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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA E 
GEOGRAFIA DE 
RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia
Livro Eletrônico
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História e Geografia de Rondônia
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
Daniel Vasconcellos
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
História e Geografia de Rondônia ...........................................................................................................................4
1. Mudanças Climáticas, Antropoceno e Amazônia ......................................................................................4
2. Expansão do Neopentecostalismo na Amazônia .................................................................................. 10
3. Resistência dos Povos Indígenas, Escravizados, Quilombolas e Populações 
Tradicionais .......................................................................................................................................................................15
4. Construção das Usinas do Baixo Madeira. ................................................................................................26
4.1. Hidrelétrica de Jirau ............................................................................................................................................26
4.2. Hidrelétrica de Santo Antônio ......................................................................................................................30
5. Rondonização da Amazônia ...............................................................................................................................33
Resumo ...............................................................................................................................................................................38
Questões Comentadas em Aula ............................................................................................................................40
Exercícios ...........................................................................................................................................................................46
Gabarito ..............................................................................................................................................................................63
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................64
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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
Daniel Vasconcellos
ApresentAção
Olá, querido(a) aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) novamente. Vamos dar sequência ao seu 
processo de aprovação em um cargo público.
Sinto-me lisonjeado por poder contribuir com seus estudos, com o seu crescimento e, qui-
çá, com sua aprovação. Todo o trabalho que realizamos ao longo de nossas aulas sempre 
visou a sua conquista, até porque, seu sucesso também é meu. Não tem noção do quanto me 
sinto realizado quando recebo notícias de aprovações de nossos alunos e espero receber a 
notícia de sua aprovação em breve.
Gostaria de lhe pedir, novamente, que avalie nossas aulas. Já reforcei o quanto sua opinião 
é importante para que continue elaborando um material que contribua de verdade para que 
alcance seu sonho.
Espero, do fundo do coração, que não precisemos voltar a nos encontrar nessas aulas, a 
não ser que seja para galgar outro cargo. Mas, caso o infortúnio nos leve a esse novo encontro, 
tenha em mente que a determinação é o que separa vencedores de derrotados. Eu mesmo tive 
que passar por quatro concursos até ser aprovado! Mas venci, conquistei meu cargo público 
“na unha” e por quê? Porque não desisti. Tive meus momentos de tristeza, óbvio! Só que a ale-
gria da conquista foi extasiante. É essa mesma alegria que desejo a você, com toda a energia 
que puder emanar.
Boa sorte na prova! Tenha foco e terá tudo de melhor que a vida puder oferecer!!!
Um fraternal abraço!
Professor Daniel
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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
Daniel Vasconcellos
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
1. MudAnçAs CliMátiCAs, AntropoCeno e AMAzôniA
Desde que surgiu na Terra, há pelo menos duzentos mil anos, o homem moderno vem al-
terando o mundo continuamente para adequá-lo às suas necessidades. As mudanças irrever-
síveis que o homem provocou a um mundo dinâmico de quatro bilhões e meio de anos, cujo 
passado de transformações e renovações radicais se devia apenas a fatores e processos na-
turais de longa duração ou efeito, agora fizeram-no reconhecer sua própria importância como 
fundador de uma nova época geológica: o Antropoceno.
Não há unanimidade entre os cientistas sobre quando teria começado o Antropoceno1, ou 
mesmo se essa terminologia é tecnicamente válida sob a visão da escala temporal da geolo-
gia histórica. Já se propôs iniciar essa época praticamente junto com o Holoceno (tornando-o 
redundante com uma idade já formalmente reconhecida); no período das grandes navegações 
do final do século XV; no advento da revolução industrial, trezentos anos mais tarde.
No final de julho de 2016, um grupo de trabalho sob os auspícios da Comissão Internacio-
nal de Estratigrafia recomendou o evento chamado de Grande Aceleração como o começo do 
Antropoceno, considerando como marco inicial a dispersão por todo o planeta dos resíduos 
radiativos das detonações de artefatos nucleares, pouco após a Segunda Guerra Mundial.
Outros candidatos a marcadores com efeitos planetários incluíam a profusão de plástico 
industrial, a contaminação dos solos por fertilizantes de nitrogênio e a criação em massa da gali-
nha, cujos restos fósseis seriam encontrados em todas as escavações paleontológicas do futuro.
O conceito antropoceno — do grego anthropos, que significa humano, e kainos, que significa 
novo — foi popularizado em 2000 por Paul Crutzen, químico holandês, vencedor do Prêmio 
Nobel de química em 1995, para designar uma nova época (era) geológica caracterizada pelo 
impacto do homem na Terra.
Assimilar o conceito do Antropoceno como uma época geológica nos remete a uma análise e 
compreensão temporal que vai muito além de nossas gerações mais próximas, ou mesmo do 
período inicial do surgimento das civilizações modernas.
Desaparecimento de espécies animais, escassez de água potável, redução drástica do volume 
de água dos aquíferos subterrâneos, erosão do solo. Estes e outros fenômenos que povoam 
as manchetes de jornais e os noticiários da TV e do rádio possuem uma raiz: a ganância do 
homem, que não mede as consequências de suas atitudes perante a natureza em nome de um 
pretenso progresso.
1 VIEIRA, Ima Célia Guimarães; TOLEDO, Peter Mann de; HIGUCHI, Horácio. A Amazônia no antropoceno. In:____: Cienc. Cult. 
vol.70 n.1 São Paulo jan./mar. 2018. Disponivel em: http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602018000100015.
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001. (1ª PROVA DO DESAFIO NATIONAL GEOGRAPHIC/2011)
Segundo o paleoclimatologista William Ruddiman, da Universidade da Virgínia, a invenção da 
agricultura, há 8 mil anos, e o consequente desmatamento provocaram um aumento no CO2 
suficiente para evitar o que teria sido o início de uma era glacial. Na opinião dele, os seres hu-
manos foram a força dominante no planeta desde o começo do Holoceno. O químico holandês 
Paul Crutzen, por sua vez, situou o início do Antropoceno no fim do século 18, quando, como 
se comprova por meio de amostras de núcleos de gelo, os níveis de dióxido de carbono come-
çaram a aumentar, numa tendência que prossegue até hoje. Já outros cientistas consideram 
que a nova época começou em meados do século 20, quando houve rápida aceleração tanto 
do crescimento demográfico como do consumo dos recursos globais.
Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição n. 132, março de 2011, pág. 77.
O surgimento de uma nova época geológica, marcada pela grande interferência humana no 
ambiente, denominada Antropoceno:
a) Teve início entre o século 18 e o século 20, quando a industrialização originou-se e se expan-
diu nos séculos seguintes.
b) Ocorreu no século 20, quando houve a diminuição da emissão de dióxido de carbono no 
mundo como um todo.
c) Definiu-se em função do declínio da agricultura nos países industrializados antes do 
século 18.
d) Surgiu na Pré-História, há 8 mil anos, com o desenvolvimento da agricultura e das primei-
ras cidades.
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Apesar de ainda existirem discussões acerca de qual seria o marco temporal para o início do 
Antropoceno, por lógica, ocorreu a partir da revolução Industrial (Século XVIII) com o aumento 
exponencial da interferência do homem no ambiente.
Letra a.
Como ponto de reflexão, pelos processos naturais, o excedente de gases de efeito-estufa 
emitidos pela queima de combustíveis fósseis, carvão e florestas, particularmente o dióxido de 
carbono, levará 100 mil anos para sua completa assimilação na geosfera. Estes índices na at-
mosfera irão modificar padrões climáticos alterando, por exemplo, a extensão e intensidade do 
próximo período glacial. Ao se entender que estamos na fase final de um período interglacial, 
que começou há dez mil anos, e que nos próximos milênios deveremos enfrentar outra mu-
dança de estado do sistema climático, torna-se necessário compreender a dimensão dessas 
alterações no planeta e suas consequências neste período de crise ambiental.
Cabe à humanidade escolher os caminhos a seguir, uma vez que a ciência já demonstrou o 
alcance de nossa influência na Terra.
Na Amazônia brasileira, no âmbito do Antropoceno, atividades humanas têm modificado 
irreversivelmente vários ecossistemas, em especial a floresta. A mais extensa floresta tropical 
do mundo é também a mais biodiversa e contém 1/6 de toda a água doce da Terra.
Além disso, há ali uma grande riqueza de comunidades humanas que souberam aproveitar 
a enorme produtividade biológica local. Seus usos da terra – colheita, plantio, caça e pesca 
– tiveram baixo impacto na integridade da floresta. Mas a partir de meados dos anos 1960, 
a política governamental de ocupação do território, oferecendo terras baratas e crédito sub-
sidiado, trouxe à região grandes levas de migrantes que promoveram rápido desmatamento e 
degradação florestal nas décadas seguintes.
A população da Amazônia aumentou cinco vezes entre 1960 e 2010, alcançando 25 mi-
lhões em 2010, com projeção de 27 milhões de pessoas em 2015, no entanto a população rural 
era, em 1960, praticamente três vezes superior à população urbana.
Reconhece-se, portanto, que, desde a década de 1960, o sistema socioecológico amazô-
nico encontra-se em fase de contínuo dinamismo caracterizado pela transição de diferentes 
fases – passando de um conjunto de ecossistemas relativamente intocado a um mosaico 
complexo de diferentes usos da terra. Assim como em outros biomas florestais tropicais, na 
Amazônia há vários elementos de pressão e de impacto humano, porém reconhece-se como 
principais o desmatamento em larga escala, a degradação florestal e a expansão agrícola.
O desmatamento, isto é, a “limpeza” de extensos trechos da floresta através de corte raso 
e queima, é realizado principalmente com a finalidade de transformar a floresta em pasto para 
criação de gado ou para a monocultura de alguma planta com alto valor de mercado.
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Também é feito para erguer povoados e vias de acesso. Até o início da década de 1970, o des-
matamento da floresta era inferior a 1% do território amazônico e atingiu quase 20% da região em 
2016 - são cerca de 785 mil quilômetros quadrados – um território maior do que o Maranhão, o 
Piauí e o Ceará juntos – de floresta desmatada na Amazônia, concentrada numa faixa curva (arco 
do desmatamento) que vai do leste do Pará até o Acre, passando por Mato Grosso e Rondônia.
A degradação florestal não é o mesmo que desmatamento. É o empobrecimento progressi-
vo da floresta, um processo destrutivo de longo prazo, que não é imediatamente observável em 
todos os seus efeitos. Vista do alto, uma floresta degradada não parece obviamente afetada 
como uma floresta desmatada: ainda existe certa cobertura vegetal, mas ela é fragmentada, 
com falhas aqui e ali, causadas pelo corte de árvores de interesse madeireiro, queimadas inten-
cionais, abertura de trilhas para caça etc. Muitas árvores continuam de pé, mas a floresta não 
tem a mesma capacidade que tinha antes de sustentar a vida da fauna e flora que ali ocorrem.
Levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, de 2007 
a 2013, uma média de 14 mil km2 (equivalente à metade da área do estado de Alagoas) foi 
degradada por ano. Os agentes principais da degradação florestal são a atividade madeireira 
predatória, que muitas vezes é desenvolvida de forma ilegal, e as queimadas e incêndios flo-
restais provocados por atividades humanas.
Somando-se área de desmatamento por corte raso e mais a área de degradação florestal, 
estima-se que cerca de 47% da floresta amazônica pode ter sido impactada diretamente por 
atividade humana. Tudo isso tem um impacto na diversidade biológica e cultural da região. 
Com a perda de habitats e alimentos e a pressão da caça, dezenas de plantas e animais de 
vários grupos vêm sofrendo extinções locais: espécies registradas há mais de um século por 
pesquisadores não são mais encontradas. O último levantamento mostra que 183 espécies de 
animais estão ameaçadas de extinção, sendo 122 endêmicos da região, enquanto as plantas 
somam 86 espécies ameaçadas de extinção.
Na região metropolitana de Belém, 47 espécies de aves desapareceram em 200 anos, das 
329 encontrados por naturalistas e cientistas desde o século XVIII. A extinção de aves pode 
significar a perda de serviços ecossistêmicos e de espécies que regulam a população de ou-
tros animais. Assim, o ambientefica em desequilíbrio, o que pode gerar um efeito “cascata”. As 
aves são um dos grupos de animais mais bem estudados no mundo e seu desaparecimento 
serve também como um sinal para a provável perda de outros vertebrados, plantas e insetos 
nos remanescentes florestais da Amazônia.
O risco de extinção ou de redução da população de espécies devido à degradação da flo-
resta pode ser tão grande quanto aquele causado pelo desmatamento. No Pará, estudos recen-
tes mostram que o número de espécies que desapareceram em florestas degradadas é maior 
do que o ocasionado pelo desmatamento de toda a Amazônia no período de 2006 a 2015. Por 
outro lado, quase 1/4 das áreas alteradas e abandonadas ou postas de lado após seu uso vão 
se regenerando e podem voltar a sustentar seres vivos, mas de forma diferente da floresta ori-
ginal: as florestas secundárias (capoeiras) assim formadas se verificaram capazes de manter 
parte da biodiversidade e do carbono e podem ter um papel importante para a conservação e 
para a geração de serviços ecossistêmicos.
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Os dados do projeto Terraclass, desenvolvido pelo Inpe e Embrapa, evidenciam que, em 
2014, essas florestas já somavam cerca de 165 mil km2 e são mais abundantes no estado 
do Pará (39% de sua área desmatada). Estudos da Rede Internacional de Pesquisa 2ndFOR 
mostram que, em uma região onde a floresta densa foi desmatada, as florestas secundárias 
podem levar 30 anos para recompor a biomassa original e 300 anos para igualar a diversidade 
de espécies de árvores que existia no momento da destruição.
Mas a região amazônica não é só floresta, rio ou recursos minerais. A presença do homem 
ali data de pelo menos treze mil anos, sendo que, pelo menos a partir dos últimos nove mil, 
ele vem transformando ativamente o ecossistema. Trechos de florestas em que predominam 
umas poucas espécies vegetais trazem indícios de que sejam resultado de intervenção huma-
na, uma vez que as espécies ali presentes são em geral plantas utilizadas pelo homem para 
alimentação, construção, vestuário ou uso ritual.
Os vários grupos sociais que sucederam os primeiros ocupantes nômades da Amazônia 
souberam aproveitar a enorme produtividade biológica primária com a qual desenvolveram 
múltiplas culturas. Da seleção e plantio semissistemático (9 mil anos) à horticultura, plantio 
ordenado, corte-e-queima e disseminação de cultivos (5 mil anos) e, depois, o estabelecimento 
de núcleos habitados e campos cultivados, construção de tesos e acúmulo de descarte orgâni-
co produzindo a terra preta de índio (3 mil anos), o homem vinha alterando a topografia, o solo 
e a vegetação da Amazônia de maneira intensa, mas ainda não avassaladora.
Segundo a Embrapa, Terras Pretas de Índio (TPI) é a denominação regional na Amazônia para 
os solos que apresentam horizontes superficiais escuros. Estudos demonstraram que a ori-
gem destes horizontes é antrópica (resultante de ação humana), ocasionada principalmente 
pelo acúmulo de resíduos orgânicos e uso do fogo na sua carbonização. As TPIs apresentam 
também elevada fertilidade, contrastando com os solos adjacentes, destacando-se os altos 
teores de fósforo, cálcio, zinco e manganês, além dos elevados estoques de carbono orgânico 
nestes solos, com estimativa de até cem vezes superiores aos solos adjacentes. As TPIs tam-
bém se caracterizam por apresentarem artefatos cerâmicos pré-colombianos, corroborando 
sua origem antrópica.
Entretanto, com a chegada dos europeus à região, suas atividades colonialistas e extrati-
vistas e o uso de meios tecnológicos de alto impacto, a exploração dos recursos da floresta 
acelerou-se e levou à depauperização da biodiversidade e do solo, que atingiu níveis críticos a 
partir das políticas desenvolvimentistas de meados dos anos 1960.
Alguns grupos sociais que fugiam da opressão do desenvolvimento colonialista – indígenas, 
ribeirinhos, quilombolas, seringueiros, balateiros, castanheiros, açaizeiros, buritizeiros – conse-
guiram, no entanto, preservar partes da floresta com suas práticas tradicionais, que encontraram 
eco no movimento ambientalista ocidental e têm contribuído para o ordenamento territorial.
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Hoje, com seus territórios invadidos por madeireiros, grupos indígenas e comunidades tra-
dicionais são duramente atingidos pelas atividades transformadoras que devastam a floresta 
onde e da qual vivem. Com população reduzida, às vezes a um punhado de pessoas, esses 
grupos correm sério risco de desaparecer e com eles sua língua, cultura e o conhecimento 
sobre a região.
Novos e contraditórios interesses se projetam e reconfiguram a paisagem da Amazônia. É 
sobre esta região que se desencadeia todo um conjunto de obras de infraestrutura (portos, ro-
dovias, hidrelétricas) que abrem a região a um novo padrão de desenvolvimento, tão predatório 
quanto o que foi desenvolvido na década de 1970.
As obras de infraestrutura previstas entram em conflito com as unidades de conservação 
e terras indígenas, de tal forma que 61% do total das UCs federais e estaduais da Amazônia 
têm incidência de processos minerários e 57% delas têm trechos rodoviários dentro de seus 
limites, além de 27 usinas hidrelétricas (UHE) e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) em ope-
ração, em construção ou planejadas, como veremos mais adiante. E, além disso, a legislação 
ambiental brasileira, vem sofrendo retrocesso de tal sorte que causará enorme impacto na 
paisagem e nas populações locais.
Assim, a transformação drástica dos ecossistemas florestais e não florestais da Amazônia 
significa a destruição de um imenso patrimônio biológico, social e cultural no Antropoceno. As 
tendências de organização social e desenvolvimento econômico da região refletem as prin-
cipais ameaças à região: expansão da fronteira agrícola, rápido crescimento da população, 
obras de infraestrutura e ocupação ilegal de terras públicas e privadas. As políticas de ordena-
mento do território e regularização das propriedades são insuficientes ou ineficientes e, muitas 
vezes, acabam em conflitos fundiários. A atividade humana ditará o futuro da Amazônia e o 
planejamento de políticas públicas integradas é crucial à manutenção desse bioma.
002. (IDECAN/PREFEITURA DE MANHUMIRIM-MG/FISCAL DE TRIBUTOS/2017) O texto a 
seguir contextualiza o tema tratado na questão. Leia-o atentamente.
“Faixas da Amazônia podem ter sido pradarias até uma mudança natural para um clima mais 
úmido há cerca de 2.000 anos ter levado à formação da floresta tropical, de acordo com um 
estudo que desafia a crença comum de que a maior floresta tropical do mundo é muito mais 
velha. A chegada de doenças europeias após Cristóvão Colombo ter cruzado o Atlântico em 
1492 também pode ter acelerado o crescimento de florestas com a morte de populações indí-
genas que utilizavam a região para agricultura, escreveram os cientistas no periódico científico 
norte-americano Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).”
(Disponível em: http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRKBN0FD1P420140708. Acesso em: 08 jul. 
2013.)
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O trabalho tratado no texto relaciona o crescimento da floresta amazônica a um importante 
fato histórico mundial. Assinale-o.
a) Chegada dos portugueses ao Brasil.
b) Colonização inglesa e holandesa no Caribe.
c) Conquista da Amazônia pelos bandeirantes.
d) Descobrimento da América pelos espanhóis.
Querido(a), cuidado com a pegadinha da banca! Ao citar Cristóvão Colombo no enunciado, a 
banca está se referindo à descoberta da América que foi realizada pelos espanhóis.
Letra d.
2. expAnsão do neopenteCostAlisMo nA AMAzôniA
A consolidação de redes infra estruturais de conexão no país ao longo do período do Es-
tado Nacional Desenvolvimentista (1930-1980) e no período do Estado Logístico (1990-hoje) 
trouxe consigo uma crescente integração nacional das interações, em especial com a incorpo-
ração das regiões norte e centro-oeste nos fluxos socioeconômicos, o que acabou repercutin-
do na própria expansão de missionários e igrejas protestantes.
Embora o catolicismo persista sendo majoritário na população brasileira, observou-se uma contínua 
tendência histórica ao longo do século XX de declínio proporcional em razão da conformação de 
uma maior diversidade religiosa reflexiva à nova dimensão territorial urbana do país, uma vez que 
houve, tanto, avanço concentrado do protestantismo pentecostal e suas derivações neopentecostal 
e celular, quanto, avanço marginal do ateísmo, do espiritismo e outras religiões.2
Fonte: Senhoras, Santos e Cruz. 2016.
2 SENHORAS, Eloi Martins; SANTOS, Alexandre Felipe Pinho dos; CRUZ, Ariane Raquel Almeida de Souza; Expansão do Pro-
testantismo no Brasil e Suas Configurações na Amazônia Legal. Universidade Federal de Roraima (UFRR) – Brasil.
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A interiorização do crescimento brasileiro em direção às regiões centro-oeste e norte a 
partir da segunda metade do século XX, consolidada pela expansão da fronteira de agronegó-
cios no Brasil, trouxe consigo, não apenas uma dinâmica de integração socioeconômica, mas 
também, uma significativa expansão do protestantismo em cidades nascentes ou mesmo em 
diferentes capitais de estados.
A expansão do protestantismo para o centro-oeste e norte do país é explicada como um 
fenômeno reflexivo à conclusão das obras de uma rede de infraestrutura rodoviária no formato 
de um quadrilátero entre estas macrorregiões, já que os quatro nodais centrais - Brasília, Porto 
Velho, Belém e Manaus – passaram a funcionar como um campo gravitacional da expansão 
agrícola, dando acesso a outros nodais menores adjacentes.
Totalizando mais de 60% do território nacional e pouco mais de 12% da população brasi-
leira, a Amazônia Legal caracteriza-se como uma extensa macrorregião consubstanciada por 
nove estados pertencentes às regiões norte, centro-oeste e nordeste – Acre, Amapá, Amazo-
nas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão.
É no contexto de complexidade física e humana da Amazônia Legal que o crescimento e o 
adensamento do protestantismo brasileiro possuem maior impacto, manifestando-se com um 
superior dinamismo no tecido social das localidades por meio de distintas ações eclesiásticas 
de conquista das mentes e corações de fiéis em relação à média nacional.
Quando comparada a expansão do protestantismo nos municípios brasileiros, observa-se 
que a macrorregião da Amazônia Legal a despeito de possuir um baixo adensamento popula-
cional tornou-se palco capital de concentração protestante do país juntamente do palco prin-
cipal de elevado adensamento populacional da região sudeste e das cidades médias e grandes.
A dinâmica expansiva do protestantismo na Amazônia Legal deve ser compreendida a par-
tir da atuação de distintos movimentos e denominações em um vasto território que se tornou 
em um verdadeiro campo relacional de poder eclesiástico multirrecortado por forças que se 
manifestam, tanto, pela divergência de estratégias, doutrinas e formato organizacionais, quan-
to, pela convergência de atores chave na expansão que são o fiel, o pastor-evangelista, e o 
missionário.
Os movimentos protestantes pentecostais de distintas denominações adquiriram desta-
que em função da ampla capilaridade estruturada pelas redes evangélicas em razão de dois 
fatores distintos que conferem:
• Alto grau adaptação e flexibilidade na mobilidade junto com os fluxos de frentes pionei-
ras de colonização, ocupação ou produção em localidades predominantemente rurais;
• Alto grau de organização e distintas trilhas de comunicação com fiéis nas localidades 
predominantemente urbanas onde a diferenciação e a estratificação social tornam-se 
evidentes.
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Uma primeira imersão na configuração do campo de poder consolidado pelo protestantis-
mo na Amazônia Legal pode ser feita por meio da identificação de três padrões de rugosidades 
que refletem a concentração protestante na população total dos estados e se manifestam es-
pacialmente segundo padrões distintos na Amazônia Ocidental e na Amazônia Oriental.
Na Amazônia Ocidental Protestante, os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima 
apresentam os indicadores mais positivos e fortemente concentradores da difusão do protes-
tantismo, com um percentual acima de 30% da população total e com destaque na difusão de 
redes missionárias e templos em comunidades indígenas dado o elevado número de Terras 
Indígenas nestes estados.
Fonte: Senhoras, Santos e Cruz. 2016.
Na Amazônia Oriental Protestante, os estados Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato 
Grosso apresentam indicadores entre o polo de baixa concentração protestante no estado 
nordestino do Maranhão, com consolidada tradição católica e média concentração, e o polo 
de alta concentração protestante dos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato 
Grosso com um percentual entre 20% e 30% da população total.
Uma segunda visualização do campo de poder do protestantismo na Amazônia Legal re-
side justamente na identificação e compreensão das estratégias de promoção de difusão do 
protestantismo, bem como dos mais destacados modelos eclesiásticos existentes dentro da 
crescente pulverização de novas denominações de natureza neopentecostal que germinam 
nos territórios amazônicos.
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De um lado, o pentecostalismo tradicional manifesta-se como uma rede com altíssima difu-
são territorial na Amazônia Legal lato sensu, razão pela qual se torna pertinente citar o exemplo 
da Igreja Assembleia de Deus que nasceu no estado do Pará e se tornou na denominação com 
maior número de fiéis e mais ampla presença espacial nos municípios e em todos os estados 
amazônicos, inclusive nas comunidades e terras indígenas, devido à alta capilaridade missionária.
Quanto às estratégias destacadas implementadas para expansão do pentecostalismo na 
Amazônia Legal estão a conversão e o ativismo social das Igrejas por meio da propagação de 
Organizações Não Governamentais (ONGs) e de projetos sociais religiosos justamente em uma 
macrorregião claramente marcada por fortes dinâmicas migratórias e carências estruturais.
Quanto às características do movimento responsáveis pela expansão pentecostal na Ama-
zônia Legal observa-se a semelhança com religiosidade popular brasileira e a oferta de cultos 
e experiências mágicas, espirituais e transcendentais; a obsessão pela presença dos dons 
espirituais como falar em línguas, a cura divina; as profecias; a teologia da prosperidade e a 
ênfase na pregação sobre costumes (MENESES, 2011)3.
Quanto ao modelo organizacional que propiciou a expansão pentecostal nos territórios 
amazônicos estão presentes a
concentração da liderança eclesiástica e das finanças; formação rápida de novos pastores; grande 
arrecadação de recursos; forte investimento em evangelismo eletrônico; acelerado ritmo de abertu-
ra de novas congregações e campos missionários; semelhança com religiosidade popular brasileira 
e a oferta de cultos e experiências espirituais e transcendentais. (MARIANO, 2008)4
De outro lado, a partir do final dos anos 1990, por influência da experiência colombiana 
criada pelo Pastor César Castelhanos, o modelo neopentecostal de igrejas em células ou pe-
quenos grupos surge por meio dos estados do norte da Amazônia Legal e acaba se difundindo 
em todo o território nacional, principalmente, em função do sucesso das redes eclesiásticas 
consolidadas pelo Ministério Internacional da Restauração e ela Igreja da Paz.
Conforme Xavier5 (2008), esse modelo eclesiástico se tornou um dos maiores movimentos 
protestantes na Amazônia Legal, pois as igrejas em células possuem uma estrutura eclesiásti-
ca altamente flexível, com descentralização institucional, cuja lógica de expansão é difundida 
pelo trabalho dos membros mais novos ou leigos, tal como em um modelo piramidal de corren-
te que vai ampliando suas bases e pontos de multiplicação.
Como as igrejas em células se expandem pelas casas e praças, a importância dos templos, 
da figura do pastor e dos cultos convencionais é reduzida, baseando-se em sua expansão nos 
princípios do marketing de rede de multinível, um sistema de contato direto, onde acontece a 
3 MENESES, J. S. “Protestantismo, Protestantismos ou Protestantismo à brasileira?”. Revista NURES, n. 18, 2011.
4 MARIANO, R. “Crescimento pentecostal no Brasil: fatores internos”. Revista de Estudos da Religião, vol. 4, dezembro, 2008.
5 XAVIER, É. “O crescimento da Igreja através dos séculos: análise da história e dos aspectos positivos e negativos”. Kerygma, 
vol. 4, n. 1, 2008.
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relação entre ofertantes e demandantes da doutrina sem o estabelecimento de um ponto fixo 
de reunião, no qual a difusão da palavra acontece pela rede de contatos e da indicação de no-
vos fiéis pelos antigos (SILVA; SOUZA, 2010)6.
As redes pentecostais em células representam um formato eclesiástico criado de maneira 
reflexiva e contrária à tendência do neopentecostalismo centralizado e hierarquizado do mode-
lo organizacional bem sucedido difundido por igrejas como a Universal do Reino de Deus, por 
justamente fundamentar sua natureza em um viés missionário, no qual os fiéis são os maiores 
responsáveis pelo crescimento institucional, sendo o esforço da rede fundamentado para au-
mentar o número de células e consequentemente o número de fiéis.
Os padrões explicativos para o crescimento do protestantismo na Amazônia Legal de-
monstram que difusão de redes pentecostais é oriunda de processos inovadores de gestão e 
técnicas modernas de proselitismo já consolidados em território nacional, bem como de estra-
tégias flexíveis e adaptadas aos dinâmicos contextos amazônicos de abertura de territórios, 
surgimento de novos municípios e forte migração, caracterizados por forte miscigenação e 
faixas etárias cada vez mais jovens de pessoas.
O crescimento pentecostal na Amazônia Legal causa impactos no Brasil em termos de difu-
são, tanto, de novas tendências religiosas e organizacionais do protestantismo no formato celu-
lar, quanto, na criação crescente de um conjunto de organizações que detêm recursos, patrimô-
nio e membresia suficientes para intervirem no processo político brasileiro, razão pela qual tem 
sido o principal reduto de origem na expansão da bancada evangélica no Congresso Nacional.
A expansão do protestantismo no Brasil é um fenômeno processual latente que tem se 
estruturado pela capacidade de renovação por meio de distintas ondas de difusão material 
e ideológica sobrepostas entre si e que repercutiram em uma crescente aceleração em ra-
zão das transformações da sociedade nacional e das próprias tecnologias de informação e 
comunicação.
003. (NUCEPE/UESPI/PREFEITURA DE TERESINA-PI/PROFESSOR DE 2º CICLO-ENSINO 
RELIGIOSO/2019) O neopentecostalismo é também conhecido como a “terceira onda pente-
costal”. No entanto, os movimentos neopentecostais se diferenciam do pentecostalismo da 
primeira e segunda onda. NÃO é característica do neopentecostalismo:
a) a teologia da prosperidade.
b) o forte apelo emocional.
c) a sincretismo religioso.
d) aversão às religiões afro-brasileiras.
e) a forte ênfase no estudo da Bíblia.
6 SILVA, D.; SOUZA, M. “Teologia da Prosperidade, mercantilização do Sagrado: Um estudo sobre a igreja celular no modelo 
dos doze em feira de Santana”. Revista Sitientibus, n. 43, julho, 2010.
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Querido(a), tive muita dificuldade em encontrar questões de outros concursos sobre essa te-
mática, muito recente em editais. As primeiras ondas pentecostais no Brasil enfatizavam o 
estudo da Bíblia. Todas as alternativas anteriores fazem parte das estratégias de expansão do 
neopentecostalismo.
Letra e.
3. resistênCiA dos povos indígenAs, esCrAvizAdos, QuiloMbolAs e popu-
lAções trAdiCionAis
Se revisitar nossa aula anterior, notará a existência do tópico 3 “Submissão do Indígena e 
Resistência Escrava”. A Cespe/Cebraspe, no lançamento do edital, o estendeu para “Resistên-
cia dos povos indígenas, escravizados, quilombolas e populações tradicionais”. Como na aula 
anterior discutimos essa submissão dos indígenas e a resistência escrava no contexto colonial, 
nesta, discutiremos a resistência desses povos na república, especialmente nos últimos anos.
Ainda este ano, a Cespe/Cebraspe apresentou uma questão que tomava por referência a 
Convenção n.º 169 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e 
Tribais. Apesar de seu um texto longo, recomendo sua leitura. Apresentarei os primeiros 19 
artigos do documento, necessários para a realização de sua prova, mas deixo também o link 
para que possa acessá-lo na sua integralidade: https://www.oas.org/dil/port/1989%20Con-
ven%C3%A7%C3%A3º%20sobre%20Povos%20Ind%C3%ADgenas%20e%20Tribais%20Con-
ven%C3%A7%C3%A3º%20OIT%20n%20%C2%BA%20169.pdf.
1. A presente convenção aplica-se:
a) aos povos tribais em países independentes, cujas condições sociais, culturais e econômicas os 
distingam de outros setores da coletividade nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente, 
por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial;
b) aos povos em países independentes, considerados indígenas pelo fato de descenderem de popu-
lações que habitavam o país ou uma região geográfica pertencente ao país na época da conquista 
ou da colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras estatais e que, seja qual for sua 
situação jurídica, conservam todas as suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e 
políticas, ou parte delas.
2. A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério funda-
mental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da presente Convenção.
3. A utilização do termo “povos” na presente Convenção não deverá ser interpretada no sentido de 
ter implicação alguma no que se refere aos direitos que possam ser conferidos a esse termo no 
direito internacional.
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https://www.oas.org/dil/port/1989%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20Povos%20Ind%C3%ADgenas%20e%20Tribais%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20OIT%20n%20%C2%BA%20169.pdf
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Artigo 2º
1.Os governos deverão assumir a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos 
interessados, uma ação coordenada e sistemática com vistas a proteger os direitos desses povos e 
a garantir o respeito pela sua integridade.
2.Essa ação deverá incluir medidas:
a) que assegurem aos membros desses povos o gozo, em condições de igualdade, dos direitos e 
oportunidades que a legislação nacional outorga aos demais membros da população;
b) que promovam a plena efetividade dos direitos sociais, econômicos e culturais desses povos, 
respeitando a sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, e as suas instituições;
c) que ajudem os membros dos povos interessados a eliminar as diferenças sócio - econômicas 
que possam existir entre os membros indígenas e os demais membros da comunidade nacional, de 
maneira compatível com suas aspirações e formas de vida.
Artigo 3º
1. Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos direitos humanos e liberdades fun-
damentais, sem obstáculos nem discriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas 
sem discriminação aos homens e mulheres desses povos.
2. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou de coerção que viole os direitos humanos 
e as liberdades fundamentais dos povos interessados, inclusive os direitos contidos na presente 
Convenção.
Artigo 4º
1. Deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam necessárias para salvaguardar as pesso-
as, as instituições, os bens, as culturas e o meio ambiente dos povos interessados.
2. Tais medidas especiais não deverão ser contrárias aos desejos expressos livremente pelos povos 
interessados.
3. O gozo sem discriminação dos direitos gerais da cidadania não deverá sofrer nenhuma deteriora-
ção como consequência dessas medidas especiais.
Artigo 5º
Ao se aplicar as disposições da presente Convenção:
a) deverão ser reconhecidos e protegidos os valores e práticas sociais, culturais religiosos e espi-
rituais próprios dos povos mencionados e dever-se-á levar na devida consideração a natureza dos 
problemas que lhes sejam apresentados, tanto coletiva como individualmente;
b) deverá ser respeitada a integridade dos valores, práticas e instituições desses povos;
c) deverão ser adotadas, com a participação e cooperação dos povos interessados, medidas vol-
tadas a aliviar as dificuldades que esses povos experimentam ao enfrentarem novas condições de 
vida e de trabalho.
Artigo 6º
1. Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os governos deverão:
a) consultar os povos interessados, mediante procedimentos apropriados e, particularmente, atra-
vés de suas instituições representativas, cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou ad-
ministrativas suscetíveis de afetá-los diretamente;
b) estabelecer os meios através dos quais os povos interessados possam participar livremente, 
pelo menos na mesma medida que outros setores da população e em todos os níveis, na adoção de 
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decisões em instituições efetivas ou organismos administrativos e de outra natureza responsáveis 
pelas políticas e programas que lhes sejam concernentes;
c) estabelecer os meios para o pleno desenvolvimento das instituições e iniciativas dos povos e, nos 
casos apropriados, fornecer os recursos necessários para esse fim.
2. As consultas realizadas na aplicação desta Convenção deverão ser efetuadas com boa fé e de 
maneira apropriada às circunstâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o con-
sentimento acerca das medidas propostas.
Artigo 7º
1. Os povos interessados deverão ter o direito de escolher suas, próprias prioridades no que diz 
respeito ao processo de desenvolvimento, na medida em que ele afete as suas vidas, crenças, insti-
tuições e bem-estar espiritual, bem como as terras que ocupam ou utilizam de alguma forma, e de 
controlar, na medida do possível, o seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além 
disso, esses povos deverão participar da formulação, aplicação e avaliação dos planos e programas 
de desenvolvimento nacional e regional suscetíveis de afetá-los diretamente.
2. A melhoria das condições de vida e de trabalho e do nível de saúde e educação dos povos interes-
sados, com a sua participação e cooperação, deverá ser prioritária nos planos de desenvolvimento 
econômico global das regiões onde eles moram. Os projetos especiais de desenvolvimento para 
essas regiões também deverão ser elaborados de forma a promoverem essa melhoria.
3. Os governos deverão zelar para que, sempre que for possível, sejam efetuados estudos junto aos 
povos interessados com o objetivo de se avaliar a incidência social, espiritual e cultural e sobre o 
meio ambiente que as atividades de desenvolvimento, previstas, possam ter sobre esses povos. Os 
resultados desses estudos deverão ser considerados como critérios fundamentais para a execução 
das atividades mencionadas.
4. Os governos deverão adotar medidas em cooperação com os povos interessados para proteger e 
preservar o meio ambiente dos territórios que eles habitam.
Artigo 8º
1. Ao aplicar a legislaçãonacional aos povos interessados deverão ser levados na devida conside-
ração seus costumes ou seu direito consuetudinário.
2. Esses povos deverão ter o direito de conservar seus costumes e instituições próprias, desde que 
eles não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico nacio-
nal nem com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Sempre que for necessário, 
deverão ser estabelecidos procedimentos para se solucionar os conflitos que possam surgir na 
aplicação deste principio.
3. A aplicação dos parágrafos I e 2 deste Artigo não deverá impedir que os membros desses povos 
exerçam os direitos reconhecidos para todos os cidadãos do país e assumam as obrigações cor-
respondentes.
Artigo 9º
1. Na medida em que isso for compatível com o sistema jurídico nacional e com os direitos huma-
nos internacionalmente reconhecidos, deverão ser respeitados os métodos aos quais os povos inte-
ressados recorrem tradicionalmente para a repressão dos delitos cometidos pelos seus membros.
2. As autoridades e os tribunais solicitados para se pronunciarem sobre questões penais deverão 
levar em conta os costumes dos povos mencionados a respeito do assunto.
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Artigo 10
1. Quando sanções penais sejam impostas pela legislação geral a membros dos povos menciona-
dos, deverão ser levadas em conta as suas características econômicas, sociais e culturais.
2. Dever-se-á dar preferência a tipos de punição outros que o encarceramento.
Artigo 11
A lei deverá proibir a imposição, a membros dos povo interessados, de serviços pessoais obrigató-
rios de qualquer natureza, remunerados ou não, exceto nos casos previstos pela lei para todos os 
cidadãos.
Artigo 12
Os povos interessados deverão ter proteção contra a violação de seus direitos, e poder iniciar pro-
cedimentos legais, seja pessoalmente, seja mediante os seus organismos representativos, para 
assegurar o respeito efetivo desses direitos. Deverão ser adotadas medidas para garantir que os 
membros desses povos possam compreender e se fazer compreender em procedimentos legais, 
facilitando para eles, se for necessário, intérpretes ou outros meios eficazes.
PARTE 11 – TERRAS
Artigo 13
1. Ao aplicarem as disposições desta parte da Convenção, os governos deverão respeitar a impor-
tância especial que para as culturas e valores espirituais dos povos interessados possui a sua rela-
ção com as terras ou territórios, ou com ambos, segundo os casos, que eles ocupam ou utilizam de 
alguma maneira e, particularmente, os aspectos coletivos dessa relação.
2. A utilização do termo “terras” nos Artigos 15 e 16 deverá incluir o conceito de territórios, o que 
abrange a totalidade do habitat das regiões que os povos interessados ocupam ou utilizam de algu-
ma outra forma.
Artigo 14
1. Dever-se-á reconhecer aos povos interessados os direitos de propriedade e de posse sobre as ter-
ras que tradicionalmente ocupam. Além disso, nos casos apropriados, deverão ser adotadas medi-
das para salvaguardar o direito dos povos interessados de utilizar terras que não estejam exclusiva-
mente ocupadas por eles, mas às quais, tradicionalmente, tenham tido acesso para suas atividades 
tradicionais e de subsistência. Nesse particular, deverá ser dada especial atenção à situação dos 
povos nômades e dos agricultores itinerantes.
2. Os governos deverão adotar as medidas que sejam necessárias para determinar as terras que 
os povos interessados ocupam tradicionalmente e garantir a proteção efetiva dos seus direitos de 
propriedade e posse.
3. Deverão ser instituídos procedimentos adequados no âmbito do sistema jurídico nacional para 
solucionar as reivindicações de terras formuladas pelos povos interessados.
Artigo 15
1. Os direitos dos povos interessados aos recursos naturais existentes nas suas terras deverão ser 
especialmente protegidos. Esses direitos abrangem o direito desses povos a participarem da utili-
zação, administração e conservação dos recursos mencionados.
2. Em caso de pertencer ao Estado a propriedade dos minérios ou dos recursos do subsolo, ou de 
ter direitos sobre outros recursos, existentes na terras, os governos deverão estabelecer ou manter 
procedimentos com vistas a consultar os povos interessados, a fim de se determinar se os interesses 
desses povos seriam prejudicados, e em que medida, antes de se empreender ou autorizar qualquer 
programa de prospecção ou exploração dos recursos existentes nas suas terras. Os povos interessa-
dos deverão participar sempre que for possível dos benefícios que essas atividades produzam, e rece-
ber indenização equitativa por qualquer dano que possam sofrer como resultado dessas atividades.
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Artigo 16
1. Com reserva do disposto nos parágrafos a seguir do presente Artigo, os povos interessados não 
deverão ser transladados das terras que ocupam.
2. Quando, excepcionalmente, o translado e o reassentamento desses povos sejam considerados 
necessários, só poderão ser efetuados com o consentimento dos mesmos, concedido livremente e 
com pleno conhecimento de causa. Quando não for possível obter o seu consentimento, o translado 
e o reassentamento só poderão ser realizados após a conclusão de procedimentos adequados es-
tabelecidos pela legislação nacional, inclusive enquetes públicas, quando for apropriado, nas quais 
os povos interessados tenham a possibilidade de estar efetivamente representados.
3. Sempre que for possível, esses povos deverão ter o direito de voltar a suas terras tradicionais 
assim que deixarem de existir as causas que motivaram seu translado e reassentamento.
4. Quando o retomo não for possível, conforme for determinado por acordo ou, na ausência de tais 
acordos, mediante procedimento adequado, esses povos deverão receber, em todos os casos em 
que for possível, terras cuja qualidade e cujo estatuto jurídico sejam pelo menos iguais aqueles das 
terras que ocupavam anteriormente, e que lhes permitam cobrir suas necessidades e garantir seu 
desenvolvimento futuro. Quando os povos interessados prefiram receber indenização em dinheiro 
ou em bens, essa indenização deverá ser concedida com as garantias apropriadas.
5. Deverão ser indenizadas plenamente as pessoas transladadas e reassentadas por qualquer perda 
ou dano que tenham sofrido como consequência do seu deslocamento.
Artigo 17
1. Deverão ser respeitadas as modalidades de transmissão dos direitos sobre a terra entre os mem-
bros dos povos interessados estabelecidas por esses povos.
2. Os povos interessados deverão ser consultados sempre que for considerada sua capacidade para 
alienarem suas terras ou transmitirem de outra forma os seus direitos sobre essas terras para fora 
de sua comunidade.
3. Dever-se-á impedir que pessoas alheias a esses povos possam se aproveitar dos costumes dos 
mesmos ou do desconhecimento das leis por parte dos seus membros para se arrogarem a proprie-
dade, a posse ou o uso das terras a eles pertencentes.
Artigo 18
A lei deverá prever sanções apropriadas contra toda intrusão não autorizada nas terras dos povos 
interessados ou contra todo uso não autorizado das mesmas por pessoas alheiasa eles, e os gover-
nos deverão adotar medidas para impedirem tais infrações.
Artigo 19
Os programas agrários nacionais deverão garantir aos povos interessados condições equivalentes 
às desfrutadas por outros setores da população, para fins de:
a) a alocação de terras para esses povos quando as terras das que dispunham sejam insuficientes 
para lhes garantir os elementos de uma existência normal ou para enfrentarem o seu possível cres-
cimento numérico;
b) a concessão dos meios necessários para o desenvolvimento das terras que esses povos já possuam.
Muito bem, após a leitura do documento, tente resolver a questão a seguir.
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004. (CESPE/CEBRASPE/DPE-TO/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO/2022) Considerando 
a Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) acerca de povos indígenas 
e tribais, assinale a opção correta, relativa aos direitos das comunidades quilombolas.
a) Apesar de assegurar a proteção possessória, tal convenção não observa os valores culturais 
e espirituais em relação ao território quilombola, contrariando o conceito de propriedade comu-
nal trazido no caso Povo Saramaka vs. Suriname.
b) No processo de desenvolvimento do Estado, sempre que isso afete o modo de vida, as cren-
ças, as instituições e o bem-estar espiritual da comunidade interessada, ela terá o direito de es-
colher as próprias prioridades, salvo quanto às terras que já ocupe ou utilize de alguma forma.
c) Os quilombolas são grupos culturalmente diferenciados da grande sociedade e se reco-
nhecem como tais, apesar de não corresponderem exatamente ao conceito de povos tribais, 
tampouco ao de indígenas.
d) As comunidades quilombolas têm o direito de conservar seus costumes e instituições pró-
prias, mesmo que incompatíveis com os direitos fundamentais constitucionalmente previstos 
ou com os direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
e) O conceito de comunidades quilombolas não se confunde com o de comunidades tradicio-
nais; além disso, enquanto os quilombos gozam da proteção da convenção citada, os povos 
tradicionais têm um regime completamente distinto de proteção.
Volte aos Artigos 7º (sobre o direito à propriedade), 8º (direito de conservar seus costu-
mes e instituições próprias, desde que eles não sejam incompatíveis com os direitos funda-
mentais definidos pelo sistema jurídico nacional nem com os direitos humanos internacio-
nalmente reconhecidos) e 13 (dispõe sobre os governos respeitarem a cultura e os valores 
espirituais). Todos eles permitem concordar com a alternativa c.
Letra c.
Com a abolição da escravidão no Brasil, em 1888, por meio da Lei Áurea, as comunidades 
quilombolas passaram a ter a sua liberdade garantida. No entanto, os negros no país continu-
aram sendo desqualificados e os lugares em que habitavam, como os quilombos, continuaram 
sendo ignorados pelo poder público.
A primeira Lei de Terras, por exemplo, datada de 1850, mas que continuou em vigor após a 
abolição, excluía os africanos e seus descendentes da categoria de brasileiros.
Consequentemente, impossibilitava a posse e aquisição de terras por parte dos negros. 
Dessa forma, não havia políticas de inserção dos negros e quilombolas na sociedade, gerando 
desigualdades raciais nos aspectos sociais, políticos e econômicos.
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Mesmo com a conquista de certos direitos fundamentais na Constituição de 1934 e em 
constituições seguintes – como o reconhecimento da cidadania e o direito ao voto aos negros 
- a questão da demarcação de terras era desconsiderada pelo Estado. Assim, as comunidades 
quilombolas ainda existentes no país, que ocupavam efetivamente as terras, não tinham garan-
tias jurídicas em relação às suas propriedades.
Com isso, as comunidades de quilombos tiveram que lutar para permanecerem em suas 
terras e garantirem a sobrevivência dos seus modos de vida. Um exemplo foi o caso do quilom-
bo Santa Rita do Bracuí, no Rio de Janeiro, que começou a ter suas terras forçosamente desa-
propriadas e ameaçadas a partir da década de 1960, quando uma empreiteira decidiu adquirir 
as terras para realizar obras de construção civil no local.
Assim, demarcação e a proteção de terras quilombolas passaram a ser pautas cada vez 
mais presentes e urgentes nas reivindicações dos movimentos sociais negros do país. O resul-
tado das reivindicações pelos direitos dos quilombolas veio somente após a redemocratização 
do país, em 1985.
A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, por meio do seu artigo 68, houve 
o reconhecimento da propriedade das terras dos remanescentes das comunidades quilombo-
las no Brasil.
Foi a primeira constituição a garantir os direitos dos quilombolas em ter as suas terras e 
organizações preservadas por lei. Conforme o artigo:
Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhe-
cida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Esse reconhecimento é visto como uma forma de compensação e/ou reparação histórica 
à opressão sofrida por essas comunidades na defesa de suas culturas e identidades étnicas.
A Constituição cria a obrigação ao Estado brasileiro em formular políticas públicas de pro-
teção aos quilombolas, como a delimitação, demarcação e titulação de suas terras.
Os artigos 215 e 216 também promovem os direitos dos quilombolas, pois garantem o 
pleno exercício dos seus direitos culturais e sociais, ao entender a cultura como uma forma de 
criar, fazer e viver das comunidades tradicionais.
Há, portanto, o reconhecimento dos quilombos como uma forma de organização social 
com características próprias no uso das terras, em razão dos seus costumes, tradições e con-
dições sociais que diferenciam esses grupos dos demais existentes na comunidade nacional.
Além disso, no ano de 2003 foi elaborado o Decreto n. 4.887, que visa garantir, além da 
posse de terras, uma melhor qualidade de vida aos quilombolas. O documento dispõe sobre o 
direito desses povos em ter acesso a serviços essenciais como educação, saúde e saneamen-
to. Também trata sobre a regulamentação da titulação das terras dos quilombolas e pode ser 
considerado um marco para os direitos dos quilombolas por reconhecer o direito de autoatri-
buição desse grupo étnico-racial.
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O Decreto gerou discussões no mundo jurídico e legislativo sobre a sua validade, até que, 
em 2018, o Supremo Tribunal Federal garantiu por maioria dos votos a constitucionalidade 
do Decreto.
Os direitos dos quilombolas podem ser interpretados como o direito de existir e viver a 
partir do modo de vida próprio desses grupos. A Constituição de 1988 foi um divisor de águas 
nesse sentido,pois possibilitou o processo de regularização das terras de quilombos. Fazendo 
com que atualmente a preservação das suas culturas, costumes e tradições seja garantida 
como um direito fundamental dos povos quilombolas.
005. (CESPE/CEBRASPE/DPE-TO/DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO/2022)
No que tange ao regime jurídico de proteção das comunidades quilombolas, assinale a op-
ção correta.
a) O Supremo Tribunal Federal admite a existência da denominada tese do marco temporal em 
relação ao reconhecimento da propriedade dos remanescentes de comunidades de quilombos.
b) A Constituição Federal de 1988, em atenção ao valor histórico-cultural dos extintos quilom-
bos, consagrou diretamente, independentemente de lei, o tombamento de todos os documen-
tos e sítios detentores de reminiscências históricas que lhes fazem referência.
c) A Constituição Federal de 1988, ao reconhecer o direito de propriedade aos remanescentes 
das comunidades dos quilombos, faz referência exclusiva às comunidades compostas por 
ex-escravizados, sem levar em conta outros processos de ancestralidade negra relacionados 
com a resistência histórica à opressão perpetrada contra o povo negro.
d) Segundo o Decreto n. 4.887/2003, competem à Fundação Cultural Palmares a identificação, 
o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras ocupadas pelos rema-
nescentes das comunidades dos quilombos, sem prejuízo da competência concorrente dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
e) O Decreto n. 4.887/2003 reconhece o critério da autoidentificação das comunidades quilom-
bolas e determina que ele, assim como o instrumento de vínculo associativo, seja inscrito no 
cadastro geral junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
CF. Art. 216. [...]
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos 
antigos quilombos.
Art. 3º [...]
§ 4º A autodefinição de que trata o § 1º do art. 2 deste Decreto será inscrita no Cadastro Geral junto 
à Fundação Cultural Palmares, que expedirá certidão respectiva na forma do regulamento.
Letra b.
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Povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reco-
nhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam 
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, 
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos 
pela tradição (Art. 3º, inciso I, Decreto n. 6.040/2007).
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, Lei n. 9.985/2000) 
unidades são criadas com o objetivo básico de compatibilizar a conservação da natureza com 
o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais pelas populações extrativistas que 
tradicionalmente habitam estas áreas.
As categorias Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável 
(RDS) são criadas partindo de demanda das populações tradicionais, que buscam a garantia 
e reconhecimento do seu território já utilizado para a proteger os seus meios de vida e cultura, 
além de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
As Florestas Nacionais (Flona) é uma área com cobertura florestal de espécies predomi-
nantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos flo-
restais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de flores-
tas nativas. Algumas delas possuem populações tradicionais beneficiárias e outras não.
O uso sustentável se contrapõe a exploração indiscriminada que compromete a manuten-
ção dos recursos naturais. O uso racional parte da necessidade de reflexão sobre as práticas 
do conhecimento empírico tradicional, embasados em conhecimentos e informações técnicas.
Das 334 unidades de conservação federais (UCs) geridas pelo ICMBio, existem 87 UCs 
de uso sustentável, das categorias Reserva Extrativista (Resex), Floresta Nacional (Flona) e 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), com população tradicional vivendo dentro de 
seus limites. Com base no cadastro do SISFAMILIAS estima-se mais de 60 mil famílias como 
público beneficiário destas áreas protegidas.
As unidades de conservação de uso sustentável com população tradicional contribuem 
para o fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, atuando 
prioritariamente em cinco dos seus treze objetivos, a saber:
I – Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território 
nacional e nas águas jurisdicionais;
[...]
IV – Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V – Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de 
desenvolvimento;
[...]
XI – Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
[...]
XIII – Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respei-
tando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.7
7 Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/populacoes-tradicionais. Acesso em: 28 abr. 2022.
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006. (FGV/SEPOG-RO/ANALISTA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICA-
ÇÃO/2017) Inicialmente, a categoria “populações tradicionais” congregava seringueiros e 
castanheiros da Amazônia. Desde então, expandiu-se, abrangendo outros grupos que vão de 
coletores de berbigão de Santa Catarina a babaçueiras do sul do Maranhão e quilombolas do 
Tocantins. [...] O que todos possuem em comum é o fato de que tiveram uma história de baixo 
impacto ambiental; formas equitativas de organização social e a presença de instituições com 
legitimidade para fazer cumprir suas leis. Mas, acima de tudo, estão todos dispostos a uma 
negociação: em troca do reconhecimento e do controle sobre o território, comprometem-se 
a prestar serviços ambientais. As populações tradicionais e suas organizações não tratam 
apenas com fazendeiros, madeireiros e garimpeiros. Tornaram-se parceiras de instituições 
centrais como as Nações Unidas, o Banco Mundial e as poderosas ONGs do primeiro mundo.
(CUNHA, M. C.; ALMEIDA, W. B. de A. Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia. 
2001. Adaptado.)
Com base no texto, compreende-se o uso da categoria “populações tradicionais” para indicar 
grupos que:
a) participam da economia global, agregando conhecimento local e preservando técnicas de 
baixo impacto ambiental.
b) são naturalmente conservacionistas e se mantêm fora dos circuitos centrais da economia 
de mercado.
c) organizam-se em tribos e comunidades autogeridas, com leis e tradições orais milenares.
d) correspondem à população nativa, etnicamente identificada com os índios brasileiros.
e) desejam permanecer em estado de isolamento em relação às instituições que representam 
o Estado Nacional.
As populações tradicionais, de acordo com o texto, não querem viver isoladas. Antes, preten-
dem participar da economia global, desde que tenham seus direitos sobre posseda terra re-
conhecidos e, em contrapartida, se comprometendo em promover a preservação do ambiente.
Letra a.
Atente-se, ainda, querido(a) aluno(a), ao Estatuto do Índio (Lei n. 6.001, de 19 de dezembro 
de 1973), em seu Art. 1º:
Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o 
propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão 
nacional.
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Segue o link para acesso à referida lei em sua totalidade: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/l6001.htm. A questão 43 da lista de exercícios trata dessa temática.
Outro tema importante sobre a resistência indígena é o marco temporal, como pode ver, foi 
citado na primeira alternativa da questão 5 na caixa “Direto do Concurso”.
A tese do marco temporal estabelece que as populações indígenas só poderiam reivindi-
car terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. 
Em 2009, ao julgar o caso Raposa Serra do Sol, território localizado em Roraima, o STF decidiu 
que os indígenas tinham direito à terra em disputa, pois viviam nela na data da promulgação da 
Constituição. Desde então, passou-se a discutir a validade do oposto: se os indígenas também 
poderiam ou não reivindicar terras não ocupadas na data da promulgação.
Sem o critério do marco temporal da Constituição, mais 607 áreas poderiam ser anexadas 
ao território indígena no País, sendo 487 reivindicadas e 120 em estudo. No total, essas áreas 
representariam mais 117,12 milhões de hectares.
O não reconhecimento do marco temporal, estabelecido pela Constituição, significaria que 
a área prevista para terras indígenas saltaria para 236,92 milhões de hectares podendo alcan-
çar 27,8% do território nacional brasileiro.
Do outro lado, argumentam os ruralistas que o aumento dessas áreas resultaria em desa-
propriações e expulsão de uma população que vive nessas regiões há várias décadas, afetan-
do tanto moradores do campo quanto da cidade.
A discussão do chamado Marco Temporal na Demarcação das Terras Indígenas pelo Su-
premo Tribunal Federal (STF), em 15 de setembro de 2021, foi interrompida por um pedido de 
vista do ministro Alexandre de Moraes. Não há prazo para retomada do julgamento.
007. (VUNESP/CÂMARA DE PORTO FERREIRA-SP/ASSESSSOR DE IMPRENSA/2017)
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, nesta quarta-feira (16 agosto), dois pedidos do go-
verno de Mato Grosso para receber uma indenização da União pela desapropriação de terras 
do estado, para demarcação de terras indígenas que integram o Parque Nacional do Xingu e as 
reservas Nambikwára e Parecis.
Havia, entre indígenas e ONGs, a expectativa de que, no julgamento desta quarta-feira, os mi-
nistros também discutissem a adoção do critério conhecido como “marco temporal” para a 
demarcação de terras indígenas.
(G1 – goo.gl/XXGw5L. Acesso em: 23 set.2017. Adaptado.)
O marco temporal é:
a) um decreto criado no final da década de 1990 para delimitar terras dos quilombolas e, ape-
nas em 2003, passou a ser utilizado também para delimitação das terras indígenas.
b) uma argumentação proposta pela Advocacia Geral da União (AGU), com o objetivo de redu-
zir terras indígenas e quilombolas em áreas de preservação ambiental.
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c) uma tese que estabelece que só teriam direito de reivindicar as terras os povos que as esti-
vessem ocupando até a data da promulgação da atual Constituição.
d) um decreto que estabelece que cada estado da federação deve ter a competência para de-
marcar terras historicamente ocupadas por indígenas ou quilombolas.
e) uma resolução do STF que determina que a demarcação de terras somente poderá ser rea-
lizada após determinação do tempo de ocupação pelos indígenas ou quilombolas.
Como vimos, a tese do marco temporal estabelece que as populações indígenas só pode-
riam reivindicar terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outu-
bro de 1988.
Letra c.
4. Construção dAs usinAs do bAixo MAdeirA.
4.1. HidrelétriCA de JirAu
A Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau é a sétima maior geradora de energia elétrica do Brasil em 
capacidade instalada, depois de Itaipu Binacional, Belo Monte, Tapajós, Tucuruí, Santo Antônio 
e Ilha Solteira. Fica localizada no Rio Madeira, a 120 km da capital Porto Velho (RO), em um 
local chamado Ilha do Padre.
Tem um reservatório com uma área de 361,6 km² quando está com seu volume máximo. 
Tem capacidade instalada de 3.750 MW, (sendo 2.184 MW assegurados) e faz parte do Com-
plexo do Rio Madeira.
Sua construção esteve a cargo do consórcio “ESBR – Energia Sustentável do Brasil”, forma-
do pelas empresas Suez Energy (GDF Suez, atual Engie) (50,1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) 
e Camargo Corrêa (9,9%).
A usina, juntamente com a de Santo Antônio, foi inaugurada no fim de 2016, foram conside-
radas fundamentais para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de meados de 2013 
e estiveram entre as obras mais importantes do Governo Federal.
A hidrelétrica entrou em operação comercial em setembro de 2013, após instalação de 
suas 50 turbinas. A Chesf e a Eletrosul permaneceram com 20% de participação no capital so-
cial da ESBR. Já a participação da Engie (GDF Suez) foi ampliada para 60% com a compra da 
fatia da Camargo Corrêa em 2012, sendo reduzida para 40% em decorrência da venda de 20% 
de ações para a Mizha Participações (subsidiária da empresa japonesa Mitsui).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi o maior financiador 
da obra, combinando financiamento direto com repasses através de outras instituições financei-
ras – Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú Unibanco.
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O leilão de concessão para construção da usina foi realizado em 19 de maio de 2008. O 
preço inicial foi de 91 reais por megawatt hora (MWh), sendo que o grupo vencedor, o consór-
cio Energia Sustentável do Brasil, ofereceu o preço de 71,40 reais por MWh, um deságio de 
21,5%. As previsões eram de que o deságio fosse de apenas 10%.8
O grupo vencedor informou após o leilão que pretendia antecipar o início das operações de 
janeiro de 2013 para março de 2012, sendo que a previsão é de que a obra custe 8,7 bilhões 
de reais, dos quais 2,5 bilhões de dólares foram recursos dos participantes do consórcio e o 
restante seria obtido via financiamento com o BNDES. 
O BNDES aprovou, em fevereiro de 2009, um novo financiamento de 7,2 bilhões de reais 
para o projeto, totalizando 19 bilhões de reais investidos, o que representa o maior

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