção do miocárdio e compressão cardíaca pelo 
crescimento tumoral. Os sinais indicativos podem ser ascite e distensão jugular, 
e em casos crônicos, hipertensão venosa sistêmica, fraqueza, intolerância ao 
exercício físico, mucosas pálidas, edema subcutâneo e síncope. Caso a 
complicação hemodinâmica causada pela massa tumoral seja do lado esquerdo 
do coração, os sinais típicos de ICCE estão relacionados com edema pulmonar, 
como por exemplo dificuldade respiratória por taquipneia, dispneia, tosse crônica 
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e seca. Fraqueza, intolerância ao exercício físico, mucosas pálidas, sincope, 
arritmias e a congestão venosa também são outros sinais associados. 
Outros indícios comuns de neoplasia cardíaca, porém, inespecíficos, 
incluem anorexia com emagrecimento progressivo, hepatomegalia e/ou 
esplenomegalia. Se houver compressão da traqueia ou brônquio devido à 
neoplasia de base do coração, o animal pode apresentar dispneia e tosse (neste 
caso sem desenvolver ICCE). Se houver compressão esofágica, a clínica pode 
se apresentar por disfagia, regurgitação ou vômito. 
O diagnóstico se inicia com a triagem do animal, feita pela anamnese, 
sinais clínicos apresentados, hemograma e bioquímico, tendo as alterações 
associadas com a ICC em decorrência de diminuição do débito cardíaco. Isso 
resulta em diminuição da perfusão renal, que causa aumento das concentrações 
séricas de ureia e creatinina. Porém, devido à sintomatologia ser inespecífica e 
muitas vezes estar ausente no início, o diagnóstico precoce se torna difícil. A 
radiografia torácica é um dos principais exames complementares que podem ser 
realizados, principalmente por ser de fácil acesso. Neste exame pode-se 
encontrar alterações como aumento na silhueta cardíaca sugerindo efusão 
pericárdica associada a tamponamento cardíaco, onde o coração pode se 
encontrar globoso. Em caso de tumor de base cardíaca pode-se visualizar 
aumento das estruturas na base do coração e deslocamento traqueal decorrente 
do tamanho da massa. O ecocardiograma é um dos principais exames para 
diagnóstico definitivo e também para estabelecer um prognóstico, principalmente 
por ser sensível e não invasivo. Juntamente com o Doppler, esse exame permite 
ver a localização da massa, seu tamanho, formato, inserção além de avaliar a 
função cardíaca, o fluxo sanguíneo, a efusão pericárdica e tamponamento 
cardíaco. Quando houver efusão pericárdica, pode-se fazer pericardiocentese 
diagnóstica e terapêutica com guia do ecocardiograma, além do procedimento 
promover alivio dos sintomas e estabilização do paciente, pode-se enviar o 
aspirado para análise histológica. Entretanto, a manobra é apenas paliativa. 
Quando a efusão for recidivante, pode-se optar pela pericardiectomia. O 
eletrocardiograma (ECG) é um exame importante para avaliação das alterações 
cardíacas decorrentes da neoplasia. Nele pode-se detectar arritmias devido ao 
tamponamento cardíaco, porém possui baixa sensibilidade para detectar 
derrame pericárdico, e em muitos casos pode estar normal. Em caso de derrame 
 
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pericárdico pode-se evidenciar baixa amplitude do complexo QRS. Outros 
métodos que podem auxiliar o diagnóstico são tomografia computadorizada, 
ressonância magnética, análise citológica, exame histopatológico por meio de 
biopsia, porém é pouco solicitado por ser um procedimento invasivo. 
Como tratamento da neoplasia pode-se fazer a intervenção cirúrgica para 
realização da pericardiectomia em função da recorrente efusão. Além disso, a 
intervenção cirúrgica para retirada do tumor é indicada quando este for de 
tamanho pequeno e fácil acesso. Quando a cirurgia não for uma opção, pode-seoptar pela quimioterapia de acordo com o tipo histológico do tumor. A 
radioterapia pode ser associada para complementar o tratamento de eleição. 
Os protocolos de quimioterapia para HSA incluem doxorrubicina sozinha, 
doxorrubicina em combinação com ciclofosfamida, ou ainda, acrescentar a 
vincristina aos dois. Protocolos que não incluem a doxorrubicina tem eficácia 
limitada, enquanto os protocolos que a incluem apresentam eficácia moderada. 
Para o linfoma o tratamento de eleição é a quimioterapia, uma vez que ele 
apresenta uma boa resposta à essa modalidade terapêutica. O protocolo mais 
usado é conhecido como CHOP, combinação dos fármacos ciclofosfamida, 
doxorrubicina, vincristina e prednisolona. Neste mesmo protocolo pode-se 
administrar L-asperginase (L-CHOP) como uma dose inicial. Este apresenta uma 
boa resposta inicial e remissão mais longa. 
Para a ICC o tratamento visa minimizar seus efeitos, promovendo melhora 
da qualidade de vida e maior sobrevida. Como terapia incluem o controle das 
arritmias, uso de medicamentos inotrópicos positivos, diuréticos, inibidores da 
enzima conversora da angiotensina (ECA)/vasodilatadores, diminuição da 
quantidade de sódio na alimentação e exercícios físicos leves. 
Geralmente o prognóstico da maioria dos tumores cardíacos é reservado 
à desfavorável, sendo o HSA cardíaco a neoplasia cardíaca primária com 
prognóstico reservado a desfavorável devido à evolução rápida e por ser muito 
invasivo.

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