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Políticas Públicas para Educação Básica do Brasil durante o período da Pandemia do Covid-19. Fabiano Amorim Costa Stella Karina Leonel Wiziack Nº 08 – Dezembro/2020 Universidade Estadual Paulista – UNESP Câmpus de Franca Diretor Prof. Dr. Murilo Gaspardo Vice-Diretora Profa. Dra. Nanci Soares Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas Coordenação Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa Vice-Coordenação Profa. Dra. Vânia de Fátima Martino Conselho de Curso de Pós-Graduação Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa Profa. Dra. Vânia de Fátima Martino Prof. Dr. Alexandre Marques Mendes Profa. Dra. Maria Madalena Gracioli LAP – Laboratório de Análise de Política Av. Eufrásia Monteiro Petráglia, 900 Bairro: Jd. Dr. Antonio Petráglia CEP 14.409-160 Fone: + 55 (16) 3706-8793 posgrad.papp@gmail.com http://www.franca.unesp.br/pospoliticaspubli cas NOTAS DE TRABALHO – LAP é uma publicação do Laboratório de Análise de Política do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas. Seu objetivo é divulgar a um público amplo – acadêmico e não-acadêmico – informações básicas acerca de políticas públicas levadas a efeito por diferentes setores. Editor Responsável Profa.Dra. Clauciana Schmidt B. de Moraes Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa Costa, Fabiano Amorim. Políticas Públicas para Educação Básica do Brasil durante o período da Pandemia do Covid-19 / Fabiano Amorim Costa e Stella Karina Leonel Wiziack.– Franca : UNESP-FCHS-Programa de Pós- Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas, 2020. 15 p. – (Notas de trabalho, nº 08) ISSN: 2448-0509 1. Políticas públicas. 2. Educação básica. 3. Educação remota. 4. Acessibilidade. 5. Pandemia. I. Título. II. Série. III. Wiziack, Stella Karina Leonel. CDD – 350 Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Andreia Beatriz Pereira – CRB8/8773 As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não expressando, necessariamente, o ponto de vista do programa de pós-graduação ou da instituição às quais está vinculada. É permitida a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas. about:blank about:blank N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 02 RESUMO............................................................................................................................ 03 ABSTRACT......................................................................................................................... 03 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DO COVID-19.................................................................................................. 04 1. Introdução.................................................................................................................... 04 2. Enfrentamento da pandemia......................................................................................... 05 3. Cenário da acessibilidade e impactos educacionais..................................................... 06 Considerações Finais........................................................................................................ 09 Referências....................................................................................................................... 10 Sobre os autores............................................................................................................... 13 N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 2 APRESENTAÇÃO O Laboratório de Análise de Política (LAP) do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas (PPG-PAPP) da UNESP/Câmpus de Franca é o responsável pela edição de "Notas de trabalho – LAP". O objetivo dessa publicação é propiciar a um público amplo – acadêmico e não-acadêmico – o acesso a informações básicas acerca de políticas públicas levadas a efeito em diferentes setores. Como o seu próprio título anuncia, trata-se de notas de trabalho, ou seja, apontamentos elementares ou impressões incipientes de reflexões acerca de uma temática, que pesquisadores trazem a público com o intuito de fornecer conhecimento inicial sobre determinado assunto. Com isso, pretende-se abrir ao leitor as portas para um tipo de análise que ambiciona ultrapassar as fronteiras da informação gerada pelos meios de comunicação convencionais e, ao mesmo tempo, oferecer caminhos para o aprofundamento por meio da interlocução com a literatura científica. "Notas de trabalho – LAP" não tem periodicidade regular, tendo sua publicação vinculada à dinâmica de investigação e produção científica dos pesquisadores associados ao Laboratório de Análise de Política (LAP). As edições do ano de 2021 são resultados de projetos realizados nas disciplinas Metodologia – Análise Política do Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa e Administração e Gestão Estratégica da Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes, ministradas na turma do PPG-PAPP 2020. Editores Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes http://lattes.cnpq.br/3559496026857773 Professora Assistente Doutora e Pesquisadora – IGCE/UNESP. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas - UNESP (Franca) Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa http://lattes.cnpq.br/7871008221742180 Professor Associado – Livre-Docente – DECSPP/UNESP-Franca Coordenador e Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas - UNESP (Franca) about:blank about:blank N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 3 RESUMO O artigo tratará das políticas públicas para educação básica no Brasil durante o período da Pandemia do Covid-19. Serão abordadas as políticas públicas adotadas pelos estados e a condução do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação para nortear as ações de gestão das unidades escolares públicas e privadas. Discorrerá sobre os problemas diagnosticados durante o ano letivo de dois mil e vinte através da perspectiva de professores, alunos, família e escola. Também serão retratadas as políticas públicas adotadas para acessibilidade e desenvolvimento pedagógico através do uso de tecnologias digitais até o advindo da pandemia do Covid-19. Ademais serão tratados os impactos desencadeados pelo ensino remoto e as ações e direcionamentos adotados para sanar tais lacunas. Palavras-chave: Educação Remota, Acessibilidade, Educação Básica, Pandemia. ABSTRACT The article will address public policies for basic education in Brazil during the Covid-19 Pandemic period. The public policies adopted by the states and the conduction of the Ministry of Education and the National Council of Education to guide the management actions of public and private school units will be addressed. He will discuss the problems diagnosed during the school year of two thousand and twenty through the perspective of teachers, students, family and school. Public policies adopted for accessibility and pedagogical development through the use of digital technologies will also be portrayed until the advent of the Covid-19 pandemic. In addition, the impacts triggered by remote education and the actions and directions adopted to remedy these gaps will be addressed. Keywords: Remote Education, Accessibility, BasicEducation, Pandemic. N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DO COVID-19. 1. Introdução As Políticas públicas são as ações governamentais desenvolvidas para enfrentar problemas públicos (SOUZA, 2006). Dito isso, deve se considerar que cabe ao poder público conduzir as ações públicas e privadas para garantir acesso aos serviços indispensáveis para o exercício pleno da cidadania, tais como a saúde, a habitação e a educação. As Ações estatais justificam-se, dessa forma, pelo reconhecimento de sua relevância, por parte da sociedade, para o efetivo atendimento às demandas sociais (BUCCI, 1997). “O objetivo principal da maioria das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter lucros e gerar retorno financeiro aos investidores” (BRASIL, 2019, p.19). Nesse sentido, de acordo com DAGNINO; CAVALCANTI; COSTA; é importante salientar que o emprego de estratégias entendidas como exitosas na iniciativa privada não se aplica, necessariamente, à gestão pública. Como dito acima, o conceito de eficiência em cada um dos casos é muito distinto. Na iniciativa privada a ideia de eficiência fundamenta-se nas possibilidades de geração de lucro. No sistema público, por sua vez, o conceito de eficiência fundamenta-se em solucionar problemas públicos e, por conseguinte, atender às necessidades coletivas. Isto posto, a gestão pública estratégica deve seguir metodologia e estratégicas específicas para alcançar seus objetivos. Ainda de acordo com (DAGNINO; CAVALCANTI; COSTA, 2016, p. 17) (…) o termo “Gestão Estratégica” possui uma dupla conotação. A primeira é a de se opor à de tática: curto prazo ou ganhar a batalha versus longo prazo ou ganhar a guerra. A segunda conotação remete ao fato de que a gestão pública, para ser eficaz deve entender que as ações do gestor se dão no âmbito de um jogo social ou político, que tendem a contrariar outros e que, por isto, ele terá que prever que elas implicarão movimentos estratégicos e reações dos mesmos. Sendo assim, pode-se concluir que as políticas públicas são ações estratégicas para se atender às demandas da população e solucionar problemas da coletividade. E como toda ação pública, está submetida à planificação para garantir uma “alocação realista dos recursos N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 5 necessários” (DAGNINO; CAVALCANTI; COSTA, 2016, p. 170). Além disso, o plano visa garantir a eficiência dos serviços e políticas públicas e mensurar, da melhor maneira possível, o alcance das metas e objetivos pensados ao se implementar tais ações. Entre os serviços que devem ser prestados à sociedade, estariam incluídos os (…) ” programas e políticas de bem-estar, educação pública, segurança nacional e defesa nacional” (BRASIL, 2019, p.19). A educação segue nesse sentido, como estratégia eficiente para o fomento da conscientização pública com o propósito de concorrer para formação de cidadãos mais críticos e participativos, capazes de compreender a necessidade de engajamento coletivo em torno das questões públicas, com vistas a pressionar os tomadores de decisão a promover políticas adequadas ao atendimento às demandas da sociedade. 2. Enfrentamento da pandemia. O ano de dois mil e vinte apresentou grandes dificuldades verificadas na área da saúde. Apresentou também, desafios inesperados para as políticas e para gestores dos setores públicos e privados que ficarão marcados na história. A autonomia dos estados na gestão de medidas de enfrentamento da pandemia sem definição de agenda federal para coordenação dos entes federativos desencadeou a heterogeneidade de posicionamento frente a crise, de acordo com (PEREIRA; OLIVEIRA; SAMPAIO, 2020) A inação do governo federal forçou os estados, que lidam diretamente com os problemas causados pela pandemia, a assumirem o papel de coordenadores nos seus territórios. Para esse fim, o principal instrumento acionado pelos governadores estaduais tem sido a normatização de políticas de distanciamento social, que orienta a gestão municipal. No contexto educacional uma das medidas adotadas foi transferência do ensino para a modalidade remota a aproximadamente 48 milhões de alunos da educação básica do Brasil (Anuário, 2020). Este quadro potencializou o alargamento do abismo existente entre o sistema público e o sistema privado de ensino brasileiro (BRASIL, 2020. p. 2). Nesta perspectiva, foram identificadas grandes disparidades no acesso a recursos disponíveis para os estudantes das duas redes. Dentre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes, de acordo com levantamento N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 6 realizado pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve, 2020, p. 45), foram identificadas: a falta de tempo para poder estudar; equipamento disponível inadequado para realização de atividades escolares (celular, computador, internet); dificuldades encontradas pelos professores em ministrar aulas eficientemente à distância; ausência de ambiente propício aos estudos em casa e dificuldades para se tirar dúvidas com os professores sem contato presencial. Além disso, o baixo envolvimento das famílias com as atividades escolares, por vezes motivado pelo baixo nível de instrução formal dos pais, ou por trabalharem em setores considerados indispensáveis ou por outras razões, foi mais uma barreira encontrada pelos estudantes (GATTI, 2020). Devido a não obrigatoriedade das aulas na modalidade síncrona, o acompanhamento de acesso dos estudantes foi realizado por meio da entrega das atividades, o que não garante o aprendizado. O mundo se viu compelido a modificar, em um reduzido espaço de tempo, os sistemas de ensino, estratégias didáticas, as ferramentas e plataformas virtuais com vistas a adequar o sistema educacional ao ensino remoto. Em meio a pandemia, conforme (GATTI, 2020) Várias medidas e orientações advieram, nesse período de pandemia que atravessamos, tanto do Ministério da Educação como do Conselho Nacional de Educação para o funcionamento das instituições educadoras na emergência das condições de isolamento social impostas pela situação social criada por essa pandemia. (...) respeitando a autonomia das escolas e dos sistemas de ensino, são apresentadas sugestões relativamente detalhadas para realização de atividades presenciais e não presenciais na educação básica, quanto à reorganização dos calendários escolares e o replanejamento curricular no contexto da atual pandemia. As estratégias de gestão pública e privada e as políticas públicas definidas para a saúde e educação dentre outras, tiveram que ser repensadas. Abriu-se diante dos nossos olhos um mundo novo com novos desafios que exigiu e que continua exigindo novas estratégias para atender às atuais demandas da sociedade em meio à pandemia. 3. Cenário da acessibilidade e impactos educacionais. Diante do enquadramento das escolas pela OMS no início da pandemia como um ambiente de risco, o Ministério da Educação como alternativa para não houvesse interrupção das aulas N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 7 substituiu a modalidade presencial pela remota, tendo como uma das ferramentas os meios digitais, por meio da Portaria nº 343, de 17 de março de 2020(BRASIL,2020). Frente à medida de fechamento das escolas, comércios e serviços, permanecendo aberto somente os caracterizados como essenciais, na percepção de (ARRUDA, 2020, p. 258) “O isolamento social promoveu transformações econômicas severas imediatas, com a parada obrigatória de inúmeros setores, modificou nossa relação com a arte, devido à ausência do compartilhamento presencial de experiências de fruição e, no caso da educação, promove desconstruçõessob a forma como o ensino e a aprendizagem são vistos socialmente”. Antes da pandemia do covid-19 o acesso à internet era tratado como uma ferramenta de aprendizagem de diversificação pedagógica e poucas escolas incorporaram a metodologia on-line em seus currículos. Diante do contexto de isolamento social passou a ser fator decisivo para a garantia do direito a educação posto que foi uma das alternativas mais adotadas pelos estados para dar continuidade do ano letivo. Na modalidade remota de ensino além das aulas síncronas e assíncronas foram adotados outros instrumentos auxílio pedagógico como programas pela TV, rádio e material impresso. A pandemia descortinou a desigualdade de acesso à internet pelos jovens e domicílios brasileiros, estudos realizados pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) identificou 134 milhões de usuários de Internet o que representa 74% da população com 10 anos ou mais, ainda de acordo com o mesmo estudo no ano de 2019 sobre as tecnologias de informação e comunicação nos domicílios na região sudeste 46% dos domicílios possuíam computador, más quando questionados qual o principal dispositivo utilizado para acessar a internet o celular foi quase unanimidade em todas as regiões do Brasil, vaiando de 79% na região sul até 90% na região do norte do país. Um dos fatores relevantes que influenciam no aprendizado na modalidade ead de ensino é a acessibilidade às plataformas com equipamentos e sinal de qualidade. Segundo relatório para o enfrentamento da pandemia publicado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe “... as velocidades no patamar de 5,5 Mbps são classificadas na categoria de conectividade “baixa”, que permitem utilizar funções como e-mail, consumo básico de vídeos e streaming, mas que não são adequadas para tele trabalho ou educação remota. As velocidades ideais seriam a partir de 18,5 Mbps para tele trabalho ou educação remota de forma não simultânea e acima de 25 Mbps para trabalho remoto e educação remota de forma simultânea”. (Cetic, N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 8 2020) Nos últimos anos a política educacional deu ênfase a acessibilidade dentro do ambiente escolar por meio dos programas de fomento ao uso de ferramentas digitais, dentre eles podemos destacar o PROUCA um computador por aluno. Segundo o Ministério da Educação o programa foi instituído pela Lei n° 12.249, de 14 de junho de 2010 com auxílio do fundo nacional para o desenvolvimento da educação tinha por objetivo promover a inclusão digital pedagógica e o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de alunos e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de computadores portáteis denominados laptops educacionais. Ainda baseado em informações do Ministério da Educação, voltado para a formação e para o uso didático-pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação no ambiente escolar o Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) contemplava o aporte de equipamentos tecnológicos às escolas com a instalação de laboratórios de informática assim como conteúdos e recursos multimídia e digitais através do portal do professor, pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco Internacional de Objetos Educacionais. Outra iniciativa do ministério da educação foi o Programa de Inovação Educação Conectada que tem como proposta universalização do acesso à internet de alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais nas escolas de educação básica, através do da infraestrutura para receber conexão de internet, ainda de acordo com o planejamento projetado pelo ministério da educação “Sua implementação passou por três fases: (1) indução (2017 a 2018) para construção e implantação do Programa com metas estabelecidas para alcançar o atendimento de 44,6% dos alunos da educação básica; (2) expansão (2019 a 2021) com a ampliação da meta para 85% dos alunos da educação básica e início da avaliação dos resultados; e (3) sustentabilidade (2022 a 2024) com o alcance de 100% dos alunos da educação básica, transformando o Programa em Política Pública de Inovação e Educação Conectada”( BRASIL,2020). N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS A situação de pandemia alterou aspectos substantivos das políticas públicas brasileiras, obrigando os gestores públicos a adaptarem-se à nova e dura realidade desses tempos. As medidas de enfrentamento da pandemia revelaram as disparidades entre os estudantes da rede pública e privada de ensino, visto que alunos das escolas públicas muitas vezes estão expostos a condições de vulnerabilidade e na maior parte dos casos não dispõem das ferramentas necessárias para o acompanhamento adequado das aulas remotas e, não obstante a isto privando-se dos aspectos sociais da aprendizagem. É importante lembrar que “as limitações na capacidade de implementar atividades não presenciais ao longo do período de isolamento social poderão afetar de modo desigual as oportunidades de aprendizagem dos alunos” (BRASIL, 2020, p. 2) e que deste modo, cabe ao poder público definir estratégias no sentido de se mitigar tais diferenças e propor políticas que fomente a aquisição de equipamentos pelas famílias e, o acesso individual dos discentes a internet com velocidade compatível para atividades educacionais no ambiente doméstico e não somente nas instituições de ensino. A incorporação das tecnologias não somente como diversificação metodológica está previsto na base comum curricular em sua competência geral número cinco, que prevê: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. (BNCC, 2018) Para que o aprendizado ocorra de forma significativa o investimento deve se alongar a capacitação e remuneração docente e, conferir o uso da tecnologia no ambiente escolar, reconhecer sua importância sem desconstruir a relevância do professor. N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 10 REFERÊNCIAS ANUÁRIO. Anuário Brasileiro da Educação Básica - 2020. São Paulo: Todos pela Educação; Editora Moderna, 2020. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/noticias/anuario- 2020-todos-pela-educacao-e-editora-moderna-lancam-publicacao-com-dados-fundamentais- para-monitorar-o-ensino-brasileiro/.Acesso em 23 jan. 2021. ARRUDA, E.P. Educação remota emergencial: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid-19. Revista EmRede, v. 7, n. 1, p. 257-275. Disponível em: file:///C:/Users/stell/Downloads/621-Texto%20do%20artigo-3318-1-10- 20201014%20(1).pdf. Acesso em 21jan.2021 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e direito administrativo. Revista de Informação Legislativa, a. 34, n. 133, p. 89-98, 1997. Disponível em https://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/198. Acesso em 13 jan. 2021. BRASIL. Ministério da Casa Civil. Decreto n°9.204, de23 de novembro de 2017. Institui o Programa de Inovação Educação Conectada. Brasília (DF). Disponível em http://educacaoconectada.mec.gov.br/#o-programa. Acesso em 23 jan. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. 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Ministério da Educação. Lei n° 12.249, de 14 de junho de 2010. Dispõe sobre criação do Programa Um Computador por Aluno – PROUCA. Brasília (DF). Disponível em: http://www.fnde.gov.br/programas/proinfo/eixos-de-atuacao/programa-um-computador- por-aluno-prouca?tmpl=component&print=1/. Acesso em 23 jan. 2021. BRASIL. Ministério da Fazenda Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 8. ed. 2019. Disponível em: https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:31484. Acesso em 12 de jan. 2021. CETIC. TIC Kids Online Brasil 2019. Crianças e adolescentes. Disponível em: https:// cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20201123093441/resumo_executivo_tic_kids_online_20 19.pdf. Acesso em: 21 jan. 2021. CONJUVE. Juventudes e a Pandemia do Corona vírus. Relatório de Resultados, Junho de 2020. Disponível em: <https://4fa1d1bc-0675-4684-8ee9- 031db9be0aab.filesusr.com/ugd/f0d618_41b201dbab994b44b00aabca41f971bb.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2021. DAGNINO, R.; CAVALCANTI, P. A; COSTA, G. Gestão Estratégica Pública. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. Disponível em: https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp- content/uploads/sites/5/2017/05/gestao-WEB-final.pdf. Acesso em 18 jan. 2021. GATTI, BERNARDETE A. Possível reconfiguração dos modelos educacionais pós- pandemia. Estud. av., São Paulo, v. 34, n. 100, p. 29-41, Dez. 2020. disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40142020000300029&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23. Jan. 2021. about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 12 PEREIRA, A.; OLIVEIRA, M.S.; SAMPAIO, T.S. Heterogeneidades das políticas estaduais de distanciamento social diante da COVID-19: aspectos políticos e técnico-administrativos. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 54, n. 4, p. 678-696, ago. 2020. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122020000400678&lng=pt&nrm=iso. Acessos em 23 jan. 2021. SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, n. 16, pág. 20-45, dezembro de 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 45222006000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 de janeiro de 2021. about:blank about:blank N o t a s d e T r a b a l h o L A P | PPG-PAPP 13 SOBRE OS AUTORES Fabiano Amorim Costa é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas e graduado em História, ambos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Graduando em Pedagogia, possui especialização em Ensino de História e especialização em Inspeção Escolar. Trabalha há mais de 20 anos com a educação básica na rede pública e particular de Ensino. É Diretor da Escola Estadual São José desde 2012. Tem experiência no ensino de História do Brasil e Geral no Ensino Médio e cursos Pré- Vestibulares. Atua como pesquisador no grupo de Laboratório de Análise de Políticas, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Stella Karina Leonel Wiziack é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas, possui graduação em Pedagogia pela Universidade Cidade de São Paulo (2013), Especialização em Gestão Escolar (2010), graduação em Engenharia de Alimentos pelo Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (1998). Atualmente é professor titular do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e coordenador pedagógico do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Tecnologia de Alimentos e também em Gestão Pedagógica.
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