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SUMÁRIO VOLUME 2 GEOGRAFIA I Aula 19 – A POLÍTICA SUBSTITUTIVA E A INDUSTRIALIZAÇÃO PÓS-1930 ............................................................ 1 Aula 20 – A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL E A DESCENTRALIZAÇÃO ATUAL ..................................................... 7 Aula 21 – A ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA DAS SESMARIAS A LEI DE TERRAS (ATÉ 1930) ................ 13 Aula 22 – A ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA PÓS-1930 E OS MOVIMENTOS SOCIAIS ............................ 22 Aula 23 – A AGROPECUÁRIA I A CANA-DE-AÇÚCAR E O CAFÉ ........................................................................... 30 Aula 24 – A AGROPECUÁRIA II- A SOJA, A LARANJA E O ALGODÃO ................................................................... 37 Aula 25 – PECUARIA ................................................................................................................................................... 45 Aula 26 – RECURSOS MINERAIS .............................................................................................................................. 52 Aula 27 – FONTES DE ENERGIA I ............................................................................................................................. 61 Aula 28 – FONTES DE ENERGIA II ............................................................................................................................ 73 Aula 29 – SISTEMA DE TRANSPORTES ................................................................................................................... 83 Aula 30 – FORMAÇÃO ÉTNICA - OS ÍNDIOS ONTEM E HOJE ................................................................................ 91 Aula 31 – IMIGRAÇÃO BRASILEIRA ........................................................................................................................ 101 Aula 32 – MIGRAÇÕES INTERNAS .......................................................................................................................... 112 Aula 33 – O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO BRASILEIRO E A ESTRUTURA DEMOGRÁFICA E O TRABALHO .... 120 Aula 34 – HIERARQUIA URBANA URBANIZAÇÃO DO BRASIL ............................................................................. 130 Aula 35 – O MEIO AMBIENTE E AS CONFERENCIAS AMBIENTAIS ..................................................................... 141 Aula 36 – OS PROBLEMAS ATMOSFÉRICOS E A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL ...................................... 153 GEOGRAFIA II Aula 21 – O PLANERA TERRA - ORIGENS E MOVIMENTOS ................................................................................ 165 Aula 22 – ESTRUTURA INTERNA DA TERRA ......................................................................................................... 180 Aula 23 – ROCHAS E MINERAIS .............................................................................................................................. 191 Aula 24 – DEPÓSITOS FÓSSEIS E ENERGIA I ....................................................................................................... 201 Aula 25 – CLIMA I ...................................................................................................................................................... 213 Aula 26 – CLIMA II ..................................................................................................................................................... 222 Aula 27 – CLIMA E VEGETAÇÃO - QUESTÕES AMBIENTAIS ............................................................................... 236 Aula 28 – ECOSSISTEMAS I ..................................................................................................................................... 255 Aula 29 – RELEVO E AGENTES I ............................................................................................................................. 271 Aula 30 – RELEVO E AGENTES II ............................................................................................................................ 279 Aula 31 – PEDOGÊNESE - MODELADO ANTRÓPICO ........................................................................................... 292 Aula 32 – RELEVO BRASILEIRO I ............................................................................................................................ 305 Aula 33 – HIDROGRAFIA I ........................................................................................................................................ 322 Aula 34 – HIDROGRAFIA II ....................................................................................................................................... 334 Aula 35 – HIDROGRAFIA III ...................................................................................................................................... 343 Aula 36 – HIDROGRAFIA IV ...................................................................................................................................... 353 Aula 37 – HIDROGRAFIA V ....................................................................................................................................... 362 Aula 38 – HIDROGRAFIA VI ...................................................................................................................................... 371 Respostas e Comentários Exercícios de Fixação ...................................................................................................... 379 Geografia I CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência A POLÍTICA SUBSTITUTIVA E A INDUSTRIALIZAÇÃO PÓS - 1930 Num primeiro momento, a depressão econômica teve efeito devastador no Brasil. O país tinha sua base econômica construída a partir da exportação de gêneros agrícolas. Com a crise, grande parte do volumoso estoque de café produzido no Brasil ficou sem mercado consumidor. O Brasil não conseguiu conter o desastre econômico que abalou a classe cafeicultora, e por consequência abalou as próprias estruturas políticas da República Velha, abrindo caminho para a Revolução de 1930, que levaria Getúlio Vargas ao poder. Vargas toma o poder por meio de um golpe de Estado contra o domínio da oligarquia agrária que comandara o país na primeira fase da República (1889-1930). Até 1920, o contexto econômico do país não estimulava significativamente o desenvolvimento industrial, mas a crise introduziu mudanças nesse quadro. O violento corte nas importações de bens de consumo criou uma conjuntura favorável ao investimento, por parte do empresariado, na indústria nacional. As indústrias brasileiras passaram a ocupar então boa parte do mercado, que antes era praticamente abastecido só por produtos importados. Foi a partir daí (dos anos 1930-1940) que a indústria transformou-se num setor importante da economia, alcançando taxas de crescimento superiores às do setor agrário. Por essa razão, afirma-se que o primeiro momento da industrialização brasileira baseou-se na substituição de importações. Além disso, o Estado passou a estimular os empresários industriais, que, em 1931, já haviam se organizado em São Paulo, com a criação da FIESP. Logo no primeiro ano do Governo Vargas a economia diversificou-se tanto no setor industrial como no setor agrário. Ao lado das indústrias têxtil, alimentícia e de confecção, apareceram outros setores, como os de cimento, aço, materiais de transportes e extração mineral. A primeira metade da década de 1940, ainda no governo Vargas, foi decisiva para a criação de uma infraestrutura industrial, com a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, da Companhia Nacional de Álcalis, da Fábrica Nacional de Motores e outras. No segundo governo de Vargas (1951-1954) foi criada a Petrobrás (1953). Todas as empresas tinham participação majoritária do capital estatal. Propaganda do sedanHudson, 1941, revista O Cruzeiro. A grande e decisiva arrancada industrial ocorreu a partir da década de 1950 com o chamado Plano de Metas no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). A eleição de JK representou o início do rompimento com a política nacionalista de Vargas. O novo modelo nacionalista defendido por JK, concentrava-se no estímulo da produção local, não levando em conta a origem dos capitais investidos, esse fato marca o início da internacionalização do parque industrial brasileiro. O Plano de Metas que tinha com objetivo "crescer cinquenta anos em cinco”. Desenvolver a indústria de base, investir na construção de estradas e de hidrelétricas e fazer crescer a extração de petróleo, tudo com o objetivo de arrancar o Brasil de seu subdesenvolvimento e transformá-lo num país industrializado. Os industriais brasileiros continuavam investindo nos setores tradicionais (tecido, móveis, alimentos, roupas e construção civil), e as multinacionais entravam no Brasil pela primeira vez, para a produção de bens de consumo. O plano teve tanto consequências positivas quanto negativas para o país. Por um lado, deu-se a modernização da indústria; por outro, o forte endividamento internacional por causa dos empréstimos, que fizeram possível a realização do plano e a dependência tecnológica. Isto sem falar no grande êxodo rural, porque, à medida em que os centros urbanos se desenvolviam, as características da vida rural não progrediam e reformas não eram implementadas. O Plano de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam 4 setores da economia brasileira: energia, transporte, indústrias de base e alimentação. A DITADURA E O MILAGRE ECONÔMICO Durante a Ditadura Militar, a indústria doméstica continuava protegida da concorrência internacional pelas elevadas tarifas de importação. Entretanto, a estrutura produtiva passou a ser dominada por três agentes: o capital estatal (que predominava nos setores de infraestrutura e de bens de produção), o capital privado nacional (dominava o setor de produção de bens de consumo não duráveis, tais como têxteis, alimentos, calçados, etc) e o capital transnacional (que destacava-se principalmente no setor de bens de consumo duráveis, que se tornou o mais dinâmico da economia brasileira). A partir da segunda metade do século XX o setor automobilístico torna-se o setor industrial de maior destaque no cenário nacional, acompanhado de perto pelos eletrodomésticos. O “sucesso” deste modelo econômico teve como suporte: a visão autoritária do regime militar, a abertura do Estado às elites capitalistas, a exploração da mão-de-obra, a grande concentração de renda e o elevado endividamento externo. Já no fim da década de 1960, o país amplia seu parque industrial e vem à tona o chamado milagre econômico brasileiro (1968-1974), período no qual a economia brasileira crescia a taxas anuais de 9%, um 2 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) crescimento comparado somente ao japonês e ao alemão do período 1950 e 1960. A construção da ponte Rio-Niterói (RJ), 1974, foi uma das obras que mais marcaram o período do milagre econômico. MILAGRE ECONÔMICO? Entre 1968 e 1974, a economia brasileira sofreria uma notável expansão, refletida no crescimento acelerado do PIB. O período, que ficou conhecido como ‘milagre brasileiro’ em alusão aos ‘milagres’ alemão e japonês, seria marcado por taxas de crescimento excepcionalmente elevadas, que foram mantidas, enquanto a inflação, ‘controlada e institucionalizada’, declinava, estabilizando-se em torno de 20 a 25% ano ano [...] Em setembro de 1970, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro bateu o recorde de volume de transações em toda a sua história, negociando 24 milhões de cruzeiros num só dia, fato que se repetiria no ano seguinte. Emílio Garrastazu Médici. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. FGV/CPDOC. A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor. Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais. Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. Delfim Neto e o General Médici, 1971. Aula 19 – A Política Substitutiva e a Industrialização Pós-1930 3 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 O período que vai de 1956 a 1967 é considerado como a primeira fase da industrialização pesada no Brasil. Barjas Negri. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo – 1880-1990. Campinas: Unicamp, 1996. Sobre as características da industrialização brasileira no período de 1956 a 1967, é correto afirmar que: a) houve uma associação entre investimentos no setor estatal e a entrada de capital estrangeiro, que propiciaram a instalação de plantas produtoras de bens de capital. b) a instituição do Plano de Metas, que teve como principal finalidade incrementar a incipiente industrialização do Rio de Janeiro e de São Paulo, marcou politicamente esse momento do processo. c) partiu do Estado Brasileiro, de caráter fortemente centralizador e nacionalista, a criação das condições para a nascente indústria têxtil que se instalava no país, por meio de diversos incentivos e isenções fiscais. d) ocorreu a implantação de multinacionais do setor automobilístico, que se concentraram em São Paulo, principalmente ao longo do eixo da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em direção a Ribeirão Preto. e) se trata de uma fase marcada pela política de “substituição de importações”, uma vez que se deu um incremento da indústria nacional, pela abundância de mão de obra. Questão 02 Observe a tabela abaixo. Com base na tabela e nos conhecimentos de Geografia Industrial, assinale a alternativa correta. a) Na década de 70, a política de substituição de importações de petróleo levou à modernização tecnológica do setor petrolífero e ao consequente salto de produtividade expresso nos dados da tabela. b) Na década de 80, o retrocesso da indústria foi resultado da opção do governo de privilegiar as exportações de produtos agrícolas com o fim de obter divisas para o pagamento da dívida externa. c) Na década de 90, a produtividade cresceu mais rapidamente em função dos estímulos criados pelo controle da inflação, pela abertura da economia e também pela atração de investimento direto estrangeiro. d) A desconcentração espacial da indústria tem como contrapartida a redução do ritmo de inovação tecnológica, razão pela qual a produtividade só cresceu com força nas décadas de 70 e 90, quando aumentou o nível de concentração industrial em São Paulo. e) Na primeira década do séc. XXI, o fraco crescimento da produtividade resultou da privatização de empresas do setor produtivo estatal, medida que implicou a desativação dos centros de pesquisa científica dessas empresas. Questão 03 Na(s) questões adiante escreva, no espaço apropriado, a soma dos itens corretos. A industrialização, no Brasil, provocou profundas transformações na organização do espaço. Baseando-se nessa afirmativa, pode-se dizer: (01) No período do governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil atingiu um estágio de desenvolvimento e independência econômicaque possibilitou a consolidação do seu parque industrial. (02) O período do "milagre econômico" caracterizou-se pela concentração industrial, pela produção de bens de consumo duráveis e pelo aprofundamento dos desníveis regionais. (04) O crescimento econômico brasileiro, nas décadas de 70/80 deste século, está associado ao crescimento da sua dívida externa. (08) Ao se industrializar, o Brasil conseguiu crescer economicamente e promover o seu desenvolvimento. (16) A indústria automobilística brasileira consolidou a formação do complexo industrial de São Paulo. Soma ( ) Anotações 4 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 04 O texto a seguir descreve alguns aspectos da implantação da indústria automobilística no Brasil. "(...) as montadoras estrangeiras, a começar pelas européias, aceitaram o convite e instalaram suas fábricas no Brasil, ao lado das empresas já em operação no país: a Fábrica Nacional de Motores (FNM), produzindo inicialmente alguns caminhões e a Vemag (automóveis e utilitários) (...), ambas de capital nacional. A Vemag foi comprada pela Volkswagen (...), a FNM foi comprada pela Alfa Romeo e posteriormente incorporada à Fiat." (adaptado de RETRATOS DO BRASIL, São Paulo, p.262) a) A partir de quando as grandes montadoras estrangeiras vieram para o Brasil e onde se instalaram? b) Quais as características da industrialização brasileira, a partir desse momento? Questão 05 A política industrial do atual governo brasileiro visa a: a) proteger as indústrias tradicionais de baixa tecnologia, para garantir o atual nível de emprego industrial. b) proteger a indústria nacional contra a competição desleal de empresas estrangeiras mais eficientes. c) uma melhor distribuição geográfica do parque industrial que atualmente se concentra no Sudeste. d) amparar os setores industriais de alta tecnologia, garantindo-lhes reserva de mercado e apoio tecnológico. e) desenvolver maior eficiência produtiva e competitividade das empresas, desestimulando cartéis e monopólios. Questão 06 (Unesp) O período de 1969-1973 caracterizou-se pelo crescimento acelerado da economia brasileira, ou seja, as taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB) alcançaram cifras superiores a 10% ao ano. Este processo foi gerado por medidas político-econômicas implementadas pelos governos militares pós-64. Nesse período ocorreu o que se denominou de: a) "milagre brasileiro“. c) "Brasil ano 2000". e) "Diretas-já". b) "crescer 50 anos em 5". d) "Plano de Metas". Questão 07 "Entre 1955 e 1960 houve um salto no processo de industrialização brasileira através da fase conhecida como PLANO DE METAS, onde o crescimento econômico esteve apoiado em um conjunto de investimentos e profundas modificações na estrutura industrial do País." O conjunto de investimentos e modificações a que se refere o texto consistiam, entre outros, a) na grande ampliação das centrais de energia termelétricas; na instalação e modernização de terminais marítimos e no crescimento de indústrias de bens de consumo duráveis, como a alimentícia e a eletroeletrônica. b) na recuperação de áreas urbanas junto às metrópoles; na criação de corredores de exportação e no sensível crescimento dos setores de indústria de base, como a do aço, cimento e química pesada. c) na crescente diversificação da pauta de exportações de produtos primários e na nacionalização de indústrias inicialmente ligadas ao capital internacional, como a química leve e a farmacêutica. d) na ampliação significativa da capacidade instalada de energia elétrica; no aumento do número e na modernização das rodovias e no crescimento do setor de bens de produção e da indústria automobilística. e) na criação e instalação de portos fluviais, na expansão da agroindústria, na descentralização da atividade industrial e no fortalecimento dos mecanismos de distribuição equilibrada da renda. Questão 08 Em sua fase inicial, associada à substituição das importações, a industrialização brasileira ressentiu-se principalmente a) da falta de iniciativa estatal, uma vez que o Estado tinha interesse em manter a agroexportação do café. b) das dificuldades provocadas pela Grande Guerra que impossibilitavam a produção de bens, antes importados. c) da conjuntura internacional desfavorável, pois as grandes potências econômicas procuravam manter o monopólio industrial. d) da ausência de uma integração em nível de América Latina. e) da falta de integração do território, reflexo de uma organização espacial ligada à exportação de bens primários. Anotações Aula 19 – A Política Substitutiva e a Industrialização Pós-1930 5 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 Levando-se em consideração que, historicamente, a implantação de indústrias siderúrgicas constituiu-se em fator fundamental no processo de industrialização: a) justifique a importância das indústrias siderúrgicas; b) explique como se deu a sua implantação no Brasil. Questão 02 I- Até a década de 1930, não se desenvolveu uma política de industrialização. As atenções voltavam-se para o setor agrário- exportador. II- Um período importante para o desenvolvimento industrial ocorreu após 1929 com a crise da cafeicultura. III- Após 1950, o desenvolvimento foi realizado com grande participação de capitais estrangeiros, iniciando-se a internacionalização da economia do país. IV- Os governos militares, após 1964, interromperam o processo de internacionalização, diminuindo a dependência de capitais externos. Sobre as fases do processo de industrialização do Brasil, são corretas as afirmações: a) I, II, III e IV. d) I, II e IV. b) I, III e IV. e) I, II e III. c) II, III e IV. Questão 03 Sobre a industrialização e urbanização no Brasil, julgue as afirmativas adiante: I. É pertinente afirmar que a urbanização brasileira não é decorrente da industrialização, uma vez que isso não gera emprego em número suficiente para o grande volume do êxodo rural que ela provoca. II. Pelo fato de a indústria brasileira ser do tipo tardia, ela se caracteriza por importar tecnologia e máquinas dos países centrais e por ser poupadora de mão-de-obra. III. A tecnologia importada pelo Brasil tem agravado o problema do desemprego, uma vez que o declínio das taxas de natalidade é menos acentuado do que nos países onde ela foi elaborada. Assinale: a) se for correta apenas a afirmativa I. b) se forem corretas apenas as afirmativas I e II. c) se forem corretas apenas as afirmativas I e III. d) se forem corretas apenas as afirmativas II e III. e) se forem corretas as afirmativas I, II e III. Questão 04 "O desenvolvimento da rede de transporte é um fator fundamental para o crescimento industrial". Analisando a organização do espaço brasileiro, tendo em vista seu processo de industrialização, é correto afirmar, EXCETO: a) Em 1930 não existia integração econômica entre as diversas regiões. b) A industrialização procedeu-se, gerando uma maior concentração espacial. c) O Sudeste foi favorecido pela construção de vias de transporte e, conseqüentemente, pelo crescimento industrial. d) A construção da rede rodoviária favoreceu a reprodução interna do modelo de dominação e exploração. e) A Amazônia permanece numa posição periférica, contando apenas com a presença de indústrias nacionais tradicionais. Questão 05 Considerando a estrutura industrial brasileira no que se refere à origem do capital, é correto afirmar que: a) desde a origem da industrialização brasileira, a indústria de capital privado nacional sempre foi, numericamente, superior às demais b) na atualidade, as indústrias de capital privado nacional são um setor forte e predominante no sistema econômico c) somente após 1964, as empresas estatais passaram a uma fasede enfraquecimento d) as multinacionais, com sede no exterior, começaram a penetrar mais intensamente no Brasil após a 2ª Guerra Mundial Questão 06 Sobre o processo brasileiro de industrialização, fala-se que, embora seja bastante avançado e tenha grande significado na América Latina, ele é classificado como tardio e que sua origem substitutiva de importados deixou lacunas na sua implantação. Justifique o emprego do adjetivo TARDIO para o nosso processo de industrialização e esclareça de que lacunas trata a questão. Questão 07 Considere o texto apresentado abaixo: Substituição de importados ainda patina "O Brasil ainda patina na tentativa de impulsionar seu processo de substituição de importações. Com a valorização do dólar, que tornou mais caros os produtos estrangeiros, era esperada uma forte retomada nos projetos de fornecimento local para multinacionais. Mas alguns setores não conseguiram oferecer produtos com preços competitivos e o nível de tecnologia exigido". (Fonte: "Folha de São Paulo", 19/03/2000, p.10-2.) Com base nessa notícia e em seus conhecimentos sobre o processo de industrialização no Brasil, é correto afirmar que a) a preponderância do setor agropecuário na economia nacional vem impedindo um maior desenvolvimento tecnológico do setor industrial e o crescimento da substituição de importações. b) o período atual caracteriza-se pela fase da substituição de importações, como resposta às políticas de proteção industrial adotadas pelos governos militares. c) o processo de substituição das importações, iniciado na década de 1930 pelo governo de Getúlio Vargas, só recentemente tem recebido maior atenção das empresas multinacionais. d) a internacionalização da economia, intensificada pelo governo Collor em 1990, não implicou uma modernização de todos os setores da indústria nacional. e) os efeitos do processo de globalização na economia brasileira têm permanecido restritos ao desenvolvimento tecnológico da indústria nacional. Questão 08 Considere os textos a seguir, para responder a esta questão. I. "No período de 1930 a 1956, os grandes investimentos foram direcionados ao setor de base (siderurgia, petroquímica e extração mineral), com grande intervenção do Estado." II. Embora a indústria, desde o início do século, estivesse concentrada no eixo São Paulo - Rio de Janeiro, até 1930 a organização espacial se caracterizava pelas atividades econômicas dispersas e regionalmente quase autônomas." III. "O sucesso do Plano de Metas foi acompanhado por um significativo aumento da inflação e da dívida externa, pelo afastamento da capital federal do centro econômico e populacional do país e pela efetiva implantação do rodoviarismo." 6 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) IV. "A política do Plano de Metas acentuou a concentração do parque industrial na região sudeste, intensificando ainda mais as migrações internas e provocando o crescimento caótico dos grandes centros urbanos." (Adap. Sene & Moreira, 1998) Referem-se à industrialização brasileira os textos a) I e III somente. d) II, III e IV somente. b) II e III somente. e) I, II, III e IV. c) I, III e IV somente. Questão 09 A partir da década de 1970, dois fatos importantes ocorreram simultaneamente: início da diminuição da concentração industrial no Sudeste e o processo de desconcentração industrial no Brasil. Dentre os motivos que podem explicar esses fatos citam-se a) o esgotamento dos recursos minerais no Sudeste e o aumento das necessidades de exportação geradas pela entrada do Brasil na ALADI. b) a forte atuação do Estado criando incentivos fiscais para que indústrias do Sudeste se instalassem em outras regiões e o desenvolvimento em âmbito nacional de infra-estrutura de transportes e comunicações. c) o aumento das necessidades de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo, inexistentes no Sudeste e a formação do Mercosul que representa maiores exportações para o País. d) o declínio acentuado dos fluxos migratórios em direção ao Sudeste e a descoberta de importantes recursos minerais em vários pontos do País, como o caso de Carajás. e) a limitação do espaço do Sudeste para a instalação de novos parques industriais e a elevação generalizada dos padrões de renda e consumo da população brasileira. Questão 10 Sobre a industrialização brasileira, é correto afirmar que: a) difundiu-se de modo homogêneo no território brasileiro. b) caracteriza-se por ausentar-se do eixo centro-sul. c) é resultado de uma política nacionalista de desenvolvimento econômico. d) constitui base da política de desenvolvimento econômico implementada no país. e) gera o maior número de empregos nos principais centros urbanos do país. Questão 11 Observe o mapa abaixo: Temos, acima, a representação do espaço geográfico industrial brasileiro. O que se pode perceber, com a leitura do mapa, é: a) a dinâmica homogênea da industrialização brasileira. b) o peso que a Zona Franca de Manaus possui graças ao fato de ela, sozinha, ser equivalente a toda produção industrial do centro- sul do país. c) a herança histórica da concentração industrial ocorrida na região Sudeste do país. d) o elevado processo de devastação de áreas naturais para a construção de zonas industriais. e) que o Rio Grande do Sul é a Unidade Federativa mais industrializada do país. Questão 12 Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espacial, a alternativa correta é: a) A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na região Sudeste do Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas. b) No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo de Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior. c) A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão-de-obra barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com destaque para o setor têxtil e produção de alimentos. d) A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a desconcentração industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e desenvolvimento técnico- científico. e) Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou por grandes mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração industrial, posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro. Questão 13 O período comumente denominado de “anos dourados” marcaram uma etapa da recente história brasileira associada ao desenvolvimentismo (abertura de rodovias, expansão da rede hidrelétrica, implantação da indústria automobilística, descentralização da capital) e à atmosfera cultural marcada pelo surgimento da Bossa Nova. A que governo tal período está associado: a) Juscelino Kubstchek b) João Goulart c) Getúlio Vargas d) Eurico Gaspar Dutra e) Jânio da Silva Quadros CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL E A DESCENTRALIZAÇÃO ATUAL A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização. A grave crise econômica iniciada em 1988 e a globalização da economia mundial foram os pontosde partida para o surgimento de um novo modelo econômico, que promoveu a intensificação dos fluxos internacionais de capitais nos mercados financeiros e abertura das economias nacionais ao comércio global. Os governos de Fernando Collor de Melo (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) iniciaram essa abertura. Em 1991 iniciou-se o Programa Nacional de Desestatização, com grande participação de capitais provenientes dos Estados Unidos, Espanha e Portugal. Em junho de 1994, a moeda brasileira passou a ser o real. A mudança da moeda era parte de um plano econômico maior, que tinha como objetivo central o combate a inflação e a estabilização da economia brasileira. A ilusão da moeda forte e do consumo fácil fez com que o país entrasse as cegas na modernidade. A verdade é que do século XX para o século XXI, o desenvolvimento industrial-tecnológico, colocou o Brasil entre as maiores economias no Mundo, sendo considerado um dos mercados emergentes nesse início de século. Entretanto, grande parte da população ainda encontra-se excluída do mercado consumidor dos produtos industriais e o abismo entre os ricos e pobres tem se acentuado ainda mais. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL POR REGIÕES Até por volta da segunda metade do século XX o Brasil não possuía um mercado nacional consolidado muito menos um espaço geográfico de fato integrado. Na verdade, o país mais se assemelha a um “arquipélago” com a existência de verdadeiras “ilhas” de economia primárias voltada para a exportação. A partir da década de 50, pela primeira vez na história, o Brasil deixa de ser um país essencialmente agrário e a industrialização passou a comandar a economia nacional. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabelecimentos na região Sudeste. A concentração industrial na região, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros) orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc. Além disso, a concentração industrial é acompanhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra- econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros. Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país. DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL O debate sobre o processo de desconcentração espacial da indústria nos últimas duas décadas tem início nos trabalhos pioneiros de Diniz (1993) e Diniz e Crocco (1996), que apontam para um movimento de desconcentração ocorrido entre as décadas de setenta e noventa. Segundo esses autores, teria havido perdas na participação das Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro ao longo daquele período. Em contrapartida, teria ocorrido aumento nos estados do Sul e de Minas Gerais, assim como no interior de São Paulo, surgindo uma espécie de polígono que ia do centro de Minas Gerais ao nordeste do Rio Grande do Sul. Assim, as transformações ocorridas fariam com que o processo de desconcentração ficasse restrito às cidades localizadas no interior de tal polígono. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intrarregionalmente e também entre as regiões. Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba, ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopolos. A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infraestrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de- obra extremamente barata. Com base em técnicas de estatística multivariada e indicadores sintéticos e de dados das mesorregiões do país, Saboia, Kubrusly e Barros (2008) confirmam que, em meados da década de 2000, os desequilíbrios regionais permaneciam elevados, beneficiando as regiões Sul e Sudeste. Foram, entretanto, encontrados resultados favoráveis em algumas mesorregiões do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, o que confirmaria o ponto de vista de alguns autores 8 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) aqui resenhados no sentido de uma extrapolação do processo de desconcentração para fora do polígono original de Diniz e Crocco em anos recentes. Há casos de desenvolvimento em regiões no entorno das capitais e outros em que se trata de políticas explícitas de atração de investimentos industriais para o interior. TECNOPÓLOS BRASILEIROS Os “tecnopolos” são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada Tecnologia de Ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc). As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país. MAIORIA DAS INDÚSTRIAS INOVADORES ESTÁ EM SÃO PAULO A ideia de que a economia paulista perde importância para as de outros estados está sendo matizada pelos resultados da pesquisa Performance Econômica das Regiões Brasileiras (Perb), capitaneada pelo professor Aurílio Caiado, da Universidade de Sorocaba. Os resultados mostram que a saída de indústrias restringiu-se ao município de São Paulo e seu entorno. Se em 1985 a capital abrigava 15% de toda a indústria de transformação do país, o índice em 2005 caiu para 6,1%. A pesquisa mostra que a perda de indústrias na capital paulista nem de longe é sinônimo de decadência, pois a cidade consolida-se como o grande polo brasileiro de empresas que investem em inovação, aquelas cujos produtos têm mais valor agregado. Revista pesquisa Fapesp, n.157, mar.2009. Aula 20 – A Concentração Industrial e a Descentralização Atual 9 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 As migrações internas no Brasil na década de 1990 mantiveram algumas tendências observadas durante a década de 1980, ou seja: I. queda do movimento interno migratório em direção à região Sudeste e, particularmente, às metrópoles; II. diminuição do crescimento populacional do município de São Paulo, que nas décadas anteriores destacou-se como o principal pólo de atração da população; III. permanência do vetor migratório em direção à Amazônia. (Adas Melhem. "Panorama Geográfico do Brasil". São Paulo: Moderna, 1998. p. 535.) Dentreos fatores que explicam essas tendências pode-se citar a a) crescente concentração fundiária e o incentivo à exploração madeireira na região Norte. b) desconcentração industrial e a busca de novas fronteiras agropecuárias. c) crise econômica da década de 1980 e o agravamento da seca no sertão nordestino. d) mecanização da agricultura e programas governamentais de assentamentos rurais. e) decadência industrial no Estado de São Paulo e abertura de novas estradas na Amazônia. Questão 02 No último quartel do século XX, particularmente na década de 90, uma nova forma de organização empresarial tem agregado os centros de formação de pessoal de alto nível às unidades de produção e de serviços, empregando os mais modernos recursos de microeletrônica. Em tais centros estão se implantando atividades de alta tecnologia, como em Campinas e São José dos Campos, na região Sudeste do Brasil. Qual a denominação dada a esses centros? a) centros megalopolitanos b) centros-acrópoles c) regiões metropolitanas d) tecnopólos e) edifícios empresariais urbanos Questão 03 "As indústrias localizadas em Cubatão são extremamente poluidoras. Em qualquer lugar em que estivesem instaladas, a poluição seria um sério problema. Entretanto, em Cubatão, é um desastre ambiental, devido aos fatores geográficos." (Adaptado de D.J. Hogan - "POPULAÇÃO, POBREZA E POLUIÇÃO EM CUBATÃO, São Paulo") Tendo em vista o texto anterior, responda: a) Que tipo de indústria foi instalado em Cubatão? b) Quais são os fatores geográficos responsáveis pelo agravamento da poluição nessa cidade, e como eles contribuem para esse agravamento? Questão 04 Qual das alternativas a seguir apresenta o grupo de setores industriais com maior difusão espacial na seção Oeste representada no mapa adiante? a) Gráfico e de madeira. b) Mecânico e de ouro. c) Químico e de borracha. d) Alimentar e de vestuário. e) Têxtil e de transporte. Anotações 10 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 05 A modernização do Brasil, resultante do crescimento da economia urbano-industrial, produz uma divisão territorial do trabalho que: a) torna a indústria dependente da agricultura. b) determina maior autonomia regional à Amazônia e ao Nordeste. c) diminui as desigualdades econômicas regionais. d) reduz o êxodo rural. e) subordina progressivamente o campo à cidade. Questão 06 Identifique a alternativa que combina de forma adequada as regiões numeradas de 2 a 5 no mapa com as categorias a seguir: I - área tradicional com atividade agrária a industrial em decadência. II- periferia mais integrada ao centro industrial e financeiro. III- domínio da economia primária. IV- zona pioneira agrícola e mineral. a) I - 3, II - 2, III - 4, IV - 5. d) I - 2, II - 3, III - 5, IV - 4. b) I - 4, II - 2, III - 5, IV - 3. e) I - 3, II - 2, III - 5, IV - 4. c) I - 2, II - 3, III - 4, IV - 5. Questão 07 Considere o mapa a seguir. Os algarismos I e II representados no mapa do Estado de São Paulo correspondem, respectivamente, aos eixos da industrialização que se expandiu para as regiões a) do Vale do Paraíba e Sorocaba (vias Dutra e Castelo Branco), onde predominam indústrias bélicas, têxteis e agroindústrias. b) de Sorocaba e Campinas-Ribeirão Preto (vias Castelo Branco e Anhangüera-Bandeirantes), com indústrias diversificadas e agroindústrias. c) do ABCD-Baixada Santista e Campinas (vias Anchieta-Imigrantes e Bandeirantes), com centros poliindustriais. d) do Vale do Paraíba e ABCD-Baixada Santista (vias Dutra e Imigrantes), com predomínio das montadoras de automóveis, autopeças, indústrias metalúrgicas e químicas. e) do ABCD-Baixada Santista e Sorocaba (vias Anchieta-Imigrantes e Castelo Branco), com destaque para as indústrias metalúrgicas, automobilísticas, siderúrgicas, de móveis e têxteis. Questão 08 Sobre a zona franca de Manaus podemos afirmar corretamente que: a) seu parque industrial é dominado principalmente por modernas indústrias têxteis e alimentícias. b) seu projeto industrial tem como base a proteção tarifária e, em sua estrutura dominam os capitais internacionais. c) sua produção se destina basicamente a atender à demanda do mercado consumidor regional. d) mesmo caracterizando-se como um pólo industrial, a zona franca não chegou a promover um processo de expansão urbana. e) domina a utilização de matérias-primas regionais atendendo às necessidades do mercado consumidor. Anotações Aula 20 – A Concentração Industrial e a Descentralização Atual 11 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 Sobre a industrialização e urbanização no Brasil, julgue as afirmativas adiante: I. É pertinente afirmar que a urbanização brasileira não é decorrente da industrialização, uma vez que isso não gera emprego em número suficiente para o grande volume do êxodo rural que ela provoca. II. Pelo fato de a indústria brasileira ser do tipo tardia, ela se caracteriza por importar tecnologia e máquinas dos países centrais e por ser poupadora de mão-de-obra. III. A tecnologia importada pelo Brasil tem agravado o problema do desemprego, uma vez que o declínio das taxas de natalidade é menos acentuado do que nos países onde ela foi elaborada. Assinale: a) se for correta apenas a afirmativa I. b) se forem corretas apenas as afirmativas I e II. c) se forem corretas apenas as afirmativas I e III. d) se forem corretas apenas as afirmativas II e III. e) se forem corretas as afirmativas I, II e III. Questão 02 "O desenvolvimento da rede de transporte é um fator fundamental para o crescimento industrial". Analisando a organização do espaço brasileiro, tendo em vista seu processo de industrialização, é correto afirmar, EXCETO: a) Em 1930 não existia integração econômica entre as diversas regiões. b) A industrialização procedeu-se, gerando uma maior concentração espacial. c) O Sudeste foi favorecido pela construção de vias de transporte e, conseqüentemente, pelo crescimento industrial. d) A construção da rede rodoviária favoreceu a reprodução interna do modelo de dominação e exploração. e) A Amazônia permanece numa posição periférica, contando apenas com a presença de indústrias nacionais tradicionais. Questão 03 A indústria brasileira tem passado, nos últimos anos, por um processo de modernização que permitiu ao país elevar significativamente a produtividade média do trabalhador. A esse respeito, só NÃO podemos afirmar que a elevação da produtividade: a) baseia-se na introdução crescente e sistemática de novas técnicas de produção. b) baseia-se na queda constante dos salários pagos, uma vez que as máquinas substituem os trabalhadores qualificados. c) baseia-se na diminuição do tempo médio de produção e nos ganhos de qualidade nos produtos, processos e serviços. d) reforça o desemprego tecnológico, pois muitos trabalhadores perdem seus postos quando se incorporam novas tecnologias às linhas de produção. e) poderá reforçar as desigualdades de renda e oportunidades nos centros urbanos, uma vez que serão necessários trabalhadores cada vez mais qualificados e em menor número. Questão 04 Ao contrário do que presenciamos, no momento nos anos 40 o Estado brasileiro teve importante papel no processo de industrialização. A sua principal intervenção foi na indústria... a) automotiva. d) alimentícia. b) de bens de consumo. e) de base c) têxtil. Questão 05 Após a Segunda Guerra Mundial a industrialização do Brasil ganhou mais impulso. Vários fatores contribuíram para a sua concentração em São Paulo e vizinhanças, tais como: I - o desenvolvimento da lavoura cafeeira. II - a presença da mão-de-obra do imigrante. III - a existência de um bom mercado consumidor. IV - a expansão da exploração mineral. Assinale: a) se somente IIIe IV estiverem corretas. b) se somente II, III e IV estiverem corretas. c) se I, II, III e IV estiverem corretas. d) se I, II, III e IV estiverem incorretas. e) se somente I, II e III estiverem corretas. Questão 06 Considerando a estrutura industrial brasileira no que se refere à origem do capital, é correto afirmar que: a) desde a origem da industrialização brasileira, a indústria de capital privado nacional sempre foi, numericamente, superior às demais b) na atualidade, as indústrias de capital privado nacional são um setor forte e predominante no sistema econômico c) somente após 1964, as empresas estatais passaram a uma fase de enfraquecimento d) as multinacionais, com sede no exterior, começaram a penetrar mais intensamente no Brasil após a 2ª Guerra Mundial Questão 07 Considere a tabela e as afirmações apresentadas a seguir. Fontes: Anfavea e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (São Paulo) I. O aumento da produção de automóveis está associado à crescente exportação para os países do Oriente Médio e Sudeste da Ásia. II. A redução do número de trabalhadores na indústria automobilística deve-se à robotização de algumas atividades. III. O fechamento de unidades produtivas em estados do Sudeste influenciou a redução da mão-de-obra empregada na indústria automobilística. IV. A relação de automóveis/número de empregos indica que houve aumento da produtividade por trabalhador. A leitura da tabela e seus conhecimentos sobre o processo de industrialização brasileiro permitem afirmar que estão corretas SOMENTE a) I e II d) II e IV b) I e III e) III e IV c) II e III 12 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) Questão 08 A tendência à desindustrialização dos grandes centros urbanos tem traçado novos rumos para o desenvolvimento regional. Indústrias tradicionais do Sul e Sudeste se transferem para o Nordeste buscando compensações. Assinale a opção que representa um fator de atração para as indústrias do Sul e do Sudeste. a) Mão-de-obra especializada. b) Maiores benefícios fiscais por parte dos governos estaduais nordestinos. c) Proximidades dos maiores centros consumidores do país. d) Existência de pólos industriais com infra-estrutura econômica e tecnologia. e) Concentração de empresas fornecedoras de matérias-primas, equipamentos e peças. Questão 09 A região de Campinas tem apresentado um intenso crescimento industrial que se destaca no contexto nacional pelo: a) desenvolvimento da indústria de ponta, estimulado pelos tecnopólos criados a partir de uma integração entre comunidade acadêmica e empresariado. b) desenvolvimento da agroindústria açucareira decorrente da grande produção local dos canaviais. c) desenvolvimento de indústrias tradicionais que utilizam muita mão-de-obra e predominantemente associadas ao beneficiamento de matéria-prima local. d) grande domínio de capitais nacionais, sendo uma das poucas áreas do país onde as empresas transnacionais não atuam. e) predomínio da indústria de calçados, responsável pela maior parte da oferta de empregos na região. Questão 10 Recentemente tem-se dado grande destaque à instalação de várias indústrias no Nordeste brasileiro, muitas das quais de capital estrangeiro: indústrias de bens de consumo (vestuário e calçados) no Ceará, montadoras de veículos na Bahia, indústrias variadas que criam algumas centenas de empregos diretos e possibilitam muitos outros empregos indiretos. Essa preferência do capital externo pelo Nordeste brasileiro deve- se, entre outros motivos, a) ao fim das políticas de incentivos fiscais instituídas na época da SUDENE e à densa rede rodo-ferroviária da Região. b) à redução das diferenças regionais, graças ao processo de democratização do Estado e à existência de sindicatos de trabalhadores fortes e atuantes. c) à existência de mecanismo de atração, como isenção de impostos, subsídios e incentivos fiscais, e à presença de mão-de- obra abundante e pouco organizada do ponto de vista sindical. d) ao atual momento econômico, que tem possibilitado a volta maciça dos migrantes nordestinos, com novos hábitos de consumo, e à presença de ambulantes matérias-primas. e) ao novo papel do Estado, cada vez mais distanciado do mercado, e à melhoria generalizada da qualidade da mão-de-obra nordestina. Questão 11 A produção de aço, no Brasil, aumentou rapidamente após a Segunda Guerra Mundial e, em 1995, atingiu, aproximadamente, 25 milhões de toneladas. A estratégia de implementação do setor siderúrgico baseou-se na construção de grandes usinas espacialmente concentradas na Região Sudeste. A alternativa que explica essa concentração do setor siderúrgico é: a) A articulação entre a proximidade das matérias primas, os centros de consumo e os terminais de exportação. b) A integração entre as áreas produtoras de carvão, as fontes de energia e os corredores de exportação. c) A ligação entre a mão-de-obra qualificada, os centros de pesquisa e a transferência de tecnologia. d) A união entre a proximidade dos portos, a absorção de mão-de- obra e o acesso aos terminais rodo-ferroviários. e) A relação entre a distância das áreas fornecedoras de matérias primas, os custos de transportes e o acesso aos mercados consumidores. Questão 12 (Uel) As hachuras, no mapa, representam áreas de a) baixa densidade demográfica. b) degradação das florestas tropicais. c) alto índice pluviométrico. d) influência das regiões metropolitanas. e) concentração industrial. Questão 13 "Fábio de Souza, 19, teve mais sorte que seu pai. Na década de 80, Antônio de Souza se cansou da vida dura de pequeno agricultor em Sobral, no Ceará, e migrou para São Paulo. Analfabeto, Antônio não prosperou e teve de voltar para o Ceará. Seu filho não vai precisar se esforçar tanto para buscar emprego numa fábrica. A indústria está chegando ao sertão." ("Folha de S. Paulo" 19/09/99.) As histórias de Antônio e Fábio de Souza mostram duas fases da organização da atividade industrial no território brasileiro. São elas, respectivamente, a: a) centralização industrial na região sudeste e a dispersão da atividade industrial para regiões de custos mais baixos. b) descentralização do parque industrial sulista e o aumento da industrialização nordestina. c) concentração industrial em São Paulo e a transferência da indústria de alta tecnologia para o nordeste. d) concentração da indústria de base no sudeste e a dispersão da indústria da construção civil. e) dispersão da atividade industrial, durante o milagre brasileiro, e a centralização de unidades produtivas no período Collor. CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência A ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA: DAS SESMARIAS A LEI DE TERRAS (ATÉ 1930) INTRODUÇÃO O Brasil está entre os países mais desiguais do mundo. Os reflexos desses problemas sociais contribuíram para que Edmar Bacha (1975) denominasse o Brasil como Belíndia, ou seja, uma apologia entre a pequena e rica Bélgica com a pobreza e imensidão da Índia. Em geral, por todo o território brasileiro é possível identificar grandes disparidades sociais, dentre elas na distribuição de renda e de terras, nos índices educacionais, de saúde, entre muitos outros. No entanto, muitas dessas disparidades constatadas no país não são conjunturais, mas decorrentes de um encadeamento de ações que vem ocorrendo desde o surgimento do Brasil. No que se refere à questão fundiária, foco desse trabalho, nota-se uma distribuição da posse da terra altamente concentradora desde a formação da propriedade. O HISTÓRICO FUNDIÁRIO As raízes dos problemas fundiários no Brasil são reflexos da construção histórica da formação da propriedade. Essa herança provem da própria dinâmicade funcionamento da colônia e das leis vigentes nesse período, as quais introduziram as disparidades na distribuição de terras e, posteriormente, na concepção mercadológica da terra (FURTADO, 1989). Assim, para analisar a concentração de terras, a produção e até mesmo a produtividade agrícola nos dias atuais, é preciso levar em consideração a perspectiva histórica da questão agrária no Brasil. Segundo Asselin (1991), quando os portugueses chegaram em terras brasileiras, o país perdeu sua autonomia e iniciou-se o processo de grilagem. A partir de 1500 as terras brasileiras passaram ao domínio público do Reino de Portugal de modo que, quando começa a colonização portuguesa no Brasil com a constituição das capitanias hereditárias e concessões de Sesmarias, inicia-se o processo de formação da propriedade privada no Brasil. Aliado a política adotada de transferência de propriedade do domínio público para o privado, o período Sesmarial (1530 a 1850) caracterizou-se pela concessão de grandes extensões de terras aos pleiteadores de propriedades no novo território de colonização português (SILVA, 1997). A partir da concepção acima se pode afirmar que, sob domínio português, todo o território brasileiro foi, por ora, originalmente público por direitos de conquista. Depois, as terras passaram ao domínio do império e da República. A transferência de terras públicas à iniciativa privada se deu através de concessões de Sesmarias, comercialização, trocas e legitimação de posses no decorrer da história. Através dessa perspectiva, segue a regra de que toda propriedade particular sem título legal é pública ou devoluta. O início da formação das propriedades no Brasil começa ocorrer de fato a partir de 1530, quando é instituída a colonização de exploração baseada na monocultura de cana-de-açúcar, denominada plantation. Esse modo-de-produção era uma combinação entre monocultivos, latifúndios (grandes extensões de terras) e mercado exportador (MORISSAWA, 2001). Como afirma Silva (1997), quando se concedia uma capitania a um determinado donatário, ele possuía o direito sobre a posse da terra, porém não era lhe concedido à emissão de propriedade, que se mantinha sobre o domínio da Coroa portuguesa. Além disso, os donatários poderiam conceder Sesmarias a benfeitores, que passavam a desfrutar de direitos exploratórios e produtivos nas terras recebidas. O intuito da metrópole era, através dessas concessões, ocupar o território e explorá-lo com fins econômicos, garantindo-se o cultivo sobre pena de perda do domínio das terras por desobrigação das condições legais impostas pela Coroa. Por essa razão, o processo de concessões de terras era amplamente privilegiado. O período sesmarial estendeu-se até o início do século XIX, quando em julho de 1822, extingue-se o regime sesmarial até que fosse regulamentada uma lei de legitimação de terras no Brasil. Logo, a partir dessa data inicia-se um novo período na história da formação de propriedade no Brasil que se estende até 1850, quando surge a chamada Lei de Terras. Esses quase trinta anos entre a derrubada do regime sesmarial e a instituição de uma nova Lei ficaram conhecidos como “Império de posses” ou “fase áurea do posseiro”, pois não havendo nenhum tipo de normatização e regulamentação de terras, a posse tornou-se a única forma de aquisição de terras. Nesse período aumenta-se paulatinamente o número de posseiros, de grandes propriedades e também marca a formação das oligarquias rurais no Brasil. Por outro lado, essas posses não poderiam, conforme o cumprimento da norma vigente, serem legalizadas (SILVA, 1997). Após esse vácuo legislativo e a fim de buscar novas soluções para os problemas fundiários do Império brasileiro, promulga-se então, em 18 de setembro de 1850, a Lei n° 601 Euzébio de Queiroz, também conhecida como Lei de Terras. A Lei 601, antes de tudo, previa a delimitação da propriedade no Brasil e a forma de concessão de novas propriedades a partir dessa data. Por um lado, a lei previa a legitimação das sesmarias concedidas que não haviam caído em comisso, a legitimação de outras posses (ocorridas essencialmente no período compreendido entre 1822 e 1850) e a demarcação das terras devolutas. Por outro lado, foi uma forma de se estimular a entrada de imigrantes no Brasil, já que previa o fim do trabalho escravo, sendo necessária a transição para o trabalho livre. Logo, essa transição seria financiada pela venda de terras devolutas da Coroa. Embora as medidas não tivessem uma correlação intimamente dependente, houve então, uma vinculação entre a questão da regulamentação da propriedade privada e a imigração. O que se pode concluir diante da Lei de Terras é que essa foi uma espécie de divisor de águas em relação à territorialização do Brasil, tanto na legitimação da propriedade privada e do latifúndio como na demarcação de terras devolutas no país. Desse modo, toda e qualquer propriedade no Brasil deve ter como marco inicial a regulamentação da propriedade expedida em 1850 ou comprada da Coroa portuguesa, caso contrário é terra devoluta, ou seja, passível de dessa propriação. (SILVA, 1996). No período subsequente entre a proclamação da República, em 1889 até 1964(estatuto da terra), o problema da legitimação de posses foi posto em plano secundário. Inclusive, em 1891, é instituída uma lei que aprovava a emissão de propriedade por parte dos estados e não mais como função da União. Isso demonstra não só o desinteresse sobre o caso, como também a omissão da Federação em relação à estrutura fundiária da nação. Ainda que, do ponto de vista legal, esse período não 14 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) seja significativo para análise sobre a formação da propriedade, vale ressaltar os anseios de setores das camadas populares em se procurar formas de desconcentração de terras e a tentativa de João Goulart, em 1964, de se realizar as reformas de base. Uma delas seria a reforma agrária como saída à concentração de terras e ao desemprego exacerbado, contudo, meses depois, Jango seria deposto pelo Golpe Militar. Assim, inicia-se o período de ditadura militar que se segue até 1984 (SILVA, 1997; MORISSAWA, 2001). Aula 21 – A Estrutura Fundiária Brasileira das Sesmarias a Leia de Terras (até 1930) 15 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA (Adaptado de SILVA, J. G. "A Nova dinâmica da agricultura brasileira". Rio de Janeiro: Campus, 1996.) Nos momentos II e III, registra-se parte do processo de modernização da agricultura brasileira. Exemplifique duas conseqüências desse processo nos referidos momentos. Duas dentre as conseqüências: - alterações na organização da produção - intensificação das relações assalariadas de trabalho - aumento da concentração empresarial da produção - aumento da dependência do setor agrícola em relação ao setor industrial Questão 02 -"Os próprios gaúchos e sulinos, pouco mais tarde, refariam o caminho em sentido inverso, entrando pelo miolo do País, avançando para o ___(I) ___ e para o ___(II)___, e espalhando progresso e riqueza até a beirada da floresta e, até mesmo, lá, do lado de cima, nos confins de Roraima. De certo modo, pode-se dizer que essa ida-e-vinda,esse continental vaivém, resume a história do Brasil no século, a história do nosso tempo de vida". Fonte: "O Estado de S. Paulo", 8/10/2000. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas no texto e o tema analisado. Questão 03 No Brasil, a divisão territorial do trabalho, fruto do crescimento da economia industrial, foi responsável, entre outras coisas, pelo(a) a) dependência gradativa do campo em relação à cidade. b) restrição das desigualdades regionais. c) crescimento da exportação de bens de consumo. d) elevação da taxa de crescimento vegetativo. Questão 04 Considere os gráficos a seguir sobre a estrutura fundiária do Brasil. LEGENDA: 1 - Menos de 10 ha 2 - De 10 a menos de 100 ha Anotações 16 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) 3 - De 100 a menos de 1.000 ha 4 - Mais de 1.000 ha (Adas, Melhem, 1998.) A partir da análise dos gráficos e de seus conhecimentos sobre o assunto, é possível afirmar que ocorreu a) um processo de fragmentação das propriedades com mais de 1.000 ha, entre 1970 e 1980, diminuindo a concentração fundiária no Brasil. b) uma diminuição do número de imóveis entre 100 e menos de 1.000 ha, mas com aumento da área ocupada, caracterizando uma fragmentação dessas propriedades. c) um processo de concentração fundiária entre 1970 e 1992, em especial com o aumento da área ocupada pelos estabelecimentos com mais de 1.000 ha. d) uma redução significativa das propriedades entre 10 ha e menos de 100 ha e um aumento daquelas com menos de 10 ha, como resultado dos assentamentos rurais. e) um processo de modernização da agricultura brasileira, caracterizado pelo aumento do tamanho das propriedades com mais de 1.000 ha, responsáveis pela maior parte da produção agrícola para consumo alimentar no País. Questão 05 Assinale a alternativa que completa corretamente a legenda do mapa. a) I - Paisagem natural pouco modificada; II - Região de alta densidade demográfica; III - Área de agropecuária mais desenvolvida. b) I - Região de economia agroindustrial; II - Região menos urbanizada; III - Paisagem natural pouco modificada. c) I - Região de baixa densidade demográfica; II - Paisagem natural pouco modificada; III - Área de agropecuária menos desenvolvida. d) I - Área de agropecuária pouco modernizada; II - Região de economia agroindustrial; III - Região menos urbanizada. e) I – Paisagem natural pouco modificada II - Área de agropecuária pouco modernizada III - Área de agropecuária mais modernizada; Questão 06 Ações voltadas exclusivamente para o desenvolvimento agrícola lograram invejável modernização da base tecnoprodutiva no Centro-Sul do país, mas sem um desenvolvimento rural correspondente. Dimensões tecnológicas e econômicas do processo foram privilegiadas. A organização sindical dos trabalhadores sem terra e a dos pequenos produtores - para citar apenas dois casos - foi relegada. O resultado sinaliza um antagonismo entre o econômico, o social e o ambiental. Fonte: Revista "Globo Rural", junho de 2001. Tendências: O poder local na globalização. O texto trata das transformações no campo brasileiro, principalmente a partir da década de 1970. As afirmações do texto exemplificam: Anotações Aula 21 – A Estrutura Fundiária Brasileira das Sesmarias a Leia de Terras (até 1930) 17 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência a) A formação de uma "indústria da seca" no sertão nordestino, baseada na incorporação de tecnologias modernas pelos agricultores sertanejos, que viabilizam a produção agrícola em áreas de clima semi-árido. b) A expansão da mecanização da produção agrícola, paralela ao crescimento e pauperização da categoria dos trabalhadores rurais temporários, como os bóias-frias na cultura da cana-de-açúcar. c) A criação de reservas ecológicas nos Estados do Acre e Amazonas, destinadas à preservação de árvores nativas, com a conseqüente proibição das atividades tradicionais de extração por populações de seringueiros e castanheiros. d) O aumento da mão-de-obra na atividade agrícola, como conseqüência da expansão de modernas empresas rurais de caráter familiar, como no caso da produção integrada de porcos e aves no interior paulista. e) O baixo nível de tecnologia ainda presente nas culturas de exportação, como a soja, e o modelo de expansão das áreas de pecuária intensiva para o interior do país, baseado em pequenas unidades de criação familiar. Questão 07 A área assinalada no mapa pode ser definida como: a) pouquíssimo povoada, com reduzida ocupação produtiva do solo. b) pouco povoada, com economia mais ou menos estagnada. c) de agropecuária tradicional, mas com algumas grandes cidades. d) de acentuada industrialização e urbanização. e) de agropecuária moderna, com cidades de porte médio e agroindústrias. Questão 08 Só produzir alimentos não é o bastante para acabar com a fome. O importante - sobretudo nos países e nas regiões onde a população rural é grande e tem taxas de crescimento demográfico elevadas - é que se consiga uma integração orgânica entre o combate à fome e a produção de alimentos por parte dos pobres que vivem no campo. (Abramovay, R. "Folha de S. Paulo" 18/06/95.) O texto pode ser utilizado como argumento a favor: a) do desenvolvimento industrial. b) do controle da natalidade. c) da reforma agrária. d) da distribuição de cestas básicas. e) da exportação de produtos agrícolas. Anotações 18 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 "(...) Grandes, médios, pequenos e microprodutores capitalizados, organizados em cooperativas das mais diversas categorias (...) compõem as classes produtoras incorporadas à agricultura moderna. Aí se enquadram como setores produtivos os hortifrutigranjeiros, a floricultura, os cultivos raros intensivos em capital e tecnologia de ponta que caracterizam os cinturões verdes das grandes cidades. Aí se enquadram igualmente diversas modalidades de agricultura biológica ou agricultura natural, em relação às quais multiplicam-se investigações científicas e experimentos de campo que estimulam sua expansão, como setor altamente inovador da agricultura moderna. (...)" Maria do Carmo Corrêa Galvão, "O Ensino de Geografia frente às transformações globais", 1996. O texto apresenta a face do campo brasileiro, das atividades modernas e qualificadas, que convive com arcaicas estruturas produtivas. Em relação à atual situação do campo brasileiro, é correto afirmar que: a) o modelo agrário-exportador de base colonial foi substituído por um modelo de alta tecnologia voltado para o mercado interno. b) a agricultura moderna reflete a mudança do padrão alimentar da população, aumentando a produção de grãos, como o feijão e o milho, e de raízes e tubérculos como a mandioca e a batata. c) o espaço agrícola sofreu transformações com a aplicação de novas técnicas e o aumento da produtividade que viabilizaram a formação do complexo agroindustrial. d) o complexo agroindustrial, o padrão mais moderno de agricultura no país, vem perdendo importância com o surgimento dos produtos alimentares transgênicos. e) os espaços agrícolas modernos concentram-se nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, enquanto as formas tradicionais de produção agropecuária localizam-se no Centro-Sul. Questão 02 A foto revela alguns aspectos do Movimento dos Sem-Terra no Brasil. Esse Movimento consiste numa organização a) com base social camponesa, com dimensão nacional, que se utiliza das ocupações, sobretudo de latifúndios, como arma de luta para pressionar o poder público a realizar reformas na estrutura agrária dopaís. b) constituída de bóias-frias, cujo objetivo central são ocupações de terras produtivas localizadas na periferia das grandes cidades do Sudeste do país. c) formada por trabalhadores desempregados do campo e da cidade, que por serem militantes do Partido dos Trabalhadores defendem uma reforma agrária nos latifúndios improdutivos na Região Sul do país. d) revolucionária, uma vez que lutam pela socialização dos meios de produção e por um governo baseado na ditadura do proletariado. e) composta por trabalhadores rurais, que defendem uma reforma agrária em todo o país nos mesmos moldes da defendida pela União Democrática Ruralista. Questão 03 As opções a seguir descrevem corretamente características de elementos presentes na estrutura agrária brasileira, EXCETO: a) AGRICULTURA ITINERANTE ' feita em pequenas propriedades, descapitalizada, baixa fertilidade do solo, baixa produtividade, com uso de queimadas e ocupação de novas áreas. b) AGRICULTURA INTENSIVA ' modernas técnicas de preparo do solo, de cultivo e de colheita, elevados índices de produtividade e bom grau de capitalização. c) PLANTATIONS ' pequenas e médias propriedades policultoras, cuja produção alimentar é destinada ao abastecimento dos centros urbanos mais próximos. d) POSSEIROS ' invasores de terras improdutivas, que atualmente estão organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Questão 04 São situações marcantes na transformação dos espaços agrários brasileiros, EXCETO: a) a preocupação constante em garantir a sustentabilidade dos solos, preparando-os para as gerações futuras. b) a modernização na forma de máquinas e insumos, aumentando a produtividade dos espaços. c) o aparecimento, no campo, de diversas atividades econômicas não rurais. d) a expressiva liberação de mão-de-obra, apesar do aumento de produção agrícola. Questão 05 Responder à questão com base nas afirmativas. A realidade rural brasileira apresenta acentuadas contradições, como, por exemplo: I. A expansão das fronteiras agrícolas através do capitalismo investidor, pelo qual grandes grupos industriais tornam-se proprietários rurais. II. Grandes áreas agrícolas reduzidas a monoculturas exportadoras, como no interior de São Paulo, onde os extensos laranjais fornecem matéria-prima para sucos destinados à exportação. III. A substituição do sistema de colonato pelo trabalho temporário de bóias-frias. IV. O aumento de subsídios governamentais para o pequeno produtor, objetivando o abastecimento interno e a conseqüente baixa dos preços ao consumidor. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa a) I e II b) I, II e III c) I e III d) II e IV e) III e IV Aula 21 – A Estrutura Fundiária Brasileira das Sesmarias a Leia de Terras (até 1930) 19 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 06 Observe o gráfico para responder à questão. A leitura do gráfico permite afirmar que a) o Brasil depende cada vez menos do setor agropecuário. b) nesta década aumentou a participação dos estados nordestinos na produção agropecuária. c) a produção agropecuária brasileira está muito concentrada. d) tem aumentado o valor da produção agropecuária graças às crescentes exportações. e) as maiores produções agropecuárias situam-se em estados interioranos. Questão 07 Considerando a estrutura fundiária brasileira e de acordo com a tabela a seguir, assinale a alternativa correta. Fonte: INCRA, 1996. Extraído de ADAS, M. e ADAS, S. "Panorama geográfico do Brasil". São Paulo: Moderna, 1999. p. 404. a) O percentual de estabelecimentos com área inferior a 100 hectares indica uma fraca concentração fundiária. b) Os estabelecimentos superiores a 1.000 hectares representam um percentual elevado da área total dos estabelecimentos, igualando-se às propriedades de até 100 hectares. c) A tabela expressa o que se entende por modernização conservadora da agricultura brasileira, caracterizada pelos latifúndios e pela concentração da propriedade rural. d) Na média, a distribuição de terras no Brasil, tanto em número de estabelecimentos quanto em área ocupada está em situação de equilíbrio, isto é, há uma correta divisão de terra entre os brasileiros. e) O número de estabelecimentos com mais de 1.000 hectares representa apenas 1,4% do total, o que indica uma fraca concentração fundiária. Questão 08 TEXTO I "No contexto maior da economia colonial, a produção para o mercado interno - gado e alimentos - apresentava um forte caráter de subordinação face à grande produção de exportação. (...) Enquanto os compradores compareciam a um mercado de preços tabelados, os produtores de alimentos são obrigados a comprar os gêneros de que necessitam - escravos, ferros, tachos, armas - em um mercado livre, quase sempre com preços estabelecidos na base do exclusivo colonial, sem qualquer concorrência." (SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. In: LINHARES, M. Yedda (org.). "História geral do Brasil". Rio de Janeiro: Campus, 2000.) TEXTO II "A luta pelos alimentos como direito e pela comida sadia é das menos obscurantistas que pode haver, reflete o direito à vida e à escolha do que comer e ser informado sobre o que está comendo. É uma luta dos direitos do consumidor contra a lógica voraz dos grandes consórcios alimentícios, dentre os quais se destaca o Monsanto - que ocupa vários cargos no governo Bush, tal sua força e voracidade." (SADER, Emir. In: "Época", março de 2001.) O primeiro texto procura contextualizar a produção para o abastecimento interno no Brasil Colônia, enquanto o segundo refere-se à invasão de uma propriedade do Monsanto, produtor internacional de alimentos, por ambientalistas e pelo MST, durante o Fórum Social Mundial contra a globalização, realizado em Porto Alegre. A alternativa que aproxima os dois textos por apontar uma semelhança entre o processo brasileiro de produção de alimentos, no passado e no presente, é: a) A produção agrícola se mantém subordinada a interesses externos. b) O Estado deixa para agricultores de subsistência a tarefa da produção alimentar. c) As políticas públicas para o setor agrário provocam preços altos dos produtos exportados. d) As ações do Estado priorizam a produção alimentícia através de consórcios internacionais. Questão 09 "Aprendemos que somos 'um dom de Deus e da Natureza' porque nossa terra desconhece catástrofes naturais (...) e que aqui, 'em se plantando, tudo dá'. (...) Aprendemos também que nossa história foi escrita sem derramamento de sangue, (...) que a grandeza do território foi um feito de bravura heróica do Bandeirante, da nobreza de caráter moral do Pacificador, Caxias, e da agudeza fina do Barão do Rio Branco; e que, forçados pelos inimigos a entrar em guerras, jamais passamos por derrotas militares. (...) Não tememos a guerra, mas desejamos a paz. (...) somos um povo bom, pacífico e ordeiro, convencidos de que 'não existe pecado abaixo do Equador'. (...) Em suma, essa representação permite que uma sociedade que tolera a existência de milhões de crianças sem infância e que, desde seu surgimento, pratica o "apartheid" social possa ter de si mesma a imagem positiva de sua unidade fraterna." (Adaptado de CHAUÍ, Marilena. "Brasil-mito fundador e sociedade autoritária". São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.) "aqui, em se plantando, tudo dá" A construção do mito de satisfação das necessidades alimentares, evidenciada neste fragmento do texto, contradiz a seguinte afirmativa: a) As terras férteis resultam da ação de agrotóxicos. b) Os melhores solos destinam-se aos cultivos para exportação. c) Os avanços tecnológicos direcionam-se às propriedades improdutivas. 20 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) d) Os diversos tipos climáticos
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