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III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO DE ARAGUAÍNA/TO NUMA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA: OPERAÇÃO RESGATE Plinio Sabino Sélis1 O presente artigo tem como objeto de estudo um dos temas mais intrigantes na atualidade: o da evasão escolar. O assunto é abordado sob o ponto de vista de Anthony Giddens, o que diferencia o olhar da imediatidade com o do olhar sociológico; e de Norbert Elias e o seu processo civilizador. O tema evasão escolar foi escolhido devido ao índice de evadidos em escolas públicas de ensino médio de Araguaína/TO. O principal objetivo pretendido é o de apresentar os resultados das causas da evasão escolar e da operação resgate, em que os estudantes-pesquisadores tinham por meta resgatar, no mínimo, um dos sujeitos da pesquisa, alunos- evadidos de uma das quatro escolas de ensino médio selecionadas. Uma das razões que levou os pesquisadores a escolher o tema em questão foi de certa forma a percepção de as escolas, especialmente de ensino médio, não terem uma proposta objetiva de permanência dos alunos nos estudos. Outra razão foi devido à necessidade de se realizar um processo de ensino e de aprendizagem no ensino superior mais dinâmico e prático, propiciando aos estudantes a oportunidade de transformarem o olhar da imediatidade sobre determinado fenômeno, como é o caso da evasão escolar, em olhar sociológico, de aprofundamento. Neste artigo, é tida a oportunidade de se questionar o que leva o estudante de ensino médio a se desligar dos estudos, e o que pode ser feito para trazê-lo de volta à sala de aula. Além disso, a investigação oportuniza a aplicação do método qualitativo, por se constituir de estudos de caso. Cada sujeito da pesquisa foi considerado um estudo de caso para cada grupo de estudantes de Sociologia da 1 Mestre em Educação pela UNOESTE – Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente/SP e Professor de Sociologia da Educação da UFT – Universidade Federal do Tocantins, Campus de Araguaína/TO, e Professor de Teoria da Argumentação Jurídica (Direito), Estágios Supervisionados em Letras e Pedagogia na UnirG – Centro Universitário de Gurupi/TO. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE Educação, sendo nominados a/a1, b/b1,c/c1, d/d1, e/e1, f/f1, totalizando 12 (doze) sujeitos para a pesquisa. A técnica empregada foi a entrevista. Isso, de certa forma, favoreceu a busca de possíveis respostas, tais como a de que o sujeito se evade devido à condição econômica, ou à gravidez, ou à defasagem, dentre outros aspectos. A pesquisa deu voz ao clamor dos evadidos que se manifestaram apontando fatores relevantes que contribuíram para o alto índice de abandono. O levantamento, fomentado pela UFT, Curso de Letras, em Araguaína/TO, confirma os motivos já ‘sacramentados’ pela literatura como os grandes responsáveis por tirar o aluno das salas de aula. Dentre eles, destaca-se baixa condição socioeconômica, gravidez, necessidade de trabalhar para ajudar a família e defasagem idade-série. O estudo mostrou também que aspectos relacionados à própria relação aluno-escola e aluno- professor são extremamente importantes, provocando uma perda considerável entre os que teriam um perfil menos vulnerável e que poderiam, teoricamente, permanecer em sala de aula. Mesmo havendo pesquisas que oferecem alternativas para a minimização da evasão escolar, ainda assim a temática continua sendo entendida como sendo algo complexo. Entretanto, também pode ser tratado como um desafio gratificante, tanto no que diz respeito à descoberta das verdadeiras razões que levam o sujeito da pesquisa a se evadir da escola, bem como a oportunidade de conhecê-los e de proporcionar a oportunidade de uma reflexão sobre a importância do estudo para o futuro. Para que haja reflexão sobre essa e possíveis outras complexidades, este artigo se estrutura em partes: primeiramente a abordagem de números que comprovam o índice de evasão no Brasil e no Tocantins e de estudos sobre a evasão escolar; em seguida, a fundamentação teórica da pesquisa baseada nas concepções de Giddens (2005) e Elias (2000); e, finalmente, resultados e discussões, bem como considerações finais. A evasão escolar, como se sabe, ocorre quando o aluno deixa de freqüentar a aula, caracterizando o abandono da escola, durante o ano letivo. No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio para as escolas, pais e o sistema educacional. De acordo com dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio http://www.infoescola.com/educacao/instituto-nacional-de-estudos-e-pesquisas-educacionais-anisio-teixeira-inep/� III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE Teixeira), de 100 alunos que ingressam na escola na 1ª série, apenas 5 concluem o ensino fundamental, ou seja, apenas 5 terminam a 8ª série (IBGE, 2007). De acordo com dados do Censo Escolar/2005, no Estado do Tocantins chega a 43,4% o número de alunos matriculados no ensino médio com idade superior a 18 anos, o que equivale dizer que milhares de vagas são ocupadas por jovens que deveriam estar adiantados dois, três ou mais anos nas séries. Há de se considerar que o índice mencionado se deve, também, à falta de políticas adequadas em décadas anteriores. Em 2007, 4,8% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental (1ª a 8ª séries/1º ao 9º ano) abandonaram a escola. Embora o índice pareça pequeno, corresponde a quase um milhão e meio de alunos. No mesmo ano, 13,2% dos alunos que cursavam o Ensino Médio abandonaram a escola, o que corresponde a pouco mais de um milhão de alunos. Muitos desses alunos retornarão à escola, mas em uma incômoda condição de defasagem idade/série, o que pode causar conflitos e possivelmente nova evasão. No Estado do Tocantins, para ser mais específico não fugindo á regra nacional, Censo Escolar registra taxa de abandono em vários municípios em torno de 19,8 % na Rede Estadual, e de 18,6 % na Rede Municipal. Para combater a evasão escolar, a Secretaria Estadual de Ensino elaborou e executou um projeto, que se constituía de uma rede de proteção formada em torno de criança de zero a 14 anos. O Programa foi denominado de “Evasão Escolar Nota Zero”, envolvendo parceiros como o Ministério Público, Conselhos Tutelares, Tribunal de Justiça, Secretaria do Trabalho e Ação Social. Quando se detecta que a criança ou o jovem deixa de freqüentar a escola, o primeiro elo da corrente é a própria escola. Equipes de profissionais da educação vão ao encontro do aluno para saber a causa de não estar indo à escola, na tentativa de resgatá-lo. Mais de 80% dos casos, a escola mesmo resolve. Os casos em que não consegue resolver são repassados ao Conselho Tutelar. Poucos casos têm chegado ao Ministério Público, que é o elo próximo na cadeia, após o Conselho Tutelar. Estes preocupantes índices provocaram a elaboração e a aplicação de um projeto denominado Operação Resgate, desenvolvido por alunos do 1º Período do http://www.infoescola.com/educacao/ensino-fundamental/� http://www.infoescola.com/educacao/evasao-escolar/� http://www.infoescola.com/educacao/ensino-medio/� III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE Curso de Letras, Disciplina Sociologia da Educação. Antes de tratar especificamente do referido Projeto, há necessidade de se explicar o porquê de um olhar sociológico nesta questão. Primeiro embasamento teórico relaciona-se à ideia de Anthony Giddens (2005, p. 24) que diz: “Um sociólogo é alguém que é capaz de se libertar da imediatidadedas circunstâncias pessoais e apresentar as coisas num contexto mais amplo.”. Neste mesmo raciocínio, ele afirma que todo trabalho sociológico haverá de depender da imaginação sociológica, expressão utilizada pelo autor norte- americano C. Wright Mills (1970). Assim, relacionando a ideia de Giddens e de Mills ao fenômeno em discussão – Evasão Escolar, o entendimento é de que devemos pensar fora das rotinas de nossas vidas cotidianas, a fim de que possamos observar as coisas em nosso derredor de modo diferenciado. Consideremos, pois, o simples ato do sujeito- aprendiz de não mais comparecer à escola. O que seria possível pensar ou dizer, a partir de um ponto de vista sociológico, sobre esse exemplo de comportamento aparentemente desinteressante e preocupante? Muitas coisas, com certeza. Poderíamos até, quem sabe, assinalar que o fato de o sujeito não mais vir à escola não é algo tão simples que se resolva com a expressão: “É problema dele (ou dela)!”, ou “Ele (ou ela) não ‘tá a fim de nada.”, ou coisa desse gênero. Ou, quem sabe destacar que a escola para o jovem aprendiz é um “droga”. E ele, com certeza, não é o único culpado por pensar e agir dessa forma. Se não vejamos, como afirma Giddens (2005), que durante séculos, a educação formal esteve disponível apenas para uma minoria que dispunha de tempo e dinheiro para dedicar-se aos estudos. Para a maioria da população, crescer significava aprender, por meio da imitação, os mesmos hábitos sociais e experiências práticas de trabalho dos mais velhos. Nessa mesma linha de raciocínio, tem-se o pensamento de Cardim (2011, p. 111): “Tradicionalmente, o professor recebia formação para ser o centro do processo ensino-aprendizagem, sendo o senhor absoluto na sala de aula, tendo esta como único ambiente para o desenvolvimento do trabalho (...), onde ele fala, o estudante escuta e é avaliado em períodos predeterminados, de acordo com o calendário acadêmico. Se o discente não aprendeu e foi III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE reprovado, é porque não estudos, não compreendeu, não foi competente o bastante para entender o mestre.” Logo, é ação que não acompanha a contemporaneidade. Em outras palavras, o potencial em termos de conhecimento trazido pelo jovem aprendiz nesta década, principalmente, não tem sido devidamente valorizado pela escola e professores, em sua grande maioria. Giddens (2005, p. 396), a esse respeito, diz que Praticamente todos os indivíduos têm consciência de que pertencem à sociedade e possuem, no mínimo, algum conhecimento a respeito da posição geográfica de seu país, bem como da história dele. Após a infância, nossa vida passa a ser influenciada, em todas as idades, pelas informações que captamos por meio de livros, jornais, revistas e da televisão. Todos nós nos submetemos a um processo de educação escolar formal. Diante disso, o que se pode perceber é que na sociedade contemporânea em que se vive (início do século XXI), as rápidas transformações do mundo do trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios de informação e comunicação tem incidido fortemente na escola, aumentando os desafios para torná-la uma conquista democrática efetiva. E, nesse contexto, pode entrar a questão do relacionamento inter e intrapessoal entre docente e discente caracterizando-se em um dos pontos mais importantes nessa fase de transição, conforme Cardim (2011, p. 112-113): Poucos professores abrem mão de ser o ator principal. O relacionamento intrapessoal é mais conflitante que o interpessoal. Em seu íntimo, o professor continua a se ver como a peça fundamental do processo. Vê o educando como um aprendiz dependente, incapaz de se conduzir com autonomia, tendo o professor como facilitador, orientador estimulador de sua aprendizagem e não mais o magister, o “dono da verdade”. No relacionamento com o discente, o mestre é ainda distante, inacessível, autoritário na maioria dos casos, provedor da informação e do conhecimento. (...) Há um fosso entre esses atores importantes no processo educacional. Assim, torna-se necessário a transformação de práticas e de culturas tradicionais e burocráticas das escolas que acentuam a exclusão social. E isso é III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE possível reconhecer que não tem sido uma tarefa fácil, como é notório no pensamento de Porto (2000): A exclusão social tem sido uma categoria importante e presente nas análises que buscam relacionar violência e direitos civis. Enfatiza-se o fato de que os excluídos dos direitos tornam-se alvos, ou atores, mais imediatos da violência. (...) seria talvez mais pertinente pensar contextos e situações nos quais inclusão e exclusão, concebidas como categorias que perpassam dimensões econômicas tanto sociais e culturais de um dado espaço social, podem se entrecruzar no decurso de um mesmo sistema de ação de um ator social, individual ou coletivo. A dificuldade no tratamento da questão acima pode estar relacionada à necessidade, em função dos tempos atuais – a sociedade do conhecimento tecnológico, da exploração de novos ângulos que possam levar à reflexão da violência, por meio de uma relação dinâmica entre uma coisa e outra, ou seja, inclusão e exclusão, detectadas como categorias que se integram em uma mesma dinâmica, em que atores sociais as vivenciam alternadamente, decorrentes de processos sociais fragmentados, diferenciados e plurais. (PORTO, 2000). Ghedin (2009, p. 12), nesse sentido, afirma que O desafio é educar as criança s e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo. Tal objetivo exige esforço constante de diretores, professores, funcionários e pais de alunos e de sindicatos, governantes e outros grupos sociais organizados. Esse desafio precisa ser enfrentado inicialmente pelos profissionais que atuam no dia-a-dia da escola e que, portanto, conhecem os fatos melhor do que ninguém. Em seguida, externar os seus sentimentos e conhecimentos a quem de direito, as autoridades constituídas, a fim de que possam estabelecer políticas de governo que atem às expectativas e anseios de toda a comunidade escolar. Os professores, com certeza, contribuem com seus saberes, seus valores, suas experiências na complexa tarefa de melhorar a qualidade social da escolarização. Mesmo com essa possibilidade de desempenho do professor, é preciso que o mesmo esteja consciente das novas exigências que devem ser acrescentadas ao seu trabalho. Ghedin (2009, p. 14) destaca algumas delas, a saber: III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE O colapso das velhas certezas morais, cobra-se deles que cumpram funções da família e de outras instâncias sociais; que respondam à necessidade de afeto dos alunos; que resolvam os problemas da violência; da droga e da indisciplina; que preparem melhor os alunos para as áreas de matemática, de ciências e tecnologia para colocá-los em melhores condições de enfrentar a competitividade; que restaurem a importância dos conhecimentos e a perda da credibilidade das certezas científicas; que sejam regeneradores das culturas/identidades perdidas com as desigualdades/diferenças culturais; que gerenciem as escolas com parcimônia; que trabalhem coletivamente em escolas com horários cada vez mais reduzidos. Essas demandas todas são de alto grau de importância e disso não se tem dúvida. Mas, convenhamos, não é possível exigir que os professores individualmente as atendam. O que se espera, ao menos, é que coletivamente possam apontar caminhospara o enfrentamento dessas novas exigências. Ou, quem sabe, assinalar, ainda, que o sujeito que decide se evadir da escola é envolvido numa trama de relacionamentos sociais e econômicos que se estendem por toda a vida. Isso se relaciona ao que Norbert Elias (1990, p. 198) denominou de teias de interdependência, indicando que as coerções ou forças sociais têm origem na própria teia de interdependência formada pelos próprios sujeitos. Ou seja, o sujeito se deixa levar, como se diz popularmente, não podendo ou não sabendo reagir diante de estados de coisa que se apresentam à sua frente. Desse modo, é possível considerar o que Elias (1990, P. 198) afirma: A relação entre o indivíduo e as estruturas sociais deve ser analisada e concebida como um processo, ou seja, “ego” e “sistema social” são aspectos diferentes, mas inseparáveis, cuja análise deve recair sobre as teias de interdependência humanas que formam as configurações sociais. Elias também se preocupa em explicar as motivações que levam os indivíduos a construírem teias e cadeias de interdependência. Isso implica exigir certa superação da/na escola como palco onde vigora a injustiça, a falta de solidariedade e o autoritarismo, que culmina por atribuir aos professores, aos estudantes, às famílias e aos demais grupos os problemas e mazelas da educação. Cardim (2011, p. 118), neste caso, discute a questão da pedagogia do afeto, também discutida por Sobral, em 2007. Cardim diz que “A afetividade não tem III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE permeado a relação entre professor e aluno ao longo dos séculos. (...). A prática da pedagogia do afeto é passo primordial para a melhoria contínua da qualidade do processo de aprendizagem”. Em pesquisa sobre a influência da afetividade no ambiente pedagógico, Sobral (2007) disse que “na sala de aula, muitas vezes, alguns professores têm privilegiado os conteúdos escolares, esquecendo-se de que ali estão seres humanos em busca de um espaço ou de um olhar que possibilite a construção de uma aprendizagem”. E vai mais além: O diálogo estabelecido entre professor e aluno é fator importante no processo de aprendizagem, visto que forma elos afetivos que despertam o interesse e a motivação, levando os alunos a executarem suas tarefas com boa vontade. (...) Elemento essencial na efetivação da aprendizagem é uma autoestima positiva, pois todo indivíduo precisa sentir-se capaz de pensar e agir, e ver- se como merecedor de felicidade. O que se pode entender é que as frágeis condições de respeito, de incentivo e de diálogo para com aqueles que atuam no cotidiano escolar, tanto gestor, docente quanto discente, continuam negando a apropriação do saber como um valor universal e um direito inalienável à toda a população. Logo, é perceptível não haver apenas um culpado no processo de ensino e de aprendizagem. A questão é muito mais ampla. É uma questão de violência política. Fato este que pode ser comprovado por meio do pensamento de Porto (2000): ...a violência, enquanto manifestação das mudanças do mundo contemporâneo, estaria relacionada à questão da legitimidade, das formas como ela é percebida e do conteúdo mesmo da noção de legitimidade. (...) a violência política, por exemplo, característica das décadas 60 e 70, buscava sua pretensão de legitimidade na própria legitimidade da causa, no objetivo que a constituía. Era também este conteúdo que informava a representação que os atores construíam de suas práticas. Tal representação se prestava ao autoconsumo dos protagonistas da violência e funcionava como moeda de troca, através da qual se buscava ampliar sua legitimidade no conjunto da sociedade e desqualificar seus inimigos. Tais configurações da violência não se extinguiram por completo, mas certamente cederam espaço a outros conteúdos. Por exemplo, o deslocamento de valor da categoria trabalho destrói identidades e produz o crescimento do individualismo ao mesmo tempo em que fabrica novas identidades coletivas, articuladas a uma pluralidade de perspectivas certamente mais complexas do que a polarização capital/trabalho, legitimadora de alguns sentidos que a violência assumia. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE Sendo assim, o que se tem visto e ouvido, e que se tem de notícia é que a escola, principalmente a pública, vem promovendo, ainda, certas mediações preservadoras de processos ideológicos de dominação do capital. Isso ocorre na medida em que apresenta aos trabalhadores como a instituição que os adequa ao mercado globalizado, fortalecendo suas expectativas em torno da dita ascensão social. Nesta mesma linha de raciocínio, relacionado à garantia de espaço para se efetivar o processo de democratização, Frigotto (2003, p. 47) salienta que a ampliação do espaço público constitui-se como ponto de partida para a construção de uma sociedade socialista e democrática. Há, porém, lutas e contradições que partem dessa ampliação e guardam muitas convicções e utopias de que a invenção humana pode ir além das determinações da sociedade capitalista. O fortalecimento de sujeitos coletivos e individuais presentes no cotidiano da educação pública, inclusive, emergem dessas convicções e utopias. É possível, quem sabe, assinalar a pressuposição de que todo um processo de desenvolvimento socioeducacional pode ser o vilão dessa história. Sendo assim, vale a pena destacar alguns significativos pontos do processo civilizatório, especificamente brasileiro. A síntese destaca fatos desde o descobrimento (Século XVI) até às prospectivas do Século XXI, mesmo que em tom não muito agradável. Com a chegada dos portugueses no Brasil, ao invés de avanço, houve regressão em termos civilizacionais, isso porque, dentre outros fatores, rudimentos de uma tradição deixou de ser valorizada. Antes do século XVIII, os descendentes de portugueses esqueceram-se da língua materna, passando o tupi a ser a língua oficial. Entre os séculos XVIII e XIX, ocorreu um processo de re-civilização, a partir de princípios modernistas, proporcionados por correntes filosóficas e sociológicas do tipo Liberalismo, Iluminismo e Positivismo. Este último fato pode ser comprovado pelas mudanças das metodologias educacionais, passando de um ensino teórico tradicional proporcionado inicialmente pelos jesuítas a um ensino pragmático e empirista no período republicano. Segundo pesquisadores da área, inclusive Ralph Jones (2007), essa situação dificultou a retomada de um espírito conservador no País, e as ideologias de esquerda, em moda no século XX estendendo-se até os dias de hoje, agravaram o quadro sociopolítico que se encontrava moribundo. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE O sistema era marcado por um alto grau de seletividade, que se traduzia no fato de que a cada 1.000 alunos admitidos na primeira série da escola primária em 1960 apenas 56 conseguiam ingresso no ensino superior em 1971. Do ponto de vista de sua organização interna, o atual sistema brasileiro de ensino é resultado de modificações importantes, introduzidas em 1971, 1988 e 1996. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito. A escola e a universidade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor. Pesquisas na área educacional apontam para um terço da população brasileira freqüentando diariamente a escola. Os números dão conta de haver um crescimento considerável no nível de escolaridade do povo brasileiro, importante para a melhoria do nível de desenvolvimento do País. É possível quem sabe, ainda, assinalarque há um fenômeno em evidência nos debates contemporâneos - as causas da evasão escolar. A repetência, o abandono e a evasão são problemas crônicos, que sempre estiveram presentes na história da educação escolar brasileira. Encontrando-se na origem do complexo problema da defasagem idade/série, o insucesso escolar tem sido uma deficiência grave, tanto para o aluno, levado à perda da auto-estima, como para o sistema educacional como um todo, onerando significativamente os custos da educação pública. Existe no Brasil uma vasta literatura sobre a evasão escolar. Desde que se faz pesquisa educacional no País, o fenômeno do abandono escolar tem sido objeto de estudos e análises realizados por diversos especialistas da área, representantes das mais variadas tendências. Tanto os estudos etnográficos como as sofisticadas análises do fluxo escolar, do rendimento, do financiamento e dos custos da educação têm chegado a resultados similares: gasta-se muito e mal, em um sistema ineficaz, cujos índices de evasão escolar são extremamente alarmantes, em que o aluno evadido é submetido a sucessivos fatos vexatórios, como se somente ele fosse o culpado por esse tipo de fracasso. A evasão escolar é destaque entre os problemas de nosso sistema educacional. O que mais está em jogo é a busca por culpados de tal situação: ora culpa-se o estudante, ora a família, ora determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social, ora o professor, ora a escola, enfim, ora...ora. As perguntas que podem ser feitas são: Será que existe mesmo culpado para III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE evasão escolar? A questão é simplesmente procurar culpados? Entende-se que o processo de ensino e de aprendizagem, que tem ao menos dois sujeitos atuantes, enquanto processo que ocorre entre subjetividades, nunca uma única pessoa pode ser a culpada. A pretensão aqui não é a de desviar a responsabilidade de um ou de outro, em relação à evasão escolar. O que se tem em vista é fomentar uma discussão acerca das causas dessa situação, e o que é mais importante propiciar a oportunidade a que o sujeito entendido como evadido possa retornar aos estudos. É sabido que não se trata de uma tarefa das mais fáceis. É, antes de tudo, um desafio. Ao tratar da evasão escolar, além de se buscar as causas e as conseqüências que contribuem para o desestímulo do sujeito, vê-se a necessidade de se conceituar aquilo que incomoda a todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem: a exclusão social e a violência, analisados como um fenômeno intrínseco ao processo civilizatório. A exclusão social é termo que se refere a uma pessoa ou grupo de pessoas que sofre alguma forma de discriminação perante a sociedade. A violência, enquanto comportamento que causa dano a outra pessoa, caracteriza-se em elemento estrutural das civilizações e, como tal, participa da própria constituição e organização das sociedades. A violência manifesta-se sob várias formas, algumas delas, dizem, até positivas. No entanto, o tratamento aqui é o da violência que atualmente invade e esmaga os sujeitos: a violência exercida por um sujeito submetido ele próprio à violência de se excluir dos direitos mais elementares da cidadania - direito à educação. A declaração desse direito aparece no artigo 6º: “São direitos sociais a educação, (...) na forma desta constituição”, em que pela primeira vez em nossa História Constitucional, explicita-se a declaração dos Direitos Sociais, destacando- se, com primazia, a educação. A evasão escolar tem sido desafio ao sistema de ensino público. Uma razão, porque nem sempre o aluno absorve a educação como algo imprescindível para suas conquistas e avanços no contexto social. Por essa e outras razões, são sérias as conseqüências na vida do sujeito aprendiz, por não usufruir desse direito e dos benefícios que o ensino proporciona. Ao tratar da permanência dos estudantes em seus estudos, diversos estudiosos discutem o assunto. Um deles é Grosbaum (2001, p. 23) que tem dado III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE ênfase à realização de um ensino baseado em aprendizagens significativas. Ele assim defende a sua tese: A aprendizagem significativa é aquela que é relevante para a vida do aluno, estando articulada com seus conhecimentos anteriores. Nisso é preciso que o professor saiba programar atividades e criar situações adequadas que permitam articular os vários conceitos com os conhecimentos dos alunos. O que se pode perceber é que a presença do professor no processo de aprendizagem é muito significativa. O trabalho motivador que ele pode proporcionar e a realização de atividades didáticas diferenciadas farão a diferença no índice de aproveitamento dos sujeitos aprendizes. Para o sucesso de sua atuação, o professor precisa estar preparado. Freire (2006, p. 21), neste sentido, diz que “o profissional deve ir ampliando seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no mundo, substituindo por uma visão crítica a visão ingênua da realidade.” A realidade do sistema educacional remete à situação da evasão escolar que ocorre por questões negativas no interior e no exterior da escola. A falta de atividades motivadoras, dentre outras situações, no interior da escola, tem sido um dos componentes que dificulta a permanência do aluno nos estudos. A escola, em relação ao seu exterior, não tem tido habilidade suficiente para lidar com fatores que tem propiciado mudança de foco dos alunos em detrimento do processo educacional, bem como às suas perspectivas de futuro. Em relação às causas da evasão escolar, pesquisa realizada por estudantes da UFT – Universidade Federal de Tocantins, do Curso de Letras, 1º Período, Disciplina Sociologia da Educação, deu voz ao clamor de aproximadamente 60 (sessenta) alunos, que estavam cursando o Ensino Médio em 4 (quatro) escolas da rede pública em Araguaína, Estado do Tocantins. Condições socioeconômicas, gênero, gravidez, defasagem de série, escolaridade dos pais foram as principais causas da evasão mencionadas pelos sujeitos da pesquisa. O levantamento fomentado pelos alunos-pesquisadores confirmou os motivos já destacados pela literatura existente como responsáveis por tirar o estudante das salas de aula. Dentre eles, destaque para baixa condição socioeconômica, gravidez, necessidade de trabalhar para ajudar a família e III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE defasagem idade-série. A pesquisa revelou também que aspectos relacionados à relação aluno-escola são extremamente importantes, provocando uma perda considerável entre aqueles que teriam um perfil menos vulnerável e poderiam, teoricamente, continuar estudando. Jovens disseram em entrevistas que a “forçação de barra”, como eles dizem, para exprimir seus sentimentos acerca da pressão proporcionada pela escola, professores e a própria sociedade, a falta de atratividade para as atividades propostas, e a falta de perspectiva para o futuro são fatores que os levam a se desestimularem. Quanto mais se os aperta, mais chance de ele abandonar a escola. Mesmo assim, 41,6% dos evadidos atribuíram a si mesmos a responsabilidade pelas dificuldades, afirmando que poderiam ter se esforçado um pouco mais. Quanto à falta de atratividade, os evadidos entrevistados disseram ser preciso ter-se uma escola mais atraente. Não em termos de estrutura física, e sim em termos de “algo mais”. Aula diferente, como dizem, que proporcionem atividades extracurriculares, aulas mais práticas ou que apresentem exemplos do cotidiano para o conteúdo disponibilizado e a utilização de materiaisque facilitem o aprendizado. De acordo com os dados apurados pelos estudantes-pesquisadores, os evadidos que mais mencionaram a necessidade de uma escola mais dinâmica foram os primeiros a abandonar os estudos. Dos dados coletados e da impressão obtidos pelos estudantes- pesquisadores, o resultado é de que o evadido não se apercebia do quanto o estudo é importante para o seu futuro. A pesquisa revelou que o sujeito da pesquisa, sem consciência da importância do estudo em suas vidas, não tem tido oportunidades no mercado de trabalho. Da mesma forma, a intenção de cursar a universidade. A Pesquisa Cientifica da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Araguaína, em termos de evasão escolar e o resgate de evadidos, é a primeira iniciativa na cidade de que se tem conhecimento. Foi desenvolvida em um período de 2 anos, por acadêmicos do 1° Período de Letras, da disciplina de Sociologia da Educação, com uma seqüência de trabalho de 6 meses para cada uma das 4 turmas participantes. A mesma foi coordenada pelo Prof. Mestre Plinio Sabino Sélis, com o apoio dos monitores de Sociologia da Educação, Evânia Soares Rippel e Fernando Almeida da Costa, ambos do Curso de Letras. O objetivo da Pesquisa foi o de identificar as causas da evasão escolar no ensino médio em Araguaína/TO, sendo que os dados foram coletados e III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE sistematizados para constarem em artigo cientifico. Já o método utilizado foi o da pesquisa qualitativa, por meio de estudos de caso, tendo por suporte teórico para a coletas das informações a teoria sociológica de Anthony Giddens, que trata da diferença entre o olhar da imediatidade e do olhar sociológico, além de Norbert Elias e o seu Processo Civilizatório, eixo norteador da pesquisa. A investigação e coleta de dados aconteceram em quatro escolas públicas do ensino médio de Araguaína/TO, aqui identificadas por Escola X, Escola Y, Escola Z e Escola W. Essas unidades escolares apresentaram praticamente as mesmas características físicas com 8 a 12 salas de aula, biblioteca, laboratório de informática, teleposto (videoteca), entre outros espaços. O público-alvo caracterizou-se por uma clientela oriunda do próprio setor em que se encontra instalada a Unidade Escolar e de setores vizinhos, sendo de família de baixa renda e com necessidades econômicas e afetivas. Para a realização da pesquisa, foram utilizados instrumentos como formulários para a coleta de informações sobre a escola e sujeitos da pesquisa, além de questionários por ocasião do contato com os mesmos. A metodologia empregada foi a qualitativa, por se constituir a pesquisa em estudo de caso. A técnica utilizada foi a da observação direta intensiva, em que se realizaram a observação e a entrevista. As atividades foram desenvolvidas em etapas: 1-º e 2º semestres de 2010; e 1º semestre de 2011. No primeiro semestre de 2010, foi proposta a elaboração do Projeto de Pesquisa e Extensão sobre causas da evasão escolar no ensino médio de Araguaína/TO, bem como a revisão da literatura. No segundo semestre de 2010, foi realizada a execução do projeto, em sua primeira fase, por meio da leitura do projeto e da revisão da literatura. Nesse período, os estudantes-pesquisadores investigaram e coletaram dados sobre o histórico da escola-campo, dos sujeitos da pesquisa, mediante contato direto, e das causas da evasão escolar. No primeiro semestre de 2011, executou-se o projeto em sua segunda fase, por meio de leituras do projeto, da revisão da literatura, histórico da escola-campo e dos sujeitos da pesquisa; e de pesquisa de campo sobre causas da evasão escolar na escola-campo. Nesta etapa, aconteceu também a análise dos dados coletados sobre as causas da evasão escolar ditas pelos sujeitos da pesquisa, os evadidos, bem como a elaboração e redação do resultado final. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE RESULTADOS E DISCUSSÕES Os fatores básicos em relação à evasão escolar configuram-se na gravidez na adolescência, violência e o trabalho, doméstico ou não, como empecilhos para a freqüência escolar. E, ainda, o caso das drogas que tem sido causa do afastamento dos jovens, principalmente do sexo masculino. E quanto às jovens do sexo feminino, a grande incidência de prostituição. A pesquisa realizada demonstrou serem várias as causas da evasão escolar. A necessidade do trabalho foi o tema mais destacado pelos sujeitos da pesquisa. Outro fato foi o da gravidez indesejada gerando vergonha e desmotivação, além de não ter com quem deixar a criança. E, ainda, o fator saúde. Há que se relatar, também, a questão de horário das aulas incompatível com o horário de trabalho, além da prática pedagógica inadequada de professores. Dos sujeitos da pesquisa (N=60), que caracterizavam a população, foram selecionados aleatoriamente doze (n=12) para as entrevistas e acompanhamento em suas casas. Desses sujeitos, seis deles demonstraram interesse em retornar aos estudos. A partir daí, os estudantes-pesquisadores destinaram toda a atenção a eles. Dos seis sujeitos, três retornaram aos estudos, um deles matriculando-se em curso modular, oferecido pela municipalidade; e os outros dois retornando à escola de origem. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização da pesquisa demonstrou que da análise feita acerca dos dados co3letados e analisados, é possível demonstrar grande preocupação, ao menos, com dois aspectos. Um relacionado às condições sócio-econômicas que caracterizam o ambiente dos alunos, envolvendo educação e ocupação dos pais, renda familiar, estado nutricional do estudante e conhecimento prévio. Outro que diz respeito à distância cultural entre a escola pública e sua população majoritária, pela insuficiência de material didático, conteúdos e linguagem, além da inadequada prática pedagógica. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE Os objetivos foram alcançados. Causas da evasão escolar foram detectadas in loco, com o olhar não da imediatidade, e sim sociológica, portanto mais profunda. A Operação Resgate foi satisfatória ao que se estabeleceu como meta: o resgate, ao menos, de um dos sujeitos da pesquisa. E o resultado apontou para o resgate de três deles. Os resultados a que se chegou deixam um campo aberto a outras iniciativas na mesma área, como, por exemplo, o redimensionamento dos fatores intra- escolares como minimização dos efeitos da evasão escolar. O que se quer dizer é que o enfrentamento da questão evasão escolar depende, em grande parte, de transformações internas dos mecanismos escolares, desde a revisão dos objetivos, passando pelas práticas de ensino, até o procedimento de avaliação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. IBGE. Situação da Educação no Brasil na última década do século XX. Disponível em XX. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html>, acessado em 13 fev 2012. CARDIM, P. A. G.. O professor como elo entre a escola e o estudante: como evitar a evasão, em: COLOMBO, Sonia Simões; RODRIGUES, Gabriel Mario (orgs.). Desafios da gestão universitária contemporânea. Porto Alegre,RS: Artmed, 2011. CRETELLA Jr., J. (1991/93), Comentários à Constituição Brasileira de 1988. Rio de Janeiro, Forense, V. 2 (2. ed. 1991) e V. 8 (2. ed. 1993). ELIAS, N. O Processo Civilizador: Uma história dos costumes. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro,RJ: Jorge Zahar, vol. 1, 1990. FREIRE, P. 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