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Curso de Lógica Sequencial – Cap. 3: Circuitos Sequenciais I: Registradores | Prof. Marcelo Wendling 
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CAPÍTULO 3 – CIRCUITOS SEQUENCIAIS I: REGISTRADORES 
 
Sumário 
 
3.1. Introdução ............................................................................................................................ 51 
3.2. Transferência Serial de Dados: Registradores de Deslocamento (Reg. ESSS) .................. 52 
3.2.1. Transferência Dados  Registrador ................................................................................ 52 
3.2.2. Transferência Registrador  Registrador ........................................................................ 56 
3.2.3. Outros Registradores de Deslocamento ............................................................................ 57 
3.3. Transferência Paralela de Dados (Reg. EPSP) .................................................................... 58 
3.3.1. Transferência Dados  Registrador ................................................................................ 58 
3.3.2. Transferência Registrador  Registrador ........................................................................ 59 
3.4. Transferência Serial x Paralela ........................................................................................... 60 
3.5. Configurações Híbridas (Reg. ESSP e EPSS) ..................................................................... 61 
3.5.1. Registrador ESSP ............................................................................................................ 61 
3.5.2. Registrador EPSS ............................................................................................................ 61 
3.6. Exercícios de Fixação ........................................................................................................... 64 
 
 
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CAPÍTULO 3 – CIRCUITOS SEQUENCIAIS I: REGISTRADORES 
 
A partir de agora, estudaremos algumas aplicações de flip-flops, ou elementos de memória, 
em circuitos sequenciais. O primeiro estudo a ser realizado é a de Circuitos Registradores, que 
nada mais são que circuitos capazes de armazenar dados binários. 
Após esse capítulo você deverá ser capaz de: 
(1) Entender o funcionamento de circuitos registradores e suas topologias; 
(2) Projetar um registrador a partir das especificações necessárias; e 
(3) Entender basicamente a estrutura de sistemas de transmissão que utilizam registradores. 
 
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3.1. Introdução 
 
O uso mais comum de flip-flops é no armazenamento de dados binários, números BCD, etc. 
Esses dados são geralmente armazenados em grupos de flip-flops denominados registradores. 
Basicamente, um registrador consiste em um grupo de FF tipo D que atua no 
armazenamento de dados binários, pois um FF tem a capacidade de armazenar somente um bit, e de 
realizar a transferência dele. 
A figura 3.1 ilustra o uso de um FF tipo D no armazenamento de um dado de um bit: 
 
Figura 3.1 Flip-flop tipo D utilizado no armazenamento de um bit. 
 
Podemos observar que o valor lógico que está atualmente presente em A é transferido para o 
FF B na transição negativa do pulso transfer. Portanto, após esta transição, a saída B terá o mesmo 
valor de A. 
Estudaremos apenas aplicações envolvendo FF tipo D, porém outros FF podem ser 
utilizados, desde que sejam analisadas suas características. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2. Transferência Serial de Dados: Registradores de Deslocamento (Reg. ESSS) 
 
 O grupo de FF é organizado de modo que os números binários a serem armazenados sejam 
deslocados de um FF para o FF seguinte, a cada pulso de clock, figura 3.2: 
 
 
Figura 3.2 Esquema de armazenamento de um Reg. ESSS. (FLOYD) 
 
 
 3.2.1. Transferência Dados  Registrador 
 
 Consiste em inserir dados na entrada do registrador, respeitando o número de bits, e efetuar 
o número de pulsos de clock necessários para que todo o dado seja inserido no registrador. A figura 
3.3 mostra um registrador ESSS de 4 bits, um FF para cada bit a ser armazenado. 
 
 
Figura 3.3 Registrador ESSS de 4 bits. 
 
Observe que os FF estão conectados de tal modo que o valor da saída X3 é transferido para 
X2, o de X2 é transferido para X1 e o de X1 para X0. Isto significa que, quando ocorre uma transição 
negativa do pulso de deslocamento, cada FF assume o valor armazenado anteriormente pelo FF que 
está à sua esquerda. 
 
Exemplo: Possuindo o dado 1102, escreva a tabela verdade da transferência de dados para o 
registrador da figura abaixo, considerando que inicialmente ele foi limpo. 
 
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CLK D1 D2 D3 
Q1 
(LSB) 
Q2 
Q3 
(MSB) 
 
1 0 0 0 0 0 
 
1 1 0 1 0 0 
 
0 1 1 1 1 0 
 
X 0 1 0 1 1 
 
 
Dado 1102 armazenado no 
registrador. 
 
As figuras 3.4 e 3.5 apresentam o processo de armazenamento e transmissão do dado 10102 
armazenado em um Reg. ESSS, respectivamente: 
 
 
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Figura 3.4 Armazenamento do dado 10102 no Reg. ESSS. (FLOYD) 
 
 
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Figura 3.5 Transmissão do dado 10102 armazenado anteriormente no Reg. ESSS. (FLOYD) 
 
 
 
 
 
 
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3.2.2. Transferência Registrador  Registrador 
 
A figura 3.6 mostra dois registradores de deslocamento de três bits conectados de tal modo 
que o conteúdo do registrador X seja transferido serialmente (deslocado) para o registrador Y. 
Portanto, quando os pulsos de deslocamento são aplicados, a transferência de informação ocorre da 
seguinte forma: X2  X1 X0  Y2  Y1  Y0. 
 
 
Figura 3.6 Registradores de ESSS conectados em série. 
 
 
 Supondo que inicialmente temos o dado 1012 armazenado no registrador X e que o 
registrador Y foi limpo, temos a tabela verdade da figura 3.7. 
 
 
Figura 3.7 Tabela verdade do registrador da figura 3.3 
 
 A partir dessa tabela podemos concluir que: 
 
- Na transição negativa de cada pulso, cada FF assume o valor que foi armazenado no FF à 
sua esquerda, antes da ocorrência do pulso. 
 
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- Após 3 pulsos, todo o conteúdo presente no registrador X está presente no registrador Y, 
portanto, a transferência completa de 3 bits necessita de 3 pulsos de deslocamento. 
 
Exemplo: Considerando os mesmos registradores X e Y anteriores, determine o que 
ocorreria após o sexto pulso de deslocamento aplicado a eles. Construa uma tabela verdade dessa 
transferência. 
 
3.2.3. Outros Registradores de Deslocamento 
 
 Existem algumas aplicações para os registradores de deslocamento, são elas o Registrador 
de Deslocamento Circulante (RDC) e o Registrador Bi-Direcional (RBD). 
 
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3.3. Transferência Paralela de Dados (Reg. EPSP) 
 
 O grupo de FF é organizado de maneira que o dado binário a ser armazenado seja 
transferido simultaneamente para todos os FF, com a aplicação de apenas 1 pulso de transferência 
ou clock, figura 3.8: 
 
Figura 3.8 Esquema de um Reg. EPSP (FLOYD). 
 
 
3.3.1. Transferência Dados  Registrador 
 
Consiste em inserir o dado a ser armazenado diretamentena entrada do registrador, 
efetuando-se 1 pulso de transferência, como mostra a figura 3.9: 
 
 
Figura 3.9 Registrador EPSP de 3 bits. 
 
Podemos observar que após 1 pulso de transferência, temos todo o conteúdo foi armazenado 
no registrador, pois todo o dado foi transferido simultaneamente. 
 
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3.3.2. Transferência Registrador  Registrador 
 
A figura 3.10 mostra dois registradores, X e Y, interligados para executar uma transferência 
paralela de dados, ou seja, após a aplicação de 1 pulso de transferência, todo o conteúdo de X é 
armazenado também em Y. 
 
Figura 3.10 Registradores EPSP conectados em série. 
 
É importante destacar que a transferência paralela de dados entre registradores não altera o 
conteúdo da fonte, enquanto na transferência serial altera gradativamente o valor do registrador que 
atua como fonte de dados. 
 
 
 
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3.4. Transferência Serial x Paralela 
 
 A escolha de um tipo particular de transferência, serial ou paralela, depende da aplicação e 
das especificações fornecidas. Abaixo temos uma tabela comparativa, que mostra as duas principais 
diferenças entre a transferência paralela e serial de dados: 
 
PARALELA SERIAL 
 
1) Todas as informações são transferidas 
simultaneamente na ocorrência de um único 
pulso de transferência, não importando o 
número de bits que estejam sendo transferidos 
 MAIOR VELOCIDADE. 
 
1) A transferência completa de N bits, necessita 
de N pulsos de clock  MENOR 
VELOCIDADE. 
 
2) Requer um maior número de conexões entre 
TX e RX  MAIOR CUSTO. 
 
 
2) Necessita de apenas uma conexão entre TX e 
RX  MENOR CUSTO. 
 
Geralmente, uma combinação dos dois tipos é utilizada para tirar proveito da velocidade da 
transferência paralela e da economia e simplicidade da transmissão serial, e essa combinação 
depende da aplicação e das especificações fornecidas para o sistema, daí surgem outros dois tipos 
de registradores: Entrada Serial e Saída Paralela (ESSP) e Entrada Paralela e Saída Serial (EPSS), 
que derivam das estruturas básicas ESSS e EPSP estudadas anteriormente. 
 
 
 
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3.5. Configurações Híbridas (Reg. ESSP e EPSS) 
 
3.5.1. Registrador ESSP 
 
O próprio Registrador de Deslocamento (ESSS) pode ser utilizado para converter uma 
informação série em paralela, ou seja, funcionar como um conversor Série  Paralelo, bastando 
retirar a informação armazenada no registrador de modo simultâneo. A configuração básica nessa 
situação, para uma informação de 3 bits é vista no circuito apresentado na figura 3.11: 
 
 
 
 
Figura 3.11 Registrador ESSP. 
 
 
3.5.2. Registrador EPSS 
 
Para entrarmos com uma informação paralela e obtê-la de modo serial, necessitamos de FF 
que contenham as entradas Preset e Clear, pois é através destas que fazemos com que o registrador 
armazene a informação paralela. O registrador com estas entradas é visto na figura 3.12: 
 
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Figura 3.12 Registrador EPSS. 
 
 
 
 Primeiramente, vamos estudar o funcionamento da entrada ENABLE. Quando a entrada 
ENABLE estiver em 0, as entradas PRE’ dos FF assumirão, respectivamente, níveis 1, fazendo com 
que o registrador atue normalmente. 
 Quando a entrada ENABLE assumir valor igual a 1, as entradas PRE’ dos FF assumirão os 
valores complementares das entradas paralelas conectadas à elas, logo, os FF assumirão os valores 
que estiverem, respectivamente nessas entradas. Para um melhor entendimento. Vamos analisar 
uma célula do registrador, apresentada na figura 3.13: 
 
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Figura 3.13 Célula do registrador EPSS. 
Para que esse conversor funcione, é 
necessário inicialmente um pulso de nível 0 na 
entrada CLEAR dos FF. 
 
Com ENABLE = 0, a entrada PRE’ assumirá 
nível 1 e o FF irá funcionar como um registrador 
de deslocamento comum (ESSS). 
 
Com ENABLE = 1 e Din = 0, PRE’ assumirá 
nível 1, logo, a saída Q manterá seu estado 
anterior (que era 0). 
 
Com ENABLE = 1 e Din = 1, PRE’ assumirá 
nível 0, logo a saída Q assumirá valor 1. 
Após essa análise, concluímos que, se zerarmos o registrador e logo após introduzirmos a 
informação paralela, as saídas Q dos FF assumirão os valores inseridos respectivamente nessas 
entradas. 
 Depois de inserida paralelamente essa informação, basta colocarmos ENABLE = 0 
novamente e prosseguir como um registrador de deslocamento comum. 
 Com esse conjunto obtivemos um registrador com Entrada Paralela e Saída Serial (EPSS). 
 
 
 
 
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3.6. Exercícios de Fixação 
 
1) Implemente um registrador ESSS de 4 bits com reset automático. 
 
2) Implemente um registrador EPSP de 4 bits com reset automático ao ser ligado e reset 
controlado por uma variável externa. 
 
3) Implemente um registrador EPSS de 3 bits e explique o processo de armazenamento de 
dados paralelos nesse tipo de registrador. 
 
4) Implemente um registrador ESSS de 1 byte, sendo o dígito mais significativo armazenado 
no último flip-flop. Construa a tabela verdade de armazenamento para a palavra A7h. 
 
5) Cite a diferença entre transmissão serial e paralela de dados. 
 
6) Implemente um registrador de 6 bits, ESSS, que possui o dado X na entrada do primeiro 
flip-flop e indique o valor armazenado (em função de X) após 4 pulsos de clock, sabendo 
que ele foi previamente limpo e que o primeiro flip-flop armazena o dígito menos 
significativo. 
 
7) Implemente um registrador bi-direcional de 4 bits. 
 
8) Implemente o sistema de armazenamento e transmissão abaixo: 
 
 
 
 
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9) Analisando o circuito a seguir, a partir do momento em que ele é ligado, construa uma 
tabela verdade contendo 6 pulsos de clock e explique o que ocorre matematicamente com as 
saídas a cada pulso de clock. 
 
 
10) Em certo sistema de armazenamento e transmissão de dados, necessita-se combinar os tipos 
de transmissão e armazenamento segundo o diagrama de blocos abaixo. Implemente esse 
sistema.

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