Buscar

Ética e a filosofia moral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA1 
PRIMEIRA PARTE: DESCRIÇÃO DA ÉTICA 
1° Parágrafo: 
· a ética é uma das áreas que mais tem sido estudada no campo da filosofia, especialmente para entendermos nossas ações e cotidiano
· hoje, muitas profissões tem seu próprio código de ética (princípio de orientação), e, apesar disso, estamos vivendo numa crise ética (na política, governo ou relacionamentos)
2° e 3 Parágrafo: 
· significado da ética (→ deu origem a palavra “moral”): conjunto de costumes, hábitos e valores de uma determinada sociedade adotados historicamente por uma sociedade (o certo/errado, proibido/permitido), introduzindo, assim, uma noção de dever, que restringe a liberdade inata do homem, já que faz com que suas ações tenham uma base de valores éticos (deve agir eticamente) 
4° Parágrafo:
· a ética não pode ser vista dissociada da realidade sociocultural → o que em algum momento pode ter sido considerado ético hoje pode não ser (ex: poligamia/ sacrifícios) 
5° Parágrafo:
· separação da ética em 3 dimensões 
1) sentido básico: conjunto de costumes, normas e hábitos de um povo
2) sistema de sentido prescritivo/normativo: conjunto de preceitos que ditam valores/ deveres → códigos de ética
3) sentido reflexivo/filosófico: teorias filosóficas da ética (utilitarismo, ética da responsabilidade, etc) 
SEGUNDA PARTE: CRISE ÉTICA
 6° Parágrafo:
· crise da ética → possivelmente com um início mais antigo, na perda de referência de determinados valores e normas no início do período moderno → crise do cristianismo e descobrimento da América (conhecimento de povos com outras culturas) levou a uma pluralidade de crenças e valores, que colocou em questão a relatividade dos valores éticos 
TERCEIRA PARTE: AÇÃO E POSTURA ÉTICA
7° Parágrafo:
· a ética aborda a vida concreta → autores como Kant e Platão tiveram como ponto de partida para suas teorias o momento histórico pelo qual eles estavam passando → levantaram questões e respostas com valores universais, com um alcance irrestrito a época, podendo ser utilizados até hoje como fonte de aprendizagem no modo de argumentar e formular o pensamento, adotando uma postura crítica 
8° Parágrafo:
· reflexão ética vem como necessidade de algum momento de crise o dilema
· a partir da concepção de crítica, é possível considerar uma ação ética como transparente e universal, ou seja, o autor tem que ser capaz de explicar seus motivos e justificá-los, além de aceitar que aquela ação fosse plausível com ele também
9° Parágrafo:
· este princípio ético evita a dualidade/dicotomia da ética para “fins internos” (lidar com o seu grupo/família) e “fins externos” (lidar com outras pessoas) 
10° Parágrafo: 
· atitude ética não deve admitir dicotomia: o indivíduo deve agir de modo igual nos dois planos 
QUARTA PARTE: NOVAS QUESTÕES ÉTICAS
11° Parágrafo:
· “novo” interesse pela ética pela questão da bioética e ecologia 
12° Parágrafo:
· bioética: disciplina que trata dos problemas éticos relacionados à vida humana, atualmente ligado às descobertas na medicina, biologia e engenharia genética, como barriga de aluguel e clonagem 
13° Parágrafo:
· ecologia: suscitou uma revisão dos nossos parâmetros habituais → cultura do progresso e desenvolvimento advinda da rev. industrial trouxe novos problemas, por um tempo negligenciados, de que é nossa responsabilidade ética o cuidado com a natureza e o futuro das nossas vidas/dos demais 
Convite à filosofia: Cap 5 (A filosofia moral) → Marilene Chauí 
→ Ética ou filosofia moral: 
· Toda cultura/sociedade institui uma moral/conduta válida para todos os seus membros
· “A simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética”
· Ética: reflexão que discute, problematiza e interpreta o sentido dos valores morais 
· Início: Sócrates → iniciou a busca filosófica da virtude e do bem → questiona os atenienses sobre os valores nos quais eles acreditavam (indagava sobre a essência de suas virtudes e costumes) → revelavam que eles não pensavam no que diziam e no que lhes era ensinado, já que cada um interpreta de sua maneira e nunca sabia justificar (ignoravam as causas ou as razões pelas quais valorizavam certas ações/pessoas) → confundiam valores morais com fatos da vida cotidiana (somos formados por nossas condições) → Sócrates trabalha com ambas as definições em suas indagações: 
ethos
ética (c/ eta)
ética (c/ epsilon) 
costumes → valores da coletividade 
reflexão sobre a moral → caráter das pessoas
moral 
· Inauguração da ética leva à definição da consciência do agente moral → sujeito ético moral: conhece os significados das suas intenções, ações e essência dos valores
 saber prático → só existe como consequência das nossas ações
Aristóteles
saber teórico → seres agem independente de nós
Práxis → agente/ação/finalidade são inseparáveis → somos o que fazemos → ÉTICA
Técnica → agente/ação/finalidade são separáveis → fabricação da ação diferente do agente
· Aristóteles → ação ética = virtude (bem e obrigação) + escolha + deliberação + decisão → se o curso segue leis universais e necessárias, não há como nem porquê escolher → deliberamos apenas sobre o possível, sobre o que pode ser ou deixar de ser → consciência moral ligada à vontade guiada pela razão
· Cria uma condição para as outras virtudes = prudência (atitude com finalidade ética)
· 3 princípios da vida moral:
1) Seres humanos aspiram pelo bem, o que só pode ser alcançado com atitudes virtuosas
2) Virtude é uma força interior guiada pela razão, que controla os instintos e impulsos racionais, com objetivo no bem
3) O agente sabe = não se deixa mudar pelos desejos/ instintos à sujeito ético não se submete à sorte
· Ética tem como função a educação de nosso caráter, tornando um sujeito virtuoso com valores coletivo
· Aspectos:
1) Racionalismo: agir conforme a razão, seguindo o bem
2) Naturalismo: agir conforme a natureza
3) Inseparabilidade entre ética e política: entre a conduta do indivíduo e valores da sociedade (onde se encontra a liberdade)
→ O cristianismo: interioridade e dever 
· Deus cristão relaciona-se com o indivíduo → vida ética é uma relação interior, não com a sociedade 
· Virtudes: 
1) a ideia de virtude se define pela relação com Deus e não com a cidade 
2) somos dotados de livre arbítrio e essa liberdade nos dirige para o mal (transgressão das leis divinas) 
· Vida ética passa a se apoiar na lei divina revelada, instrumento que DEVE ser obedecido à como o homem é por si e em si, incapaz de realizar o bem, surge o conceito da ética como dever à humanos devem reconhecer a vontade de deus e obedecê-las, como atos de dever
· à Transição para o Renascimento:
· continuação da ideia de dever, apesar de não ter mais a ver com a fundamentação religiosa:
1) conduta moral/ética se realiza de acordo com regras
2) condutas imorais são contra as regras
3) condutas indiferentes à moral (sem bom e mau não tem regras)
· somou-se a ideia de intenção à no cristianismo, a ética era sobre as ações visíveis e passa a ser sobre as invisíveis, também
Os elementos da filosofia moral (Rachels) à O que é moralidade? 
→ O problema da definição:
· A filosofia moral é o estudo da moralidade é e o que ela requer de nós à “como devemos viver e por quê”
→ Primeiro exemplo: Bebê Theresa
· criança com anencefalia à morreria cedo e nunca poderia ser consciente → seus pais doaram seus órgãos para transplantes imediatos, porém os órgãos não foram utilizados porque a lei não permitiu
1) argumento do benefício: seria possível beneficiar mais gente → mesmo que Theresa ficasse viva por mais alguns dias, ela não teria capacidade de pensar e ter uma vida (não era bom para ela)
2) argumento de que nós não devemos usar as pessoas como meios: envolve o valor da autonomia, porém Theresa não tem autonomia, de modo que esta não seria violada (não consegue escolher o que é melhor para ela, já que não pode tomar decisões)
3) argumento da incorreção de matar: o novo padrão para o fim da vida é a “morte cerebral”, de modo que, se a reajustássemos, entraríamos na teoria de que bebês anencefálicos já nascemmortos
→ Segundo exemplo: Jodie e Mary
· gêmeas siamesas que a única chance de sobrevivência de uma delas seria uma operação na qual a outra morreria à pais foram contra, porém os médicos a fizeram
1) argumento de que deveríamos salvar tanto quanto podemos
2) argumento da santidade da vida humana: ao salvar uma, estaríamos apressando a morte da outra à objeções (quando pode matar um inocente):
1. se o humano inocente não tem futuro pois irá morrer logo
2. humano inocente não tem escolha de continuar vivendo (não tem desejos)
3. essa morte salvará outras, que terão uma vida completa
→ Terceiro exemplo: Tracy Latimer
· garota com paralisia cerebral foi morta pelo seu pai
1) argumento da incorreção da discriminação contra os deficientes: a ação, para outros, pareceu um ato de discriminação, porem o pai afirma que foi apenas para não prolongar o sofrimento de uma vida sem esperança 
2) argumento da lareira escorregadia: a ação poderia inspirar outras atitudes iguais de pessoas tentando tomar controle das vidas dos outros, porem é difícil fazer previsões, especialmente sobre o futuro
→ Razão e imparcialidade
1) Raciocínio moral: Julgamentos morais devem ser baseados em boas razões à não podemos confiar em nossos sentimentos, já que eles podem ser irracionais e os sentimentos variam de pessoa para pessoa à “a coisa moralmente certa a se fazer é sempre a coisa melhor fundamentada por argumentos” à a lógica dos argumentos tem que ser aceita por todos (foge do gosto pessoal) à raciocinar moralmente = discernir a diferença entre os bons e maus argumentos
- Primeiro: destacar os fatos em questão (existem independente de nossa vontade)
- Segundo: aplicação dos princípios morais a casos particulares (EX: que nós não devemos usar as pessoas)
- um bom argumento é aquele que tem pressupostos verdadeiros e a conclusão segue logicamente deles 
2) Requerimento da imparcialidade: interesses individuais de todos são igualmente importantes (ninguém merece tratamento especial) à se não há bons motivos para tratar as pessoas diferentemente, então a discriminação é inaceitavelmente arbitrária
→ Concepção mínima de moralidade (ÉTICA)
· a moralidade é o esforço de guiar as condutas com base na razão e tentando levar em conta os interesses de todos aqueles afetados pela decisão
· Agente moral: disposto a agir com os resultados de sua deliberação (base racional e conta com os interesses de todos) 
Princípios da moral e da legislação (Bentham) 
→ Cap 1: O princípio da utilidade
· O homem é dominado pela dor e pelo prazer, que apontam aquilo que devemos fazer e o certo/errado, permanecendo sujeito à eles em todos os momentos 
· Princípio da utilidade: reconhece esta sujeição e a coloca como fundamento da busca da felicidade através da razão e da lei, esta precisando ser geral para formar argumentos constantes e coerentes 
- aprova qualquer ação que tende a aumentar a felicidade (ou diminuir a dor) da comunidade em questão (soma dos interesses de todos os indivíduos dela) ou do próprio indivíduo (soma de seus prazeres), sendo que o governo baseia-se no princípio, com leis ou ditados de utilidade (união dos prazeres individuais e o bem público) 
- ação que deve ser praticada = deveria, reto, errado 
- o princípio que se utiliza para demonstrar todas as outras coisas mas que não pode ser demonstrado 
- refutar a razão desse princípio com argumentos consistentes se mostra uma tarefa impossível → passos para quem tenta: buscar argumentos concretos e determinar em que princípios eles se baseiam, determinando se eles poderiam ser considerados uma norma padrão (para não ser certo hoje e errado amanhã e nem levar ao anarquismo) → se essa reflexão tiver outra base que não a utilidade dos atos, qual é esse motivo? se esse motivo não for concreto, para que serve outro princípio se não a utilidade? 
→ Cap 2: Princípios contrários os da utilidade
· qualquer princípio diferente do da utilidade está errado à para mostrar que está errado, é necessário apenas mostrar que é diferente do da utilidade, podendo diferir de duas maneiras:
1) Princípio do ascetismo (é constantemente contrário)
· aprova qualquer ação que tem como tendência diminuir a felicidade do interesse em jogo → parte do princípio que certos prazeres, a longo prazo, geram como consequência dores maiores ainda → aplicação errada da utilidade →impossível de ser seguido com constância (planeta viraria um inferno) 
2) Princípio da simpatia e antipatia (às vezes contrário e as vezes não)
· aprova/desaprova uma ação na medida que ela aumenta ou diminui a felicidade dos indivíduos simplesmente pelo fato de estar disposto à aprová-las/desaprová-las → nega a necessidade de qualquer fundamento, ou seja, é a negação de qualquer princípio, já que o esperado, e não cumprido por este, é se aponte algum critério externo para basear os julgamentos (uso das convicções como fundamento e a norma em si mesma) 
· todo homem está disposto a odiar a razão de seu sofrimento, porém essa não é uma razão constante 
· “tudo que eu me sentir propenso a condenar, por esta simples razão, esta errado” → grau de punição de acordo com o grau de desaprovação → peca or severidade excessiva (numa diferença de gosto ou opinião sempre teria motivo para punir)
· muitos princípios têm a mesma base, de fugir da norma externa e da razão 
· Há duas coisas que se confundem: o motivo/causa que leva à ação e o fundamento/razão que leva à aprovação da ação → a ação gera efeitos que, se aprovados, muitas vezes se confundem com o motivo (fundamento) que nos levou à aprovação → antipatia é a causa de uma ação que se espera efeitos bons, porém não a torna um fundamento reto da ação (ainda mais porque muitas vezes produz ainda piores efeitos) 
· * Princípio teológico: um ou outro dos três princípios → é a norma externa, baseada na vontade de Deus (vontade presuntiva) 
· OU SEJA: o único fundamento correto é o da utilidade → constitui uma única razão que explica porque diversas ações foram/devem ser praticadas → não admite outra norma reguladora diferente de si mesmo (diferentemente da antipatia, que precisa ser regulada)
→ Cap: 4: Método para medir o prazer e a dor
· evitar a dor = objetivo à instrumentos: prazeres e dores à qual seu valor?
· parar uma pessoa considerada em si mesma, o valor é calculado, na avaliação de um prazer ou uma dor:
1. sua intensidade
2. sua duração
3. sua certeza ou incerteza
4. Sua proximidade no tempo/longinquidade
· Quando esse valor for considerado para avaliar a tendência de um ato (pelo qual o prazer e a dor são produzidos), são necessárias outras circunstâncias (não são propriedades do prazer/dor por si mesmo, e sim do ato, sendo considerada apenas na análise de tendência do evento):
5. sua fecundidade à probabilidade que o prazer/dor tem de ser seguido por outra ação de prazer/dor
6. sua pureza à probabilidade que o prazer/dor tem de não ser seguido por outra ação de dor/prazer
· para um número de pessoas, o valor é calculado, na avaliação de um prazer ou uma dor:
1. sua intensidade
2. sua duração
3. sua certeza ou incerteza
4. sua proximidade no tempo/longinquidade
5. sua fecundidade
6. sua pureza
7. sua extensão à número de pessoas afetadas pelo prazer/dor
· avaliação exata da tendência de qualquer ato na coletividade: começar por uma pessoa cujo interesse foi afetado
1. valor do prazer produzido
2. valor da dor produzida
3. fecundidade do “prazer primeiro” e a impureza da “primeira dor”
4. fecundidade da “primeira dor” e a impureza do “prazer primeiro”
5. balanço da soma dos prazeres e das dores dessas pessoas
6. repetir o processo acima com todas as pessoas afetadas, somando as boas tendências (prazer) e as más (dores) à procede o balanço
· método não pode ser seguido antes de qualquer avaliação moral/legal/judicial, mas pode ser medido diante dos olhos, se aproximando da exatidão
· processo pode ser aplicado a qualquer tipo de prazer (BEM à causa/instrumento do prazer à proveito, conveniência, vantagem, benefício) ou de dor (MAU à oposto do bem à prejuízo, inconveniência,desvantagem, perda, infelicidade)
· visão que representa perfeitamente a experiência dos homens à ex: valor de uma propriedade como medido pela quantidade de felicidade que ela gerará
Ética e utilitarismo (Peluso sobre Bentham) 
→ Introdução:
· Membros do utilitarismo (moralismo britânico) desejavam encontrar soluções que permitissem erradicar a miséria e o sofrimento social na Grã-Bretanha → Bentham transforma a tarefa de combate à miséria como motivo de ação de todos os indivíduos = defende que o princípio que rege a ação de todos os indivíduos e da sociedade é “a busca da maior felicidade para maioria” = busca pelo prazer e fuga da dor → estabelece uma relação entre o agente e a dor, já que ele é responsável pela eliminação do segundo = se torna motivo moral da ação de todos 
· ENTÃO: “princípio da utilidade” é reduzido à “maximização das felicidades” e à “minimização dos sofrimentos” (seria essa a força que move os homens) → luta contra o sofrimento (combate à miséria) tem um significado moral 
→ O Utilitarismo clássico e os fundamentos da Moral Social 
· séc XVIII: surgimento da primeira escola de pensamento filosófico do mundo Anglo-Americano, num mundo onde o Capitalismo emerge como uma nova forma de relação entre os indivíduos inseridos no processo de produção (revolução industrial) → mentalidade se torna individualista, porém, o Utilitarismo não é um conjunto de teses originais, mas sim um sistema colhido e sistematizado por Bentham de teses já criadas → elaboração de um conjunto de teorias reunidas em torno da figura do Bentham 
· Objetivo: propor reformas de ordem prática que facilitasse e sistematizasse a solução de problemas sociais → transforma a ética na ciência da conduta humana, considerando os meios (objetivo, motivo, causas que levam o ser humano a agir → fatos envolvidos nas ações humanas), sendo o motivo único que impele os homens a agir é a busca pelo prazer e a eliminação da dor 
· A utilidade (propriedade segundo a qual algo pode produzir prazer) existe independente do sujeito + comunidade constitui um corpo fictício → interesse coletivo (utilidade pública) é a soma dos interesses individuais, sendo o foco do legislador, que faz isso por meio de recompensas e punições → “maior felicidade para o maior número de pessoas” 
· Essa simpatia (coincidência) entre os interesses individuais e coletivos leva a crer que o prazer e a dor são as mesmas para todos os indivíduos, apesar de às vezes haver uma associação diferente entre as ideias que levam ao prazer, além disso, fica a conclusão de que prazer leva ao prazer e o sofrimento ao sofrimento → prazer máximo é coletivo, com o mínimo de dor 
· o bem estar coletivo se torna uma questão moral e as reformas sociais se tornam um compromisso moral que cada indivíduo tem de minimizar o sofrimento (se fizerem isso, tem direitos) → critica a ordem estabelecida e advoga reformas sociais e defende a ideia de que leis são revogáveis e aperfeiçoáveis 
→ Bentham e o Princípio da Simpatia dos Interesses
· Bentham pretende que todos os modelos éticos foque num objetivo, que se resume à busca do prazer e da minimização da dor 
· princípio da utilidade sendo um princípio primeiro, que não pode ser provado por si mesmo, a não ser de forma indireta (como para argumentar contra o próprio princípio, o que serve para utilidade, voltando para ele) 
· Ética é uma ciência objetiva do comportamento humano, com o cálculo dos prazeres e das dores que determina a ação moralmente correta por meio de sete variáveis: 
1) intensidade: percepção de prazer e dor
2) duração: espaço contável no tempo
3) certeza: garantia de que a ação consequente é de prazer/dor 
4) proximidade: distância temporal entre a ação e sua consequente 
5) fecundidade: probabilidade da ação consequente ser de prazer e dor 
6) pureza: probabilidade da ação consequente não ser seguida de prazer e dor 
7) extensão: número de pessoas afetados pela dor/prazer
· exige objetividade e exatidão → moralista e legislador contabilizam a moral por meio desses instrumentos de cálculo 
· ser humano é sempre controlado por certos princípios, buscando a felicidade e a razão indica as práticas que levariam a maximização desse princípio = há, portanto, um mecanismo invisível de regulação de todas as ações → quem faz o que deve segue os princípios e aquele que infringe as regras contraria os princípios éticos → é uma pseudo-ação, já que uma ação humana ética é apenas considerada assim se ela foca na maior felicidade para a maioria 
· todo agente moral é responsável pelo sofrimento associado à sua ação → sociedade é responsável pelo sofrimento associado à sua organização → sociedade organizada para o bem é a que foca na felicidade coletiva 
→ Os princípios fundamentais da ética 
· Seu projeto ético, então, é baseado em princípios fundamentais que seguem regras morais, sendo o segundo um instrumento para explicar o primeiro
1) P: da Utilidade (homens sempre buscam o maior prazer possível) R: busque o prazer e fuja da dor 
2) P: da identidade do interesses (fim da ação humana é sempre a felicidade → obrigação e interesses ligados) R: haja de forma que sua ação possa ser modelo para os outros 
3) P: da economia dos prazeres (é possível medir a utilidade de cada ação e qual seria a ação correta) R: faça o cálculo dos prazeres 
4) P: das variáveis concorrentes (cálculo dos valores depende das 7 variáveis) R: procure uma maior exatidão nas suas avaliações morais) 
5) P: da comiseração (sofrimento é sempre mau e só é admitido para evitar um maior) R: alivie o sentimento alheio 
6) P: da Assimetria (prazer e dor possuem valores diferentes, já que a eliminação da dor sempre agrega prazer) R: escolha sempre a ação de maior felicidade que elimine o sofrimento 
· Sistema moral de Bentham: felicidade como fim, sendo expresso pelo princípio da utilidade (maximização da felicidade e minimização, sendo de natureza moral, prescrevendo o que é certo e o que é errado), e os meios como razão e a Lei, expressos pela psicologia descritiva dos prazeres e das dores (explicado pelo motivo de porque as pessoas agem para maximizar a felicidade, tendo uma natureza científica) 
· é um projeto altruísta e não egoísta na medida que a felicidade de cada um, que é o foco do princípio, só é considerada uma ação moral e só se torna efetiva se essa ação for considerada boa para todos, sem prejuízos de dores para ninguém, levando à felicidade geral 
· ética dos 6 princípios é um ponto de convergência dos utilitaristas → torna moral a ação dos agentes, justificando a luta contra a miséria e a pobreza, já que explica a situação da dor resulta da ação do agente moral 
· UTILITARISMO = ESFORÇO DE INTRODUZIR A ÉTICA NA AÇÃO SOIAL
O Que é Utilitarismo (Mill) 
· muitos autores entendem o conceito de “utilidade” como o contrário do que ele realmente expressa, ou seja, como algo que se oporia ao prazer, e não o próprio prazer, que se junta com a ideia de isenção de dor + o conceito de “útil” hoje em dia é mal aplicado (sofreu uma degradação), sendo usado para exprimir algo superior a outra coisa considerada supérflua 
· Princípio da Maior Felicidade (teoria moralista) baseia-se na busca pela felicidade (prazer e ausência de dor), sendo essa busca considerada como fins das ações humanas - consideradas desejáveis como fins em si mesmas ou enquanto meios para tal → tal teoria supõe que nenhum fim é mais elevado que o prazer → foi considerada a teoria dos porcos, já que supõe que os seres humanos seriam incapazes de alcançar outros prazeres diferentes daqueles acessíveis por porcos → tal visão é refutada por Mill, que considera que os prazeres dos porcos não satisfazem as condições de felicidade dos seres humanos, já que estes têm capacidades superiores às dos animais 
· Admite que os utilitaristas atribuíram uma superioridade dos prazeres mentais sobre os corporais e, indo além dos outros, reconhece que alguns tipos de prazeres são mais desejáveis e valiosos que outros → analisa os prazeres pela qualidade → considera que, entre dois prazeres, se todasou quase todas as pessoas que os experimentarem (juízes competentes), sem serem influenciadas por fatores externos, escolherem um deles, este será superior ao outro (prazer mais desejável) → reconhecendo-o como superior, não o trocará por nenhuma quantidade do outro 
· Um ser com faculdades superiores precisa sempre de mais para ser feliz, nunca se contentando com algo que se afigura com um nível de existência inferior (ex: nenhuma pessoa instruída se tornaria ignorante e nenhum homem se transformaria numa besta) (exceções em casos de extrema tristeza) → essa recusa deve-se ao sentido da dignidade humana 
· Ser superior não é mais feliz que o inferior → menores capacidades de contentamento têm maiores chances de satisfação → um ser superiormente dotado considerará sempre a felicidade imperfeita, podendo suportar as imperfeições, mas nunca invejando aqueles que as não vêem, já que desconhece o sentimento de bem dessa inconsciência → “É melhor ser um humano insatisfeito do que um porco satisfeito; é melhor ser um Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito. E se o tolo ou o porco têm uma opinião diferente é porque só conhecem o seu próprio lado da questão” = se o porco (inferior) escolheu seu lado é porque desconhece o outro lado, enquanto o homem (superior) reconhece os dois 
· Superioridade dos prazeres superiores → é possível que, conhecendo os dois e sabendo qual é o superior, que o indivíduo ainda venha a escolher o inferior como tal por uma falta de capacidades, ainda que possa ser considerado que eles o façam por uma tendência à tentação (como optar pelo vício em despeito à saúde), Mill considera que essas pessoas são apenas incapazes de usufruir dos superiores propriamente ditos, o que ocorre quando os gostos intelectuais são perdidos, tendo acesso apenas aos inferiores 
· Considerações dos juízes competentes devem ser consideradas como finais por não haver qualquer outro tribunal → utilizam, para tal, a única regra diretiva da conduta humana: as dores e os prazeres (que não são homogêneos e não apresentam a mesma natureza) são considerados pelos tipos de prazeres resultantes das considerações superiores, independente da intensidade deles
· “Utilitarismo só pode atingir seu fim através da cultura geral da nobreza de caráter” → uma ação superior nem sempre é mais feliz por sua superioridade, mas ela sempre gera felicidade → o utilitarismo só cumpre seu objetivo (felicidade, não só o prazer) se levar em conta os gostos superiores → Princípio da Maior Felicidade: tentativa de se livrar da dor, com respeito a qualidade e à quantidade da preferência de alguém que dispõe dos melhores meios de comparação → se torna o padrão da moralidade 
· Objeções: 
1) alguns dizem que o caráter da felicidade é inalcançável, não podendo ser o propósito das ações humanas → essa interpretação sugeriria que a felicidade como forma de exaltacao constante é inalcancavel, porem o conceito utilitarista explica a mesma como uma existencia de dores escassas, o que se torna possivel 
2)

Outros materiais