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Daniel Rodrigues-M33 1) Conhecer o conceito, a epidemiologia, agentes etiológicos de acordo com a faixa etária, formas de transmissão e apresentações clínicas das meningites Conceito • A meningite é uma doença inflamatória das leptomeninges (pia-máter e aracnoide) que acomete esses envoltórios e o espaço subaracnoideo, o qual contém o líquido cerebrospinal • O processo é craniespinal, comprometendo o sistema ventricular, o canal vertebral e as cisternas da base do crânio, e pode acometer os nervos cranianos Epidemiologia • No Brasil, as principais ocorrências de meningite bacteriana, de relevância para a saúde pública, são as causadas por N. meningitidis (meningococo), S. pneumoniae (pneumococo) e Hib • O pneumococo é a segunda maior causa de meningite bacteriana no Brasil. Também é responsável por outras doenças invasivas, como pneumonia, bacteremia, sepse e doenças não invasivas, como otite média, sinusite, entre outras • No Brasil, as crianças de até 2 anos de idade são as mais acometidas pela meningite pneumocócica. É caso de notificação compulsória imediata • As meningites virais podem ocorrer casos isolados e surtos principalmente relacionados aos enterovírus Agentes etiológicos de acordo com a faixa etária Os principais agentes bacterianos causadores de meningite são: • Neisseria meningitidis (meningococo): No Brasil é a principal causa de meningite bacteriana • Streptococcus pneumoniae (pneumococo): Bactéria gram-positiva com característica morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. É alfa-hemolítico e não agrupável • Haemophilus influenzae: Bactéria gram-negativa. O H. influenzae, desprovido de cápsula, se encontra nas vias respiratórias de forma saprófita, podendo causar infecções assintomáticas ou doenças não invasivas, tais como bronquite, sinusites e otites, tanto em crianças quanto em adultos. Em relação a prevalência da bactéria com a idade: • A meningite no recém-nascido e no lactente de até três meses é ocasionada mais frequentemente pelo Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B), pela Listeria monocytogenes e por bactérias Gram-negativas entéricas, por exemplo: Escherichia coli (principal), Enterobacter spp., Klebsiella pneumoniae, Salmonella enteritidis. • Dos 3 meses aos 18 anos, os micro-organismos mais frequentes passam a ser a Neisseria Meningitidis (meningococo), o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae tipo b (Hib). • Dos 18 aos 50 anos, o pneumococo se torna mais frequente que o meningococo (que assume a segunda posição no ranking), permanecendo o Hib como o menos frequente dos três. • Em indivíduos > 50 anos, o pneumococo também é o principal agente etiológico de meningite bacteriana, seguido agora pela Listeria e pelos bacilos Gram-negativos entéricos Formas de transmissão e período de incubação • Meningites bacterianas: A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. • Meningites virais: Nas infecções por enterovírus predomina a via fecal-oral, podendo ocorrer também por via respiratória. Manifestações clínicas • Início agudo de febre alta • Mal-estar geral • Prostração • Sinal de Faget Daniel Rodrigues-M33 • Rash Cutâneo hemorrágico (petéquias e equimoses disseminadas) • Cefaleia holocraniana • Rigidez de nuca • Náuseas e vômitos (“em jato”) • Fotofobia • A tríade de febre, rigidez de nuca e alteração de estado mental, que são as manifestações clássicas da meningite bacteriana, acontece em 60% dos casos. • No curso da doença podem surgir delírio e coma • O paciente poderá apresentar também convulsões, paralisias, tremores, transtornos pupilares, hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo. Exame físico para avaliar irritação meníngea • I-Sinal de Kernig (originalmente Köernig): Há duas formas de se pesquisar este sinal: (1) com o paciente em decúbito dorsal eleva-se o tronco, fletindo-o sobre a bacia. Ocorre flexão da perna sobre a coxa, e desta sobre a bacia; (2) com o paciente em decúbito dorsal flete-se a coxa sobre o quadril e o joelho sobre a coxa. Quando o examinador tenta estender a perna, o paciente refere dor. • II-Sinal de Brudzinsk: Flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia ao se tentar fletir a cabeça Conhecer as principais diferenças clínico-laboratoriais entre as principais causas de Meningites (viral, bacteriana e fúngica I-Meningite bacteriana A meningite piogênica é uma infecção aguda por bactérias que provocam resposta imune, composta por células polimorfonucleares no liquor • Recém-nascidos: estreptococos do grupo B e Escherichia coli; • Crianças com menos de 7 anos: Haemophylus influenzae; • Crianças mais velhas: Neisseria meningitidis; • Adultos: Streptococcus pneumoniae (pneumococo). • Em adultos, as principais bactérias causadoras de meningite bacteriana são S. pneumoniae e N. meningitidis. Sendo que a meningite por N. meningitidis é mais rápida e agressiva, causando óbito em poucas horas. Já a meningite por S. pneumoniae é mais lenta, mas apresenta maior mortalidade em longo prazo. • O processo infeccioso pode, ainda, levar a edema cerebral, e os pacientes apresentam um quadro inflamatório, com sinais e sintomas de irritação meníngea • Em relação ao período de incubação, em geral, de 2 a 10 dias, em média 3 a 4 dias • Pode haver alguma variação em função do agente etiológico responsável • As principais complicações são perda da audição, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite bacteriana são: • Punção liquórica • Cultura (padrão ouro) – LCR, sangue, raspado de lesões petequiais ou fezes; • Reação em cadeia da polimerase (PCR) – LCR, soro, e outras amostras; • Aglutinação pelo látex – LCR e soro; • Bacterioscopia direta – LCR e outros fluidos estéreis; • Exame quimiocitológico do líquor • A hemocultura tem sensibilidade considerável na meningite pneumocócica. Sempre deve ser colhida, especialmente em pacientes com contraindicação de punção liquórica • Achados no liquor sugestivos de meningite bacteriana incluem glicose < 45 mg/dL, proteína elevada (não quantitativa) e leucócitos > 1.000/mm3. O nível liquórico de proteína está comumente elevado. a) Meningococcemia aguda • A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela Neisseria meningitidis Daniel Rodrigues-M33 • Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (meningococcemia) • A infecção inicia-se com um pródromo febril inespecífico, com manifestações das vias aéreas superiores e progride rapidamente para toxemia, febre alta, prostração intensa, deterioração do estado geral, rash cutâneo macular, petequial ou purpúrico, mialgia e artralgia • O exantema decorre de vasculites por lesão endotelial, que podem evoluir para trombose dos vasos acometidos e necrose dos territórios correspondentes • Frequentemente ocorrem isquemia de extremidades e outras complicações, como insuficiências renal e respiratória agudas • As adrenais podem sofrer necrose hemorrágica, que se manifesta por insuficiência adrenocortical aguda (síndrome de Waterhouse-Friderichsen) • O exame do liquor muitas vezes é normal pela velocidade da evolução do quadro • A mortalidade é alta – até 20% –, e o quadro pode deixar sequelas, como retardos mental e psicomotor quando acometem crianças pequenas, além de déficit motor, epilepsia e necrose de extremidade b) Tuberculose de sistema nervoso central • 75% dos pacientes com tuberculose de SNC apresentaram tuberculose pulmonar 6 ou 12 meses antes do aparecimento dos sintomas neurológicos • História pessoal de alcoolismo, portadores de doenças malignas e usuários de imunossupressorese imunobiológicos representam grupos de risco para o desenvolvimento da doença • A meningite tuberculosa evolui com sintomas insidiosos e inespecíficos, como cefaleia, febre, mal-estar, letargia, déficit neurológico focal, confusão mental e, algumas vezes, alteração do comportamento • O padrão-ouro para o diagnóstico é a pesquisa direta do Mycobacterium tuberculosis no liquor, pela coloração de Ziehl-Neelsen • A análise liquórica geralmente demonstra aumento na pressão de abertura, pleocitose moderada (500 a 1.000 células) de predomínio linfocitário, podendo apresentar grande quantidade de neutrófilos no início da doença, hipoglicorraquia, hiperproteinorraquia moderada e grande aumento de lactato • O tratamento preconizado para tuberculose cerebral segue esquema padronizado pelo Ministério da Saúde (o esquema básico consiste na administração de medicamentos em doses combinadas fixas, ou seja, 4 em 1 (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) durante dois meses, seguida de 2 medicamentos em 1 (rifampicina e isoniazida) durante quatro meses), ao qual se deve associar prednisona por 4 semanas (1 a 2 mg/kg/dia) ou, nos casos mais graves, dexametasona intravenosa (IV) por 4 a 8 semanas (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), com redução gradual da dose. II-Meningites virais • As meningites virais, em geral, são causadas por enterovírus (echovírus ou coxsackie tipos A e B) • Febre, mal-estar geral, náusea e dor abdominal na fase inicial do quadro, seguidas, após cerca de 1 a 2 dias, de sinais de irritação meníngea, com rigidez de nuca geralmente acompanhada de vômitos • Quando se trata de enterovírus, é importante destacar que os sinais e sintomas inespecíficos que mais antecedem e/ou acompanham o quadro da meningite são: manifestações gastrointestinais (vômitos, anorexia e diarreia), respiratórias (tosse, faringite) e ainda mialgia e erupção cutânea • Quadro é autolimitado, com duração de até 2 semanas • O estado geral é menos comprometido do que nas meningites bacterianas, sem sinais de sepse, choque ou coagulação intravascular disseminada. • Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite viral dependem do agente etiológico: • sorologia (pesquisa de anticorpos IgG e IgM) – soro; • isolamento viral em cultura celular – líquor e fezes; • reação em cadeia da polimerase (PCR) – LCR, soro e outras amostras; • exame quimiocitológico do líquor. III-Meningite fúngica Daniel Rodrigues-M33 • Em relação aos agentes etiológicos, destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies mais importantes a C. neoformans e a C. gattii. • No indivíduo com comprometimento imunológico (Aidss ou outras condições de imunossupressão), a meningoencefalite é aguda, com ampla variedade de sinais, podendo inclusive não haver sinais de irritação meníngea • Nos pacientes com Aids que apresentam cefaleia, febre, demência progressiva e confusão mental, a meningite criptocócica deve ser considerada • No indivíduo imunocompetente, o quadro é exuberante, e os sintomas comumente descritos são: cefaleia, febre, vômitos, alterações visuais, rigidez de nuca • Outros sinais neurológicos, como ataxia, alteração do sensório e afasia, são comuns. Pode ocorrer evolução para torpor ou coma Os principais exames a serem realizados no LCR para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite criptocócica são: • exame micológico direto com preparação da tinta da China; • cultura para fungos – padrão ouro; • aglutinação pelo látex – pesquisa de antígeno (Crag); • exame quimiocitológico do líquor. a) Cryptococcus • A criptococose é a infecção fúngica mais comum do SNC • A infecção pelo criptococo ocorre através da inalação • Cefaleia, muitas vezes acompanhada de sinais de hipertensão intracraniana e papiledema à fundoscopia • A doença pode manifestar-se como meningite ou lesão focal, determinando crise convulsiva, déficit focal e efeito de massa (quando existe criptococoma ou granulomas confluentes). Alguns pacientes podem evoluir com lesões císticas e hidrocefalia • O diagnóstico é feito pelo LCR, que revela aumento da pressão de abertura, pleocitose variável, aumento de proteínas, glicorraquia normal ou leve hipoglicorraquia. As células predominantes são linfomonocitárias • O criptococo é facilmente demonstrável ao exame direto pelo método da tinta da China, por cultura e pela pesquisa do antígeno capsular (látex para criptococo). • O manejo do paciente com meningite criptocócica envolve algumas fases: indução (tratamento de ataque), consolidação e manutenção. O tratamento de indução sempre deverá ser feito com duas drogas: Anfotericina B lipossomal (preferencial) OU anfotericina B complexo lipídico + 5-flucitosina. Por um período mínimo de 14 dias • A terapia de consolidação visa a evitar a reativação do fungo e é feita utilizando fluconazol 400 a 800mg por dia durante 8 semanas. A fase de manutenção visa o controle de “ninhos de Cryptococcus” com o uso de fluconazol em doses menores (400mg). Para meningites em formas isoladas, sua duração é recomendada de 6 a 12 meses. Quando há doença pulmonar, óssea ou difusa associada, a supressão em fase de manutenção deverá ser feita por 12 meses ou mais. • O uso de corticosteroides não é recomendado no manejo de meningite criptocócica V-Diagnostico laboratorial Daniel Rodrigues-M33 • O diagnóstico laboratorial das meningites é realizado através do estudo do líquido cefalorraquidiano, sangue e raspado de lesões petequiais, quando se suspeitar de meningococcemia e doença meningocócica • O diagnóstico das meningites virais também pode ser realizado através da urina e fezes • Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são: a. Exame quimiocitológico do líquor: Permite a contagem e o diferencial das células e as dosagens de glicose e proteínas do LCR. O liquor normal apresenta até 4 células/mm3, sendo constituído de linfócitos e monócitos. Em casos de meningite bacteriana, a contagem celular é maior do que 500 células, com predomínio de neutrófilos (> 70%). O valor da glicose no LCR é maior do que 2/3 do valor do sangue. Um método mais confiável de avaliar a glicose do liquor é relacioná-la a do soro (glicose liquórica/glicose do soro). Em meningites bacterianas ocorre hipoglicorraquia, representada por glicose inferior a 40 mg/dl ou por uma relação inferior a 0,40, este último método sendo mais confiável. b. Coloração do líquor: o liquor normal é límpido e incolor como “água de rocha”. O aumento de elementos figurados (células) causa a turvação no LCR, variando sua intensidade de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos. Os neutrófilos degenerados geralmente o tornam turvo e de aspecto purulento. c. Pressão de Abertura (Opening Pressure): deve ser medida com o paciente em decúbito lateral. Em adultos a pressão normal situa-se abaixo de 18 cmH2 O. Na meningite bacteriana, os valores estão acima de 18 cmH2O em 90% dos casos d. Aglutinação pelo látex (líquor e soro): detecta o antígeno bacteriano em amostras de LCR e soro, ou outros fluidos biológicos e. Bacterioscopia direta (líquor): pode ser realizada a partir do LCR e outros fluidos corpóreos normalmente estéreis e de raspagem de petéquias. A coloração do LCR pela técnica de Gram permite, ainda que com baixo grau de especificidade, caracterizar morfólogica e tintorialmente as bactérias presentes f. Cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes): É considerado padrão ouro para diagnóstico da doença meningocócica, por ter alto grau de especificidade. g. Contraimunoeletroforese: pesquisa de antígenos no LCE e soro. Conhecer o manejo clínico das meningites • Todo paciente com suspeita de meningite deverá ser submetido à punção liquórica se não houver contraindicação • Esta só é contraindicada na suspeita de hipertensão intracraniana (paralisia de nervos abducente e oculomotor,hipertensão, bradicardia, irregularidade respiratória ou apneia, decorticação e descerebração, estupor e coma ou papiledema), instabilidade hemodinâmica grave ou infecção na pele no local da punção • Apesar de recomendada, sempre que possível, nas situações a seguir a TC de crânio é mandatória antes da punção a fim de evitar herniação: • Imunossupressão – infecção pelo HIV, terapia imunossupressora, transplante de órgãos sólidos ou células- tronco; História de doença do SNC – lesão com efeito de massa, acidente vascular cerebral ou infecção focal; • Crise convulsiva nova – com 1 semana de apresentação; • Papiledema; • Alteração no nível de consciência (escala de coma de Glascow <10) • Déficit neurológico focal. • Trombocitopenia é uma contraindicação relativa caso as plaquetas estejam entre 10.000 e 70.000 e absoluta se < 10.000/mm3. Nesses casos, é iniciada a terapia antimicrobiana empírica, e a punção é feita quando possível. • Independentemente da realização da punção lombar, se existir suspeita clínica de meningite bacteriana aguda, deve-se coletar duas hemoculturas urgentemente • Após a coleta das hemoculturas e da eventual punção lombar, deve-se iniciar dexametasona 0,15 mg/kg/dose, de preferência 15 a 20 min antes da administração da primeira dose da antibioticoterapia empírica, ou no máximo concomitantemente. A dose usual de dexametasona para adultos é de 8 a 10 mg por via intravenosa (IV), de 8/8 h, e deve ser mantida por 4 dias • Se a análise do LCR for compatível com meningite viral aguda, o tratamento geralmente se restringe ao suporte clínico I-Meningite bacteriana aguda (MBA) Daniel Rodrigues-M33 • Preconiza-se o uso sistemático de glicocorticoides em todas as formas de meningite bacteriana aguda, visando reduzir a inflamação no SNC e, desse modo, a chance de óbito e sequelas neurológicas • Deve ser iniciado 15-30 minutos antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, junto com a 1ª dose do antibiótico. • O esquema classicamente empregado é: dexametasona 10 mg IV 6/6 horas por 4 dias. Se utilizarmos a dexametasona para a meningite por pneumococo resistente à penicilina, a rifampicina deve ser acrescentada ao esquema, uma vez que os glicocorticoides diminuem a penetração da vancomicina no sistema nervoso central • Para adultos sem fatores de risco, é recomendado o uso de cefalosporina de terceira geração (ceftriaxone) • Para pacientes idosos a associação com ampicilina é necessária para a cobertura da Listeria monocytogenes • Para pacientes com fratura de base de crânio, o uso de cefalosporina de terceira geração é suficiente • Para pacientes que sofreram traumas penetrantes, foram submetidos a neurocirurgia recentemente ou são portadores de derivação ventriculoperitoneal, é necessário cobrir patógenos Gram-positivos e bacilos Gram- negativos com vancomicina associada a cefalosporina com cobertura para Pseudomonas aeruginosa ou a carbapenêmico (preferencialmente meropeném) • De 3 meses a 18 anos→ Ceftriaxona + (Vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes) • De 18 anos a 50 anos→ Ceftriaxona + (Vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes) • Mais de 50 anos→ Ampicilina + Ceftriaxona + (Vancomicina em áreas com mais de 2% de pneumococos altamente resistentes) Recomendação de antibioticoterapia, segundo etiologia II-Meningite viral • Na maioria das vezes é de suporte (analgésicos e antitérmicos), com reposição hidroeletrolítica e controle das convulsões, quando presentes • Tratamentos específicos somente estão preconizados para a meningite herpética (HSV 1 e 2 e VZV) com aciclovir endovenoso. III-Imunização São utilizadas na rotina para imunização de crianças menores de 1 ano. Daniel Rodrigues-M33 IV-Quimioprofilaxia contactantes • A quimioprofilaxia somente está indicada para contatos próximos de casos suspeitos de doença meningocócica (Neisseria meningitidis) e meningite por Haemophilusinfluenzae • Ressalta-se que a quimioprofilaxia dos contatos de casos de meningite por H. influenzae somente está indicada se no domicílio houver criança menor de 4 anos não vacinada ou parcialmente vacinada, ou com criança imunocomprometida independentemente da situação vacinal • Em creches e escolas maternais, está indicada quando dois ou mais casos ocorrem em um intervalo de 60 dias. Nessa situação a quimioprofilaxia deve ser prescrita para todas as crianças, independentemente da idade ou status vacinal e para os cuidadores. Referências bibliográficas Daniel Rodrigues-M33 Clínica médica na prática diária / Celmo Celeno Porto, coeditor Arnaldo Lemos Porto. - 2. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2022 Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022 Infectologia: Bases clínicas e tratamento / Reinaldo Salomão - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017
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