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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) Introdução Definição: O refluxo gastroesofágico é fisiológico, contudo quando há causa disfunção na vida do paciente diz que há uma Doença do refluxo. Nesta patologia há uma perda do mecanismo antirrefluxo, ou seja, o esfíncter esofagiano inferior está relaxado por hipotonia ou por um relaxamento espontâneo. Quadro Clínico O quadro clínico é dividido em quadro típico e quadro atípico, de modo que: - Sintomas Típicos/esofágicos: Pirose ou queimação retroesternal; Regurgitação; - Sintomas atípicos/respiratórios/extraesofágicos: são sintomas que não ocorrem por inflamação direta da mucosa esofágica, de modo que encontraremos: Tosse e Rouquidão; Broncoespasmos e Pneumonia de repetição. Diagnóstico O diagnóstico da DRGE é realizado através de: - Quadro Clínico; - Prova terapêutica: neste caso prescreve-se o tratamento padrão do DRGE, caso tenha dado certo dizemos que há o diagnóstico. Essa prova terapêutica é feita por 2 semanas. -pHmetria de 24 horas: É feita quando não se consegue realizar o diagnóstico pela prova terapêutica Padrão-ouro. OBS: Impedanciometria: é um novo exame no mercado que se consegue diagnosticar os refluxos ácidos, como os não ácidos. - Endoscopia digestiva alta (EDA): é feita quando há sinais de alarme ou complicações, sendo estes: Dispepsia + anemia; Perda de peso; Icterícia; Odinofagia; Disfagia; Idade > 45 anos. Tratamento O tratamento da DRGE se dá por meio de: - Medidas antirrefluxo ou comportamentais: Dieta controlada; Elevar a cabeceira; Perder peso; Não comer 2-3 horas antes de deitar. - Tratamento medicamentoso: é feito através de: Inibidores de bomba de prótons (IBP): realizado 1x/dia de manhã, 30 minutos antes do café da manhã, por 8 semanas Tratamento definitivo. Se fez a prova terapêutica por 2 semanas e diagnosticou a DRGE devemos realizar o tratamento definitivo por 6 semanas; Se fez a prova terapêutica por 2 semanas e não melhorou, deve-se dobrar a dose na 2ª semana: 2 comprimidos pela manhã ou 1 de manhã e 1 à noite. Se não melhorou na 2ª semana, diz-se que o paciente é refratário. - Tratamento cirúrgico: é feito em pacientes refratários, ou seja, aquele paciente que fez a prova terapêutica dobrada por 2 semanas e não melhorou. Outras indicações são: pacientes com sintomas recorrentes (responde ao IBP, mas quando retira ele piora) ou pacientes com complicações (estenose e úlcera). Recorrente: Sintomas leves: usar IBP por livre demanda; Sintomas moderados/grave: cirurgia. OBS: ESÔFAGO DE BARRET NÃO É INDICAÇÃO CIRURGICA, mas é uma complicação da DRGE. É uma metaplasia intestinal, que ocorre com transformação do epitélio escamoso para cilíndrico. O paciente geralmente é assintomático. O diagnóstico é feito através de EDA, onde iremos ver um aspecto vermelho salmão e o diagnóstico definitivo é feito através da biópsia. O tratamento desta condição depende do quadro da metaplasia. OBS1: Exames pré-operatórios: neste caso devemos solicitar 2 exames: Phmetria de 24 horas (para confirmação diagnóstica) e esofagomanometria (para escolher a melhor técnica cirúrgica). Existem 2 técnicas disponíveis, sendo elas: - Fundoplicatura: pode ser feita de maneira: Total: faz quando a Manometria está normal Fundoplicatura de Nissen (válvula de 360º); Parcial: feita quando há uma dismotilidade, ou seja, Manometria alterada. Pode ser feita de maneira anterior ou posterior: Anterior: técnica de Dor e Thal; Posterior: técnica de Lind e Toupet (DICA- Quer ficar lindão? Joga o Topete para trás).