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1997-11-17-GM-Latino-Americana

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GAZETA l\/IERC TlL`
ANO 2 - N2 B4 z DE 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 1997 ná O dO UDiretor Responsâvelz Lulz Fernondo Ferreiro Levy
Andinos e_ Mercosul
aceleram integraçao
(CHUBUT ` ARGMNA) Adidmenio do “fdsi lrock” enfroquece o posiçoo dos Estddos Unidos porci o Alco
(MENDOZA - ARGENTINA)
ÊÉITribuno
(SALTA - ARGENUNÀ)
AHF4 Tflbumde-ÍII|'_!¶_
(JUJUY - ARGENTINA)
Preço do exemplar:
Argentino: S 2.00/2.20
(interior): Chile S 1000.
Demais países:
USS 2.00 + correio
LOS Guillermo Piemes
Pacote
prejudica
Argentina
Janaína Figueiredo, Guido Nejamkis e
Severino Goes
Buenos Aires, Bariloche e Porto Alegre
O conjunto de medidas
econômicas anunciado pelo go-
verno brasileiro, na semana pas-
sada, deverá causar um significati-
vo impacto sobre a Argentina: as
exportações para o Brasil cairão
cerca de 14%, uma perda de US$
1,2 bilhão em 1998, de acordo com
previsões do presidente da Câmara
de Exportadores, Enrique Mantil-
la. O maior peso recairá sobre o se-
tor automobilístico e algumas
montadoras já começaram a rever
suas estimativas de vendas, recon-
heceu o presidente da Associação
de Fábricas de Automóveis (Ade-
Fa), Horacio Losovisz.
Apesar de temerem as conse-
qüências de uma recessão no
Brasil, os empresárips argentinos
concordam em que as medidas de
ajuste fiscal eram a única alterna-
tiva a uma desvalorização do real,
que traria prejuízos maiores.
A comunidade financeira inter-
nacional aplaudiu o pacote, mas
diminuiu o peso relativo do Brasil
em seus portfólios. Isso porque
entende que, a curto prazo, haverá
redução no crescimento e, 'portan-
to, nos lucros das empresas. A
crise do mercado financeiro inter-
nacional, que afetou mais forte-
mente o Brasil, tenderá a atrasar,
em pelo menos três meses, novas
decisões de investimentos conjun-
tos no Mercosul.
lPáginas 3 a 12
e Ana Cristina Magalhães
Brasilia e Nova York
s governos dos países do
O Pacto Andino decidiram,
na semana passada, na
Venezuela, acelerar o processo
político de integração entre o blo-
co do Pacífico e o Mercosul. No
encontro dos chefes de Estado e
dos governos ibero-americanos
realizado na Ilha Margarita, os
líderes dos dois blocos afirrnaram
que até o fim do ano será iniciado
o processo de fusão da duas zonas
de livre-comércio com o objetivo
imediato de formar um único blo-
co sul-americano para as negocia-
ções com as demais. nações do
hemisfério para a criação da Area
de Livre Comércio das Américas
(Alca) e dar seqüência aos acor-
dos com a União Européia. Como
forma de fortalecer suas econo-
mias frente à crise que vem var-
rendo as bolsas internacionais, o
Brasil já anunciou um pacote de
medidas econômicas. O mesmo
deve ser feito pela Argentina, à
semelhança do que fez 0 México
após a crise “Tequila”.
Ao mesmo tempo, em Washing-
ton, o presidente norte-americano,
Novos nichos
no mercado
brasileiro
Hamilton Almeida
Buenos Aires
Em seis anos de Mercosul, as ex-
portações argentinas ao Brasil
cresceram 364%. No período, os
produtos industriais com maior va-
lor agregado foram os que mais es-
paço ocuparam no mercado
brasileiro, especialmente veículos e
autopeças, enquanto os produtos
com menor valor agregado
(agropecuários) reduziram sua pre-
sença. Entre 1990 e 1996, a partici-
pação dos produtos agropecuários
nas exportações argentinas caiu de
'78% para 63%, enquanto a partici-
pação dos automóveis nas expor-
tações industriais, que era zero em
1990, passou para 27% em 1996.
IPágina 9
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Bill Clinton, não conseguia vencer
as resistências políticas intemas e
retirava o projeto enviado à Câ-
mara de Representantes (deputa-
dos) dos Estados Unidos pedindo
o “fast track”, um instrumento le-
gal que dá ao Executivo autoriza-
ção para negociar acordos intema-
cionais de comércio com uma
cláusula que impede o Congresso
de modificar os seus termos. Sem
essa lei, o governo de Washington
enfraquece sua liderança no
processo de negociação porque
diminui a confiança dos demais
países de que acordos comerciais
Ã-I
#1
,,,.-~ ._-P
não sejam posteriormente desfigu-
rados pelo Congresso.
Segundo o líder no Senado do Par-
tido Republicano, Trent Lott, é “po-
liticamente mais difícil ou mesmo
impossível” passar a proposta em
1998, devido às eleições para o Con-
gresso norte-americano. Isto inviabi-
liza o desejo dos Estados Unidos de
dar partida à Alca na reunião da
Cúpula das Américas, marcada para
abril de 1998, em Santiago do Chile.
Na Venezuela, o presidente do
Brasil, Femando Henrique Car-
doso, e o da Argentina, Carlos
Menem, fortaleceram o conceito do
Iochpe-Maxion abre
fábrica em Córdoba
brasileira lochpe-Maxion
A inaugurou na semana pas-
sada, em Córdoba, uma
fábrica de motores com capaci-
dade para produzir 35 mil
unidades por ano. O projeto ab-
sorveu parte de um pacote de in-
vestimentos de US$ 16,2 milhões,
que também incluiu a abertura das
instalações da Tecmisa, empresa
do grupo que fabrica autopeças.
o.A Metropolitan Life Insurance
Company, companhia norte-ame-
ricana de seguros, deverá montar
no curto prazo subsidiárias no
Chile e no Uruguai. A empresa já
possui filiais na Argentina e no
México, e recentemente anunciou
que abrirá um escritório no Brasil
em janeiro próximo.
Q Os vinhos argentinos Michel
Torino serão vendidos nos merca-
dos brasileiro e paraguaio, a partir
de 1998, como parte da ofensiva
da Bodega La Rosa para ampliar
sua presença internacional. A ex-
pansão demandará um aumento da
capacidade de produção dos atuais
16,5 milhões de litros anuais para
cerca de 30 milhões.
o A Natura, produtora bra-
sileira de cosméticos, deverá
triplicar suas vendas na Argenti-
na, com o objetivo de disputar a
liderança do competitivo merca-
do local. A empresa vai inaugurar
em 1999 uma nova fábrica em
São Paulo, que fortalecerá sua
ampliação no exterior. México,
Venezuela e Colômbia são os
próximos alvos da Natura.
lPáginas 25, 26, 28 e 31
¡ -I.
Jcnuoføfp
Mercosul político que contempla
uma estreita aliança com os outros
países sul-americanos. “Os passos
que estamos dando no sentido
dessa construção têm como moti-
vação um aspecto que é mais pro-
fundo, que é a integração de espíri-
tos e a coincidência de sentimen-
tos”, disse Femando Henrique a seu
colega venezuelano Rafael
Caldera. Especialistas comentavam
que a crescente afinação dos enfo-
ques políticos facilita a criação de
uma futura Area de Livre Comér-
cio Sul-Americana (Alcsa).
IPrígina 32tz.
“Aqui quem
manda
somos nós”
Guillermo Piemes
e Canos Alberto Júnior
Brasília
O ajustefiscal brasileiro ameaça
pôr em risco a aliançaparlamentar
que sustenta o govemo. O principal
porno da discórdia e' a decisão de
elevar em l0% o Imposto de Renda
para Pessoas Físicas (IRPF), me-
dida bastante impopular. Os parla-
mentares querem que o governo
volte atrás. "O presidente manda
lá. A equipe econômica manda ld.
Aqui mandamos nós ", disse o
senador Antônio Carlos Ma-
galhães, presidente do Congresso,
visceralmente contra o aumento do
IRPF e peça-chave na aliança do
PFL com o governo.
IPágina 3
Image-240
I I
2 1 GAZETA MEncANT|i_ LAT|No-A|v|En|cANA ai 0517 A 23 DE NOVEMBRO 051997
A unidade dos sul-americanos
ação dos presidentes do Mercosul
na cúpula ibero-americana da Il-
ha Margarita, na Venezuela, fi-
cou encoberta pela avalancha que
desabou sobre os mercados provocada
pelo efeito Dragão, como está sendo
chamada a crise asiática. Ali os chefes
de estado do Cone Sul receberam, de
seus colegas dos demais paises sul-
americanos, uma proposta para que as
negociações para a unificação do Pacto
Andino com o Mercosul comecem' ainda
este ano. Isto quer dizer, uma decisão
politica de efeito imediato para coalisão
de todos os paises do sub-continente,
antes de se negociar a teia legal para a
integração comercial e criação de uma
zona de livre-comércio em toda a
região. Assimfoi a criação do Mercosul.
Começou com a vontade dos governos
de se integração efoi evoluindo até
chegar ao ponto em que se encontra.
Na próxima reunião de cúpula do
Mercosul, em dezembro, em Montevidéu,
será possivel verificar a profundidade do
compromissoandino. Ficou decidido
que na capital uruguaia, quando se re-
unirem os governos do Mercosul, es-
tarão presentes os ministros do Exterior
e de Comércio dos demais países para
dar o primeiro passo. Este será a adesão
do Pacto Andino à ação negociadora do
bloco do Cone Sul com as outras associ-
ações regionais de paises. Se bem enten-
dido, o Pacto Andino aceita que a con-.
dução desse processo seja feita pelo
Mercosul. A partir dai, os blocos entram
nafase negociadora para compatibilizar
seus sistemas tarifários e viabilizara cri-
ação da Área de Livre Comércio da
América do Sul (Alcsa), este também um
primeiro estágio de um processo que de-
verá conƒormar o Mercado Comum da
América do Sul, o Amercosul.
Foi significativo o pronunciamento
da Ilha Margarita. A posição intransi-
gente do Mercosul de somente negociar
como bloco fora desacreditada. No
Hemisfério Norte. foi qualificada de
romântica por certos altos funcionários
governamentais. Mesmo na América do
Sul, alguns paises guardaram certa dis-
tãncia de seus vizinhos do Cone Sul, evi-
tando um comprometimento. Porém, aos
poucos foi-se percebendo que essa táti-
ca aumentava aforça do grupo. Porfim,
0 reconhecimento pelo presidente da
nação lider do Hemisfério, Bill Clinton,
dos Estados Unidos, do Mercosul como
interlocutor, consolidou o valor da
manobra diplomática dos quatro paises.
É, portanto, um gesto oportuno a in-
clusão dos demais paises sul-ameri-
canos no bloco negociador. Se esta op-
eração politica for conduzida com o
mesmo profissionalismo, a América do
Sul estará numa posição deforça queja-
maisconheceu no passado.
A comunidade internacionaljá recon-
hece o` Mercosul como uma entidade
política,'além de uma zona de livre-
comércio. Esta certamente foi a per-
cepçao dos lideres do Pacto ndino.
Mas se alguma dúvida ainda permane-
cia, elafoi varrida pelos acontecimentos
da semana passada, com a invejável
demonstração de unidade entre os dois
rivais tradicionais no Continente. A visi-
ta de estado do governo argentino ao
Brasil ultrapassou o espaço de um even-
to internacional desta natureza. Quando
a delegação argentina desembarcou em
Brasilia encontrou a capital brasileira
varrida pelo vendaval. Em vez de se
recolherem ao constrangimento de
chegar ao pais num momento dificil, os
argentinos, tendo afrente seu presi-_
dente, Carlos Saul Menem, ar-
regaçaram as mangas ese somaram às
autoridades locais no esforço para dar
credibilidade ao programa de con-
tenção da crise. ' '
Este gesto certamente consolidou a
confiança dos demais paises da região
na aliança estratégica que solda as
nações do Cone Sul.
Diretor-presidente
Luiz Fernando Ferreira Levy
Vice-presidente
Luís María Moisés Trujillo
Diretor Executivo
Roberto Baraldi
Diretor de Redação
José Antonio Severo
Diretor Comercial
Hélcio Ferreira
oP|N|Ão
A Alca, o Mercosul e o rasil
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Canos Eduardo Moreira Ferreira*
constituiçao da A rea de
Livre Comércio das Améri-
cas (Alca) só terá sentido,
para 0 Brasil e os demais paises do
Mercosul, como parte de umproje-
. to de integração global. A simples
' abertura comercial tende a apro-
fundar as diferenças de porte e
poderio das economias envolvi-
- das, sem que-se tenha, ao mesmo
tempo, assegurada a realização de
programas destinados a recuperar
e estimular o crescimento dos paí-
ses menos desenvolvidos.
Espera-se, por isso, que as au-
toridades sejam extremamente re-
alistas e pragmáticas. Abertura
- comercial, sim, desde que haja
. reciprocidade de norte-ameri-
da Silva (551 1) 547-3742 ; Rlo de Janeiro, Alexandre Cadena (5521) 515 -253_3: Brasília. Henrique Aguiar
(5561) 314-1010; Curitiba. Lulz Thadeu Falat (5541) 342-5667; Porto Alegre. Angela Baldino (5551) 231-
4677; Florianópolis, Miriam Minuzze. (5548) 224-6555; Belo Horizonte. Clara anabrava (5531) 281-
2000: Salvador. Carmoslna Lisboa da Cunha (5571) 341-3250; Recife. Rosangela Lima (5581)224-4087.
Fortaleza. Paulo Barreto (5585) 261-8840; Belem, Fernando Monteiro (5591) 212-0561; Representantes
Comerciais: Argentina: Bahia Blanco: Mercado Comum (54 91) 51-4418: Chubut: El Chubut. Juan Gor-
dillo (54 965) 34-802 ou 34-803: Juiuy: J. Storni Br Cla. (54 88) 23-0103; Mendoza: Enrique Chrabolowsky
(0685) 15-600; Solto: El Tribuno-, Gola. comercial (5487) 24-6244/45: Son Juan: Marcelo Fretes (54 64) 21-
2181; Santa Fé: lnnovar S.R.L. (54 41) 25-6090/91. Uruguai: El Observador. Pablo Bartol (59 82) 94-7000
tax (59 82) 94-3420. Paraguai: El Dia Guillermo Cortes el./tax (59 521) 603400. Distribuição: Distribuido-
ra Gazeta Mercantil (Brasil): Pablo Santoro (Buenos Alres); Distribuidora lnterplazas Sociedad Anoni-
_ ma (Interior da Argentina). Assinaturas: Portugues 0800 143-000; Espanhol (54 ) 374 0300.
Gazeta Mercantil Latino=Americana e uma publlcaçao de Gazeta Mercantil Latino-Americana Ltda.
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Mario Orclnoli (Assunç¿'io); Carlos Alberto Júnior (Brasília): Nora Gonzalez, Fernando Lopes, André La-
chini e Alberto Koma su (Sao Paulo); Yolanda Stein. Laura Termine, Michele Voltolini Bertao. Juliana
Machado Almeida (Rio): Francisco Goes (Porto Alegre); André Lacerda (Belo Horizonte); Ana Cristina
Magalhaes (Nova York). Colaboradores: Carlos Montero (Assunçao): Miguel Longo (Mendoza). Edi-
tora de Arte: Glaucia Mario Andrade; Departamento Comercial: Arg7entina: Maria Deg/ui (gerente)
(541) 374-0300; Brgsjlr- Elisabete Junqueira (gerente nacional) (551 1) 54 -3223; Sõo Paulo. alério Elisgq
1 4- i. . . . .'_- .--'s.-, 1 ~.--;-_-_-.- . ~- .1. ›-_ .;.~_._×_.__-.;<_- .z-,_ Ê;1›¬1=.f!*.s~i¡,-:,.;.,_-- ._._.¿¡.›.›-Q.. ›
Il -..1'|'- I ' - 3)- - ` ' z ' .*.;-_._..', J,\|“À-N?' _ '.',_ ._z_- - ,.~ › ¿.¿ -¡*,›..'.*‹' -.- .
¬-"- '.' ' .. 1 ' '."'I." ` _ . _`.'._ I-'-:,¡'. °
' 'J - '. .F - . . jr". "-.- ›¡ “ :_
canos e canadenses, sobretudo em
relação aos produtos agrícolas da
região, e principalmentea
promessa de investimentos
substanciais na infra-estrutura
fisica dos países com menor ca-
pacidade de competição.
A 'passagem do presidente
norte-americano pelo Brasil teve
o mérito de desarmar osespiritos
e eliminar o clima de radicalismo
que vinha caracterizando os
preparativos de sua visita. Entre-
tanto, não depende de nossos vi-
sitantes estrangeiros derrubar as
barreiras internas, como o abo-
minável Custo Brasil, que impede
que nossos produtos sejam com-
petitivos internacionalmente. De-
pende de nós.
Parece evidente que uma das
questões centrais é a de saber co-
rno os paises menos industrializa-
dos serão preparados para a inte-
gração. Em outros termos, como
serão viabilizados os enormes in-
vestimentos que terão de serfeitos
na ampliação ou recuperação da
infra-estrutura fisica e na recon-
versão das industrias da maioria
dos países, a fim de resguardar
suas economias, tomando-as mais
eficientes e competitivas.
O Banco Interam.ericano de
Desenvolvimento (BID) estima
que serão necessários investi-
mentos anuais de US$ 65 bilhões,
só em infra-estrutura, na_Améri-
ca Latina e no Caribe, no periodo
imediatamente anterior à implan-
tação da Alca.
As deficiências na infra-estrutu-
ra configuram o que os especialis-
tas classificam de diferencial de
competitividade e, em princípio,
justificam a defesa do ano de 2005
como limite para o início da im-
plantação da Alca. Urgente, do
nosso ponto de vista, é definir
fontes de recursos parafinanciar
aqueles investimentos. As infor-
mações disponiveis revelam que,
dos investimentosfeitos até agora
em infra-estrutura, somente 10%
sãofinanciados por bancos defo-
mento, como o BID, e 15% pela
iniciativa priirada, . cabendo os
restantes 75% aos governos. E a
escassez de recursos impede que
os govemos assumam. sua parte.
O caminho natural é a realiza-
ção de reformas que permitam
aumentar a receita tributária, por
um lado, e reduzir os gqstos dos
governos, por outro. E o que o
Brasil precisa fazer, e sabemos
que esse é um caminho politica-
mente difi'cil e naturalmente lento.
E, por mais rapidamente que se
ande, não serão gerados recursos
no volume e no prazo desejados
para bancar grandes obras em
portos, aeroportos, estradas etc.
Convém insistir, por isso, na im-
portãncia das reformas constitu-
cionais para o País, como as do
sistema tributário, da Previdência
e do Estado, e especialmente a
aceleração do programa de priva-
tização, que é, no horizonte visível,
a única saída para o govemo obter
recursos suficientes para bancar
projetos de maior envergadura. A
dificuldade reside nofato de que,
além desses projetos, o governo
precisa de recursos também para
recuperar 0 sistema de saúde,
melhorar a educação, a segu-
rança, a habitação etc. A atração
de recursos externos para essas
áreas aparece como solução na-
tural, como está sendofeito com a
privatização das telecomuni-
cações, da energia e de rodovias,
por exemplo. `
No contexto das negociações
para a criação da Alca, contudo, 0
empresariado defende a idéia de
estender ao BID a tarefa de
“canalizar recursos para finan-
ciar esses investimentos comfun-
dos provenientes, em sua maioria,
das economias produtiva efinan-
ceiram.ente mais dotadas".
Traduzindo: se os Estados Unidos
e o Canadá queremfazer da Alca
um. instrumento de desenvolvimen-
to econômico e social do conti-
nente, devem criar mecanismos
para destinar capitais afundoper-
dido parafinanciar os investimen-
tos em infra-estrutura dos países
que não estão preparados para a
concorrência.
0 mesmo vale para os setores
mais frágeis da economia, que
terão de fazer a chamada recon-
versão, preparando-se, material
e tecnologicamente, para en-
frentar a nova situação. Parece
óbvio que é impossivel pensar-se
em livre comércio sem, antes, fa-
zer-se um grande esforço de am-
pliação ou recuperação da infra-
estrutura dos paises de industri-
alização tardia, a menos que se
pretenda negar a esses paises a
possibilidade_ de ter um sistema
produtivo eficiente. Ao Brasil
cabe impedir que o parque pro-
dutivo sofra prejuizos maiores do
que os já causados pela abertura
intempestiva do mercado.
Portanto, a questão do prazo
para a implantação da Alca deve
ser encarada sem preconceitos e
compragmatismo. A Alca pode até
vir antes de 2005. Mas só se o
Brasil, o Mercosul e os demaisi
paises da América Latina obti-
verem vantagens efetivas para
suas economias. E umpreço que os
Estados Unidos. como maior
potência do hemisfério, devem
necessariamente pagar.
'Presidente da Federaçao e do
Centro das Indústrias do Estado de
Sao Paulo (Fiesp).
Image-241
É
DE 1? A 23 DE NovEMBno DE 199? OnOm Ea GAzErA u|EncANT|L LAT|No-A|v1En|cANA n 3
sp duasfaces do pacote econômico
Ana- Cristina Magalhães
Nova York
ma coisa é o que a comu-
- nidade financeira interna-
cional está dizendoz' a
maioria aplaudiu o pacote de me-
didas anunciado pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso; ou-
tra coisa é o que ela está fazendo:
diminuiu o peso relativo do Brasil
em. seus portfólios. Os dois fatos
não são necessariamente contra-
ditórios. Embora o pacote seja vis-
to como positivo, seus melhores
efeitos virão a longo prazo. A cur-
to prazo, haverá redução no cresci-
mento e, portanto, nos lucros das
empresas.
Emest Brown, analista do Mor-
gan Stanley Dean Witter, reviu
sua previsão para o crescimento
do Produto Interno do País (PIB)
de 3% para 1%, em 1998. Um
terço da redução refere-se direta-
mente aos cortes nos orçamentos
previstos no pacote e dois terços à
elevação das taxas de' juros. O
“Opl"€SlCl€l'll€ manda v que 0bt¡,'|\¡im05
analista prevê queda no consumo,
com crescimento de apenas 1,5%,
diminuição dos gastos do governo
em 2%, e nenhum crescimento
nos investimentos. Um pouco
mais otimista está Tim Love,
chefe do departamento de
pesquisa para a América Latina do
ING Barings, que prevê um
crescimento de 2% para o ano que
vem. No meio fica o Banco Boa-
vista InterAtlãntico, com um
crescimento previsto de 1,5%.
.Os analistas concordam em que
o pacote traz fortes ajustes fiscais,
que buscam cortes no valor de
US$ 18 bilhões nas despesas do
governo em 1998. Acreditam tam-
bém que, diante da situação, au-
mentam as chances de 0 Congres-
so votar as reformas .propostas pe-
lo governo. O grande número de
medidas anunciado, cinqüenta,
permite que Ào resultado' positivo
não dependa apenas de algumas
medidas específicas. A idéia geral
é de que, se cerca de 70% das pro-
nos mandamos aquz ”
Guillermo Piemes e Carlos
Alberto Júnior
Brasilia
ajuste fiscal lançado pelo
govemo Femando Henrique
Cardoso ameaça descarrilar
a aliança parlamentar que o susten-
ta quando aindafalta um longo tre-
cho para completar as vitais refor-
mas tributária e administrativa:
“O presidente manda' ló. A equipe
econômica manda lá. Aqui man-
damos nós ”, dejiniiu categorica-
mente o senadorAntônio Carlos Ma-
galhães, presidente do Congresso e
uma das peças-chave da aliança
governamental como caudilho do
PFL, um dos três partidos que sus-
tentam o govemo. Magalhãesfez o
comentário ao subir o tom das nego-
ciações sobre o recente pacotefisc-:al
e um de seus pontos mais polêmicos,
como o aumento do Imposto de Ren-
dapara equilibrar a economia.
Os politicos estão preocupados,
além da situaçãofinanceira, com as
as eleições gerais dopróximo ano. O
pacotefiscal mostrou em sondagens
de opinião pública que 54% da po-
pulação acham que as medidas pre-
jitdicaram a reeleição de Fernando
Henrique. Apenas 17% acham que o
presidente será beneficiado. “Todas
as vezes que atendemos aos maispo-
bres os mais ricos gritam. como se
fosse em nome do povo, para im-
pedir que se mudem as coisas ”, co-
meutou opresidente eprincipalfigu-
ra do PSDB, irritado com as criticas
po rlamentares. O lider Geddel
Vieira Lima, do partido de apoio, o
PMDB, respondeu que o presidente
“não é o detentor do monopólio do
patriotismo e não pode agora nos
impedir depensar
O governo e o Congresso devem se
bater ainda durante alguns dias até
que se chegue a um acordo sobre o
aumento ou não do Imposto de Ren-
da para Pessoas Fisicas (IRPF).A
proposta do governo e' aumentar a
alíquota em 10%, o que elevaria a
arrecadaçãofederal em cerca de R3
1,2 bilhão. A reação negativa entre
os parlamentoresfoi imediata. _
Alternativas das mais diversas
surgiram ao longo da semana. A
primeira delasfoi trocar o aumento
no IRPF pela elevação na Con-
tribuição Provisória sobre Movi-
mentação Financeira (CPMF). A
CPMF É um imposto de 0,2% cobra-
do sobre todos os cheques emitidos
no pais. O governo recusou sob a
alegação de que aspessoasjuridicas
também seriamprejudicadas.
A sugestão que começara a ser
discutida nofim de semanaprevia a
elevação do Imposto de Importação
(H) sobre produtos supérfluos em
mais dois pontos percentuais no lu-
gar do aumento do IRPF.
Um dos poucos consensos entre
Executivo e Legislativo refere-se ao
projeto que dispõe sobre o crime de
lavagem de dinheiro - incluído pelo
governo no pacote de medidas
econômicas. Depois de mais de um
ano empacado no Congresso, o pro-
jetofoi aprovado na quinta-feira. I
postas forem implementadas, isso
ajudará o governo a gerar um
grande superávit primário, o que
compensará um maior pagamento
de juros para rolar a dívida interna.
Assim, segundo os analistas, a
economia voltará a crescer a par-
tir do terceiro trimestre de 1998.
Para Brown, nesse período o
crescimento do PIB será de 3%,
contra os 3,5% estimados anteri-
ormente, e de 6,3% no último
trimestre. Para 1999, Brown es-
pera um crescimento de 4,9%. Já
o J P Morgan, mais conservador,
entende que esse número será de
apenas 1,5%, pois, devido ã alta
dos juros, apolítica fiscal aperta-
da e um setor bancário enfraque-
cido, a atividade econômica só
pode diminuir. '
Isso tem um impacto direto no
portfólio dessas instituições. A
Daiwa Securities Americas redu-
ziu o peso das ações brasileiras de
35% para 30%. O mesmo fez o
Deutsche Morgan Grenfell, que
diminuiu sua alocação de 41%
para 32%. E o ING Barings re-
duziu para neutro o peso brasileiro
no seu portfólio modelo para ações
da América Latina, que antes de-
tinha uma posição acima da mé-
dia. Ao mesmo tempo, o banco de
investimento aumentou sua
posição nas `ações da Eletrobrás e
Petrobrás e manteve uma posição
acima da média para a Telebrás,
que foi' negociada a US$ 93.87 na
bolsa de Nova York, na última
quinta feira. Um ganho de mais de
US$ 10 de um dia para outro.
Essa volatilidade deve ainda
persistir por algum tempo, dizem
os analistas. Só quando os mer-
cados se acalmarem e a liquidez
aumentar é que se terá uma idéia
de quanto a taxa de juros cairá
ainda este ano. O pacote veio re-
forçar a idéia de que o governo
pretende manter o real, hoje so-
brevalorizado em torno de 8%. O
cenário mundial não é favorável,
mas a adoção das medidas anun-
ciadas pode sinalizar aos investi-
dores que o Brasil conseguiu
passar no teste. I
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É
4 n GAZETA MERCANTIL |_ATrNo-AMEFr|cANA e 9517 A 23 DE NQVEMBHO 951997
Janaina Figueiredo
Buenos Aires
ajuste fiscal brasileiro de-
verá reduzir o valor das
exportações argentinas ao
país vizinho em US$ 1,2 bilhão.
Tanto o presidente da Câmara de
Exportadores da Argentina, En-
rique Mantilla, como 0 analista
econômico Roberto Lavagna
adiantaram que, em 1998, es-
pera-se uma queda em torno de
14% nas vendas ao principal só-
cio da Argentina no Mercosul.
O próprio presidente argenti-
no, Carlos Menem, reconheceu,
durante sua visita ao Brasil, que
“não se pode falar dos proble-
mas brasileiros sem falar dos
problemas argentinos”. Menem
apoiou expressamente as medi-
das “muito semelhantes às que
assumimos há alg__um tempo e
que deverão beneficiar toda a
comunidade do Mercosul”.
Embora as declarações presi-
denciais tenham procurado
provocar um efeito tranqüili-
zador no setor exportador ar-
gentino, as projeções de analistas
e de funcionários mostram o con-
trário. O panorama para o fim de
1997 não deverá ser afetado, já
que os negócios estão fechados e
deixam muito pouca margem
para alterações. Por ora, os ecos
do ajuste brasileiro só con-
seguiram elevar as taxas de juros
de 7% para entre 10% e 15%.
“Tudo dependerá da maturi-
dade do setor político brasileiro
para a aprovação do ajuste”,
afirmou Mantilla. Segundo o
presidente 'da Cámara Exporta-
dora, se o Brasil acelerar a im-
plementação das medidas,
crescerá em torno de 2% em
1998. Mas, se o Congresso adota
uma postura de obstrução, o
crescimento poderá ficar em um
insólito 0%.
Caso se confirmem esses cál-
culos, a Argentina veria suas ex-
portações reduzidas em torno de
l4%. “As projeções indicam que
as vendas perderiam cerca de
USj$ 1,2 bilhão, ficando em torno
de US$ 7 bilhões”, apontou o
analista econômico Roberto
Lavagna. Os produtos mais afe-
tados seriam: carros, autopeças,
pneus, televisores, geladeiras,
alimentos, laticínios, leite em pó,
massas, azeite de oliva, tecidos e
fios. Segundo Lavagna, o cresci-
mento argentino poderá retro-
ceder cerca de 0,5%.
Nos primeiros oito meses do
ano, e por questões indepen-
dentes da crise da Bolsa, já
caíram: 5,60% .os laticínios,
18% as frutas frescas, 10% os
3
ueda nas exportações Ajuste afefafá
venelee ee Brasil devem diminuir em 14% Venda dog 031105
cereais e 18% os materiais de
plástico e artificiais. A reorien-
tação dos produtos será um dos
desafios que o governo deverá
driblar em 1998.
“Os bens de consumo poderão
ser vendidos ã Rússia e aos mer-
cados potenciais do Sudeste
Asiático. O setor de automóveis
deverá procura_r um espaço na
América Latina”, garantiu o di-
retor de Exportações da Secre-
taria de Comércio Exterior, Os-
car Polverini. Segundo ele, o
crescimento do país não está na
lista de vítimas do ajuste
brasileiro. Já uma possível
diminuição das exportações de-
verá ter como paliativo fortes es-
tímulos ao setor, como a efetiva
devolução do imposto sobre as
vendas externas.
Embora ameace o nível das
vendas externas para 1998, a de-
cisão adotada pelo governo de
Fernando Henrique Cardoso foi,
em- geral, bem recebida. “Era um
tema pendente na agenda de
Brasília”, concordam com una.-
nimidade analistas e exporta-
dores. O otimismo foi reforçado
pelo compromisso de Cardoso
de eliminar o fantasma da
desvalorização do real, que teria
afetado a estabilidade monetária
de toda a região. I
Guido Nejamkis _
San Carlos de Bariloche
s montadoras de automóveis
instaladas na Argentinajá
começaram a se preocupar.
Como reconheceu o presidente da
Associação de Fábricas de Auto-
motores (AdeFa), Horacio Los-o-
visz, as medidas de ajuste fiscal que
o Brasil adotou terão um forte im-
pacto nas exportações - e na pro-
dução - de automóveis das indús-
trias argentinas locais. De fato, al-
gumas fábricas instaladas no paísjá
começaram a rever seus cálculos de
vendas ao exterior.
De acordo com as previsões da
Secretaria de Indústria, anteriores ã
crise das Bolsas que explodiu no
mundo todo, em 1998 a Argentina
exportar-ia ao Brasil entre 380 mil e
400 mil veículos. Essa cifra repre-
sentaria entre US$ 3,8 bilhões e US$
4 bilhões. A nova realidade no
Brasil, em' função das altas taxas de
juros para a compra de bens de con-
sumo duráveis e a maior pressão de
impostos sobre os consumidores,modificou as projeções. Agora, ape-
sar de as montadoras ainda não se
terem animado a fazer novas pro-
jeções, calcula-se que as vendas não
superarão US$ 3,2 bilhões, que re-
presentam 320 rnil unidades.
Jorge Rendo, gerente de Relações
'Internacionais da Fiat Auto, explicou
ã Gazeta Mercantil Latino-Ameri-
cana que “preocupam as altas taxas
dejuros para os créditos de consumo,
e também o aumento das alíquotas
do IPI (Imposto sobre Produtos ln-
dustrializados), que provocará uma
alta de 4%, em média, no preço das
unidades que chegam ao consumidor
brasileiro. Apesar disso, não há o
cancelamento de exportações, embo
ra esteja prevista uma redução da de-
manda de automóveis”. A Fiat Auto
exporta da sua fábrica em Feireyra
(província de Córdoba) 6 mil au-
tomóveis por mês ao Brasil. Em
l-998, suas vendas mensais para esse
destino chegarão a 10 mil unidades.
Alberto García Carmona, gerente
de Relações Institucionais da Gene-
ral Motors, garantiu que ainda é difí-
cil mensurar se a crise que afeta o
Brasil provocará uma queda nas ven-
das da montadora.
A GM fabrica em Córdoba “pick-
ups” e, a partir de 1998, exportará ao
Brasil o modelo Corsa, que pro-
duzirá na fábrica de Alvear, próximo
ã cidade de Rosario, província de
Santa Fé. Em 1998, a GM tem pre-
visto fabricar na Argentina 110 rnil
veículos. Antes da crise e do plano de
ajuste brasileiro, suas projeções indi-
cavam que seriam enviados ao Brasil
60% dessa produção. I
Empresários argentinos apóiam as medidas
Argumeniom que umcl clesvcrlorizclçõo clo recll ircrrio prejuízos muito maiores
pesar de os empresários
argentinos temerem uma
recessão no Brasil, con-
cordam em que as medidas de
ajuste fiscal adotadas na semana
passada pelo governo de Fernan-
do Henrique Cardoso eram a
única alternativa a uma desva-
lorização do real, o que consi-
deravam muito mais prejudicial_.
Segundo 'os cálculos mais
otimistas dos representantes das
empresas mais poderosas do
país, que se reuniram nesta
cidade para o Colóquio Anual da
Idea (Instituto para o Desen-
volvimento Empresarial da Ar-
gentina), uma redução do nível
de -atividade no mercado
brasileiro provocaria uma
diminuição dc U$S 1, 2 bilhão
nos embarques argentinos com
destino ao Brasil. Os setores
mais prejudicados serão os au-
tomóveis e os alimentos.
“As medidas brasileiras po-
dem afetar minimamente as ex-
portações argentinas, mas
ninguém pode ser tão obtuso em
um momento de crise como este
para privilegiar uma posição se-
torial acima da estabilidade do
Mercosul; O Brasil fez`o que de-
via fazer”, considerou Jorge
Brea, presidente da Shell Ar-
gentina. Segundo ele, as expor-
tações de petróleo cru para o
Brasil- de U$S 1.,l bilhão no
ano passado- não vão diminuir.
Amadeo Vásquez, um dos
homens fortes do Banco'Río,
disse que “as dúvidas sobre se as
medidas adotadas por Malan
terão êxito não sejustificarn no
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H-".\'.`\I_'.~\_-\_' I_'.`..-' .'. '-Ã.'~_I'.-_' z_'_'
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"-_'¡~-_'t;¿.¿ .'. .':.-.'. . I
Alejandro Mazoral
_seu conceito, e sim na sua apli-
cação prática: tem-se que veri-
ficar o que os aliados políticos
de Cardoso fazem no Congresso
e se votam algumas medidas im-
populares, como aumentar im-
postos ou despedir empregados
públicos, às vésperas de um ano
eleitoral. Creio que uma coisa
que daria maior respaldo por
parte dos mercados ao plano se-
ria uma participação mais ativa
do FMI na sua implementação”.
Enrique Pescarmona, presi-
dente das Indústrias Metalúrgi-
cas Pescarmona (Impsa), reco-
nheceu que as medidas imple-
mentadas por Malan “nos afe-
tam, já que nossos clientes no
Brasil nos pedem que finan-
ciemos em reais e não em
dólares, o que faz com que te-
nhamos que assumir o risco cam-
bial brasileiro”. Apesar disso, o
empresário de Mendoza, que
possui uma fábrica de autopeças
na cidade de Recife, considerou
que “o Brasil vaisair dessa crise
mais rápido do que se imagina”.
Os funcionários públicos ar_-
gentinos são mais otimistas que
os empresários. Para o subse-
cretário de Comércio Exterior,
Alejandro Mayoral, “a crise do
Brasil amplia-se: sua enorme
economia informal ajudará a
driblar a recessão. Além do
mais, uma diminuição nas ex-
portações argentinas ao País não
causará grande impacto nas pre-
visões de crescimento da Ar-
gentina para este ano”. Jorge
Hugo Herrera Vegas, embai-
xador argentino no Brasil, que
também esteve em Bariloche,
destacou que, “se houver re-
cessão, será por muito pouco
ternpo”. (G.N.) I
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Ajudando o Mundo a se Comunicar
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DE 17 A 23 DE NovErv|eHo DE 1397 GAZETA MEHcANT|L LAT|No-A|v|En|cANA 1 5
¡-
Menor ritmo de fusoes
no setor financeiro
Mara Luquet *
Flio de Janeiro
recente volatilidade dos mer-
cados globais deve desace-
lerar o ritmo dos negócios de
fusões e aquisições no setor finan-
ceiro latino-americano. Este é um
setor que vem passando por fortes
transformações, com a entra_da.de
grandes grupos financeiros intema-
cionais na região e a própria fusão
entre grupos locais. Mas, desde a
crise deflagrada pelas economias
asiáticas, várias instituições finan-
ceiras amargaram perdas pesadas, e
há fortes rumores de que muitas en-
frentam sérios problemas de li-
quidez. Este é um ingrediente novo e
importante que deverá colocar um
freio, mesmo que temporário, nas
fusões e aquisições nesse setor.
Luis Antônio de Almeida Braga,
vice-presidente e um dos donos do
Banco Icatu, um dos mais ativos
bancos de investimentos no Brasil,
diz, no entanto, que os negócios em
todos os outros setores deverão con-
tinuar aquecidos na região. “A crise
de liquidez em algumas instituições
deverá esfriar os negócios de fusões
e aquisições no setor financeiro,
mas só até ficar claro onde estão os
prejuízos”, afirma. Para ele,
prevalece o enorme potencial
econômico da região nas decisões
de investimentos e muitas ope-
rações estão a caminho.
Os analistasdo banco Morgan
Stanley Dean Witter concordam
com Braga. Eles acreditam que, de-
pois que a poeira baixar, prevale-
cerão os fundamentos econômicos
que sustentam a confiança do banco
na América Latina. Em relatório
fechado no dia 31 de outubro, desta-
cam as reformas econômicas em an-
damento, o bem-sucedido combate
dos govemos ã inflação e o aumento
dos investimentos como ingredi-
entes que levarão a um crescimento
saudável do PIB.
As estimativas dos analistas do
Morgan sobre a taxa potencial de
crescimento da América Latina de
1997 a 2006 é 60% maior do que a
taxa efetivamente registrada de
1987 a 1996. Brasil, México e Ar-
gentina, as maiores economias da
região, deverão experimentar au-
mentos substanciais no -crescimento
- que vão de mais de 50% para o
México a 100% para o Brasil. O
Morgan define a taxa potencial de
crescimento como a taxa de cresci-
mento média anual do PIB sobre um
período específico de tempo que um
país pode conseguir, dado' um certo
nível de estoque de capital, assumin-
do que as atuais condições econômi-
cas prevaleçam.
A América Latina já está experi-
mentando uma expansão mais forte,
insiste o banco: o crescimento em
1997 deverá estar entre os mais altos
registrados na década. Esse cresci-
mento tem sido possível graças à
implementação de agressivas refor-
mas de mercado (que começaram
um pouco mais cedo no Chile), de-'
pois de um doloroso período de
ajuste econômico nos anos 80.
O Morgan acredita que`a Améri-
ca Latina tem os componentes
económicos necessários para
tomá-la uma área de investimento
atraente. Seu potencial de cresci-
mento está aumentando, o poder
de compra melhorando sensivel-
mente, a produtividade cresce e a
inflação permanece em patamares
administráveis. _ I
' ' Ponoromo Seforlcrl
f`¡
o
“Preocupaçao sim,
mas sem alarde”
Oscarltílas
Montevidéu
inda que com algumas
nuanças, a maioria dos
analistas econômicos
uruguaios concorda que o pacote
fiscal brasileiro retardará a
economia local. A princípio, os
setores que registrarão perdas
serão o automotivo, o de ves-
tuário e o têxtil. A temporada
turística também poderá ser afe-
tada na medida em que as de-
cisões brasileiras tenham um im-
pacto recessivo na Argentina, já
que o maior fluxo de visitantes ao
Uruguai provém daí.
A Cámara de Industrias do
Uruguai (CIU) já pediu ao go-
verno de Julio María Sanguinetti
a redução da carga imposta para
melhorar a competitividade da
produção doméstica. Na semana
passada, o presidente do sindi-
cato fabril, Diego Balestra,
definiu a conjuntura sub-regio-
nal como “um inquie_tante
cenário que mostra um ajuste
brasileiro que afetará a demanda
de produtos do Uruguai”.
O próprio presidente uruguaio
admitiu que “nunca se sai ileso de
uma situação regional como a atu-
al”. No entanto, garantiu que seu
governo “assume com preocu-
pação, mas sem alarde”, o ajuste
decidido pelo Brasil, já que, devido
às reformas estruturais empreendi-
das pelo país, “aborda-se a crise a
partir de uma posição mais forte”. I
nu' Iri e afetaMerco ul
Severino Goes
Porto Alegre
cri se do mercado financeiro
internacional, que afetou
mais fortemente o Brasil e
cujos efeitos ainda deverão perdu-
rar por muito tempo, deverá
atrasar, em, pelo menos, três
meses, novas decisões de investi-
mentos conjuntos no Mercado Co-
mum do Sul (Mercosul). Analistas
e empresários consultados pela
Gazeta Mercantil Latino-Ameri-
cana são unânimes em afirmar que
somente em fevereiro ou março do
próximo ano o quadro econômico
do bloco estará mais desanuviado e
em condições de balizar o planeja-
mento das empresas. “O fio do
trapezista ainda é uma linha muito
tênue”, disse a este semanário o
consultor Mauro Laviola, da ML
Consultoria e da Associação de
Exportadores Brasileiros (AEB).
O presidente da Federação das
Indústrias do Estado de Santa
Catarina (Fiesc) e do Conselho de
Integração Internacional da Con-
federação Nacional da Indústria
(CNI), Oswaldo Moreira Douat,
acredita que ainda é cedo para
avaliar, em toda a sua extensão, os
efeitos que a crise terá na econo-
mia do bloco. Segundo ele, as bol-
sas de valores 'da região, princi-
palmente o mercado acionário do
Brasil, ainda deverão sofrer um
forte ajuste para baixo. “Quando
isto acontecer, é que se saberá a
redução real da massa de recursos
ã disposição para investimentos e
o que era dinheiro especulativo”,
afirmou. “Isto é o que vai determi-
nar o que acontecerá com o Mer-'
cosul”, prosseguiu.
Na opinião do empresário Sér-
gio Correa, presidente da
.rt
'shi-
.
.'f "- .;.:“,. '-_-.:-. = ~.
" .. ,kl
.ft `*'.-É 1 -zr.
“iii-. -zr,
diretor-superintendente da lnnova
Petroquímica - uma associação en-
tre a Companhia Petroquímica do
Sul (Copesul) e o grupo Pérez
Companc, da Argentina -, Flávio
Lucena Barbosa, a elevação da
TEC deverá “reforçar as empresas
= do Mercosul” no caso dos produtos
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petroquimicos.
Embora os produtores aprovem
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- “f-*"äi1"j-°:,l.Í'Í-¶_é;-'¿1.í?¡(.;.'§.›. outros aspectos a serem levados
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` . |",\ .U ni- 'lis I. .- -¬- '
Oswaldo Moreira Douat
Belquímica - empresa do pólo
petroquímico do Rio Grande do
Sul -, o comércio entre os países
da região deverá reduzir-se drasti-
camente a curto prazo. Isto terá re-
flexos, segundo Correa, na
tendência de crescimento que vi-
nha sendo demonstrada pela
economia argentina, acarretando,
ainda, uma redução no superávit
que a Argentina vem mantendo
nas trocas comerciais com o
Brasil. “Vejo a situação numa
perspectiva otimista. A tendência
é que o mercado brasileiro, que é o
maior do Mercosul, fique muito
complicado em dezembro e
janeiro. Mas, em fevereiro, a situ-
ação deve melhorar”, disse.
O aumento na Tarifa Externa
Comum (TEC), de acordo com
Correa, deverá favorecer os produ-
tores locais de petroquímicos, que
sofrem forte concorrência dos pro-
dutores internacionais. “Esse au-
mento diminuirá a pressão dos pro-
dutores de fora do bloco e ajuda os
produtores locais a protegerem seu
mercado”, afirmou. Na opinião do
Uruguai e do Paraguai, economias
que dependem de produtos da Ar-
gentina e do Brasil, tal dependên-
cia poderá aumentar ainda mais
devido ao aumento da TEC. Para o
Brasil, disse Laviola, o aumento
poderá ser prejudicial, encarecen-
do o custo de matérias-primas e
insumos importados. Isto porque,
além da TEC, no Brasil, os produ-
tos ainda sofrem a incidência do
Imposto sobre Produtos Industri-
alizados (IPI) e Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS).
A Argentina, na opinião do
consultor, seria a mais beneficia-
da, porque, com o aumento da
TEC, poderá eliminar os proble-
mas que teria com a Organização
Mundial de Comércio (OMC) ca-
so mantivesse a cobrança da taxa
de estatística de 3% sobre as im-
portações que realiza. “Os inves-
timentos produtivos deverão
ficar retraídos por um prazo não
inferior a três meses. Embora o
governo brasileiro tenha tomado
medidas para proteger a moeda,
ainda existe uma expectativa de
desvalorização do real e os in-
vestidores deverão ficar mais re-
ceosos”, disse Laviola. I
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6 I GAZETA MERCANTIL LATINO-AMERICANA Om DE 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 1997
É
1
O Chile nao aceita Ef@ii°S S°bf@ as
Aumento do TEC irriio governo chileno Vfindas d() Pfifu
Macarena Herrnosilla
EI Diario'
ó com a imediata revisão dos
programas de eliminação de
tarifas acordados com o Mer-
cosul e o compromisso de conce-
der compensações, o Chile aceitará
a decisão de aumentar as alíquotas
da Tarifa Extema Comum (TEC).
Com a TEC mais alta, o governo
argentino vai compensar a Taxa de
Estatística, um imposto cobrado
sobre todas as importações para fi-
nanciar estudos na área de comér-
cio exterior. A OMC já decidira
pela eliminação da taxa, o que
causaria um prejuízo anual entre
US$ 400 milhões e US$ 500 mi-
lhões. Durante sua passagem por
Brasília, 0 ministro da Economia
da Argentina, Roque Fernández,
disse que a decisão da OMC equi-
vale a uma redução. -
Segundo o ministro da Econo-
mia do Chile, Alvaro García, com
0 aumento tarifário “não restará
mais o que aceitar, devendo ter
início um processo de renegoci-
ação do acordo com o bloco”.
De acordo com o aitigo 47 letra J
do Acordo de Livre Comércio en-
tre 0 Chile e 0 Mercosul, a Comis-
são Administradora do tratado
poderá “revisar o programa de li-
beralização comercial nos casos
em que uma das partes modifique
'na
Decisão parcial
OscarViIas
Moritevidéu
Os ministros da Economia
do Mercosul, reunidos em
Montevidéu na última sexta-
feira, decidiram que o
Paraguai e o Uruguai man-
terão transitoriamente os
níveis atuais da Tarifa Exter-
na Comum (TEC), enquanto
a Argentina fará modifi-
cações “a curto prazo”.
O Brasil obteve dos seus
sócios a autorização para ele-
var em 3% todas as alíquotas
substancialmente, de modo seleti-
vo e/ou generalizado, suas tarifas”.
O secretário de Estado garantiu
que os benefícios tarifários acer-
tados no convênio atenuarão o
efeito de uma alta de tarifas. Isso
se reflete em que, por exemplo,
um produto chileno que enfrenta
atualmente uma taxação de 10%,
com uma preferência de 50%,
deve pagar apenas 5%. Se 0 TEC
aumenta para 13%, pela soma da
taxa estatística, deve-se aplicar a
mesma preferência, fazendo com
que 0 residual suba para 6,5%, ao
da TEC e a Argentina deverá
fazer o mesmo. O Uruguai e
o Paraguai conseguiram que
a medida fosse flexibilizada
para só entrar em vigor de-
pois que os setores técnicos
dos ministérios da Economia
considerem sua “modalidade
e extensão”, explicou o mi-
nistro de Economia uru-
guaio, Luis Mosca. Segundo
ele, 0 tema deverá ser nego-
ciado em dezembro, durante
reunião do Conselho do Mer-
cado Comum.-
contrário-de terceiros países, que
deverão assumir totalmente a no-
va tarifa, por não contarem com
tratados com o bloco.
O chanceler chileno, José
Miguel Insulza, acredita que 0
obstáculo tarifário não prejudicará
o acordo que 0 país tem com a
união tarifária, mas dificultará ain-
da mais uma possível entrada ple-
na do Chile. Além disso, à medida
que aumentem as tarifas, haverá
um maior desvio do comércio in-
tra-regional, advertiu. I
'Rede de Diórios Econômicos
Uniao do einpiesaiiado
Fiesp e UIA firmom protocolo poro desenvolver o comércio
Femando Lopes
São Paulo
e o Encontro das Américas,
realizado em maio deste ano,
em Minas Gerais, serviu para
garantir um lugar de destaque ao
empresariado do Mercosul na mesa
de discussõeslsobre o processo de
formação da Area de Livre Comér-
cio das Américas (Alca), o pacote
fiscal anunciado semana passada
pelo govemo do presidente Feman-
do Henrique Cardoso mostrou que
os empresários brasileiros e ar-
gentinos continuam unidos defen-
dendo com firmeza o estreitamento
das relações no bloco.
Um dia após o anúncio oficial das
medidas que serão adotadas no
Brasil, a Federação das Indústrias
de São Paulo (Fiesp) e a União In-
dustrial Argentina (UIA) firmaram
um protocolo de cooperação que
tem por objetivo “promover o
crescimento, desenvolvimento e
promoção do comércio de bens e
serviços e dos investimentos” entre
os dois países. Se assinado antes da
crise mundial que abalou o mercado
financeiro, talvez 0 acordo passasse
despercebido. Em meio aos raios e
trovoadas que anunciam recessão
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J_,
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Carlos Eduardo Moreira Ferreira
no curto prazo, entretanto, o docu-
mento veio como um sinal positivo
aos presidentes Fernando Henrique
Cardoso e Carlos Menem.
“Mesmo com 0 pacote fiscal, a
unidade de pensamento entre em-
presários brasileiros e argentinos
foi mantida”, afirmou Carlos Edu-
ardo Moreira Ferreira, presidente
da Fiesp. Segundo ele, o pacote fis-
cal é amargo e terá reflexos nos 128
setores representados pela Fiesp,
mas medidas realmente tinham de
ser adotadas por Brasília. Algumas
delas vieram inclusive com atraso.
“Precisamos das reformas tri-
butária, administrativa e da Previ-
dência. Até quando nos queixare-
mos de não termos feito a lição de
casa?”, perguntou Ferreira.
A principal preocupação da Fiesp,
como Ferreira repetiu semana passa-
da, é com o aumento das taxas de ju-
ros, que já eram consideradas ele-
vadas pelo empresariado brasileiro
antes do pacote. “O presidente da
República mostrou disposição de
baixá-las. Que elas voltem pelo
menos aos patamares antigos”, de-
clarou. As críticas não significam,
entretanto, oposição ao pacote fiscal.
No Encontro das Américas, em maio,
as divergências entre os empresários
brasileiros e 0 govemo de Femando
Henrique Cardoso também não di-
vidiram a posição do país ou do bloco
perante os outros países americanos.
Pela reação da classe empresarial
argentina ao pacote, segundo Fer-
reira _ de apoio às medidas ado-
tadas -, não será desta vez que
haverá uma ruptura. Ao contrário.
O Mercosul, “esse importante bloco
que não é mais ignorado no mun-
do”, sairá fortalecido da crise pela
reação do govemo brasileiro. I
Gestion*
Lima
m crescimento econômico
menor no Brasil e na Argenti-
na, em função da crise nas
bolsas, vai acarretar uma queda no
nível de consumo desses mercados,
limitando as possibilidades de diver-
sificação das exportações peruarias
para esses dois mercados, avalia o
analista intemacional Elmer Cuba.
Um ponto favorável é o fato de que
praticamente se tenha descartado a
opção do Brasil e da Argentina de
desvalorizarem suas moedas. Caso
sejam mantidos o_s planos econômi-
cos, exportar ao Brasil e a Argentina
não seria tão caro como o fazer ao
Sudeste Asiático, onde a desva-
loiização encarece as importações.
Em agosto último, 0 Brasil foi o
sétimo paísicomprador de produtos
peruanos. E, também, o principal
sócio comercial do Mercosul, já que
com o Brasil é feito cerca de 60% do
intercâmbio de bens entre o Peru e o
Mercosul. Nos oito primeiros meses
de 1997, as vendas peruanas ao
mercado brasileiro atingiram US$
168 milhões, constituindo 3,6% do
total das exportações do Peru.
Da demanda brasileira de produ-
tos peruanos, 86% estão concen-
trados em cátodos e seções de
cátodos de cobre refinado, mine-
rais de zinco e seus concentrados,
minerais de cobre e prata bruta.
Essa estrutura das exportações do
Peru ao Brasil permite prever que
as vendas ao país vizinho seriam
afetadas em uma magnitude im-
'portante no caso de serem cumpri-
6- das as seguintes suposições:`
Por um lado,- a projetada
diminuição do crescimento
econômico no Brasil fará com que
as empresas brasileiras, especial-
mente a indústria pesada, deman-
dem menores volumes de metais
em_ 1998. Por- outro lado, é óbvio
que a queda dos preços 'interna-
cionais dessas matérias-primas,
fenômeno que já' ocorria meses
antes da crise asiática mas que foi
acerituado. porela, afetará o mon-
tante das transaçoes.
As compras peruanas de produtos
procedentes do Brasil concentram-se
-em papéis e papelões, veículos para
transporte de pessoas, maquinário in-
dustrial (tratores e lagartas), pás car-
regadoras e açúcar refinado.
Deve ser levado em conta, tam-
bém, que uma crise no Brasil afetará
diretamente a Argentina, devido aos
estreitos vínculos comerciais entre
os' dois países e à semelhança nas
suas políticas cambiais, definidas
por um tipo de câmbio fixo. A Ar-
gentina é o segundo sócio comercial
peruano do Mercosul.
Os produtos peruanos com maior
demanda no mercado argentino são
os óleos crus de petróleo ou de mine-
rais betuminosos, minerais de zinco
e seus concentrados, penicilinas,
prata bruta, cochonilha-do-carmin e
palmitos preparados ou conserva-
dos. Em menor proporção exporta
chumbo bruto, sulfato de chumbo e
cátodos e seções de cátodos.
A estrutura das exportações a Ar-
gentina é diversificada se for com-
parada com as exportações para o
Brasil. Pelo lado das importações da
Argentina, 0 Peru demanda cada vez
mais crescentes quantidades de pro-
dutos alimentícios, especialmente
milho amarelo, óleo de soja e trigo.
Levando em conta a recente in-
clusão da agroindústria na Lei de
Promoção do setor agrícola, será
necessário esperar que os investi-
dores fiquem animados em produzir
esses bens para então substituir as
importações. Enquanto isso, a ba-
lança comercial peruana com a Ar-
gentina continuará sendo deficitária.
Antes da crise asiática, as re-
-lações' comerciais com o Mercosul
apresentavam uma marcante
tendência de aumento das expor-
tações peruanas e de diminuição
das importações"procedentes do
blocoz Caso se confirmem as pro-
jeções nega-t.ivas com relação às
economias argentina e brasileira, e
cas'o`não se recuperem os preços
dos metaiš em 1998, essa tendência
se reverteria,'acentuando-se o dé-
ficit'comercial_com o`Mercosul. I
,I .
` ' Rede de Diórios Económicos
Menem elogia Cardoso
NoraGonzaIez
São Paulo
presidente argentino,
Carlos Menem, terminou
sua visita ao Brasil par-
ticipando do encerramento do
seminário empresarial argenti-
no-brasileiro “Mercosulz Apro-
fundamento, Consolidação e In-
serção Internacional”. Em meio
a empresários dos dois países,
Menem elogiou a “coragem”
do presidente Fernando Hen-
rique Cardoso na implemen-
taçao do pacote de medidas de
ajuste anunciado semana passa-
da. O presidente apoiou inte-
gralmente as medidas adotadas
pelo Brasil e, referindo-se aos
especuladores, foi taxativo: “No
pasarán.” “O Mercosul depende
das economias sadias de seus in-
tegrantes”, justificou Menem. O
presidente brasileiro não ficou
atrás nos elogios. “Já nem sei
mais como agradecer a cons-
tante solidariedade do presi-
dente Menem”, disse. I
Image 245
Í
DE 1? A 23 DE NOVEMBRO DE 199? O mIa GAZETA MEncANT|L LATINO-AMEt=t|cANA 1 1
SflflC°fVa1V@fld_@f Fretes mais caros
m€nOS 80 Bfaslj Diesel sobe 3,5% evoi inchor custos dos emprescts
Hamilton Almeida
Buenos Aires
Sancor - Cooperativas
A Unidas Ltda., maior empresa
láctea da Argentina - terá
que frear 0 ritmo das suas expor-
tações ao Brasil, em conseqüência
do pacote de medidas econômicas
anunciado na semana passada. De-
pois de registrar este ano uma ex-
pansão de 20% nas vendas ao Brasil,
não deve haver crescimento no
próximo ano, acredita 0 presidente
da cooperativa, Adolfo V. Ferrero.
O mercado brasileiro absorve 70%
das exportações da empresa, que so-
mam US$ 75 milhões por.ano.
A expectativa de recessão no
Brasil modifica radicalmente a
evolução dos negócios das empre-
sas lácteas argentinas. Com 0 Mer-
cosul, as exportações desses pro-
dutos ao país vizinho aumentaram
vertiginosamente de US$ 26 mi-
lhões, em 1993, para US$ 150 mi-
lhões, no ano passado, acumulando
um crescimento de 476%, segundo
dados do Indec. Somente a Sancor
comercializou cerca de US$ 52
milhões no exercício fiscal encer-
rado em julho último, entre leiteem pó, leite em pó sem gordura,
manteiga, queijos e soro de queijo.
Apesar dessa expectativa não
promissora, Ferrero declarou que 0
impacto será suportado com a espe-
rança de um futuro melhor. “Não tra-
balhamos para 0 dia seguinte”, afir-
mou. “As exportações ao Brasil têm
potencial futuro”, disse. Ele comen-
tou também que a Argentina já
sofreu um processo de ajuste seme-
lhante ao adotado no Brasil, cujo teor
das medidas “tende a ser recessivo".
A Sancor possui uma subsidiária
em São Paulo desde 1986. Com
sede em Sunchales, província de
Santa Fé, lidera 0 setor de lácteos
da América Latina com o proces-
samento de 4,7 milhões de litros
de leite por dia. E fatura aproxi-
madamente US$ 950 milhões por
ano. Além do Brasil, os seus pro-
dutos chegam a mais de_trinta país-
es em cinco continentes. No próxi-
mo ano, a capacidade de recepção
de leite será aumentada para 7,2
milhões de litros por dia. I
Francisco Góes
Porto Alegre
pacote de medidas anuncia-
O do na semana passada pelo
governo brasileiro deverá
obrigar as empresas de transporte
de cargas do país a repassar aos
clientes 0 aumento de custos
decorrente das novas medidas. A
questão é saber se as transportado-
ras têm margens que permitem ab-
sorver os novos custos por um tem-
po detemiinado ou se, ao contrário,
precisarão repassar 0 aumento de
forma imediata. “Tudo vai depen-
der da negociação”, avalia Romeu
Luft, presidente da Associação Na-
cional do Transporte Rodoviário
de Cargas (NTC) do Brasil.
Uma das medidas que afetará as
transportadoras é 0 aumento do
óleo diesel, que, antes do pacote,
participava com cerca de 15% no
custo total de um frete feito em
caminhão. (com capacidade para
12 toneladas) entre São Paulo e
Uruguaiana, ponto estratégico no
comércio exterior do Brasil com
os demais países do Mercosul. Pe-
lo pacote, 0 preço do diesel au-
mentará 5,12% na refinaria, 0 que
provocará um impacto médio ao
consumidor de 3,5%. Este aumen-
to pode representar um desembol-
so adicional de R$ 22 por cami-
nhão numa viagem de ida e volta
entre São Paulo e a fronteira do
Rio Grande do Sul com a Argenti-
na, segundo cálculos do setor.
Os transportadores também estão
preocupadps com o aumento da car-
ga tributária, inserido no pacote, e a
entrada em vigor de novos pedágios
no Rio Grande do Sul. Luft avalia
que o repasse puro e simples dos
novos custos aos clientes não é fácil.
A preocupação dos transporta-
dores refere-se as conseqüências da
desaceleração da economia: se a in-
dústria reduzir 0 nível de atividade, 0
setor de serviços, entre os quais 0 de
transporte, será certamente afetado.
No plano extemo, as empresas trans-
portadoras temem que a restrição as
importações diminua a entrada de
caminhões pela fronteira do Brasil.
Os transportadores gostariam,
porém, de que o setor de serviços de
cargas fosse tratado como exporta-
dor, o que poderia garantir alguns
benefícios. Na prática-, as empresas
transportadoras pleiteiam acesso às
operações de Adiantamento de Con-
trato de Câmbio (ACCS), 0 que foi
permitido no pacote aos produtores
de insumos. Luiz Alberto Mincar-
one, presidente ' da Associação
Brasileira de Transportadores Inter-
nacionais (ABTI), afirma que 0
ACC daria as empresas um impulso
financeiro, garantindo-lhes compe-
titividade frente às companhias de
outros países.
Hoje, 0 Chile é um forte concor-
rente das empresas brasileiras
nesse setor. O mecanismo do
ACC permitiria que a empresa
adiantasse junto ao banco 0 câm-
bio correspondente a um embar-
que futuro. Francisco Javier Gor-
richo, diretor da divisão interna-
cional da empresa Tora Trans-
portes Industriais Ltda., com sede
em Contagem, em Minas Gerais,
destaca a importância do ACC
para 0 setor. Gorricho entende que
sua empresa, que faz_fretes para
Argentina, Uruguai, Paraguai e
Chile, terá de repassar os novos
custos para os clientes. I
Folografudo no Hotel Sheraton l\-'\iram:1r. Santa l\'lÕniCa, CalifóYU
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i
Image-246
B I GAZETA MERCANTIL LATINO-AMERICANA Ia DE 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 1997
ácito acordo contra acrise
Guillermo Piemes _ de se fazer alguma desvalorização.
Brasilia Chegar a essa moeda comum im-
Argentina e- 0 Brasil op- e plica queo Brasil, aArgentinae os
taram por uma harmoniza- 2 outros sócios do bloco com-irjam
ção economica, legal e
política completa para enfrentar os
tremores e os futuros terremotos do
mundo globalizado.
Além de medidas imediatas que
terão um efeito importante, como a
elevação da tarifa externa comum
do Mercosul ou 0 respaldo ao pa-
cote fiscal brasileiro, os presi-
dentes Carlos Menem e Femando
Henrique Cardoso pisaram fundo
no acelerador da plena integração
que mudará profundamente as atu-
ais realidades legais e econômicas.
O “Mercosul político” foi 0 con-
ceito que dominou as conversações
entre os próprios presidentes e seus
mais altos colaboradores, seja na re-
união de gabinete conjunto, em al-
moços e jantares oficiais ou nos in-
tervalos do tranqüilo jogo de golfe
entre uma dúzia dos homens que têm
o controle do processo integrador.
“Solidariedade incondicional” foi
a definição de Menem ao se referir
ao forte ajuste fiscal brasileiro,
quando se encontrava com seus
principais colaboradores e quatro
convidados especiais, preparando-
alta política e 0 golfe
com freqüência cami-
nham juntos, e isso acon-
teceu também na recente visita
do presidente argentino Carlos
Menem à capital brasileira.
Menem e a cúpula diplomáti-
ca do seu govemo aproveitaram
as primeiras horas de uma enso-
laradamanhã para começar a
jomada mais relaxados, jogando
golfe, na companhia doschefes
da diplomacia brasileira. O
presidente argentino, que recen-
se para 0 único momento de rela-
xamento da visita, jogar golfe sobre
0 “green” bem cuidado do Clube de
Golfe de Brasília.
Menem jogou golfe bem, princi-
palmente quando colocou a bola a
um palmo da bandeira, ao executar
uma tacada de aproximação no bu-
raco 15. Menem jogou pesado para
apoiar as medidas adotadas pelo
governo de Cardoso, sem esconder
que a Argentina deverá sentir a re-
temente jogou com Bill Clinton
em Bariloche, exibiu uma vis-
tosa camisa verde, azul e branca
e formou 0 primeiro trio de jo-
gadores com- 0 chanceler
brasileiro Luiz Felipe Lampreia
e 0 embaixador argentino em
Brasília, Jorge Herrera Vegas.
Os outros dois grupos dejo-
gadores foram integrados pelo
secretário-geral do Itamaraty,
Sebastião do Rego Barros, 0
embaixador brasileiro em
Buenos Aires, Carlos Alberto
dução do ritmo de crescimento do
seu principal sócio e comprador de
produtos agrícolas. Menem e Car-
doso dobraram as apostas no Mer-
cosul para enfrentar as incertezas
dasbolsas, a especulação interna-
cional, a competitividade comer-
cial mundial e a pressão cambiáiia.
Cardoso lembrou que, em 1995,
0 Brasil foi solidário com a Ar-
gentina quando 0 colapso mexi-
cano e sua onda especulativa pres-
Leite Barbosa, os diplomatas ar-
gentinos Jorge Campbell, Alfre-
do Morelli e Alberto Dumont e
0 editor sênior deste semanário,
Guillermo Piernes. Menem foi
preciso nos seus 'drives' e teve
boas tacadas de aproximação
ao 'green', mas quem, entre to-
dos, jogou melhor foi 0 min-
istro Dumont, que fez justiça _
aos seus nove de *handicap'. O
campo agradou a todos, apesar
de, por falta de tempo, só terem
sido jogados 12 buracos”.
sionaram as reservas argentinas na
sua proteção do peso e que essa
será sempre a reação entre os dois
países. Nos encontros reservados
ou no Congresso, 0 presidente ar-
gentino expôs que se deve avançar
para a moeda comum do Mercosul,
que não é exatamente uma moeda
única para os quatro países do blo-
'c0. Mas essa moeda comum afas-
taria qualquer fantasma catastrófi-
co regional no caso da necessidade
para 0 entendimento europeu de
Maastrich, ou seja, a harmonização
de políticas cambiárias,fiscais,
taxas de juros a longo prazo e a
manutenção da dívida externa em
valores inferiores a 30% do Produ-
to Intemo Bruto (PIB).
Para acelerar e aprofundar 0 Mer-
cosul, os presidentes defendem que
seja harmonizada a liberalização do
setor de serviços, com a livre circu-
lação de pessoas. Para os cidadãos
do Mercosul, deverá ser eliminado
qualquer tipo de entrave.
No reservado almoço presiden-
cial, ficou sobre a mesa a aspi-
ração de que todos os cidadãos
dos países tenham os mesmos di-
reitos à aposentadoria, a saúde, a
educação e a votar e ser votado,
assim como a obrigação tri-
butária. Para acelerar 0 andamen-
to da implantação da estrutura le-
gal necessária, os ministros da
Justiça ' da Argentina, Raúl
Granillo Ocampo, e Iris Resende,
do Brasil, comprometeram-se a
imprimir mais velocidade a todos
os passos nas suas áreas. I
¬ 
Image-247
E
DE 17 A 23 DE NovE|v|3Fro DE 1997 n0 GAZETA MEF=|cANT1L LAT|No-A|v|En|cANA n 9
Argentina descobre novos nichos
Hamilton Almeida
exportações argentinas ao
Brasil registram uma notá-
vel expansão de 364%, o que con-
trasta com a evolução global das
vendas externas, da ordem de
92%. Nesse período, os produtos
de origem industrial demons-
traram maior dinamismo com ain-
corporação de 32 novos produtos
na pauta de exportações (nichos de
mercados antes não explorados,
como veículos e autopeças, princi-
palmente). Já os produtos
agropecuários incorporaram ape-
nas nove novos nichos, entre eles o
leite. O Brasil absorve 53% das
exportações argentinas de bens de
alto nível de elaboração. Do au-
mento de 92% das exportações ar-
gentinas, só o Brasil contribuiu
com 45%:
Esta é uma das conclusões do
estudo “Evolução das Expor-
tações Argentinas ao Brasil em
Nichosde Alto Nível de Elabo-
ração. Ganhadores e Perdedores”,
elaborado pelos economistas
Edgardo Figueroa e Jerónimo
Morales Rins, da Fundación An-
Buenos Aires
E m seis anos de Mercosul, as
'Hílllllfflfllfãs-a9l'6Pe°UáI`¡fi5 ir Manufatúras _in'‹:Iustriais finais AT
Mantém dinamismo
Y Leite em pó
Files de peixe congelado' `
Carne bovina congelada
Azeitonas em conserva
¡ Produtos de padaria
¡ Peixe congelado
' Passas de uva
Maionese embalada
Bombons e cararnelos
Alimentos preparados
Peixe refrigerado
Pêssegos em calda
, Vinhos finos engarrafados
* Outras frutas em conserva
! Tomates inteiros ou em pedaços
I
ú
I Perdem dinamismo
Queijos
Extrato de tomate
Manteiga
Azeite de oliva embalado
Mosto.de uva
Nichos perdidos
Subprodutos de carne bovina
Ameixa passa com caroço
Condimentos compostos
Ervilhas em conserva
Preparados para sopas
Ameixas-passas
Legumes em conserva
Damascos-passas
Sidra engarrafada
Novos nichos
Leite integral
Alimentos preparados com cacau
Batatas elaboradas
Chicletes
Figados
Mussarela
Sorvete em embalagens de 2Kg
Massas
Prod. à base de cereais
Chocolate
Conservas de peixe
Chocolate branco
O peso dos automóveis
ntreosanosde1990e 1996,
E os produtos agropecuários
complexos sofreram uma
diminuição de participação na
pauta de exportações argentinas
de 78% para 63%. Apesar disso,
houve aumento no volume de
operações de US$ 239 milhões
para US$ 645 milhões (169%).
Por outro lado, as peças e com-
ponentes de automóveis regis-
traram uma evolução de US$ 14
milhões para US$ 60 milhões
(328%) no mesmo período,
dina. Em 1990, a Argentina pos-
suía 135 nichos de exportação
para o Brasil. Em 1996, esse
número aumentou para 178. No
total, foram criados 82 novos
nichos (exemplos: automóveis,
medicamentos, leite, turbinas
hidráulicas, válvulas de pressão,
painéis de instrumentos e carbu-
radores), mas se perderam outros
140 (subprodutos de carne bovina,
com os nichos de exportaçao
saltando de 16 para 27.
Já os negócios com produtos
industriais finais aumentararn ex-
plosivamente de US$ 119 mi-
lhões para US$ 1,273 bilhões
(969%). Amparado pelo regime
automobilístico do Mercosul, as
exportações de automóveis acu-
mularam, no ano passado, US$
766 milhões (as vendas eram nu-
las em 1990), e as de medicamen-_
tos ficaram em segundo lugar
nesse setor, passando de US$ 53
ervilhas em conserva, contro-
ladores automáticos de tempe-
ratura e papel-imprensa).
Por outro lado, 63 nichos apre-
sentarani maior dinamismo (leite
em pó, filé de pescado congelado,
came bovina congelada, motores,
caixas de câmbio, calçados e
pneumáticos) e 32 perderam di-
namismo (extrato de tomate, quei-
jos, garrafas de vidro, caixas de
milhões para US$ 54,5 milhões.
Os automóveis e os medica-
mentos representaram, em 1996,
91% do total das manufaturas de
origem industrial (MOI). Os bens
de capital também apresentaram
um forte crescimento, de US$ 77
milhões para US$ 383 milhões
(397%), a reboque dos produtos
automotrizes. Os novos nichos
surgidos nesse segmento per-
tencem, justamente, ao complexo
automobilístico (caminhões e
chassis). (I-I.A.)
papelão ondulado, sacos de
polipropileno e tomos de controle
numérico). A maior natalidade e
mortalidade de nichos aconteceu
no segmento das manufaturas de
origem industrial.
Entre os anos de 1990 e 1996, a
participação relativa dos produ-
tos automobilísticos passou de
12% para 66% do total, enquanto
os produtos agropecuários finais
sofreram uma redução de 41%
para 19%. “O crescimento evi-
denciado nas exportações ao
Brasil de produtos de alto nível
de elaboração é explicado em
86% pelos produtos industriais e
quase 80% pelo setor automo-
bilístico", destaca o trabalho.
“Esta transformação só foi pos-
sível graças as exportações do
complexo automobilístico, que se
multiplicaram por 25.”
Motorizadas pelo Mercosul, o
aumento das vendas ao Brasil
“não foi acompanhado de um au-
mento da participação dos produ-
tos de alto nível de elaboração no
total exportado”, concluem
Figueroa e Rins. Já “as expor-
tações de baixo ou 'nulo nível de
elaboração incrementaram sua
participação”, aprofundando a
primarização dos negócios. Entre
1990 e 1996, o peso das expor-
tações de nula ou baixa elabo-
ração passou de 43% a 46%, en-
quanto as de muito alto nível de
elaboração sofreram uma redução
de 6,4% para 5,3%. Mas as expor-
tações de alto nível de elaboração
tiveram uma participação cres-
cente: de 29% para 32%. I
Edltüria de Al'1G.i`GaZ61B Mercantil L31i.|10-Americana E¿|¡1°r¡_a da N-|e¡G¡¡¡a¡¡¡ Mama"-¡¡| Lm¡¡-¡,°_¿n-,W-¡c¿na
; . . _
(nichos de' exportação dealto nível de 'elaboração - em milhares de USS) F
T
(nichos de exportação de alto nível de elaboração - em milhares de U$$) l
Valor
22.155
34.73947.-740
-30.0432.100
5.933_ 4.000
1.1071.090
2.3311.700
1.3551.333
617
696
31.166
17.691
5.602
4.300
1.260
7.653
3.962
2.072
1 .335
1 .309
1 .006
729
660
555
70
340
700
160
99
150
0
370
"\IO8O
7,_2
11,4
15,6
9,6
0,7-
2.0
1,3
0,4
0,3
0,6
0,6
0,6
0,5
0,3
0.3
10,2
5,6
1,6
1,4
0,4
2,5
1,3
0,7
0,4
0,4
0,3
0,2
0,2
0,2
0,0
0-,1
0.2
0,0
0,0
0,0
0,0
0,1
0,0
0,0
0,0
0,0
Çomportamentoinichos 1990 _ 1996 1
% Valor- %
136.191
116.655
93;406
64.146
19.266
10.646
6.563
7.256
6.619
6.349
_ 5.900
4.620
1.651
1.061
960
21 .359
1 .606
3.922
2.254
623
150
0
12
50
0
0
211
0
13
26.300
21 .103
20.150
12.253
10.239
6.199
7.430
6.607
5.020
3.934
2.990
2.094
L Aumentam o dinamismo
13_5 É Toalhas higiênicas, fraldas e absorventes
1 1 I4 1 Calçado
9,1 = Pneus para automóveis
52 * Manufaturas de plásticos
1,9 - Outros impressosAditivos para óleos lubrificantes
: Herbicidas
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Manufaluras de ferro ou de aço
Reagentes para diagnóstico
Inseticidas
Manufaturas de borracha
Tubos sem costura
Papel para decorações
Papéis e cartolinas estocadas
2 1 Perdem dinamismo
0'2 ¡' Garrafas de vidro _
0'4 1 Papel para impressao
0,2
0,0
_0;vw--_
-.-
1,1
0,6
0,7
0,6
0,6
0,6
0,4
0,2
0,1
0,0
Filmes para artes gráficas
Caixas de cartão ondulado
¡ 'Sacolas de polipropileno '
' ` Papel sulfito p/embalar
Frascos de vidro
Outros condensadores elétricos
Máq. de lavar roupa até 10Kg
Cámaras de ar p/veículos
Papeis e cartões
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i 1 Brinquedos c/mecanismo e som
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