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PERSISTÊNCIA DO QUARTO ARCO AÓRTICO DIREITO - RELATO DE CASO EM FELINO. PERSISTENT RIGHT FOURTH AORTIC ARCH - CASE REPORT IN FELINE. Soares, L.M, Sakate, M., Rahal, S.C., Giordano, T., Santos, C.E.M. Departamento de Clínica Veterinária e Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), UNESP, Campus de Botucatu, SP. A persistência do quarto arco aórtico direito (PAAD) é observada em 95 % de todas as anomalias de anel vascular em pequenos animais. O esôfago torna-se circundado pelo ligamento arterioso na esquerda, pela base cardíaca, pela artéria pulmonar ventralmente e pelo arco aórtico na direita. Em felinos, as raças mais acometidas são a Siamesa e a Persa. Visto a pouca incidência da afecção em gatos comparativamente aos cães, o presente relato tem por objetivo descrever a evolução de um caso de PAAD na primeira espécie. Um felino, sem raça definida, 3 meses de idade, 1,3 kg, foi trazido ao Hospital Veterinário da FMVZ – UNESP, Campus de Botucatu, em virtude de regurgitação iniciada após desmame, caquexia e dispnéia esporádica. O hemograma demonstrou leucocitose de 20.000/ µL por neutrofilia e anemia normocítica- normocrômica. Pelo exame radiográfico simples, constatou-se broncopneumonia e no esofagograma, visibilizou-se megaesôfago com acúmulo de contraste radiopaco em saculação cranial à base do coração. Como tratamento clínico, foram realizados ceftriaxona, aminofilina, bromexina, metoclopramida, ranitidina, inalação e dieta líquida. No dia do procedimento cirúrgico, foi feita vídeo-esofagoscopia, na qual foi visualizada esofagite moderada e aumento da luz do esôfago cervical e torácico, que finalizava em uma estenose esofágica na forma de uma prega anelar na altura da base do coração. Após toracotomia intercostal, o ligamento arterioso foi divulsionado, seccionado e suas extremidades ligadas. Com 119 dias após a cirurgia, foi realizada nova vídeo- esofagoscopia e o esôfago torácico cranial apresentava diâmetro mais próximo ao normal, embora ainda dilatado. O animal demonstrou boa condição física geral e peso corpóreo de 3,7 kg, porém, segundo o proprietário, apresentava regurgitação quando ingeria alimento sólido. A PAAD é uma afecção rara em felinos, havendo poucos relatos em animais sem raça definida. Embora o esofagograma tenha confirmado a hipótese clínica no caso em questão, a endoscopia foi de grande utilidade para avaliar o grau de esofagite. O tratamento suporte foi de fundamental importância, visto a gravidade do quadro clínico. Mesmo com a secção do ligamento e liberação da área de fibrose, ainda havia um grau de estenose e persistência de megaesôfago visualizados pelos exames endoscópicos. No entanto, os procedimentos utilizados foram adequados para a sobrevivência e melhora de qualidade de vida do animal.
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