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UCI: introdução ao estudo da medicina Tutoria: SP1: Sinal de alerta Descreva os tipos de parasitoses e caracterize agente etiológico, ciclo, sinais e sintomas das principais parasitoses: Helmintos X Protozoários: Os helmintos são do reino animalia, eucariontes, pluricelulares (microscópicos), heterótrofos, de vida livre ou parasitas. A classificação dos helmintos é separada em filos Platyhelminthes (vermes chatos) e Nematoda (vermes cilíndricos). Os platelmintos compreendem um grupo extremamente diverso em termos de morfologia, ciclo de vida, tamanho e habitat. Alguns são simbiontes (parasitos e comensais), outros são de vida livre, os platelmintos de importância médica agrupam-se nas subclasses Trematoda (infraclasse Digenea) e Cercomeromorphae (infraclasse Cestodaria). Os principais nematódeos que parasitam o homem agrupam-se na classe Rhabditea, que inclui as ordens Ascaridida (gênero Ascaris), Strongylida (gêneros Ancylostoma e Necator), Rhabditida (gênero Strongyloides), Oxyurida (Enterobius) e Spirurida (filárias); a segunda classe de importância médica chama-se Enoplea, e inclui a ordem Trichurida (gênero Trichuris). Quanto aos protozoários, fazem parte do reino proctista, são eucariontes, unicelulares (microscópicos), heterótrofos, de vida livre ou parasita, e fazem locomoção por rizópodes, ciliados, flagelados ou esporozoários. Definem-se em supergrupos, grupos e subgrupos de organismos relacionados filogenéticamente. Dos seis supergrupos de protistas, quatro têm organismos de interesse médico: Amoebozoa (amebas); Opisthokonta (metazoários e fungos); Chromoalveolata (derivadas de algas endossimbiontes); e Excavata (morfologia escavada). Leishmaniose Tegumentar Americana: o Agente etiológico: Protozoário do gênero Leishmania. As 3 principais espécies são: Leishmania (Leishmania) amazonenses, Leishmania (Viannia) guyanensi, Leishmania (Viannia) braziliensis. o Sinais e sintomas: pode ser leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa (ou mucocutânea), que podem apresentar diferentes manifestações clínicas. Na forma cutânea: lesões indolores, com formato arredondado ou ovalado, apresentando base eritematosa, infiltrada e de consistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado e com granulações grosseiras. Na forma mucosa: pela presença de lesões destrutivas localizadas na mucosa, em geral nas vias aéreas superiores. o Complicações: Infecção secundária das úlceras: lesão em mucosa nasal, que pode levar à rinite purulenta e a complicações, como sinusite até broncopneumonia causada pela secreção aspirada da faringe. A complicação com broncopneumonia é a principal responsável por óbitos, nos casos de forma mucosa; lesão extensa no centro da face, que pode levar à trombose de seio cavernoso. Lesões na boca e faringe podem causar sialorreia (excesso de baba) e dificuldade na deglutição, levando à desnutrição. Em lesões avançadas da laringe, pode haver perda da voz e obstrução da passagem do ar, causada pelo edema ou pela cicatriz retrátil, obrigando a realização de traqueostomia de urgência. Lesões conjuntivais podem levar a distorções da fenda ocular e, raramente, à perda do olho. Meningite pode ser uma complicação da disseminação da infecção de uma úlcera da face para a base do crânio. Leishmaniose visceral: Doença crônica e sistêmica, que, quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. o Agente etiológico: Protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania. Nas Américas, a Leishmania (Leishmania) chagasi é a espécie comumente envolvida na transmissão da leishmaniose visceral (LV). o Sinais e sintomas: É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por: Febre de longa duração; Perda de peso; Astenia (perda ou diminuição da força física.); Adinamia (grande fraqueza muscular, sobretudo durante processos infecciosos prolongados.) Hepatoesplenomegalia (fígado e baço aumentado); Anemia. Quando não tratada, pode evoluir para o óbito em mais de 90% dos casos. Malária: o Agente etiológico: As espécies de Plasmodium que infectam os humanos são: P. falciparum, P. vivax, P. ovale, P. malariae, P. knowlesi (raramente) o Sinais e sintomas: A principal manifestação clínica da malária em sua fase inicial é a febre, associada ou não a calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça e dores no corpo. A febre na malária corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. A pessoa que contraiu a doença pode ter também, dentre outros sintomas, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço. A febre na Malária muitas vezes pode ser característica, observando-se a sequência calafrio-febre-sudorese. A febre se inicia quando as hemácias se rompem. No início da Malária, a febre é irregular (1-2 episódios por dia), pois ainda não houve sincronismo dos ciclos parasitários. Depois de uma semana, o sincronismo pode aparecer, e a febre ficar mais regular. Na Malária Vivax geralmente observam-se picos febris a cada 48 horas (febre terçã). Na Malária falcípara a febre costuma ser irregular (dois episódios por dia), mas a febre terçã pode ser observada em pacientes com poucos parasitas e pré-imunes. Na Malária Malariae os picos febris ocorrem a cada 72 horas (febre quartã). A transmissão natural da doença se dá pela picada de mosquitos do gênero Anopheles (mosquito-prego)infectados com o Plasmodium. A forma infectante são os esporozoítos (forma infectante do protozoário) são transmitidos aos humanos pela saliva do mosquito no momento das picadas seguintes. Estes mosquitos também são conhecidos por anofelinos, dentre outros nomes. Após a picada, os parasitos chegam rapidamente ao fígado onde se multiplicam de forma intensa e veloz. Em seguida, já na corrente sangüínea, invadem os glóbulos vermelhos e, em constante multiplicação, começam a destruí- los. A partir desse momento, aparecem os primeiros sintomas da doença. Giardíase: o Agente etiológico: Giardia lamblia. Infecção por protozoários que atinge, principalmente, a porção superior do intestino delgado. Protozoário flagelado que existe sob as formas de cisto e trofozoíto. O cisto é a forma infectante encontrada no ambiente. o Reservatório: O homem e alguns animais domésticos ou selvagens, como cães, gatos, castores. o Transmissão: Fecal-oral. Direta, pela contaminação das mãos e consequente ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoa infectada; ou indireta, através de ingestão de água ou alimento contaminado. Incubação e transmissibilidade: A incubação - De 1 a 4 semanas, com média de 7 a 10 dias. O período de transmissibilidade - Enquanto persistir a infecção. o Complicações: Síndrome de má absorção. o Sintomatologia: Evacuações líquidas ou pastosas (em 93 a 96% dos pacientes), Número aumentado de evacuações, Mal-estar, cólicas abdominais, fraqueza e perda de peso. Sintomas menos frequentes foram: diminuição do apetite, náuseas, vo ̂mitos, flatule ̂ncia, distensão abdominal, ligeira febre, cefaleia e nervosismo. A diarreia, que é a manifestação mais constante, ora é aguda e autolimitada, ora intermitente, ou cro ̂nica e persistente. As fezes pastosas ou liquefeitas são malcheirosas, geralmente claras ou acinzentadas. Frequentemente elas conte ̂m muco, mas raras vezes sangue ou pus. Nos casos mais graves pode haver esteatorreia o Profilaxia: Específicas - Em creches ou orfanatos deverão ser construídas adequadas instalações sanitárias e enfatizada a necessidade de medidas de higiene pessoal. Educação sanitária, em particular desenvolvimento de hábitos de higiene - lavar as mãos, após uso do banheiro; Gerais - Filtração da água potável. Saneamento; Isolamento - Pessoas com giardíase devem ser afastadas do cuidado de crianças. Com pacientes internados, devem ser adotadas precauções entéricas atravésde medidas de desinfecção concorrente para fezes e material contaminado e controle de cura, que é feito com o exame parasitológico de fezes, negativo no 7º, 14º e 21º dias após o término do tratamento. Toxoplasmose: A doença do gato o Agente etiológico: Toxoplasma gondii, um protozoário coccídio intracelular, e pertencente à família Sarcocystidae, na classe Sporozoa. o Reservatório: Os hospedeiros definitivos de T. gondii são os gatos e outros felídeos. Os hospedeiros intermediários são os homens, outros mamíferos não felinos e as aves. o Toxoplasmose febril aguda: Na maioria das vezes a infecção inicial é assintomática. Porém, em muitos casos, a infecção pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. Linfadenite toxoplásmica - Geralmente, se caracteriza por linfadenopatia localizada, especialmente em mulheres e, em geral, envolvendo os nódulos linfáticos cervicais posteriores ou, mais raramente, linfadenopatia generalizada. Este quadro é capaz de persistir por uma semana ou um mês e pode assemelhar-se à mononucleose infecciosa acompanhada por linfócitos atípicos no sangue periférico. Toxoplasmose ocular - A coriorretinite é a lesão mais frequentemente associada à toxoplasmose, e, em 30 a 60% dos pacientes com esta enfermidade, pode-se atribuir a etiologia ao toxoplasma. Toxoplasmose neonatal - Resulta da infecção intra-uterina, variando de assintomática à letal, dependendo da idade fetal e de fatores não conhecidos. o Tratamento: O tratamento específico nem sempre é indicado nos casos em que o hospedeiro é imunocompetente, exceto em infecção inicial durante a gestação ou na vigência de comprometimento de outros órgãos como coriorretinite, miocardite. Recomenda-se o tratamento em gestantes, recém-nascidos e pacientes imunodeprimidos. Sulfadiazina o Profilaxia: Evitar o uso de produtos animais crus ou mal-cozidos (caprinos e bovinos); eliminar as fezes dos gatos infectados em lixo seguro; lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada; Evitar contatos de grávidas com gatos. Recomenda-se que o paciente seja avaliado quanto a possível associação com imunodeficiência. Com o surgimento da AIDS, tem aumentado o número de casos de toxoplasmose. Esses pacientes, após o tratamento específico e a cura clínica, devem receber tratamento profilático pelo resto da vida. o Transmissão: Os gatos adquirem o protozoário ao comerem carne crua contaminada como carne de ratos e aves. A transmissão ao homem ocorre pela ingestão de carnes mal- cozidas (boi e porco) ou contato com fezes de animais contaminados. Pode ocorrer também pela transfusão de sangue e transplante de órgãos de pacientes contaminados. Durante a gestação a mulher deve realizar exames para detectar a doença, e se for o caso, tratá-la. O homem adquire a infecção por três vias: A ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; Ingestão de carne crua e mal-cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; Infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção durante a gravidez; Esquistossomose o Agente etiológico: Schistosoma mansoni, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero Schistosoma. São vermes digenéticos, delgados, de coloração branca e sexos separados (característica dessa família); a fêmea adulta, mais alongada, encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho, denominada canal ginecóforo. o Sintomas: A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomo pode apresentar diversos sintomas, como: febre; dor de cabeça; calafrios; suores; fraqueza; falta de apetite; dor muscular; tosse; diarreia. Na forma crônica da doença, a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode apresentar outros sinais, como: tonturas; sensação de plenitude gástrica; prurido (coceira) anal; palpitações; impotência; emagrecimento; endurecimento e aumento do fígado. Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. Se não tratada adequadamente, a esquistossomose pode evoluir e provocar algumas complicações, como, por exemplo: aumento do fígado; aumento do baço; hemorragia digestiva; hipertensão pulmonar; morte. o Os esquistossômulos chegam aos vasos sanguíneos e alcançam o fígado, onde evoluem para as formas adultas. Nos vasos portais mesentéricos, ocorre a sobreposição da fêmea no canal ginecóforo do macho e, consequentemente, a cópula, seguida de oviposição. No ambiente aquático, acontece a eclosão dos ovos e liberação do miracídio, que é a forma ativa infectante do hospedeiro intermediário(caramujo). Algumas horas após a penetração dos miracídios no caramujo, inicia-se um complexo processo de alterações morfológicas que darão origem às cercárias. o Prevenção: prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados, implementação de medidas de saneamento básico, educação em saúde. o Tratamento: O tratamento da esquistossomose, para os casos simples, é em dose única e supervisionado feito por meio do medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação. o Hospedeiro intermediário:Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto. o Hospedeiro definitivo: O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta. Ascaridíase: o Agente etiológico: Ascaris lumbricoides o Sinais e sintomas: A maioria das infecções humanas envolve menos de dez vermes adultos e é assintomática, diagnosticada em exames parasitológicos de fezes de rotina ou pela eliminação espontânea de vermes nas fezes. O sintoma mais comum é dor abdominal vaga, alterações da secreção e da motilidade intestinal, resultando em diarreia, redução da absorção de alguns nutrientes, intolerância à lactose e perda de apetite. As infecções crônicas em crianças, ainda que geralmente assintomáticas, produzem frequentemente retardo de crescimento físico, especialmente em comunidades em que o acesso a alimentos é relativamente restrito As infecções maciças, especialmente em crianças, podem causar distensão e dor abdominal, levando eventualmente ao bloqueio mecânico do intestino delgado por uma grande quantidade de vermes. Nesses casos, podem ocorrer vólvulo (torção) ou intussuscepção intestinal e obstrução parcial ou completa do intestino delgado, levando à isquemia e à necrose da parede intestinal, requerendo tratamento cirúrgico. A migração anômala de vermes adultos pelos ductos biliares e pancreáticos ou pelo fígado é outra complicação grave de infecções maciças, especialmente quando há febre, que parece estimular o movimento desses helmintos. As manifestações clínicas da ascaríase hepatobiliar e pancreática são a cólica biliar, a colecistite aguda, a colangite, ou pancreatite e o abscesso hepático. Vermes adultos podem também alojar-se no apêndice, produzindo um quadro clínico indistinguível da apendicite aguda. Embora a fase de migração pulmonar das larvas seja assintomática na maioria dos pacientes, alguns apresentam uma pneumonite clinicamente caracterizada pela tosse não produtiva, febre e dispneia, eventualmente comreação de hipersensibilidade levando à obstrução brônquica e sibilância conhecida como síndrome de Loeffler. Na ascaríase, ocorre cerca de 10 a 14 dias após a infecção. o Profilaxia: As medidas de educação em saúde são essenciais para assegurar a aderência de populações a intervenções e alterar comportamentos, especialmente aqueles relativos à higiene pessoal, que coloquem indivíduos e comunidades sob risco de infecção. É crucial, por outro lado, que as campanhas de educação em saúde não estigmatizem os indivíduos expostos a maior risco, que supostamente não adotam hábitos de higiene adequados à manutenção de sua saúde. Os principais alvos dos geo-helmintos, em termos de prevalência e morbidade, especialmente as crianças pré- escolares e escolares, não estão nessa posição por vontade própria; são vítimas de um processo de exclusão social que lhes nega acesso à água tratada, ao saneamento básico e à educação, itens básicos de qualquer política pública na área de saúde. Portanto, a promoção da higiene pessoal, um dos objetivos de campanhas de saúde pública contra os geo-helmintos, deve vir acompanhada de medidas de promoção da cidadania e da saúde em geral. o Tratamento: A lista da OMS de medicamentos essenciais para o tratamento das infecções por nematódeos intestinais compreende dois derivados benzoimidazólicos, o albendazol e o mebendazol, além do levamisol, o pamoato de pirantel e a ivermectina. Uma metanálise recente estima a eficácia do esquema terapêutico mais popular, uma dose única de 400 mg de albendazol, em 96% para Ascaris. Albendazol, mebendazol, levamisol e pamoato de pirantel têm taxas de cura semelhantes, acima de 95%, na ascaríase. O esquema de 3 dias de mebendazol proporciona uma taxa de cura elevada na ascaríase, a dose única de 500 mg de mebendazol é capaz de eliminar 96% das infecções por Ascaris. Teníase: o Agentes etiológicos: As espécies T. solium e T. saginata são os principais agentes etiológicos das teníases, doenças causadas pelo estágio adulto (tênia) de parasitos cestoides do gênero Taenia. Os ciclos vitais de ambas as espécies te ̂m o ser humano como hospedeiro definitivo, ao abrigar os vermes adultos. Os hospedeiros intermediários habituais de T. solium e T. saginata, que abrigam as suas formas larvárias, são, respectivamente, os suínos e os bovinos. o Sinais e sintomas: A infecção pelos vermes adultos provoca pouca lesão na mucosa do jejuno; as raras biopsias realizadas evidenciaram uma reação inflamatória mínima. A maioria dos indivíduos infectados é assintomática ou apresenta queixas pouco significativas e inespecíficas, como dor abdominal (mais intensa nas primeiras horas do dia), náuseas, fraqueza, perda ou aumento de apetite etc., apendicite, constipação pela obstrução mecânica o Tratamento: albendazol Cisticercose: o Agente etiológico: Taenia solium o Sinais e sintomas: A neurocisticercose é a apresentação clínica mais comum e relevante da cisticercose humana. Os cisticercos podem localizar-se no córtex cerebral, nas meninges ou nos ventrículos. Com a morte das larvas, ocorre reação inflamatória intensa, que origina os sinais e sintomas de sua presenc ̧a. A reação do hospedeiro destrói o parasito, deixando, em seu lugar, um nódulo calcificado. Os sintomas dependem essencialmente da localização dos cisticercos. A manifestação clínica mais comum é a convulsão, mas podem ocorrer outras lesões focais, como déficits motores e distúrbios visuais. Cefaleia e náuseas decorrentes de hipertensão intracraniana são observadas quando os cistos afetam a drenagem liquórica. Outra forma clínica potencialmente grave é a cisticercose ocular, com sintomas que variam desde a redução discreta da acuidade visual até a cegueira unilateral. o Contaminação: ocorre pela ingestão de carne contaminada com ovo/proglótide o Tratamento: Albendazol o Profilaxia: cozinhar bem a carne suína, saneamento básico Ancilostomíase: o Agente etiológico: Nematóides da família Ancylostomidae: A. duodenale e Necator Americanus. Infecção intestinal causada por nematódeos, que pode apresentar- se assintomática, em caso de infecções leves. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental. Com frequência, dependendo da intensidade da infecção, acarreta anemia ferropriva. o Sinais e sintomas: A infecção por ancilostomídeo é frequentemente assintomática. Contudo, exantema papulovesicular pruriginosa (coceira de chão) pode se desenvolver no local da penetração da larva. A migração de muitos larvas através dos pulmões ocasionalmente provoca a síndrome de Löffler, com tosse, eosinofilia, sibilos e, às vezes, hemoptise. Durante a fase aguda, vermes adultos no intestino podem causar dor epigástrica, anorexia, flatulência, diarreia e perda ponderal. Lesões Cutâneas: Hipersensibilidade com irritação local, prurido, edema. Ocorre na parte superior dos pés, nas pernas, nádegas e regiões interdigitais. o Modo de transmissão: Os ovos que estão nas fezes são depositados no solo onde se tornam embrionados. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, as larvas se desenvolvem até chegar ao 3º estágio, tornando-se infectantes em um prazo de 7 a 10 dias. o Tratamento: Deve ser repetido com intervalo de 6 meses, durante dois anos, com a utilização de anti- helmínticos (albendazol) e antianêmicos, a fim de impedir que o ser humano continue disseminando os ovos. o Prevenção/Medidas de Contenção: Abolição da adubação feita com material fecal humano; Construção de moradias sanitárias; educação em massa da população; Proteção dos pés pelo uso de sapatos fechados; Boa alimentação (sais minerais, proteínas, vitaminas e hidratos de carbono). Oxiurose: o Agente etiológico: Enterobius vermicularis. o Sintomas: Irritação, insônia, prurido anal, náuseas, vomito, fezes com sangue. Nas mulheres, o parasita pode migrar para a região vulvar e provocar corrimento e até mesmo excitação sexual. Pode acontecer localização ectópica do parasita, provocando apendicite, salpingite etc. o Formas de contaminação: Tem alto poder de infecção, pois seus ovos necessitam de apenas 6 horas para se tornarem infectantes. Após serem ingeridos, os ovos sofrem a ação do suco gástrico e do duodeno, liberando as larvas, que se dirigem ao ceco, onde irão se fixar para evoluir para o estágio adulto. Nesse local os machos e as fêmeas copulam e os ovos ficam com as fêmeas. Após a cópula o macho morre e é eliminado junto às fezes, já a fêmea migra para o cólon distal e reto. Durante a noite, a fêmea migra para a região perianal e deposita os ovos ali, logo depois retorna para o interior. o Prevenção: As ações para prevenir a oxiurose estão relacionadas à higiene, destacando as seguintes precauções: Ter hábitos de higiene; Manter as unhas das crianças cortadas; Lavar as mãos antes de preparar alimentos e após usar o vaso sanitário; No caso de pessoas infectadas, ferver suas roupas. o Tratamento: Utilização do Pamoato de pirantel. Recomendam a repetição do tratamento. Como terapia alternativa à participação dos benzimidazólicos de uso em humanos, mebendazol e albendazol em dose única e repetição em 2 semanas. Políticas públicas para prevenção das doenças infecciosas: As principais recomendações para programas e políticas públicas são: Melhorar condições da água, saneamento e higiene (WASH); Realizar intervenções/estratégias intersetoriais/integradas; Envolver a comunidade nas estratégias; Utilizar estratégias de comunicação sobre doenças; Aplicar/melhorar programas de educação em saúde; Construir/melhorar sistema de vigilância/monitoramento de dados; Melhorar gestão ambiental; Disponibilizar vacinas/medicamentos; Expandir programas de vacinação animal; Mudança de comportamento humano quanto àexposição de vetores; Construir/aprimorar mapas de suscetibilidade/risco às doenças; Monitorar dados de países vizinhos; Melhoria das habitações/moradias; Treinar/educar continuamente equipes de saúde; Incluir abordagens baseadas em evidências; Uso de sistema de monitoramento (georreferenciamento e análise climática) ; Educação em saúde ambiental Protozoários Patologia Agente Forma infectante Via de infecção Hospedeiro intermediário Vetor Sinais e sintomas Tratameto Profilaxia Leishmaniose cutânea Leishmania (amazonenses, guyanenses e braziliensis) Promastigota Pele, picada de fêmea flebotomíneos Mamiferos (cachorro, silvestre) Flebotomíneos Lesões arredondadas ou ovaladas com base eritematosa e bordas bem definidas, fundo avermelhado com granulações grosseiras Anfitericina B, Antimonial pentavalente Controle do vetor, uso de inseticidas, uso de tela em janelas ou mosquiteiro, uso de repelente Leishmaniose visceral Leishmania (chagasis) Febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, hepatoesplenomegalia, anemia Malária Plasmodium (falciparum, vivax, malariae e ovale, knowlesi) Esporozoíto Picada do mosquito anófeles infectado Ser humano Anopheles (mosquito prego) Febre, calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça, dores no corpo, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço Anti-maláricos (cloroquina, primaquina, Mefloquina Giardia Giardia (Lamblia, intestinalis e duodenalis) cistos Ingestão de água ou alimentos infectados por cistos (fecal-oral) Não tem Não tem Normalmente assintomática, diarréia, aquosa e fética, cólicas, distensões abdominais, flatulências e eructação, náuseas, desconforto epigástrico, fadiga e anorexia, intolerância a lactose adquirida (14 dias após a infecção) Secnidazol, Tinidazol, Metronidazol Saneamento básico, higienização de alimentos, filtração de água potável Toxoplasmos e Toxoplasma (Gondii) oocistos Ingestão dos oocistos presentes nos alimentos (mal cozidos), água e locais contaminados pelo gato, transplacentá rio (vertical) Roedores, aves, cão, ser humano Não tem Retinopatia, neuropatia, sintomas de gripe, dores musculares, alterações nos linfonodos, febre alta, confusão mental, convulsões, má formação do sistema nervoso, corioretinite, encefalomielite (bebê) Sulfadiazina, Pirimedamina Higiene das mãos, educação, preparo adequado dos alimentos, cuidar dos gatinhos Helmintos Patologia Agente Forma infectante Via de infecção Hospedeiro intermediário Sinais e sintomas Tratameto Profilaxia Esquistossomose Schistosoma mansoni Cercária Penetração de cercarias na pele Caramujo Biomphalaria. ascite (barriga d'água), febre, dor muscular, diarreia, emagrecimento, hepatomegalia, irritações na pele Praziquantel e tratamento de água e controle do caramujo Ascaridíase Ascaris Lumbricoides Ovo embrionado Ingestão de água e alimentos infectados Não tem Norm. assintomática, diarreia, dor abd, perda de apetite, anemia, pancreatite crianças: em desnutrição deficiência de crescimento, pneumonite (ciclo de Loss), dispneia, obstrução mecânica Síndrome de Loeffler Albendazol, Pamoato de pirantel, mebendazol saneamento básico, educação e higiene de alimentos Teníase Taenia (solium e saginata) cisticerco Ingestão de carne mal- cozida contaminada com cisticercos Porco, vaca e boi dor abd, náuseas, alterações no apetite, apendicite, fraqueza, perda de peso, constipação pela obstrução mecânica Albendazol Cozinhar bem os alimentos, saneamento básico Cisticercose Taenia solium Ovo ou proglote Ingestão de carne contaminada Homem cefaleia, convulsões, cegueira, fraqueza muscular ou paralisia, náuseas Albendazol cozinhar bem a carne suína, saneamento básico Ancilostomíase (diferente de larva migrans) Ancylostoma duodenale e Necator americanus Larva Penetração na pele Não tem lesões cutâneas, prurido, dermatite cercariana, lesão pulmonar (ciclo de Loss e síndrome de Loeffler) Albendazol saneamento básico, educação, evitar contaminação do solo Oxiurose Enterobius vermiculares ovos Ingestão de ovos com embriões Não tem prurido anal, irritação, insonia, melena, náusea Albendazol, Pamoato de pirantel, mebendazol saneamento básico, cozinhar bem os alimentos, cortar as unhas, higiene
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