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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ALINE DE OLIVEIRA CHAGAS
O LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA FACILITADORA NAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS.
Feira de Santana
8
2022
 ALINE DE OLIVEIRA CHAGAS
O LÚDICO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA FACILITADORA NAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS.
Relatório de Estágio apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do Curso de Especialização Lato Sensu em Psicopedagogia do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi.
Feira de Santana
2022 
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO ...................................................................................................4
2-FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA............................................................................5
 3- OBSERVAÇÃO-. .............................................................................................7
4- COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS......................................7 
5-INTERVENÇÕES..................................................................................................8
5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES....................................8 e 9
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................10
7- REFERENCIAS...................................................................................................11
8- ANEXOS-.............................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO
O lúdico nas suas diversas linguagens: jogos, brincadeiras, faz de conta e o amplo espectro das artes, tem grande relevância no processo de aprendizagem, pois a criança é instigada em seus aspectos físicos, criativos, cooperativos, de interação social e emocional, sendo de fundamental importância para o desenvolvimento. 
Na análise do brincar, o psicopedagogo pode observar as peculiaridades, as dificuldades de aprendizagem da criança, estabelecendo nesse processo o vínculo afetivo necessário para o tratamento de forma prazerosa, confiante e natural.
Nesse contexto esse estágio busca demonstrar de que maneira o uso da ludicidade pode auxiliar nas intervenções psicopedagógicas, tendo como objetivo geral analisar a importância da ludicidade para a práxis psicopedagógica, evidenciando os ganhos sociais e cognitivos obtidos através dessas intervenções. Tendo como objetivos específicos conceituar lúdico e ludicidade, demonstrando a diferença entre os dois conceitos no aspecto educativo.
Para construção desse estudo foi realizada a princípio uma revisão bibliográfica na qual foram utilizados livros, sites educativos e artigos científicos relacionados ao tema, a fim de embasar teoricamente este estudo, contando com o aporte teórico principalmente das ideias de Kishimoto, Vygotsky, Weiss e Piaget.
A observação e registro da práxis educativa foi realizada na Escola Municipal Horácio Silva Bastos, instituição de ensino público, que fica situada na rua Piracicaba, sem número, Caseb, na cidade de Feira de Santana. Atende a 300 alunos do grupo 5 ao 5° ano do ensino fundamental, nos turnos vespertino e matutino, conta com o seguinte quadro de funcionários: 15 professores, 11 funcionários de apoio, 1 coordenadora pedagógica, 1 diretora. Todas as professoras efetivadas são formadas em pedagogia e pós-graduadas na área de educação. A escola é conhecida na comunidade como acolhedora e inclusiva, possui sala de recursos onde as crianças deficientes são atendidas no turno oposto ao da aula regular. 
De acordo com a proposta pedagógica da escola, a construção de uma proposta curricular é uma das estratégias básicas para atender as necessidades educacionais enfrentadas atualmente no contexto da Rede Pública Municipal de Ensino de Feira de Santana. Tal proposta está articulada com os documentos oficiais vigentes e se baseia na realidade do aluno. De modo lúdico e prático todo corpo docente, vem treinando e se reciclando para melhor atender as necessidades educacionais da comunidade que atendem, sendo assim, todo aluno independente de suas particularidades é sempre bem-vindo nessa instituição.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 	O termo lúdico vem do latim “ludos” que significa brincar, e estão inclusos jogos, brinquedos e brincadeiras, além de se referir ao jogador, de modo que no ambiente escolar o aspecto lúdico deve ser levado a sério, a fim de que o aluno aprenda brincando (COSTA, 2005), já a ludicidade é uma experiencia vivenciada internamente, vai além da simples realização de uma atividade, é na verdade a vivência dessa atividade de forma mais inteira (BACELAR, 2009). “O jogo contém um elemento de motivação que poucas atividades teriam para a primeira infância: o prazer da atividade lúdica. (FREIRE, 1997, p.75).
	Piaget (1978) ressalta que o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico, ela precisa brincar para crescer. Diante de tal pensamento, compreende-se a importância do universo lúdico na infância, pois através dele, a criança se satisfaz, realiza seus desejos e explora o mundo ao seu redor.
	De acordo com Vygotsky (2003), o desenvolvimento da criança acontece através de vivencias, para isso a criança precisa brincar para se desenvolver, necessita do jogo como forma de trocas de vivencias com a cultura onde vivem, para que a aprendizagem ocorra de forma integrativa e global.
	Dessa forma, para Vygotsky (2000), o jogo desempenha um papel fundamental na formação do indivíduo. O jogo não é uma atividade inata, mas sim decorrente das relações sociais, portanto carregada de significação social, e varia de acordo com o tempo e com a cultura na qual está inserido.
 É importante destacar a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da aprendizagem. Porém, outras atividades como a música, pintura e tudo que estimule a criatividade são também ações lúdicas essenciais para promover a aprendizagem da criança.
	Para Kishimoto (2005, p.36),
O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de modo intuitivo adquiri noções espontâneas em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro em cognições afetivas corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-las.
	
Nessa perspectiva, a proposta da prática psicopedagógica com jogos enriquece a ação educativa, pois é capaz de desafiar o aluno, promovendo uma atividade estimulante, atraente e divertida, capaz de desenvolver e linguagem e o pensamento, propiciando novas descobertas e novas experiencias pessoais e sociais, levando a aquisição de habilidades e competências, através das intervenções assertivas do educador.
(FIGUEIREDO; ASSIS, 2015), corrobora quando afirma que a ludicidade é um excelente recurso para o atendimento psicopedagógico, pois promove a vinculação cognitiva a aprendizagem, sendo fundamental que durante as intervenções a criança vá se reconhecendo e construa sua própria forma de aprender.
Assim, ao utilizar os jogos, as brincadeiras e a ludicidade em suas intervenções ou avaliações o psicopedagogo, busca motivar o educando, instigando e estimulando a busca de uma aprendizagem prazerosa e significativa. 
De acordo com Weiss (2004), o espaço lúdico durante o diagnóstico traz possibilidades de um melhor atendimento da real situação e nível de desenvolvimento do aprendente. A intervenção psicopedagógica deve explorar os jogos pedagógicos, pois brincar é universal e rompe as fronteiras entre diagnóstico e o tratamento, uma vez que o próprio diagnóstico passa a ter um caráter terapêutico
Contudo é necessário auxiliar as crianças de maneira sutil, oferecendo diversos tipos de brinquedos, para que possa intervir com eficácia nas dificuldades que possam surgir, as intervenções devem ser planejadas e comobjetivos claros a serem alcançados, identificando quais as dificuldades e criando situações favoráveis para a superação. Dessa forma, “0 jogo não pode ser visto, apenas, como divertimento ou brincadeira para gastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral” KISHIMOTO (2005, p.95).
Nesse sentido, o psicopedagogo assume um compromisso de orientação no ensino -aprendizagem, focando nas possibilidades, objetivando ajudar na aquisição do conhecimento, considerando a singularidade do aluno, utilizando como ferramenta o lúdico.
Portanto, conclui-se que o uso da ludicidade no atendimento psicopedagógico, é ferramenta essencial, pois, exerce influência positiva na aprendizagem, tornando-a mais participativa, interativa e colaborativa, e quando bem planejada e mediada pelo educador, com objetivos traçados, oportuniza aos alunos o desenvolvimento de competências e habilidades, cognitivas, afetivas, emocionais e sociais, essenciais para a convivência em sociedade.
	
	
3 OBSERVAÇÃO
 
Durante o período de observação, foi possível analisar o cotidiano do aluno em sala de aula e no Atendimento Educacional Especializado (AEE)
Na sala de aula, o aluno tem pouco interesse pelas atividades propostas pela professora e executadas com a mediação de auxiliar de classe, não se concentra e fica disperso. Assim, a criança não demonstra laços afetivos com a auxiliar e por vezes sai da sala para ficar no pátio. Não socializa com os colegas, senta-se sempre no fundo da sala, não gosta que os colegas se aproximem da sua cadeira, ficando irritado e agressivo, sendo repreendido pela auxiliar.
Contudo no AEE, o aluno observado, consegue se concentrar nas intervenções propostas pela educadora, que costuma utilizar material lúdico como ferramenta pedagógica facilitadora.
Nesse atendimento foi possível constatar todo o laço afetivo que foi estabelecido entre professor e aluno. A cada avanço a educadora incentiva, sempre elogiando, fato que o deixa feliz e motivado.
4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS 
A coleta de dados, foi realizada pela observação, registro, análise do relatório médico, entrevistas com a professora da sala de aula, auxiliar de classe, educadora do AEE e a responsável pelo aluno.
A observação da práxis educativa foi realizada na Instituição com o objetivo de investigar o cotidiano escolar do aluno, seu comportamento, dificuldades e possibilidades de aprendizagem.
A análise documental é uma das técnicas decisivas para a pesquisa psicopedagógica, sendo a base do trabalho de investigação. No relatório médico é descrito que a criança seria agressiva e inquieta, não alfabetizado, mesma queixa observada na entrevista com a auxiliar que informa que por vezes levou chutes e ponta pés.
Entretanto a professora do AEE, diz na entrevista que depois do trabalho desenvolvido na sala de recursos, utilizando técnicas de estabilização emocional e concentração, a partir da ludicidade, o aluno vem conseguindo se comunicar melhor, utilizando a linguagem, ainda não conhece as letras e não consegue escrever seu nome, também tem dificuldade em relacionar números e quantidades, desenvolve as atividades propostas com mediação.
Dessa maneira, a professora da sala regular verificou melhora na irritabilidade e agressividade anteriormente observada. 
A responsável pela criança relata que devido a pandemia, é o primeiro ano do aluno na escola regular e AEE. Que ele gosta muito de ir a Escola e reclama quando não pode ir. Tem aprendido a conviver e se relacionar com outras crianças, nota melhora na agressividade e irritação.
5 INTERVENÇÕES
	
	Devido à falta de concentração, irritabilidade e agressividade verificadas durante o período de observação, antes de realizar as intervenções, foi preciso estabelecer laços de afetividade e confiança entre o educando e a estagiária através de brincadeiras no pátio com bolinhas de sabão e confecção de garrafa terapêutica. Foram realizadas duas intervenções:
Intervenção1.
Reconhecendo as letras do nome: O aluno irá procurar as letras do seu nome, entre outras, em um recipiente com arroz, utilizando como referência uma ficha com seu nome, cada letra correspondente encontrada será reservada e colada pelo aluno na sequência correta. 
Intervenção 2.
O aluno irá colar números de 0 a 9 nos palitos de picolé, em seguida rasgará papel crepom azul (sua cor favorita), fazendo bolinhas, depois colará no palito as bolinhas de acordo com a quantidade correspondente ao número.
5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES 
Antes das intervenções foi necessário estabelecer laços de afetividade e confiança entre a estagiária e o aluno, assim foi proposta uma brincadeira com bolinhas de sabão no pátio da escola, ora soprando as bolas, ora correndo atrás delas e estourando. Em seguida confeccionamos uma garrafa terapêutica, utilizando glitter, cola transparente e lantejoulas. Assim constatou-se que o aluno sentiu prazer em brincar, permanecendo calmo e receptivo, concentrado e estimulado, sendo facilitado dessa maneira a aceitação em fazer as atividades propostas em seguida.
A esse respeito, Antunes (2003), argumenta da seguinte maneira:
O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando brinca, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real (p.60).
A criança ao participar da primeira intervenção se envolveu, havendo concentração e entusiasmo ao reconhecer as letras corretas, sentindo-se orgulhoso ao verificar seu nome, tanto que ficou com uma das fichas, que guardou na sua mochila, mostrando a sua responsável, no final da aula.
Na segunda intervenção, através da mediação, do uso da cor favorita, do colorido, o aluno foi instigado a contar, estabelecendo correspondência entre os números e quantidades. Também foi possível desenvolver a coordenação motora fina.
A aprendizagem através do lúdico é mais enriquecedora, pois propicia a criança um aprender divertido, desenvolvendo habilidades cognitivas, aprendendo a controlar os seus impulsos, a esperar, aumentando sua autoestima.
Segundo Antunes (2003):
Um professor que adora o que faz que se empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta o tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas[...] (p.53)
	Assim restou claro para os sujeitos envolvidos nessa pesquisa, que a ludicidade é uma ferramenta pedagógica poderosa, pois auxilia e enriquece a práxis psicopedagógica, ajudando no diagnóstico das dificuldades e no tratamento das queixas observadas.
Logo o educando seria bastante estimulado e se beneficiaria do atendimento multidisciplinar oferecido pela Secretaria de Educação, em turno oposto ao da aula regular. No centro integrado de educação inclusiva.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados obtidos, embasado pela teoria abordada, foi possível constatar que a ludicidade é de fato uma ferramenta pedagógica potente, pois contribui para uma aprendizagem mais significativa, eficaz e global do aprendente. O brincar proporciona desenvolvimento harmonioso e saudável, sociabilidade, linguagem, cognição e coordenação motora.
O psicopedagogo ao utilizar o lúdico em suas intervenções pode observar a modalidade de aprendizagem do aluno, seu nível de concentração e raciocínio lógico, motricidade e criatividade. Porém para que essas intervenções tenham êxito, é preciso que o educador planeje as atividades e tenha objetivos claros a serem alcançados.
Nessa perspectiva, na análise do brincar, o psicopedagogo pode observar as peculiaridades, as dificuldades de aprendizagem da criança, estabelecendonesse processo o vínculo afetivo necessário para o tratamento de forma prazerosa, confiante e natural.
Assim, ao utilizar a ludicidade em suas observações ou intervenções, o educador pode resgatar os aspectos emocionais, afetivos e cognitivos dos conteúdos oferecidos em sala de aula, motivando o educando a buscar uma aprendizagem prazerosa. Dessa maneira, é importante que as intervenções com os alunos com deficiência de aprendizagem sejam realizadas de maneira cooperativa entre a sala de aula, sala de recursos com participação também dos familiares desses educandos que devem ser convidados a colaborar com as atividades propostas auxiliando em tarefas de casa, para isso devem ser orientados sobre maneiras lúdicas de fazer essa mediação.
Portanto, as ações lúdicas são instrumentos essenciais durante as intervenções psicopedagógicas, terapêuticas ou não terapêuticas. O lúdico é uma forma dinâmica e produtiva para se obter um bom aprendizado, pois os jogos e as brincadeiras têm como principal características instigar o desejo de aprender.
REFERÊNCIAS 
ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Vozes, 2003.
BACELAR, Vera. Ludicidade e educação infantil. Salvador: EDUFBA, 2009.
COSTA, Teresinha. Psicanálise com crianças. Rio de Janeiro, 2007.
FIGUEIREDO, Pamela Rafaela de Souza; ASSIS, Geovani Soares de. Atuação psicopedagógica institucional numa perspectiva lúdica. 2015. Trabalho de conclusão de curso (graduação em psicopedagogia). UFPBJoãoPessoa/PBDisponívelemhttps://repositório.ufpb.br/jspui/biststream/123456789/1242/1/PRSF1092016.
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1997.
KISHIMOTO, Tizuco. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Psicologia Pedagógica. Trad. Claudia Schilling. Porto Alegre; Artmed, 2003.
WEISS, L, M. L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 10 ed. Rio de Janeiro: DP E A, 2004.
 ANEXOS
1. Carta de apresentação. 
2. Termo de compromisso.
3. Declaração de Estágio.
4. Autorização dos Pais.
5. Laudo ou Diagnóstico.
6. Roteiro de Intervenção.
ANEXO 1 –
ANEXO 2 –
ANEXO 3 –
ANEXO 4 –
ANEXO 5 –
ANEXO 6 –

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