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Economia Brasileira 2015 - Problemas e soluções - Analise dos principais problemas e propostas de soluções para a economia brasileira em 2015. O jornal britânico “Financial Times” dedicou um editorial para a situação do Brasil. Classificou a economia como uma “bagunça” e as finanças públicas” em desordem”, o texto disse que “Se o Brasil fosse um paciente em um hospital, os médicos de emergência o diagnosticariam em estado terminal”. Somando à situação interna, fatores como a economia chinesa em desaceleração e os juros em alta nos EUA, o Brasil está sofrendo “o começo de um estresse econômico extremo”. A publicação cita a impopularidade da presidente Dilma Rousseff e um sistema político “notadamente podre”. “Isso faz com que seja praticamente impossível para ela [Dilma] responder adequadamente à crise econômica. Especialmente quando o Congresso está mais focado em salvar a própria pele”. E o editorial afirma ainda que a saída de Dilma teria um “político medíocre substituído por outro”, referindo-se a Temer, Cunha e Calheiros. (F S P, 14.09.2015, p. A-6). A presidente Dilma Rousseff demonstrando não ter a menor ideia do papel que atualmente desempenha no país, declarou em 7 de setembro: “Sinto-me preparada para conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de crescimento, ampliando as oportunidades para o nosso povo subir na vida”. Com a inflação e o desemprego em alta e a economia em recessão o que a presidente está fazendo é fazer o povo descer na vida. As medidas de ajuste fiscal, necessárias para cobrir o rombo nas contas públicas que ela mesma produziu foram frustradas. No final de julho foi decretado o fracasso do ajuste ao ser zerada a meta de poupança estabelecida para 2015. A presidente não percebeu ainda que o país não aguenta mais novos impostos e tentou uma atabalhoada ressurreição da CPMF, que não durou três dias. Sem a menor vontade de fazer corte de gastos em qualquer coisa, a equipe palaciana conseguiu piorar ainda mais a situação e mandou para o Congresso um orçamento com previsão de déficit de R$ 30 bilhões em 2016, algo inédito na história recente do país. A decisão mostrou que o Brasil não estava apenas sem dinheiro, mas também que estava sem comandante, sem rumo. Mas, a trapalhada palaciana foi imediatamente captada no exterior e a agência de classificação de risco Standard & Poor’s foi rápida e tirou do Brasil o selo de bom pagador. Agora a situação ficou mais grave ainda, porque o Brasil precisa reagir para não perde o selo das outras duas agências para evitar que afunde ainda mais no precipício. A resposta mais uma vez insuficiente foi um pacote pífio, com diversas medidas de economia, de apenas R$ 26 bilhões, que dependem de um Congresso totalmente hostil e a insistência em propostas de aumento de carga tributária muito maiores, de R$ 40,2 bilhões, das quais, a principal é a insistência na recriação da CPMF que dificilmente vai passar no Congresso. Com esta total falta de comando e visão de futuro, tomando medidas de curto prazo para salvar o seu mandato, o país está chegando ao fim de um ciclo na economia e na política e não há nenhuma clareza sobre o que virá depois. A questão é, como um projeto tão inviável como o do PT funcionou durante 12 anos, com apoio da população, do Congresso e de empresários e permitiu à presidente se reeleger, depois de quatro anos desastrosos, mas com uma campanha permeada por mentiras em verdadeiro estelionato eleitoral. Primeiro houve uma explosão dos preços das matérias-primas, provocadas pela ascensão chinesa e sua consequente fome por minérios e grãos. O Brasil ganhou com isso: as exportações avançaram de US$ 60 bilhões em 2003, para US$ 242 bilhões em 2013. Essa explosão proporcionou um excepcional aumento dos recursos públicos, potencializada com o contínuo aumento da carga tributária, que ao invés de ser aproveitada para pesados investimentos em infraestrutura para resolver os graves problemas neste setor que tem o país e diminuir a dívida pública que tanto pesa sobre as contas públicas, o governo populista do PT seguiu por outro caminho. Usou a riqueza para financiar um contínuo aumento dos gastos públicos e bombar a oferta de crédito. Expandiu programas sociais à exaustão e criou novos: Bolsa Família, Pro uni, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros. Parte das empresas ganhou o seu quinhão, com subsídios e isenções tributárias de um lado, forte protecionismo industrial com política de exigência de conteúdo e mais de R$ 400 bilhões de dívida pública transferidos para o BNDES emprestar a milhares de empresas, muitas que não precisavam, recursos subsidiados, sem qualquer exigência de aumento de produtividade. De 2003 a 2014, com a economia com pés de barro, o desemprego caiu de 13% para 5%. “Criou- se um circuito no qual a demanda doméstica crescia acima da expansão do PIB, que por sua vez, crescia mais do que podia”, afirma Fabio Gambiagi. O preço das commodities caiu e a crise mostrou que o modelo atual é insustentável. Para consolidar sua base política baseada no toma lá dá cá, Dilma Rousseff criou um monstro inchado, com 39 ministérios e 24.000 funcionários em cargos de indicação política que são ocupados naturalmente, não por eficiência, mas por interesses. Esse modelo criado agora está sendo colocado às claras pela Operação Lava Jato. Um monumental esquema de corrupção que envolve fraude a concorrência de todas as obras da maior empresa do Brasil a Petrobrás, com cartel de empresas formado para fraudar resultados, resultando em aumento de custos, e em propinas para dirigentes da Petrobrás e para os partidos e políticos que os nomearam. Infelizmente, o caso da Petrobrás é apenas a ponta do iceberg. Já apareceram outros casos na Eletrobrás, em Belo Monte, no Ministério do Planejamento, mas é questão de tempo para chegar a esquemas semelhantes em muitas outras áreas como o Ministério do Transporte, Ministério da Saúde, ou seja, em qualquer lugar onde tenha havido concorrências e administradores indicados por políticos. Esse modelo falido é ineficiente por definição e não se sustenta porque tem a corrupção entranhada em seu seio e só funciona com o constante aumento da carga tributária. O resultado atual é uma presidente com índice de popularidade de 7%, ou seja, quase zero, com suas contas fraudadas de 2014 em julgamento no TCU, impossíveis de serem aprovadas pela avalanche de pedaladas fiscais, com sua campanha eleitora de 2014 vitaminada por propinas da Petrobras, travestidas de “doação oficial” e tendo sido eleita por apertada margem com base em um contínuo estelionato eleitoral, ou seja, enganando o eleitorado sobre a realidade de seu governo e que agora corre sério risco de ser afastada do poder em um processo legítimo de impeachment, que chama de golpe, já que não se digna a renunciar, o que seria a melhor saída para o país na crise atual. Levantamento feito pela Tanure Associados mostra que 65% dos executivos brasileiros consideram 2015 um ano perdido e 60% afirmam que 2016 irá pelo mesmo caminho. Como um país poderá prosseguir com uma mandatária nestas condições até 2018? É um desastre total. Os investimentos na maioria dos casos estão suspensos por tempo indeterminado e muitos dizem que manter o país paralisado até 2018 é necessário para manter as regras democráticas de um governo eleito com base em mentiras. Não há a menor perspectiva de mudança. O ministro Joaquim Levy foi colocado no Ministério da Fazenda para tentar tirar o Brasil do caminho do precipício, mas é odiado por PT, PCdoB, PSOL, MST, MTST, UNE, etc. Seu trabalho é sabotado continuamente por Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa, ou seja, não há como com um quadro deste, a economia avançar. Por isso, afirma o presidente do Citi, Hélio Magalhães: “Está cada vez mais difícil apresentar o Brasil lá fora, como um bom lugar para investir. Com o processo de impeachment avançando, a crise política vai se agravar e a “presidente” daRepública vai ocupar 100% de seu tempo em como salvar o mandato. Para isso, vai usar a receita que mais conhece que é o fisiologismo político, a negociação de cargos e verbas, que sabemos muito bem, só vai piorar a situação do Brasil, pois o caso da Petrobrás é exemplar. Com o acirramento da crise política, agrava-se a crise econômica e aumenta o risco de o Brasil perder o grau de investimento nas outras duas agências. As alternativas de recuperação da economia são amplamente conhecidas, mas não há nenhuma possibilidade de que elas sejam implantadas com este governo. 1. ABERTURA MAIOR DO PAÍS PARA O MUNDO. O Brasil é um dos países mais isolados do mundo em termos comerciais. O país nos últimos quatro anos não avançou em nenhum acordo bilateral com um país significativo e o acordo com a União Europeia, como ocorre no âmbito do MERCOSUL, ficou paralisado graças à Argentina. Com isso, as exportações, cuja expansão seria uma das válvulas de escape para levantar a economia, representam apenas 13% do PIB, contra 45% da Alemanha e 32% do México. Se o Brasil continuar de fora do acordo com a União Europeia, segundo a FGV deve perder US$ 4 bilhões em exportações por ano e se participar pode ganhar US$ 51 bilhões em exportações. O Brasil, um dos países mais fechados do mundo, precisa de um choque de capitalismo. Para isso, é preciso romper com o MERCOSUL a partir para negociações independentes com a União Europeia, mas como dito, este governo, aliado de Argentina e da ditadura venezuelana, não tem coragem de fazer isso. 2. ACABAR COM AS REGRAS DE CONTEÚDO NACIONAL. O governo criou regras de conteúdo nacional, supostamente para proteger e estimular a indústria nacional, mas o efeito foi o contrário. O protecionismo faz com que as empresas não se preocupem em melhorar a produtividade e a eficiência, porque sabem que tem um mercado cativo para seus produtos. Com isso, as empresas são obrigadas a pagar mais caro por produtos nacionais menos eficientes. Segundo a consultoria Strategy&, os equipamentos nacionais no setor de óleo e gás, custam 55% a mais do que os importados. Sem regras de conteúdo nacional, o custo dos bens seria menor e os fornecedores teriam de ganhar eficiência para ser mais competitivos. 3. RETOMADA DAS PRIVATIZAÇOES. De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, existem 100 empresas controladas pelo governo federal. Nesse conjunto incluem-se empresas que pertencem exclusivamente ao Poder Público e sociedades de economia mista, nas quais a iniciativa privada é uma parte minoritária. Essas estatais empregam meio milhão de funcionários e anualmente movimentam com salários, compras e investimentos um total de R$ 1,4 trilhão, valor correspondente a 80% do PIB da Argentina. Trata-se de um resquício dos anos 70, era em que o governo criava empresas para atuar em praticamente todos os setores. “Temos um modelo antiquado, dirigista, ancorado em um Estado capturado, balofo... Precisamos de um Estado que pare de crescer e aumente sua eficiência”, diz o economista Armínio Fraga, sócio da Gávea Investimentos. (Revista Exame, 16.09.2015, p. 121). A discussão sobre a viabilidade de manter uma estatização tão elevada torna-se urgente, em um momento em que há dificuldade para equilibrar as contas públicas. Em julho, o Planalto acabou com o ajuste fiscal ao reduzir a meta de economia de 1,1% do PIB, ou R$ 66 bilhões em 2015, para apenas 0,15% do PIB. Nessa linha, vender ativos públicos para fazer caixa seria uma alternativa para gerar receitas em um momento em que a arrecadação tributária está estagnada. A venda faz mais sentido ainda em um momento em que o setor público entrou em uma rota de crescimento explosivo da dívida. Por outro lado, partindo da premissa que o setor privado é mais eficiente, faz mais sentido ainda vender estatais que se referem a atividades típicas do setor privado, dos quais o Estado não deveria participar com empresas, mas apenas fiscalizar sua atuação. Considerando o atual governo que usa cargos em estatais para distribui-los entre políticos com estratégia de controle do Congresso e considerando que estas indicações são feitas sem nenhum critério em termos de capacidade e experiência para o exercício do cargo, a venda destas empresas pode produzir um monumental aumento de produtividade, pela maior eficiência na gestão. Considerando que o mensalão e o petrolão têm por origem estas indicações, a eliminação destes cargos de confiança, teria um forte efeito saneador na redução do elevadíssimo grau de corrupção que está caracterizando o setor público no momento atual. A consultoria Bain & Company calcula que o governo poderia levantar R$ 290 bilhões com a venda de oito grandes empresas, entre elas a CEF e as participações que detém na Eletrobrás e no Banco do Brasil. Só a venda das ações da Petrobrás – incluindo a BR Distribuidora - cuja participação acionária do governo é de 46%, poderia render R$ 132 bilhões. A Eletrobrás pode valer R$ 27 bilhões. E estes valores estão depreciados. Se a Eletrobrás fosse privada, seu valor de mercado chegaria a R$ 73 bilhões, mais de quatro vezes o valor atual em bolsa de R$ 16 bilhões. Sete portos públicos são administrados por companhias Docas, controladas pelo governo federal. São portos muito mal administrados. Essas empresas não conseguem nem o básico que é manter boas condições de tráfego para os navios. Frequentemente a dragagem dos canais é interrompida por falta de dinheiro ou por problemas na licitação dos fornecedores, e com isso grandes navios ficam impedidos de atracar. Há estatais que simplesmente precisariam ser fechadas, porque nunca deveriam ter sido criadas. A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), criada pelo governo Lula é um exemplo. Sua audiência é desprezível, de apenas 0,2% entre os telespectadores de TV, mas o orçamento de 2015 é de R$ 534 milhões. Essa empresa poderia ser fechada que não faria nenhuma falta. O governo gastou com publicidade oficial em 2014, R$ 2,3 bilhões. (Revista Veja, 23.09.2015, p. 68). Livrar-se das estatais, portanto, representaria forte arrecadação de recursos para o governo, possibilitaria que essas empresas ficassem mais eficientes, lucrativas e valiosas e livraria o país de milhares de cargos de confiança ocupados por apaniguados de indicados por políticos que são fonte de ineficiência e corrupção. (Revista Exame, 19.082015, p. 50-53). 4. DIMINUIÇÃO DO PAPEL DO BNDES. Monica Baumgarten de Bolle comenta a importância do BNDES para a economia brasileira e o resultado não é satisfatório. A taxa de investimento brasileira alcançou o pico de 20% do PIB em 2010/2011, e caiu para perto de 17,5% em 2014, mas o período 2010-2014 foi de forte expansão da carteira do BNDES, mais de R$ 400 bilhões, ou 10% do PIB brasileiro, ou seja, apesar dessa montanha de dinheiro público subsidiado colocado à disposição das empresas, a taxa de investimento, que deveria subir, caiu. Os programas de incentivo à indústria brasileira custaram aos cofres públicos, R$ 1,5 trilhão desde 2006. E qual foi o resultado? Previsão da CNI aponta que a indústria da transformação, o setor mais nobre da indústria, vai fechar 2015 representando apenas 9% do PIB. O setor teve o auge em 2004, quando chegou a ter 17,88% de participação no PIB e desde então vem caindo ano a ano, queda que se agravou a partir de 2012, quando chegou a 11,81 e 10,91% em 2014. Os 9% em 2015, serão o nível mais baixo registrado na série com metodologia comparável do IBGE, que começa em 2000. Os dados indicam que o Brasil está retornando a patamares pré-industrialização dos anos 1940. Segundo o presidente da CNI, Robson Andrade, a culpa é do governo. “O governo falhou nas reformas que dariam mais competividade à indústria, setor mais exposto à competição externa. Não fez a reforma tributária, a trabalhista, não criou regras para dar segurança jurídica”. O resultado é que a indústria brasileira de transformação é “pequena,de baixa tecnologia e de pouco investimento”. Para piorar segundo ele, esse processo de desindustrialização “não deve ser revertido no curto prazo”, citando, por exemplo, a siderurgia, que trabalha com cerca de 60% de capacidade ociosa. (F S P, 13.09.2015, p. A-4). A esperança está no mercado externo. Mas o governo incompetente, preso no MERCOSUL, com Argentina e Venezuela, não avançou em acordos bilaterais ou com a União Europeia, estrangulando essa válvula de escape. Outra questão é que segundo algumas análises, o BNDES é uma das principais causas para as taxas de juros excessivamente elevadas que se observam no Brasil. Isso ocorre porque anulam parte da ação do Banco Central ao fornecer crédito subsidiado, abaixo das taxas de juros praticadas pela autoridade monetária e de outro lado por servir às grandes empresas, ou seja, justamente aquelas que não precisariam de recursos deste tipo. Cerca de 70% da carteira do banco está representado por empresas com faturamento acima de R$ 130 bilhões. As firmas menores são obrigadas a recorrer ao setor privado e que reconhecendo nelas o maior risco de crédito cobra taxas mais altas, ou seja, elevam os juros e por isso o BNDES está contribuindo para aumentar o custo do capital e não o inverso. Para piorar, a literatura recente não identifica nenhum ganho de produtividade para as empresas beneficiadas por empréstimos do BNDES, ou seja, o quadro geral é negativo em todos os aspectos. (F S P, 3.9.2015, p. A-20). Segundo Monica, se o BNDES voltasse a ter peso semelhante ao de 2004, e o governo fizesse um superávit primário de 3%, a taxa de juro real poderia cair até 2,5 pontos percentuais. (Revista Exame, 16.09.2015, p. 124). Maílson da Nóbrega destaca de desde muito tempo, as finanças públicas seguem quatro princípios: unicidade (um orçamento único); universalidade (o orçamento inclui todas as receitas e despesas); anualidade (um orçamento a cada ano) e não afetação das receitas (não vincular receita e despesa). O Brasil inicialmente observava apenas o princípio da anualidade e desde 1986 passou a respeitar os princípios da unicidade e o da universalidade. Mas o da afetação nunca foi observado. O problema é que o ajuste não depende apenas de mudanças conjunturais. Há uma grave crise política no Congresso e está-se vendo que para ampliar a base de apoio do governo uma das saídas é um fisiologismo escancarado na distribuição de cargos públicos e verbas para emendas parlamentares cujo resultado a médios e longos prazos é mais atraso. Mais atraso compromete a recuperação da economia, ou seja, prolonga a recessão que derrubou a arrecadação de impostos. Mas, o mais grave é que o governo tem um sério problema de aumento inercial de despesas, como na Previdência Social. Os gastos previdenciários saltaram de 4% em 1988, para 12% do PIB atualmente. Desde a Constituição de 1988, criou-se um modelo, aprofundado nos governos do PT, que perpetua a concessão de benefícios a diversos segmentos da sociedade e o resultado é uma armadilha de gastos públicos crescentes. Há um desequilíbrio estrutural entre as receitas e as despesas obrigatórias e crescentes. A solução adotada desde 1988 foi o contínuo aumento da carga tributária, mas como o governo Dilma perdeu totalmente o controle dos gastos, chegou-se a uma situação insustentável onde a dívida pública também está fugindo do controle e o crescimento da carga tributária chegou ao seu limite. Em outras palavras, o Brasil está na trajetória da falência. O Brasil de hoje pode ser a Grécia de amanhã. Para resolver o problema, portanto é preciso mudar a trajetória. Não resolvem medidas de ajuste fiscal, medidas emergenciais em curto prazo. É preciso que sejam feitas reformas estruturais que mudem este modelo iníquo criado. Se elas não forem feitas a situação poderá ficar insustentável em um prazo de tempo relativamente curto. O Brasil tem um dos orçamentos federais mais engessados do planeta. Quase 90% dos gastos do governo são obrigatórios, para as áreas de educação, saúde e gastos previdenciários. O engessamento foi criado com o objetivo de evitar o mau uso do dinheiro público e acabou se transformando em uma camisa de força que estrangula o país. É preciso diminuir o Estado e não o aumentar. Um Estado grande e que se mete em tudo, precisa arrecadar cada vez mais, e ao retirar dinheiro da economia para se financiar, reduz espaço para a atuação do setor privado. Troca-se o mais eficiente, pelo menos eficiente, não há economia que aguente. Nos EUA os gastos obrigatórios, são apenas 67%, no Reino Unido e Espanha 64% e no Japão, 53%. Somente com a flexibilização do orçamento e a diminuição do peso das despesas compulsórias é que seria possível cortar despesas com mais facilidade e ajudaria a enfrentar melhor momentos de crise como o atual. 6. REFORMAR A PREVIDÊNCIA. Para o professor José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, a janela do bônus demográfico se abriu por volta de 1970 e se fechará nos anos 2030 e o Brasil praticamente já a perdeu. O Brasil tem 81% da população em idade de trabalhar e para chegar ao padrão das economias avançadas, 70% deveria estar ocupado, mas apenas 35% efetivamente o estão. “O Brasil precisaria abrir 22,7 milhões de vagas para contabilizar positivamente o bom momento demográfico. Em vez disso as taxas de desemprego só fazem aumentar, sem perspectiva de melhora em curto prazo”. “Na próxima década, a população em idade ativa crescerá menos do que a que não está apta ao mercado de trabalho. Na seguinte, declinará em números absolutos, e aí a janela demográfica se fecha. É preocupante. A queda da mão de obra em um quadro de estagnação da produtividade significa o fim do desenvolvimento”. O culpado é o governo que incentivou tremendamente o consumo em vez de optar por aumentar o investimento no país. “O governo Dilma Rousseff não resolveu entraves que ajudariam o Brasil a avançar e atrair dinheiro como fazer uma reforma tributária, investir em infraestrutura para reduzir custos de logística e estimular a indústria de bens de capital com alta tecnologia. Agora, colhemos os maus resultados”. Pesquisas mostram que 10 milhões de jovens estão fora do mercado de trabalho e nem estudando estão. Enquanto isso a porção mais velha da população está aumentando e em 2040 já será maior do que a de crianças. “Ambos são financeiramente dependentes, mas a criança gasta menos do que o idoso”. Em quarenta anos o contingente de idosos vai triplicar, consumindo recursos que deveriam ir para investimentos. O Brasil corre o risco de ficar velho, antes de ficar rico. Para minimizar este desastre anunciado o Brasil precisa elevar a taxa de crescimento para algo entre 4% a 5% ao ano e incentivar o máximo possível de pessoas a entrarem no mercado de trabalho. (Revista Veja 22.07.2015, p. 12-17). A assistência social, incluindo a Previdência consome 10% do PIB. Em 2016, o rombo da Previdência vai chegar a R$ 120 bilhões. A população brasileira está em processo de envelhecimento e se a bomba-relógio fiscal da Previdência não for desmontada, ficará no médio prazo, inviável o próprio pagamento de benefícios e pensões para os brasileiros. Desmontar a bomba relógio significa mudar as regras da Previdência, começando por estabelecer uma idade mínima para aposentadoria de no mínimo 60 anos, caminhando para 65 anos com regra de transição e igual para homens e mulheres. A carga tributária, de 36% do PIB é uma das maiores do mundo. Se as reformas necessárias não forem feitas até 2040 ela precisaria chegar a 50% do PIB para sustentar os gastos, percentual que é inimaginável. A outra frente seria aumentar a eficiência do Estado. A primeira ação seria criar um Conselho de Gestão Fiscal, órgão cuja criação está prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 2000. Cerca de 30 países mantêm este tipo de conselho. Estudo do FMI mostra que a atuação efetiva destes conselhospode melhorar o resultado primário de um país em até 1,5% do PIB. O órgão funciona como uma agência fiscalizadora dos gastos públicos, rubrica na qual o governo atual prima pelo excesso. A melhoria na qualidade dos gastos ajudaria a conter o avanço da dívida. Um país com gestão ruim como o Brasil sofre a desconfiança dos investidores. (Revista Exame, 19.08.2015, p. 53-54). O caso da Grécia serve de exemplo para o Brasil. Nos quatro anos de Dilma Rousseff a dívida pública cresceu acentuadamente, já ultrapassando 60% do PIB. Mas, a dívida pública no Brasil tem um custo de carregamento muito maior do que a da Grécia, e, portanto, os 60% de dívida no Brasil, ficam muito próximos dos 177% do PIB na Grécia. A Grécia é exemplo do que até onde governos irresponsáveis com as finanças públicas podem chegar Os gastos com a dívida no Brasil estão em torno de 5,6% do PIB e na Grécia em 4,3%, o que mostra como no Brasil a situação tem que ser controlada para não ficar insustentável. O déficit no orçamento público grego, de 2,7% do PIB em 2014, é menor do que o do Brasil que chegou a espantosos 6,2% em 2014. Benjamin Steinbruch analisa o absurdo do valor da Selic no Brasil que está em 14,25% ao ano, enquanto a taxa nos EUA é de zero a 0,25%, no Japão de 0,10% e na Suíça é negativa, ou seja, para deixar o dinheiro no banco o investidor paga até 0,75% ao ano. Desde março de 2013 até agora a Selic foi elevada em sete pontos percentuais, ao custo de mais de R$ 200 bilhões em 12 meses, pois cada ponto percentual tem impacto de R$ 30 bilhões na dívida. Em 2015, o pagamento de juros da dívida vai custar ao governo até R$ 430 bilhões e de 2013 a 2015, R$ 1,038 trilhão. É dinheiro pago aos investidores sem mover uma palha, sem fabricar um alfinete. Todos recebem comodamente em casa assistindo televisão. Esse valor daria para pagar o programa Bolsa Família que atende a 14 milhões de famílias durante 38 anos. O aumento da Selic é justificado como para reduzir a inflação, mas não reduz a inflação. Desde março de 2013, a Selic subiu e a inflação subiu junto. Passou de 6,5% para quase 9% em 12 meses. No Brasil, o grosso da inflação decorre do reajuste de preços administrados como luz, gasolina, água, etc., que não tem relação com a demanda, que seria onde a alta da Selic seria eficaz. Por isso, Benjamin conclui: “Juros de 14,25% ao ano só interessam a quem vive de renda. Quem investe em produção só perde com isso. Associados ao programa de austeridade, esses juros vão produzir uma recessão absurda”. (F S P, 11.08.2015, p. A-19). A política equivocada do Banco Central que entende que elevar juros resolve todos os problemas da economia brasileira e o resultado é que os juros atualmente consomem 40% da arrecadação líquida do governo. O Brasil, com uma dívida bruta de 65% do PIB, despendeu nos últimos 12 meses, o equivalente a 7% do PIB para pagar juros, e o Japão com uma dívida de 300% do PIB gastou proporcionalmente à metade. Por isso, para o Brasil alcançar o déficit nominal zero, tem que diminuir seus gastos, além de rever esta posição do Banco Central de pagar os juros mais altos do mundo. O Brasil precisa tomar um banho de eficiência e de meritocracia se quiser tornar-se um país desenvolvido. Isso significa acabar com a indicação política para cargos e vetar a possibilidade de controle de um Poder pelo outro por meio da indicação. Os ministros do STF deveriam ser escolhidos pelo plenário do STF e não pelo presidente da República, assim fica impedida a possibilidade de que um partido, permanecendo longo tempo no poder, tenha a possibilidade de indicar a maioria do colegiado como aconteceu com os governos do PT, com Lula e Dilma. Deve acabar a possibilidade de indicação para tribunais por parte da OAB, pois da forma como está, advogados passam a fazer parte diretamente de tribunais superiores. Nestes tribunais só devem ser ministros, juízes ou promotores de carreira, com um tempo mínimo de atividade no cargo. Deve acabar a possibilidade de indicação de ministros do Tribunal de Contas da União e de qualquer outro semelhante por parte do Poder Executivo. A exemplo do STF, o próprio plenário indicaria, mas apenas entre técnicos de carreira do órgão. Deve acabar a possibilidade de o Poder Executivo nomear livremente cargos em segundo, terceiro, quarto escalão de Ministérios e Empresas Estatais. Os cargos de Presidência poderiam ser escolhidos por uma agência de contratação de executivos especialmente constituída para este fim e os outros cargos seriam ocupados apenas por funcionários das respectivas empresas ou órgãos. Seria o fim do loteamento do Estado. Essa é a mudança mais importante porque é a indicação política para cargos em empresas que possibilitou a organização de um esquema criminoso de Estado. Possibilitou que a corrupção se disseminasse em vários setores do Estado como muito bem mostrou a Operação Lava Jato. O ministro Gilmar Mendes foi mais longe e disse em seminário da Fiesp em São Paulo, no dia 18 de setembro, que o PT tinha um “plano perfeito”, para se perpetuar no poder, mas foi atrapalhado pela Operação Lava Jato. Gilmar disse que o dinheiro desviado da Petrobrás tinha como destino campanhas eleitorais e, combinado com o final do financiamento privado de campanha – bandeira antiga do partido – faria com que o PT, fosse a sigla com mais recursos em caixa. “O plano era perfeito, mas faltou combinar com os russos...Eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038”. Ou seja, o loteamento do Estado faz parte de um “plano perfeito” de perpetuação no poder. O senador Aécio Neves está se mexendo para acabar com o comércio de cargos pelo governo federal. “Nesta semana, vou apresentar uma PEC para que, mesmo em cargos de indicação política, a pessoa tenha que passar por um processo de qualificação. Pode haver indicações para esses cargos – que a meu ver têm de ser diminuídos em ao menos um terço – mas precisamos profissionalizar a burocracia. Fiz isso em Minas Gerais, a certificação era feita pela universidade federal. Aplicamos a regra às novas indicações. O resultado foi que 70% dos que pediram cargos nunca apareceram para tentar provar sua qualificação. Depois, estendemos a norma para aqueles que já estavam nos cargos – 50% não fizeram a avaliação. Isso liberou vagas, de forma que os cargos passaram a ser ocupados por gente qualificada”. (Revista Veja, 12.08.2015, p 21). Em 2003, foi criado no Chile o Sistema de Alta Direção Pública. Seu principal componente é um conselho cujo papel é selecionar profissionais qualificados para ocupar cargos na administração do Estado, diminuindo o peso das nomeações políticas, O Conselho de Alta Direção Pública tem cinco membros, dois indicados pela oposição. Os conselheiros têm mandato de seis anos e estabilidade no cargo. Os atuais integrantes do conselho têm experiência em gestão pública ou em órgãos internacionais. De suas decisões dependem, direta ou indiretamente, a seleção de profissionais para mais de 1.200 empregos públicos, o que corresponde a quase todos os postos de direção e coordenação abaixo dos níveis de ministro ou vice-ministro, incluindo a direção de estatais. O sistema chileno impede, como acontece no Brasil, de que pessoas desqualificadas ocupem cargos importantes. O Conselho de Alta Direção Pública contrata uma empresa de recrutamento privada, para conduzir um processo de seleção semelhante ao que uma empresa monta na busca de um executivo: abre inscrições para o cargo, faz a triagem do currículo dos candidatos e indica aos conselheiros aqueles que têm o perfil desejado para o cargo. Em 2014, cada posto de gestão aberto no governo, foi disputado por uma média de 140 candidatos. Quem passa pelo crivo dos recrutadores, é entrevistado pelos membros do conselho, que escolhem de três a cinco nomes para compor a lista final, apresentada em ordem de preferência, ao ministro e ao presidente. Com o critério de mérito, hoje são comunsos casos de gestores políticos chilenos que permanecem no cargo mesmo após mudanças de quem estão no poder. O governo brasileiro tem 24.000 cargos comissionados, preenchidos por nomeação política. Ou seja, são dois erros no Brasil. Um número exagerado de cargos comissionados e a indicação por compadrio que é a origem do sistema de corrupção que permeou toda a experiência recente no país em cargos públicos e de empresas estatais, dos quais a Petrobrás é caso emblemático e exemplar. Isso tem que acabar e o Chile é um exemplo de como fazer isso. (Revista Exame, 16.09.2015, p. 44-46). Na área de petróleo, os erros se somaram. A exigência de a Petrobrás ser operadora única de todos os poços e participar com pelo menos 30% dos investimentos na área impôs à empresa encargos que não tinha condições de assumir. A regra de conteúdo local mínimo dobrou o preço de navios e sondas adquiridas pela empresa. Mais ineficiência. A empresa está com a maior dívida do mundo em uma empresa petroleira e as regras do setor tem que ser reformuladas para que a empresa possa desempenhar seu papel com eficiência, saindo da situação atual que é calamitosa. O que acontece com a vida de cada um depende essencialmente do indivíduo. No Brasil, temos uma relação intensa com o Estado, que exerce um papel paternalista, o que hoje é incompatível com a prosperidade. Isso nos levou a uma carga tributária que ameaça chegar a 40% do PIB para se ajustar a demanda por gasto público e gerou um Estado exaurido. O Estado paga um grande número de benefícios a muita gente e por um longo tempo. Em 2014, o governo federal pagou quase 500 bilhões de reais de benefícios previdenciários, 85 bilhões em serviços de saúde, 55 bilhões em seguro-desemprego e abono salarial, 30 bilhões de Bolsa Família, e por aí vai. Esse modelo no qual o Estado paga cada vez mais, está esgotado. Uma das medidas mais polêmicas que teria que ser feita já é mudar a regra de reajuste do salário mínimo, usando-se a meta inflacionária e não com crescimento real. O salário mínimo hoje reajusta dois terços dos benefícios. Um levantamento do economista Fernando Monteiro revela que, entre 2003 e 2014, o total de indivíduos que recebem algum tipo de transferência do governo federal passou de 39 milhões para 78 milhões de pessoas. O número dobrou em pouco mais de dez anos. “Não há país que aguente”. (Revista Veja, 12.08.2015, p.64-65). Ninguém se opõe a que o Estado proporcione assistência às classes menos favorecidas, mas é preciso que os respectivos gastos caibam no orçamento. Cortar benefícios é necessário, mas como assinala o americano Richard Jackson é necessário construir um sistema complementar de planos de previdência, com alguma ajuda pública, para evitar que o Brasil em 20 anos tenha uma população de idosos pobres, o que geraria um problema social. Ou seja, a população mais pobre e mesmo a classe média precisam ser conscientizadas de que é necessário economizar para o futuro e isso só é possível em termos de aposentadoria, por meio de um plano complementar. Os idosos deverão representar quase 25% da população total do Brasil em 2050. Em 2010 eram apenas 7%. Portanto, os encargos com aposentadoria tendem a aumentar expressivamente e o ajuste é inevitável. Para diminuir o custo da dívida pública o Brasil precisa reduzir a taxa de juros Selic que é a maior do mundo e aumentar o superávit primário o que significa arrecadar mais do que gastar e para isso é preciso caminhar para o déficit público zero. Estudo da RC Consultores mostra como o governo poderia, gradualmente, alcançar o chamado déficit nominal zero, condição em que não gastará mais do que arrecada. A primeira medida proposta é a adoção de um limitador de despesas, em modelo semelhante ao que é adotado em países como os EUA e a Alemanha nos últimos anos. Na Alemanha, o limitador entra em ação sempre que o déficit público ultrapassa 0,35% do PIB. Lá houve corte de gastos sociais, de despesas militares e a demissão de 4.000 servidores públicos. No Brasil, esse governo é um monumental exemplo de ineficiência. O governo Dilma Rousseff especializou-se em sempre aumentar os gastos públicos, nunca em diminuir. Exemplo disso foi o aumento dos ministérios para 39. Ruy Castro demonstra com propriedade a colossal ineficiência do governo Dilma, em parte explicada pelos 39 ministérios. Como assinala J.R. Guizo, são tantos que Dilma Rousseff “Passa meses sem falar com a maioria dos seus 39 ministros e suas multidões de ‘homens-chave’, embora considere todos indispensáveis”. (Revista Veja, 23.09.2015, p. 114). “Há o Ministério da Agricultura e o do Desenvolvimento Agrário. Por quê? Há o Ministério da Defesa e o da Segurança Institucional. Há o do Planejamento e o de Assuntos Estratégicos. E, se há o da Justiça, o que faz o de Direitos Humanos? E, se há o de Direitos Humanos para que servem o de Políticas para Mulheres e o da Igualdade Racial? Há o Ministério das Cidades e há também o da Integração Nacional. Há o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e também o das Pequenas e Médias Empresas. E, se há o Ministério dos Transportes, para que servem o dos Portos e o da Aviação Civil? O ministro do Turismo é um engenheiro agrônomo. O dos Esportes é um pastor evangélico. O da Pesca é filho de senador. E não ria, mas o Ministério das Relações Institucionais trata das relações com o Congresso. Podem- se fechar 2/3 desses ministérios. Talvez não poupe muito dinheiro. Mas faria poupar em cinismo”. (F S P, 12.08.2015, p. A-2). Deste governo não há o que esperar. Quando o Brasil tiver um governo eficiente, deverá ser feita uma ampla análise no setor público para preservar gastos importantes como investimentos de que o país tanto precisa, e enxugar o restante: quadro de funcionários, despesas com veículos oficiais, material de escritório, publicidade, viagens e conta de luz. Os gastos sociais também teriam que passar por um pente-fino. Ao longo do tempo, o aumento das despesas seria limitado a 70% do PIB. Para se ter uma ideia. Nos EUA, o presidente Barak Obama tem apenas 22 secretários com status equivalente ao de ministros. Com esse quadro, ele governa a maior economia do planeta. Estudo da FGV mostra que se houvesse o aperfeiçoamento da administração federal haveria uma redução de despesas de R$ 144 bilhões por ano. (Revista Veja, 23.09.2015, p. 67). Um dos países mais castigados pela crise mundial de 2008, o Reino Unido virou exemplo de como a boa condução das finanças públicas – sem elevar a carga de impostos – pode incentivar a economia. O país teve em 2014, a maior expansão entre os membros do G7, o clube dos ricos. No segundo trimestre de 2015, o PIB britânico cresceu 2,9% sobre o mesmo período de 2014. Indicadores como o desemprego e o consumo das famílias estão melhorando. Quando o primeiro-ministro atual, David Cameron, assumiu o cargo em 2010 a economia acumulava dois anos de recessão. O rombo nas contas públicas era de 10% do PIB, motivado por estímulos dados pelo governo trabalhista Gordon Brown aos bancos afetados pela crise. Para romper o ciclo, Cameron e o ministro do Tesouro, George Osborne, partiram para um corte de 80 bilhões de libras no orçamento. Alguns serviços públicos prestados regionalmente, foram centralizados em Londres e permitiram tirar mais de 600.000 servidores da folha de pagamento. A venda de imóveis públicos subutilizados, gerou economia de 800 milhões de libras por ano. As despesas dos ministérios caíram 20% em média, com as medidas. Um dos poucos poupados de corte foi o sistema de saúde, boa parte dele gerenciado pela iniciativa privada e reconhecido mundialmente pela eficiência nos gastos. O aperto nas contas foi aliado a uma lei mais dura contra a evasão fiscal e à elevação de impostos sobre carros e seguros. Em compensação, mais famílias ficaram isentas do imposto de renda e o valor do salário mínimo subiu, estimulando o consumo e gerando mais receita para os cofrespúblicos. A carga tributária ficou ao redor de 36,2% do PIB, aproximadamente a mesma do Brasil. Era 35,4% em 2011. O déficit do governo caiu pela metade, em cinco anos. A população aprovou o ajuste e Cameron foi reeleito em maio de 2015. Promete mais cortes para obter superávit em 2019. (Revista Exame, 16.09.2015, p. 116-117). Uma empresa de armazenagem no Brasil rege-se por lei de 1903. Se for necessário o reajuste de preços, ou concessão de descontos, é preciso primeiro concluir um processo que começa com o registro da nova tabela na Junta Comercial. A alteração depois tem que ser publicada em dois jornais, um deles, o Diário Oficial. Depois volta à Junta para arquivar cópias das publicações. Outros exemplares devem ser remetidos à Secretaria da Fazenda do Estado. O trâmite demora mais de 40 dias e só depois disso os novos preços podem entrar em vigor. O nome disso é burrocracia e não burocracia. (Revista Exame, 5.8.2015, p. 30). O Brasil criou em 1979 um Ministério da Desburocratização, que foi extinto em 1985 e infelizmente, está fazendo muita falta. Cerca de R$ 1,3 bilhão serão perdidos devido ao complexo processo de obtenção de licenças ambientais e do aval arqueológico que é um dos principais obstáculos ao cumprimento dos prazos. A concessão destas licenças está pulverizada por uma série de órgãos públicos, federais e estaduais, com exigências que frequentemente se chocam ou sofrem alterações de um empreendimento para outro. Como os servidores públicos envolvidos no licenciamento podem ser pessoalmente responsabilizados, em eventuais questionamentos na Justiça, tendem a ser excessivamente rígidos e cautelosos em suas análises. Outro entrave é que as licenças podem sofrer questionamentos mesmo depois de expedidas, alimentando a imprevisibilidade dos prazos e, consequentemente, o risco do investimento. Isso pressiona os preços dos leilões e inibe investimentos. Para o presidente do Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, “O país tem mais de 30 partidos. Isso não funciona. Não vejo nenhuma razão para ter mais do que seis, oito, no máximo dez agremiações. Dá para acomodar perfeitamente todas as minhas ideológicas neles”. (Folha de São Paulo, 21.08.2015, p. A-28). Para piorar, vai sair mais um. Em parecer enviado ao TSE, o Ministério Público opinou pela concessão do registro para a criação da Rede, partido que o grupo político da ex-senadora Marina Silva (PSB), tenta viabilizar. O texto defende que a rede ultrapassou as 487 mil assinaturas de apossamento exigida por lei. (F S P, 28.08.2015, p. A-12). Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/economia-brasileira-2015- problemas-e-solucoes/90434/ Demanda doméstica acumula alta de 4% - Oferta também apresenta crescimento Brasília, 28 de julho de 2015 – A demanda (em passageiros-quilômetros pagos transportados – RPK) por transporte aéreo doméstico de passageiros registrou crescimento de 2,1% em junho de 2015, comparada com o mesmo mês de 2014, enquanto a oferta (em assentos-quilômetros oferecidos – ASK) registrou aumento de 2,8% no mesmo período. Com o resultado de junho de 2015, a demanda doméstica completou 21 meses consecutivos de crescimento e alcançou o seu maior nível para o mês nos últimos dez anos. Já a oferta doméstica apresentou o décimo mês consecutivo de crescimento. Com o resultado de junho, a demanda doméstica acumulou alta de 3,9% no ano e a oferta acumulou aumento de 3% no mesmo período. Entre as principais empresas aéreas brasileiras, Gol e Avianca destacaram-se com as maiores taxas de crescimento da demanda doméstica em junho de 2015, quando comparadas com o mesmo mês de 2014, da ordem de 5,6% e 2,9%, respectivamente. A Tam apresentou retração de 0,2% e a Azul teve sua demanda doméstica reduzida em 2,5%. Avianca, Gol e Tam aumentaram a oferta doméstica, em termos de ASK, em 7,8%, 3,5% e 3,1%, respectivamente. A Azul apresentou redução de 3,4%. Tam e Gol continuam lideraram o mercado doméstico em junho de 2015, com participações (em RPK) de 36,6% e 36,3% respectivamente. No entanto, a Tam registrou queda de 2,2% em sua participação de mercado, enquanto a Gol apresentou aumento de 3,5% neste indicador. A participação das demais empresas somadas foi de 27,1%, o que representou redução de 1,4% em relação a junho de 2014. A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) em junho de 2015 foi da ordem de 77,9%, redução de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2014. Entre as principais empresas aéreas brasileiras, a melhor taxa de aproveitamento doméstico no mês de junho de 2015 foi atingida pela Azul, com 80,1%, que representou aumento de 0,9%. Constatou-se que a empresa Azul prestou informação inexata à ANAC relativa ao volume de passageiros transportados em voos domésticos no mês de fevereiro de 2015, tendo sido instaurado processo administrativo para a apuração de infração por este motivo. Assim, tendo em vista que a empresa ainda não apresentou a informação devidamente retificada à Agência, a quantidade de passageiros transportados em voos domésticos pela Azul no acumulado do ano (janeiro a junho) apresentada a seguir é resultado de estimativa feita pela ANAC para compor o Relatório de Demanda e Oferta de junho de 2015, buscando a apresentação de uma situação mais próxima da realidade. O número de passageiros pagos transportados no mercado doméstico em junho de 2015 atingiu 7,4 milhões, tendo sido o maior para o mês nos últimos 10 anos, com aumento de 2,5% em relação a junho de 2014. É o vigésimo registro de crescimento do indicador nos últimos 21 meses. Fonte: http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1870 Demanda doméstica da aviação civil brasileira volta a cair A demanda doméstica da aviação civil brasileira caiu, em setembro, pelo segundo mês consecutivo. A redução foi de 0,5%, em relação ao mesmo período de 2014. O índice é medido a partir da quantidade de passageiros pagantes transportados por quilômetro. A oferta, que contabiliza a quantidade de assentos disponíveis por quilômetro percorrido, baixou 1,7% no período. Os números foram divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) nessa quinta-feira (29). Em agosto foi registrada a primeira retração após 22 meses consecutivos de alta. A baixa foi de 0,4%. Em torno de 7,7 milhões de passageiros foram transportados de avião dentro do Brasil em setembro. Isso representa 1,5% menos que em setembro do ano passado. Entre as maiores empresas, a Avianca teve a maior expansão na demanda, de 14%. A Azul cresceu 2%. Gol e Tam, que detém a maior parcela do mercado, registraram retração de 3,3% e de 3,5%, respectivamente. Ainda em setembro, Avianca e Azul aumentaram a oferta doméstica em 7,5% e 3,4%, respectivamente. As outras duas reduziram: a Gol em 2,7% e a Tam em 6%. Com isso, a Avianca ampliou sua participação no mercado, de 9% para 10,4%, na comparação de setembro de 2015 com setembro de 2014. Já a Azul registrou variação positiva de 2,5% no período, atingindo 17,5%. A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos operados por empresas brasileiras em setembro de 2015 foi de 79,5%, o que representa aumento de 1,2% em relação a 2014. Fonte: http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Noticia.aspx?noticia=demanda-domestica-da- aviacao-civil-brasileira-volta-a-cair-cnt Qual é a situação do setor de aviação no Brasil atualmente? Não importa o motivo: alta do dólar para viagens no exterior, modernização e investimento em mais aeronaves para passageiros ou até mesmo a redução do valor de passagens para competir no mercado de transporte aéreo. O fato é que o setor de aviação no Brasil está crescendo, e isso tende a se manter nos próximos anos. Ou seja: se você está procurando uma nova profissão ou pensando em iniciar uma carreira nessa área, o momento não poderia ser melhor! Para ficar por dentro do atual mercado e também das oportunidades que estão surgindo,acompanhe as nossas informações sobre o setor aéreo no país! Crescimento do setor de aviação no Brasil Conforme informações recebidas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que reúne as 280 maiores empresas do ramo de aviação no mundo, esse setor está em franco crescimento no país. Dados repassados por essa associação indicam que o Brasil será o 3º mercado de aviação até o ano de 2017, perdendo posição somente para países como EUA e China. Companhias existentes Em relação à aviação comercial, o Brasil tem uma alta concentração de mercado, que é atendida por pelo menos quatro grandes companhias aéreas: Gol, TAM, Azul e Avianca. Segundo a Agência Nacional de Aviação (ANAC), desde o ano passado, essas empresas têm representado 99,29% do mercado doméstico, o que é um número bastante representativo para a extensão do Brasil. A justificativa para a concentração de poucas empresas no ramo do transporte de passageiros se dá pela alta demanda financeira que o tipo de atividade exige. Entretanto, se compararmos com o ano de 2008, quando somente duas empresas lideravam o transporte comercial, a competitividade do mercado tem ficado mais distribuída. Isso ocorreu devido à entrada de novas empresas como a Azul no cenário nacional e com o crescimento de outras já existentes, como é o caso da Avianca. Rendimentos do setor Conforme documento da Iata que lista os dez mercados de aviação domésticos mais dinâmicos do mundo, metade se localiza na América Latina, incluindo nesses Brasil, Colômbia, México, Peru e Equador. Com esses dados, é possível perceber como o nosso país se encontra em uma situação de destaque dentro do ramo da aviação. A demanda por transporte doméstico cresceu 5,7% em 2014, o que tem sido tratado como algo “esplêndido” pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Além disso, uma comparação entre a taxa de ocupação das aeronaves em voos nacionais e internacionais mostra claramente um crescimento e uma maior busca por voos domésticos. Modernização do setor Com o crescimento do setor, é esperado um consequente aumento no número de aeronaves em situação de voo, o que poderia causar problemas ambientais relacionados aos custos com produção de recursos e com a poluição do ar. Entretanto, assim como em outros países, o Brasil tem mostrado uma preocupação maior com a modernização de suas aeronaves e também com os processos de produção de combustíveis. Atualmente, políticas relacionadas à redução de gases poluentes, bem como à inclusão dos biocombustíveis, têm ganhado espaço no mercado da aviação. Um exemplo disso é o incentivo do reflorestamento com macaúba, espécie responsável pela geração de matéria-prima para o diesel verde. Aliado a isso, temos ainda o aumento do investimento em aeronaves com motores híbridos e elétricos. Oportunidades de emprego Eventos internacionais importantes também contribuem para o aquecimento do mercado e para a movimentação dos serviços. Assim ocorreu com a Copa do Mundo de 2014, quando o aumento da demanda de transporte de passageiros fez com que os rendimentos subissem. Conforme afirma o presidente da ABEAR, as companhias aéreas dominantes no país transportaram 8,8 milhões de passageiros durante o período dos jogos, totalizando 77,2 mil voos. Para se ter uma ideia, dados da Secretaria de Aviação Civil (SAC) confirmam que a movimentação na Copa de 2014 foi de aproximadamente 17,8 milhões de pessoas, as quais preencheram 21 aeroportos e ocasionaram uma taxa média de ocupação das aeronaves de 80%, além de 92% no índice de pontualidade. Agora, a expectativa é que as Olimpíadas de 2016 também representem um bom potencial de crescimento para o setor de aviação. Uma das vantagens da demanda por mais aeronaves para dar conta de públicos maiores é a geração de empregos em todo o segmento: mais voos significam a necessidade de contratação de diversos profissionais, como comissários de voo, pilotos e funcionários de aeroportos. Profissões do setor aéreo Para quem pensa em investir nas profissões do setor aéreo, é preciso buscar aprimoramento em habilidade lógicas e aritméticas e também de computação. Caso o interessado não saiba por onde começar, aconselha-se procurar uma instituição de ensino que tenha credibilidade, pois pode encontrar cursos específicos que fazem toda a diferença. Entre as vantagens da profissão do ramo da aviação estão o glamour proporcionado pelas viagens e experiências em diferentes destinos, além de hospedagens de qualidade pagas em diferentes países. Previsões para o futuro Ainda de acordo com a Iata, no mundo, entre os anos de 2012 e 2013, a quantidade de passageiros usuários do transporte aéreo tinha uma previsão de aumento de 31%, chegando aos 3,9 bilhões. Só para ter uma ideia, a projeção é que até o ano de 2035 o número de pessoas utilizando o transporte aéreo chegue aos 7 bilhões. É muita gente, não é mesmo? Para Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR, o futuro da aviação está totalmente relacionado com as possibilidades de empreender e com a oferta de oportunidades únicas para destinos turísticos, de trabalho e de lazer. Para ele, a possibilidade de abrigar diferentes eventos e equipamentos no país permite também novas conexões mais acessíveis. Hoje, podemos dizer que o transporte aéreo é a forma mais barata de se fazer viagens planejadas à distância no Brasil, mesmo sendo um dos setores mais competitivos. Com tudo isso, fica claro que o crescimento do setor aéreo — seja para cargas ou transporte de passageiros — pode contribuir fortemente com os aspectos relacionados à comodidade, rapidez, redução de custos e também com a diminuição da degradação de recursos naturais, já que transportam muito mais comparado aos transportes terrestres e marítimos. E você, o que acha desse panorama atual do setor de aviação no Brasil? Pretende aproveitar essa oportunidade para dar uma guinada na sua carreira? Então conte nos comentários o que você está fazendo para conquistar isso e aproveite para conferir mais informações interessantes no blog! Fonte: http://www.ceabbrasil.com.br/blog/index.php/artigos-aviacao/setor-de-aviacao-no-brasil/ TAM liderou o mercado doméstico no primeiro trimestre Flexibilidade da malha permitiu à empresa ser a única a melhorar a ocupação dos voos em todos os três primeiros meses do ano 28/04/2015 - 22h45 (Das assessorias da TAM e da ANAC) - segundo dados divulgados hoje, dia 28 de abril, pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a TAM liderou o mercado doméstico em março com market share de 37,6%. Nos três primeiros meses do ano, a TAM liderou o mercado doméstico com 37% de participação. O resultado atesta a estratégia da TAM. Diante da retração da demanda de passageiros, a companhia tem sido extremamente flexível e cautelosa no planejamento da sua malha aérea. Considerando todas as empresas aéreas brasileiras, a TAM foi a companhia que registrou o menor avanço da oferta doméstica no primeiro trimestre de 2015 com relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto a quantidade de assentos-quilômetro oferecidos cresceu, em média, 4% em toda a indústria nacional, o crescimento na TAM foi de apenas 0,9%, refletindo a sua estratégia conservadora. Se for desconsiderada a oferta da TAM, a média em assentos-quilômetro de todo o setor teria crescido 5,8%. Como efeito imediato desta cautela e flexibilidade na oferta de assentos, a TAM foi a única aérea do país a melhorar a ocupação de seus voos em cada um dos três primeiros meses do ano. Com melhor aproveitamento dos seus ativos, voos mais ocupados e melhor geração de conectividade nos três primeiros meses de 2015, a taxa de ocupação doméstica da TAM saltou 1,3 ponto percentual no primeiro trimestre de 2015. No consolidado, a ocupação dos voos domésticos da companhia no período atingiu 82,7%, acima da média da indústria aérea brasileira (taxa de 80,8%). "Vivemos o grande desafio de retração da demanda, sobretudo no segmentocorporativo. Mas, como parte do Grupo LATAM, temos tido muita capacidade de calibrar a oferta e de manter o foco nos mercados mais promissores", afirma Francisco Recabarren, vice-presidente de Negócios Brasil da TAM. "Vamos seguir com essa estratégia conservadora e flexível para oferecer um produto cada vez mais atrativo ao passageiro e, ao mesmo tempo, rentável para a empresa", completa o executivo. A GOL ficou em segundo lugar no ranking doméstico tanto em março quanto no primeiro trimestre. A empresa fechou março com participação de 34,3%, e o primeiro semestre com market share de 36,4%. Entre as principais empresas aéreas brasileiras, Avianca e Azul destacaram-se com as maiores taxas de crescimento da demanda doméstica em março de 2015, quando comparadas com o mesmo mês de 2014, da ordem de 18,9% e 10,7%, respectivamente. A TAM apresentou crescimento de 0,2% e a GOL retração de 1,8%. A participação das demais empresas somadas foi de 28,1%, o que representou aumento de 10,4% em relação a março de 2014. A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) foi da ordem de 77,3%, redução de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2014. No período de janeiro a março de 2015, o aproveitamento doméstico foi de 80,8%, frente a 79,6% do mesmo período de 2014, o que representou melhora de 1,6%. Segundo a ANAC, a Azul prestou informação inexata relativa ao volume de passageiros transportados em voos domésticos em fevereiro e, por esse motivo, foi instaurado um processo administrativo para a apuração de infração. A ANAC também informou que a empresa ainda não apresentou a informação devidamente retificada à agência, portanto, a quantidade de passageiros transportados em voos domésticos pela Azul no acumulado do ano (janeiro a março) apresentada pela ANAC é resultado de estimativa feita pela agência para compor o Relatório de Demanda e Oferta de março de 2015, buscando a apresentação de uma situação mais próxima da realidade. O número de passageiros pagos transportados no mercado doméstico em março de 2015 atingiu 7,8 milhões, tendo sido o maior para o mês nos últimos 10 anos, com alta de 2,8% em relação a março de 2014. Este indicador vem registrando variação positiva há 18 meses consecutivos. No acumulado de janeiro a março de 2015, a GOL foi responsável pelo transporte de 9,02 milhões de passageiros, a TAM transportou um total de 8,10 milhões e a Azul 5,16 milhões de passageiros. A demanda por transporte aéreo doméstico de passageiros acumulou alta de 5,6% no ano, enquanto a oferta acumulou aumento de 4% no mesmo período. Para o mês de março, a demanda registrou crescimento de 2,9%, em comparação ao mesmo período de 2014, índice recorde para o mês nos últimos 10 anos enquanto a oferta aumentou de 3,2%. Confira a participação das companhias aéreas brasileiras no mercado doméstico em março de 2015: 1 TAM 37,6 (36,6% no mês passado) 2 GOL 34,3% (36,1% no mês passado) 3 Azul 17,7% (17,5% no mês passado) 4 Avianca Brasil 9,6% (9,1% no mês passado) 5 Passaredo 0,7% (0,5% no mês passado) 6 Total * 0,1% (0,1% no mês passado) 7 MAP 0% (0% no mês passado) 8 Sete 0% (0% no mês passado) Fonte: ANAC * A Total não opera voos regulares, apenas charters e fretados. Fonte: http://www.aviacaopaulista.com/news/2015/abril/280415_5.htm IBC-Br recua 0,52% em dezembro e encerra 2015 em -4,08% Em dezembro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou queda de 0,52% ante novembro, na série livre de influências sazonais, marcando o décimo recuo consecutivo. O resultado veio acima da mediana das estimativas do mercado (-0,60%), que variavam entre -1,10% e -0,11%, segundo levantamento realizado pela Agência Estado. Em relação a dezembro do ano passado, a variação foi de -6,51% (sem ajuste sazonal). Com isso, o indicador encerrou o ano de 2015 em -4,08%, intensificando a tendência de queda que já vinha sendo observada no acumulado em doze meses desde o final de 2014. O resultado do IBC-Br de dezembro é uma referência para a magnitude da retração esperada do PIB no quarto trimestre de 2015, uma vez que as duas séries têm apresentado correlação mais elevada nas últimas divulgações. Para janeiro, espera-se nova retração do índice, tendo em vista que grande parte dos indicadores antecedentes da indústria e do comércio, conhecidos até o momento, apresenta variação negativa. Vendas no varejo encerram 2015 com queda de 4,3% Em dezembro, o volume de vendas no varejo (restrito) registrou queda de 2,7% ante novembro, na série livre de influências sazonais, de acordo com o IBGE. No varejo ampliado (que além do varejo restrito agrega os segmentos de veículos e materiais de construção), houve retração de 0,9%. A mediana das expectativas do mercado, segundo a Agência Estado, era de - 2,5% para o conceito restrito e de -1,5% para o ampliado. Essa expectativa contemplava o movimento de antecipação das compras de Natal observado em novembro, fenômeno já ocorrido em anos anteriores. Com o resultado de dezembro, o ano de 2015 encerrou com variação de -8,6% no conceito ampliado e de -4,3% no restrito, as maiores quedas anuais registradas desde o início da série histórica. No mês, as maiores retrações ocorreram em ‘Equipamentos para escritório, informática e comunicação’ (-9,1%) e ‘Móveis e eletrodomésticos” (-8,7%). Apresentaram expansão em dezembro os segmentos ‘Materiais de construção’ (1,1%), ‘Combustíveis e lubrificantes’ (0,5%), ‘Veículos, motos, partes e peças’ (0,4%) e ‘Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos’ (0,4%). Este último foi o único setor que encerrou o ano de 2015 com crescimento (3,0%). Em relação ao resultado esperado para janeiro, os indicadores correlacionados com o comércio conhecidos até o momento sinalizam para nova contração. Além disso, espera-se que ao longo de 2016 as vendas no comércio varejista ainda apresentem baixo dinamismo, influenciadas pela inflação ainda pressionada e pela deterioração do mercado de trabalho. O panorama da imigração no Brasil 07/07/2015 12:04 O Brasil abriga 1.847.274 imigrantes regulares, segundo estatísticas da Polícia Federal atualizadas em março de 2015. Conforme a classificação adotada pela instituição, esse total engloba 1.189.947 “permanentes”; 595.800 “temporários”; 45.404 “provisórios”; 11.230 “fronteiriços”; 4.842 “refugiados”; e 51 “asilados”. É um grande número, mas que constitui apenas uma pequena parcela do conjunto global de imigrantes. Este alcançou o patamar dos 250 milhões em 2013. Os imigrantes compõem, no Brasil, somente 0,9% da população. Em destinos tradicionais da imigração, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha Porém o número de imigrantes no Brasil está aumentando de forma consistente. E tende a aumentar ainda mais nos próximos anos. Três fatores contribuem para isso: o declínio da taxa de crescimento populacional brasileira (que, em conjunturas de expansão econômica, favorece a recepção de trabalhadores estrangeiros); as dificuldades econômicas e crescentes restrições à entrada de estrangeiros nos países desenvolvidos (que está reconfigurando o fluxo migratório em escala mundial, deslocando o eixo da direção Sul-Norte para a direção Sul-Sul); e a crescente presença de empresas brasileiras em outros países (que, no imaginário das populações locais, apresenta o Brasil como um horizonte de possibilidades). “Apesar da oposição de um segmento da sociedade e da mídia, os imigrantes estão chegando, sendo contratados e trazendo ao país um conhecimento que o brasileiro muitas vezes ainda não possui”, disse a socióloga Patricia Tavares de Freitas, pós-doutoranda do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), vinculado à Universidade de São Paulo (USP). Freitas doutorou-se com a pesquisa “Migração, trabalho e família: os trabalhadores bolivianos do setor de confecção nacidade de São Paulo”, apoiada pela FAPESP. E, no pós-doutoramento, dedica-se ao tema “A governança das migrações internacionais e os seus impactos na experiência social dos migrantes – um estudo comparativo dos contextos nacionais e locais de São Paulo, no Brasil e, Buenos Aires, na Argentina”, também com bolsa da FAPESP. Como exemplo do acréscimo trazido pelos estrangeiros ao repertório de conhecimentos dos profissionais do país, Freitas cita o caso de trabalhadores senegaleses que estão sendo contratados por empresas exportadoras de carne do Rio Grande do Sul por dominarem o procedimento halal de manuseio da carne, prescrito pela religião islâmica. “Trata-se de um importante nicho econômico devido ao fato de o Brasil ser grande exportador de carne para os países muçulmanos do Oriente Médio e da África”, disse à Agência FAPESP. Mas o foco da atual pesquisa de Freitas é a dimensão política, mais especificamente as formas de relacionamento dos imigrantes com os governos locais – municipal e estadual – de São Paulo, que ainda é o principal polo de atração de estrangeiros no Brasil. “Existe uma nova lei, recentemente aprovada no Senado, que ainda deverá tramitar na Câmara. Porém, até o presente, a situação dos imigrantes foi regulada pelo Estatuto do Estrangeiro, promulgado durante a ditadura. Nos termos dessa legislação, baseada na ‘doutrina da segurança nacional’ e na proteção do trabalhador nacional, foram limitados os direitos civis, sociais e políticos dos imigrantes, principalmente dos indocumentados, por meio de uma gestão baseada na Polícia Federal e no Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho”, afirmou. “Diante disso, os imigrantes e as organizações civis que os defendem começaram a buscar, na esfera local, brechas que possibilitassem um alargamento dos direitos – o que, de fato, ocorreu.” Educação e saúde Pesquisando nos arquivos do Centro de Estudos Migratórios, da Missão Paz, mantida pela Arquidiocese de São Paulo, que é a principal instituição de acolhida dos novos imigrantes na cidade, Freitas verificou que, no período compreendido entre a redemocratização do país, em meados dos anos 1980, e o fim da década de 2010, ocorreram quatro movimentos principais em prol dos novos imigrantes: por direito à educação, à saúde, ao trabalho digno e à representação e participação política. “No começo dos anos 1990, houve uma resolução da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo impedindo que as escolas acolhessem matrículas de filhos de imigrantes indocumentados. Nesse momento, por iniciativa de Dom Paulo Evaristo Arns, então cardeal-arcebispo de São Paulo, ocorreu uma mobilização da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese, para que a resolução fosse revogada. Isso ocorreu cinco anos mais tarde, durante a gestão de Belisário dos Santos Jr. na Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, durante o governo de Mário Covas”, disse. Já o movimento pelo direito à saúde se deu em outro contexto, no início dos anos 2000. “Quando Marta Suplicy assumiu a Prefeitura de São Paulo, houve o estabelecimento das subprefeituras e a descentralização da área de Saúde, com a implementação do Programa Saúde da Família (PSF), que prevê a realização de visitas domiciliares para a inclusão das populações vulneráveis no sistema de saúde”, disse Freitas. “Nesse processo, ocorreu o contato dos técnicos do PSF com os novos imigrantes latino- americanos, trabalhadores nas oficinas de costura. E, posteriormente, a partir de uma articulação entre os técnicos do PSF da subprefeitura da Mooca e os representantes da Pastoral do Migrante, foi criada uma lei abrindo a possibilidade de contratação de imigrantes para fazerem parte das equipes do PSF”, disse. Cidadania local Fatos desse tipo são articulados teoricamente por meio de dois conceitos sociológicos: o de “cidadania local” e o de “domínio de agência”. “A ideia do ‘domínio de agência’ é a de que existem interações entre a sociedade e o Estado que criam, neste último, dispositivos facilitadores do diálogo em relação a sujeitos de direitos específicos – no caso em questão, os novos imigrantes. Por meio dessas interações, foram e continuam sendo criadas capacidades estatais para a acolhida desse grupo social”, explicou Freitas. Diante de uma legislação nacional restritiva, as organizações civis buscaram brechas para ampliar, de fato, os direitos dos imigrantes. E isso mudou, em certa medida, o perfil do Brasil no tocante à questão. De um país que se fechou à imigração a partir dos anos 1930, quando o governo Vargas estabeleceu formas de recrutamento internas e políticas de proteção do trabalhador nacional, o Brasil evoluiu para um contexto que, a despeito de suas ambiguidades, é muito mais receptivo e inclusivo. Fatores conjunturais contribuíram decisivamente para que isso acontecesse. “Nos anos 2000, foi estabelecido, no Mercosul, o Acordo de Residência, que é um estatuto extremamente avançado, assegurando direitos, inclusive culturais, aos imigrantes e suas famílias. Em função dele, ocorreram mudanças nas legislações nacionais de vários países da América Latina, especialmente da Argentina e do Uruguai, que também tinham leis do tempo de suas respectivas ditaduras. Embora uma mudança desse porte não tenha ocorrido no Brasil, o Acordo de Residência deu aos imigrantes latino-americanos um novo status, que lhes permitiu desfrutar de direitos como, por exemplo, dois anos de residência, renováveis”, disse a pesquisadora. Paralelamente, abriram-se outras brechas: o Visto Humanitário, que beneficia atualmente os imigrantes haitianos; e o Estatuto dos Refugiados, que contempla principalmente os imigrantes do Oriente Médio e da África e possibilita que qualquer pessoa, definindo-se como refugiada, possa ingressar em território brasileiro e aqui permanecer até que seu caso seja avaliado, com toda a documentação necessária para se estabelecer e trabalhar. “O Acordo de Residência, o Visto Humanitário e o Estatuto do Refugiado criaram uma nova situação de fato. É uma situação contraditória. Por um lado, não existem estatísticas nacionais confiáveis nem uma arquitetura institucional de acolhimento. Por outro, existe uma abertura real”, ponderou Freitas. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-panorama-da-imigracao-no-brasil Brasil negocia ação contra imigração ilegal de haitianos, diz Cardozo 02/06/2015 16h35 - Atualizado em 02/06/2015 16h39 Ministro se reuniu com autoridades do Peru e falará com Bolívia e Equador. Segundo ele, objetivo é combater entrada ilegal dos imigrantes. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (2) que negocia com autoridades de Peru, Bolívia e Equador a adoção de ações coordenadas no combate à imigração ilegal de haitianos ao Brasil e países vizinhos. Cardozo se reuniu em Lima, no Peru, com os ministros peruanos de Relações Exteriores, Júlio Eduardo Marinetti, do Interior, José Luis Pérez Guadalupe, e dos Direitos Humanos, Gustavo Adrianzén. A entrada de haitianos no Brasil ganhou força depois que um terremoto devastou o país caribenho em 2010, matando cerca de 300 mil pessoas. A maior parte dos haitianos chega pela cidade de Brasiléia, no Acre. Só em 2015, foi registrada a entrada de mais de 7 mil pessoas. “A ideia é que possamos sentar juntos, Brasil, Bolívia, Peru e Equador, justamente para que adotar medidas de combate às organizações criminosas que fazem esse transporte ilegal de haitianos e para que possamos ter estímulo à migração legal”, afirmou Cardozo, após se reunir com autoridades do Peru, em Lima. Segundo o ministro, que segue nesta tarde para o Equador, as autoridades peruanas já concordaram em implementar ações coordenadas contra a imigração ilegal. “Foi uma reunião positiva onde ficou evidenciado o desejo de que Peru e Brasil caminhem juntos no encaminhamento das questões migratórias, particularmente na questão dos haitianos.”O crescimento da imigração de haitianos preocupa, sobretudo, autoridades do Acre. O governador do estado, Tião Viana (PT), defende que a responsabilidade pela recepção dos imigrantes seja “compartilhada” por outros estados. Para chegar até ao território brasileiro, os haitianos saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador. Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a Brasiléia, também no Acre. Atualmente, o Brasil emite mais de 100 vistos por mês para cidadãos do Haiti, conforme o Ministério da Justiça. Segundo a pasta, a emissão dos documentos a quem busca entrar legalmente no país visa evitar que os haitianos migrem irregularmente, com a ajuda de organizações criminosas. http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/brasil-negocia-acao-contra-imigracao-ilegal-de- haitianos-diz-cardozo.html Imigrantes haitianos e senegaleses desembarcam em Porto Alegre 26/05/2015 05h44 - Atualizado em 26/05/2015 10h44 Grupo chegou à rodoviária da capital na madrugada desta terça-feira (26). Segundo secretário, dos 12 que chegaram, 11 já têm onde ficar. Aguardados desde o fim da semana passada, imigrantes haitianos e senegaleses vindos de Rio Branco, no Acre, finalmente desembarcaram em Porto Alegre na madrugada desta terça-feira (26). Depois da passagem por Florianópolis, em Santa Catarina, 12 chegaram em dois ônibus à rodoviária, por volta das 4h30. De acordo com o secretários municipal dos Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, que recebeu os estrangeiros, 11 já têm onde ficar, em casas de familiares ou parentes em cidades do interior do Rio Grande do Sul. "Finalmente chegaram, foi de muita emoção para nós, são 10 senegaleses e dois haitianos. Recebemos eles com muito carinho. Chegam assustados, mas se ambientam rapidamente, veem a postura acolhedora e ficam mais à vontade", diz ao G1 o secretário. Após o desembarque, os imigrantes foram levados a uma lanchonete para tomar café da manhã. Depois, os que já tem destino no interior do estado seguem viagem - a maioria para Passo Fundo, na Região Norte, e Caxias do Sul, na Serra -, e o estrangeiro que não tem lugar certo para se hospedar pode ser encaminhado para o Centro Humanístico Vida, na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, 2132, bairro Sarandi, Zona Norte da capital. No local, são recebidas doações de roupas, material de higiene e botijões de gás. Conforme o secretário, a prefeitura continua atenta para a possível chegada de novos imigrantes nas próximas horas ou dias. "Estamos atentos desde a madrugada de sexta para sábado. Estamos atentos 24 horas por dia", ressalta. Pelo desencontro de informações, equipes da prefeitura se encaminharam à rodoviária nas últimas madrugadas à espera da chegada de imigrantes à capital. Em entrevistas recentes, o secretário Marcantônio reclamou de não ter sido avisado previamente sobre o envio dos ônibus e, com isso, não ter tido tempo para preparar um planejamento mais adequado. Por essa confusão que se gerou, foi agendada uma reunião na quarta-feira (27) em Brasília, em um encontro solicitado pela Prefeitura de Porto Alegre com as autoridades acreanas, mediada pelo Ministério da Justiça. Em novembro de 2014, chegaram à rodoviária de Porto Alegre ônibus com cerca de 300 haitianos vindos do Acre. Na época também não houve aviso prévio por parte das autoridades acreanas. Apenas 20 ficaram na cidade, onde conseguiram emprego e moradia. Os demais, partiram para outros destinos. As viagens são pagas com o dinheiro de um convênio firmado pelo governo do Acre com o Ministério da Justiça. A prefeitura chegou a prever que cerca de 400 haitianos e senegaleses desembarcariam em Porto Alegre. Haitianos no Brasil A imigração de haitianos que deixaram a terra natal com destino ao Brasil ganhou força em 2010, quando um forte terremoto deixou mais de 300 mil mortos e devastou parte do país. Eles vêm ao Brasil em busca de uma vida melhor e de poder ajudar familiares que ficaram para trás. Para chegar até o Acre, eles saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador. Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a Brasiléia, também no Acre. http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/05/imigrantes-haitianos-e-senegaleses- desembarcam-em-porto-alegre.html Senegaleses: Esta é a nova cara da imigração no Brasil Publicado: 06/06/2015 12:27 BRT atualizado: 06/06/2015 17:57 BRT O Brasil vive, há cinco anos, um novo fenômeno: em um mundo permeado por conflitos, o Brasil recebe cada vez mais refugiados. De acordo com dados da Acnur - o Alto Comissariado da ONU para Refugiados -, o número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 930% entre 2010 e 2013 (de 566 para 5.882). Segundo o Ministério da Justiça, órgão que preside o Conselho Nacional para os Refugiados (Conare), há atualmente 7.946 refugiados reconhecidos no Brasil, sendo a maioria vinda da Síria, da Colômbia e da Angola. Não entram nessa conta os haitianos, que recebem o visto de permanência humanitário ao chegar ao Brasil. Apenas no ano passado, aproximadamente 23 mil haitianos entraram no País, segundo dados oficiais. Apesar da crise no Haiti, que se intensificou após o terremoto de 2010 e da guerra civil na Síria, que já matou mais de 220 mil pessoas, foram os senegaleses os líderes nos pedidos de refúgio no Brasil em 2014. De acordo com dados do Conare, 2.575 senegaleses entraram com os requerimentos no ano passado. A segunda nacionalidade da lista, de acordo com a Acnur, é a Nigéria, com 1.116 pedidos, seguida da Síria, com 1.075 solicitações. A maioria dos solicitantes do Senegal, de Gana e da Nigéria pede refúgio por razões econômicas, segundo a Acnur. De acordo com a socióloga Vania Beatriz Merlotti Herédia, professora da Universidade de Caxias do Sul, o Senegal, independente desde 1960, tem uma economia que não acolhe toda a mão de obra. Ela observa que a maioria dos senegaleses que vêm ao Brasil estão em busca de trabalho. "O que nós encontramos aqui no Rio Grande do Sul é um perfil do migrantes que saiu do país pela primeira vez e uma migração com característica laboral. São homens jovens e muitos vêm com visto, mas com validade de um ano." Muitos imigrantes alegam, na chegada ao Brasil, que a situação econômica do Senegal os impede de conseguir empregos, pleiteando assim o status de refugiado. Alguns deles, no entanto, acabam ficando no país com vistos de permanência. Segundo Celso Marcondes, diretor do Instituto Lula, o Senegal conta com uma rede articulada de coiotes que cobra até US$ 4.000 (de acordo com estimativas) para trazer um imigrante do país até o Equador - que não exige visto de entrada - e, posteriormente até a fronteira com o Brasil. Os senegaleses, assim como os haitianos, entram no Brasil principalmente pela fronteira do Acre com o Peru e com a Bolívia. "Os senegaleses caíram na rota dos coiotes, a mesma utilizada pelos haitianos. Depois que o primeiro grupo de senegaleses caiu nas garras desses coiotes, começou um processo de agenciamento que, seguramente, envolve senegaleses", afirmou Marcondes ao Brasil Post. Em pesquisas com refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, a professora Vania Herédia teve a mesma impressão. "Que existem coiotes é certo, mas não sabemos