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Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 ARBITRAGEM GABRIEL LEAL SEIJO 2021.2 – T6C JÉSSICA BRITO Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 01 – 02/08/2021 – APRESENTAÇÃO DO CURSO E NOÇÕES BÁSICAS SOBRE ARBITRAGEM Meios de resolução de conflito Autocompositivos: há um acordo entre as partes, ou seja, elas resolvem entre si. Heterocompositivos: A solução é dada por um terceiro. Ex. Arbritragem. As partes elegem quem irá resolver o conflito. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 02 – 09/08/2021 – SOBRE A ARBITRAGEM PROVA I 27.09 | PROVA II 04.12 “Meio alternativo de solução de controvérsias através da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus poderem de uma convenção privada, decidindo com base nela, sem intervenção estatal, sendo a decisão destinada a assumir a mesma eficácia da sentença judicial” (Carmona) É um meio hetero compositivo de resolução de conflitos, ou seja, a decisão é proferida por um terceiro. A arbitragem nasce com o contrato, que é a Convenção Arbitral, e se desenvolve como um processo normal. • Elementos da Definição Núcleo Ontológico – Meio de Resolução de Conflitos Origem: Negócio Jurídico Bilateral Mecanismo: Escolha de terceiro para resolver a disputa, investidura do terceiro em poderes jurisdicionais, desvinculação da jurisdição estatal. Efeitos: natureza vinculante da decisão (coisa julgada), subtração da resolução do mérito da disputa pelo judiciário. 1. VANTAGENS DA ARBITRAGEM Celeridade: um litígio resolvido por Arbitragem demora muito menos tempo para ser resolvido. Na Arbitragem os processos têm mais profundidade, pois o juiz tem poucos processos e pode analisar de forma pormenorizada. Julgamento Especializado: as partes escolhem pessoas de confiança, que possuem conhecimento específico sobre a matéria. Segurança Jurídica: O árbitro costuma interferir menos e aplicar muito mais o que está pactuado. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Flexibilidade do Procedimento: A Lei não determina o procedimento, pois há uma liberdade muito grande de adaptar o rito processual às necessidades do processo arbitral. Custo – benefício: o custo pode até ser maior, mas o tempo que economiza, o dispêndio de ações, que é menor, acaba compensando. Autonomia (arbitragem internacional): 2. DESVANTAGENS DA ARBITRAGEM “Not everything in the Garden is lovely” (Blackaby e Partasides) Custos? Na Arbitragem não existe justiça gratuita. Não é usual o recurso, isto é não há revisão dos árbitros pelo judiciário. Dificuldade de agregar terceiros a arbitragem: a cláusula de arbitragem só obriga as partes, dessa forma, um terceiro que não está na convenção de arbitragem não pode ser parte. Na justiça comum, a lei atinge a todos. Dificuldade de consolidar arbitragens distintas: não é possível reunir processos para julgamentos conjuntos. Dificuldade de indicar árbitros em arbitragens multipartes: AS TUTELAS PODEM SER 1. DE CONHECIMENTO 1.1 DECLARATÓRIA por meio delas, o juiz toma conhecimento dos fatos, avalia as provas, aplica o direito e profere decisão, que pode ser meramente declaratória, isto é, declara um fato que tem repercussão jurídica. Ex. Declaro que a parte não pagou o valor devido, tornando certo o que aconteceu. 1.2 TUTELA CONSTITUTIVA: O juiz cria uma relação jurídica ou extingue uma relação jurídica. Ex. Ação de divórcio. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 1.3 TUTELA CONDENATÓRIA: o juiz declara que alguém tem um direito, e impõe a outra parte que satisfaça o interesse do requerente. 2. TUTELA CAUTELAR: protege o resultado do processo 3. EXECUTIVA: Se destina a satisfação efetiva do direito. Ex. Uma decisão judicial condena alguém a pagar certa quantia. O arbitro pode conceder tutelas de conhecimento e tutelas cautelares. Porém, o monopólio da violência ainda é do ESTADO, ou seja, O JUDICIÁRIO. ARBITRAGEM DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. Arbitragem de Direito Internacional Público ad hoc Corte Permanente de Arbitragem (Haia) 2. Arbitragem de Investimento: determina uma espécie de cláusula que se um dos países adotar uma medida que prejudique o investidor, o litígio será resolvido por arbitragem, e não pela via judicial de nenhum dos países litigantes. Convenção de Washington de 1965: havendo uma medida prejudicial do Estado em desfavor do investidor, será resolvido por arbitragem. Doutrina Calvo: O Brasil adota essa doutrina em que, em disputa com estrangeiros deve ser adotada resolução de disputas por meio do judiciário nacional. Por isso o Brasil não faz parte da Convenção de Washington. 3. Arbitragem Comercial: objeto do estudo Nomenclatura: comercial, empresarial ou residual: se aplica a qualquer disputa sobre direitos patrimoniais disponíveis, que possam ser objeto de negociação. É todo o restante. Arbitragem comercial doméstica e internacional: HISTÓRICO DA ARBITRAGEM COMERCIAL (UNIVERSAL) 1. Dificuldade do estudo Private dispute resolution has Always been resutely private” (Lord Mustill) Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 2. Arbitragem na Idade Antiga Referência em textos literários e religiosos. Ex. Ilíada, de Homero, Homero narra que houve uma disputa de beleza entre as deusas, e escolheram um pastor para solucionar a disputa. Evidências na Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma Grécia: Autonomia privada e exclusão de cortes estatais Roma: compromissum e arbiter. 3. ARBITRAGEM A PARTIR DA IDADE MÉDIA Expansão comercial e lex mercatória. Com a lex mercatória, surge a necessidade de se resolver conflitos. Por isso se dá ao nome de arbitragem comercial. Daí, surgem instituições não estatais de resolução de disputas em setores da economia, comércio geral e setores da comunidade, na figura de corporações de ofício, tribunais das corporações de ofício marítimo e comunitárias. 4. Arbitragem comercial a partir do Séc XX Desenvolvimento do internacionalismo Fundação da CCI – Câmara de Comércio Internacional (1919): que passa a organizar o processo arbitral. Leva ao aperfeiçoamento normativo da arbitragem comercial internacional. Protocolo de Genebra de 1923, Convenção de Genebra de 1927, Convenção de Ny, de 1958, Convenção do Panamá, em 1975. Regulamento da Arbitragem da Uncitral ad hoc (1976-2010) Lei modelo da Uncitral sobre Arb. Comercial Intrrnacional (1985-2006) O institucionalismo foi um vetor para consolidação e aperfeiçoamento da CCI, inspirando instituições a surgirem e garantirem segurança jurídica ao processo. Além disso, o aperfeiçoamento da legislação nacional também ajudou nesse processo. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA DE ANTEPOSIÇÃO 14/08 (Sábado) – HISTÓRIA DA ARBITRAGEM Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 16/08 – ARBITRAGEM INSTITUCIONAL E ARBITRAGEM AD HOC 5. Reforma da Lei de Arbitragem (Lei n. 13.129/2015) Reforma Pontual Arbitragem envolvendo a Administração Pública Sentença Parcial (proferimento de sentenças já amadurecidas) Disciplina da tutela de urgência Arbitragem no CPC/2015 Preservação da LA (art. 3º, §1 e 42) Preservação da CNY e outros tratados (art. 960, §3º) Segredo de Justiça em processos legislativos a arbitragem (art. 189, IV) se tiver cláusula de confidencialidade. Criação da Carta arbitral (art. 237, IV, 260, §3º, e 267): instrumento de comunicação entre árbitros e tribunais. O árbitro tem que pedir auxílio ao judiciário para intimar alguém ao processo arbitral. Convenção de arbitragem em preliminar (art. 337, X) Impossibilidade de conhecimento de ofícioRenúncia à arbitragem em caso de silêncio OBS: o direito de ação é abstrato e autônomo, mas isso não significa que o sujeito obterá a tutela como quiser. A decisão do juiz pode analisar o mérito (aquilo que é pedido), na extinção com resolução do mérito o juiz julga os pedidos procedentes, sem a resolução, existe um problema processual, e por causa desse problema, o juiz sequer analisa os pedidos. Ex. não pagou as custas. Ele extingue sem resolução do mérito. Sentença arbitral como título executivo judicial Poderes especiais para firmar compromisso (art. 661, §2) Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 CONVENÇÃO DE NOVA YORK Reconhecimento de sentenças arbitrais estrangeiras. ESPÉCIES DE ARBITRAGEM 1. Espécies de Arbitragem Geral Arbitragem de direito internacional público Arbitragem de investimento (pouco utilizado no Brasil) Arbitragem residual (comercial) 2. Espécies de arbitragem comercial 2.1 Arbitragem Institucional e Arbitragem ad hoc: a diferença é a presença ou não de uma instituição ou câmara de arbitragem. Ex. CAMARB. Porém as partes também podem contratar que a arbitragem vai ser desenvolvida pelos próprios árbitros (ad hoc). A presença da câmara é a regra, pois facilita o desenvolvimento do processo. 2.2 Arbitragem Institucional: Administração do processo arbitral Funções da instituição arbitral x funções do árbitro A instituição arbitral disponibiliza o regulamento, auxilia a constituição do processo arbitral, mas ela não julga, o processo é julgado e comandado pelo árbitro, portanto, revestido de jurisdição. Exigência de previsão expressa (art 5º) Procedimento Utilização do regulamento da instituição arbitral (art. 5º): o procedimento precisa ser realizado conforme a câmara da arbitral escolhida. O regulamento pode ser modificado pelas partes, e pelos árbitros com anuência das partes. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Indicação do árbitro Indicação pelas partes: Indicação pela instituição arbitral (caso uma das partes não indique). Indicação por terceiro: as partes podem delegar alguém para escolher o árbitro, desde que este aceite escolhê-lo. Indicação pelo Judiciário (art. 7º) Custos: determinados pela própria instituição arbitral Vantagens e Desvantagens Previsibilidade e segurança, haja vista o aparato para gestão do procedimento, já que tem as custas e honorários definidos. Regulamento previamente estabelecido Auxílio na nomeação de árbitro Equipe especializada Menos flexibilidade Custos mais elevados, pois além dos árbitros precisa remunerar a câmara. Natureza Jurídica da Instituição Arbitral: A Câmara arbitral é sempre uma Pessoa Jurídica de Direito Privado, e sem vinculação nenhuma ao poder judiciário. É um particular. Em Goiás, foi feito um convenio entre o judiciário e uma empresa do setor imobiliário, para que todo conflito nesse caráter fosse resolvido por arbitragem, isso é ilegal, pois o judiciário não pode terceirizar suas atividades. Essa questão foi levada ao CNJ, que decidiu o seguinte: esse Decreto é inconstitucional, o simples fato de criar uma câmara arbitral com vinculação entre o judiciário já é inconstitucional, já que a arbitragem é um meio privado e extrajudicial, ou seja, é o revesso da moeda do judiciário. Inexistência de autorização do estado ou entidade de fiscalização. Ex. Conselho de Engenharia: Elas não precisam de autorização do estado para Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 funcionar, e não existe nenhuma autarquia fiscalizatória, pois é livre a constituição de câmaras arbitrais. São fiscalizadas normal mente pelo Poder Público como qualquer entidade privada, não significa que por não tem uma autarquia específica, não tem fiscalização. Ex. Instituição arbitral no rj que celebrou contrato com uma empresa que mandava um ônibus para os empregados para processarem seus empregadores. Outra coisa, uso de símbolos oficiais, não pode. Algumas câmaras desconhecidas usam os brasões oficiais de juizados, de tribunais etc. Isso é ilegal. Pedido de providências do Conselho Federal da OAB: O CNJ decidiu que as câmaras não integram o poder judiciário, portanto, não podem se valer de símbolos oficiais. Fiscalização pela sociedade civil Existem entidades privadas que se dedicam à verificação dessas Câmaras: Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem do CBAr (CONIMA) só admite a vinculação de câmaras que integrem seu quadro, câmaras com práticas reiteradas pelo próprio conima. Principais Instituições Setoriais: se limitam ao exame de disputas com certas matérias de fundo ou com assuntos determinados. Ex. Câmara de Londres: Arbitragem de Comodities. Ex: CAS:Corte de Arbitragem do Esporte / Câmara de Arbitragem do Mercado – B3 / Camagro: Câmara de Arbitragem do Agronegócio Gerais: administram qualquer arbitragem. Ex: Corte Nacional da Câmara de Comércio Internacional (CCI) / London Court Internacional Abitration (LCIA – Londres) / ACB – Salvador / CAMARB. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 3. Arbitragem ad hoc Administração do Processo Arbitral: aqui, não tem câmara, o árbitro é que decide tudo, pois não há estrutura de câmara. Procedimento: Não tem procedimento determinado, é preciso que as partes adotem alguma medida para que se desenrole o processo, e não deixar tudo na mão dos árbitros. Na convenção de arbitragem as partes determinam o procedimento (Art. 26) Estabelecimento pelo árbitro (art. 26, §1) Utilização do Regulamento de Arbitragem da Uncitral: pode ser usada, pois na arbitragem ad hoc não tem procedimento certo, daí a Uncitral criou uma espécie de procedimento para esse tipo de arbitragem, Indicação do árbitro: Pelas partes Por terceiro Aqui, a câmara não tem como indicar, daí o Poder Judiciário indica, mas não é um procedimento fácil. (Art. 7º). Custos: as partes negociam com árbitro os honorários dele. Isso pode ser uma vantagem ou desvantagem. Desvantagens: imprevisibilidade e insegurança, possíveis dificuldades em nomear árbitro, em estabelecer um procedimento, em administrar o processo arbitral, exigência de maior colaboração ARBITRAGEM DOMÉSTICA E ARBITRAGEM INTERNACIONAL 1. Modelos de Política legislativa: existem 03 modelos: Dualista: prevê normas diferentes para cada. Se for nacional, usa o CPC Francês. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Monista: não tem distinção. Previsão de regime único para os 2 tipos de arbitragens. Brasil usa esse modelo. Monista internacionalizante: faz algumas poucas diferenças entre elas. Há uma distinção legislativa entre elas. Há previsão de regime único com poucas regras especiais, mudando uma coisa ou outra, não chegando a ser um regime específico. 2. Modelo Monista no Brasil: Indistinção entre arbitragem internacional e doméstica. Único ponto de diferença: Art. 2º da Lei de Arbitragem. Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes. § 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. § 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. Sentença Estrangeira x Arbitragem Internacional Ex. O que diz se arbitragem é estrangeira ou brasileira é sua sede. Se for na França, com partes, lei, brasileiros, a sentença é francesa. Para ser executada no Brasil precisa de homologação do STJ. Porém se for realizada aqui, com lei, partes, procedimento francês, A SENTENÇA É BRASILEIRA, NÃO PRECISA DO STJ PARA EXECUTAR. 3. Arbitragem de Direito e Arbitragem de Equidade Faculdade Baiana deDireito @jessica.brito 2021.2 AULA 23/08 – NATUREZA JURÍDICA DA ARBITRAGEM 1. Importância da natureza jurídica 2. Teorias da natureza jurídica da arbitragem (não aplicada atualmente) 2.1 Teoria Contratual: a arbitragem nasce como um contrato, portanto, negócio jurídico bilateral. Importância da autonomia privada na arbitragem Origem negocial da arbitragem (arts. 3,8 e 9) Escolha de normas aplicáveis Flexibilidade do procedimento 3. Teoria Jurisdicional (conceito afeto á contemporaneidade) Atividade de pacificação da sociedade mediante a resolução de conflitos, exercida ou não por juiz estatal. Monopólio estatal como dado histórico, e não como elemento do conceito de jurisdição. Essa teoria devolve a resolução de questões aos particulares. E meio que retira essa ideia de que somente o Estado resolve tudo. A lei 9.307 reforça essas características da Arbitragem - O árbitro é um juiz de fato e de direito (Art. 18) Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. - Equiparação da sentença arbitral à judicial (Art. 31) Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. - Constituição de título executivo judicial (art. 31) 4. Teoria Mista Comentado [JTSDB1]: Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Mescla de Aspectos contratuais e jurisdicionais 2. PRINCÍPIOS DA ARBITRAGEM Natureza Jurídica e princípios Princípios do direito privado - Autonomia Privada - Boa – fé - Força Obrigatória da Convenção Arbitral Relatividade dos efeitos da convenção arbitral: a convenção só faz lei entre as partes. Não possui efeitos erga omnes. Intangibilidade do conteúdo da convenção arbitral: celebrado o contrato, uma das partes não pode modificar ou extinguir esse contrato sem o consentimento da outra, não pode haver modificação unilateral da convenção. 3. PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL - Princípios Processuais Constitucionais Devido Processo Legal (CF, art. 5º, LIV) é uma garantia constitucional de que o processo ocorrerá de forma democrática e livre, integrando a ampla defesa (art. 5º LV) e o contraditório (art. 5º, LV, LA, art. 21, §2º) Fundamentação: as decisões dos árbitros precisam ser fundamentadas. Celeridade Igualdade das Partes (Art. 21, §2) Caso Paranapanema (TJSP) Imparcialidade Livre convencimento do árbitro (art. 21, §2) já que não há um procedimento determinado para arguição das partes Competência – Competência (arts. 20, §2 e 32, II) Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 30/08 - INTRODUÇÃO À CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 1. Definição (art.3º): É um negócio jurídico mediante o qual as partes decidem submeter – se à via de arbitragem. 2. Natureza Jurídica Negócio Jurídico – Contrato Plurilateral. Cláusula Compromissória é um negócio Jurídico bilateral, portanto, contrato. Compromisso Arbitral: se refere ao litígio já consolidado. Ex. A e B são vizinhos em uma fazenda. Surge a dúvida sobre a demarcação das fazendas. Para evitar o judiciário, convencionam resolver por arbitragem. 3. Espécies: Cláusula compromissória: Se algum dia as partes vierem a brigarem. Resolverá por arbitragem. É celebrada antes do surgimento do litígio. Compromisso Arbitral: firmado após o surgimento da disputa. 4. EFEITOS DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM Efeito Positivo (Art. 7º): Tutela Específica: específico para o que foi contratado. Efeito Negativo: Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Extinção do processo judicial sem resolução do mérito (CPC, 2015, art. 485,VII). Quando o juiz pega o processo e vê que tem uma cláusula compromissória, extingue sem resolução do mérito. 5. AUTONOMIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA Autonomia vs. Acessoriedade Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 INTRODUÇÃO À CONVENÇÃO ARBITRAL 'A convenção arbitral deverá expressar a vontade inequívoca das partes de submeter a solução de todas as questões litigiosas ou de algumas destas questões, surgidas ou que possam surgir de relações jurídicas determinadas, sejam ou não contratuais, à decisão de um ou mais árbitros, assim como expressar a obrigação de cumprir tal decisão." Em síntese apertada, a convenção de arbitragem tem um duplo caráter: como acordo de vontades, vincula as partes no que se refere a litígios atuais ou futuros, obrigando-as reciprocamente à submissão ao juízo arbitral; como pacto processual, seus objetivos são os de derrogar a jurisdição estatal, submetendo as partes à jurisdição dos árbitros. Portanto, basta a convenção de arbitragem (cláusula ou compromisso) para afastar a competência do juiz togado, sendo irrelevante estar ou não instaurado o juízo arbitral (art. 1 9). CARMONA, 2009, p. 99 Prevista no Art. 3º da Lei de Arbitragem 9.307/96: Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. A Convenção de Arbitragem é o ajuste realizado pelas partes que acordam em submeter a solução de um conflito que envolve direito disponível ao juízo arbitral. Espécies: Cláusula Compromissória: é definida previamente, antes do surgimento do litígio, numa cláusula contratual que fica estipulado que na hipótese de eventual litígio que possa surgir, esse procedimento será solucionado mediante o procedimento da Arbitragem. Compromisso Arbitral: é o contrário. Aqui, é definida no momento do surgimento do litígio. Requisitos: Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Requisito Subjetivo: capacidade das partes Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Requisito Objetivo: patrimonialidade e disponibilidade do direito, ou seja, direitos patrimoniais disponíveis. A convenção é baseada na autonomia de vontade das partes, que podem convencionar sobre quaisquer regras, procedimentos relacionados à Arbitragem. E podem, inclusive, convencionar que parte do litígio será resolvida por arbitragem, e parte pelo judiciário estatal. O procedimento na arbitragem é regulado pelo princípio da autonomia da vontade das partes. Qual papel da convenção de arbitragem? Estabelecer um compromisso entre as partes, obrigando – as a submeter o juízo arbitral eventuais litígios atuais ou futuros. Além disso, as partes estão renunciando a judicialização os litígios. A convenção é um pressuposto processual negativo: no momento em que está firmado compromisso entre as partes de adotar a arbitragem, elas estão automaticamente abrindo mão da via judicial, portanto, se judicializado, e se percebendo a cláusula compromissória, haverá extinção sem resolução de mérito. A cláusula compromissória não poderá ser conhecida de ofício pelo juiz. Isso precisará ser demonstrado no processo. EXTENSÃO SUBJETIVA DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM Em sede de comércio internacional é comum que uma das empresas de determinado grupo econômico celebre um contrato (que contenha cláusula compromissória, por exemplo), embora diversas sociedades componentes do grupo tenham participado ativamente da relação jurídica. Seria tal atuação suficiente para arrastar tais empresas a eventual juízo arbitral decorrente do contrato que não firmaram? (CARMONA,2009, p. 102) A CCI (Câmara de Comércio Internacional) acredita que sim. Se uma das empresas teve atuação relevante na formação do contrato, poderia responder solidariamente. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 No Brasil, entretanto,é preciso demonstrar a vontade das partes em celebrar a arbitragem, afastando a jurisdição, portanto, se uma das sociedades não tiver firmado compromisso arbitral, não é possível incluir na arbitragem, pois o árbitro não pode resolver litígios de quem não lhes deu jurisdição. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA (Em caso de litígio, será resolvido por arbitragem) Base legal: Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. § 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. § 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. Natureza: Jurídica: Cláusula Híbrida, ou seja, representa uma promessa para que no futuro, em eventual litígio as partes irão resolver por meio da adoção do procedimento arbitral, afastando o julgamento pelo poder Judiciário. Obrigação Forçada: na expressa convenção entre as partes acerca do procedimento arbitral, quando elas firmam compromisso estabelecendo que em eventual litígio, este, se procederá por via arbitral, se houver recusa de uma das partes. Na hora de firmar o acordo, fizeram, e quando surge o litígio, uma das partes se opõe a arbitragem, essa questão vai ser discutida por via judicial. Exigência Específica: o que aceitou a cláusula deverá propor ação judicial, indicando qual litígio está sendo encaminhado para a Arbitragem. Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra Comentado [JTSDB2]: Psor, quando uma das partes aceita a cláusula em um primeiro momento, e quando surge o litígio ela se recusa a cumprir. Aquele que cumpriu sua parte no contrato tem que mover uma ação judicial ? Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. As partes poderão indicar o tribunal arbitral ou entidade especializada. ARBITRAGEM INSTITUCIONAL CBMA / CAMARB / CCBC / AAA (American Arbitration Association). As partes poderão estabelecer a Arbitragem ad hoc para resolver assuntos específicos do contrato. Arbitragem ad hoc: as partes poderão institutuí -la na cláusula compromissória ou em documento diverso, devendo o procedimento ser fixado pelas partes, ou na ausência de consenso, será determinado pelo árbitro. Precisa estar claro na cláusula compromissória. Requisito Formal: deve estar expressamente na forma escrita no contrato ou avulso que faça referência ao contrato entabulado pelas partes. Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. § 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. Contratos de adesão: o aderente precisa ter se manifestado para instituir a cláusula de compromisso entre as partes ou concordar expressamente com a sua instituição. ESPÉCIES D CLÁUSULAS COMPROMISSÓRIAS Clausula Compromissória Cheia: aquela que preenche todos os elementos necessários para instituir a arbitragem (indicação do árbitro, instituição e das regras de procedimento). Cláusula Compromissória Vazia: quando não estão presentes todos os elementos necessários para instituir arbitragem. Ex. Quando não foi escolhido o árbitro. (Pode ser resolvido pelo judiciário). Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Cláusula compromissória patológica: padece de um defeito que dificulta ou impede sua aplicação. Ex. As partes previram Câmara de Arbitragem de Paris, mas não existe, anula a cláusula? Não! Deve – se sanear o problema estabelecendo que quando as partes falam Câmara de Arbitragem de País, ela está se referindo a qualquer uma de Paris. Ex. Indicação de Câmara Arbitral Extinta, nomeia outra parecida. Mas se o elemento for essencial a existência da cláusula, extingue a cláusula. Ex. Escolha de um árbitro torcedor do vitória com 2 estrelas no peito, ISSO É IMPOSSÍVEL. KKK Extingue. A cláusula compromissória é autônoma: não possui qualquer vinculação ao objeto do contrato. Qualquer vício contratual não contamina a cláusula. Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. A cláusula compromissória é escalonada: define as etapas procedimentais a serem seguidas. Ex. Em caso de determinado conflito, primeiro usar a mediação, depois a conciliação, e só se não tiver jeito, instaurar o juízo arbitral. SOBRE A CLÁUSULA: É preciso reconhecer, de qualquer modo, que a cláusula compromissória não pode mais ser qualificada como mero pré-contrato, na medida em que ela não consubstancia mais uma promessa de celebrar compromisso, mas sim uma promessa de instituir juízo arbitral. E o compromisso também tem esta característica - qual seja, promessa de instituir juízo arbitral - pois somente com a aceitação do árbitro é que se tem por instaurada a instância arbitral. COMPROMISSO ARBITRAL (acordo entre as partes no momento em que surge o conflito). Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 HIPÓTESES: Cláusula compromissória indeterminada (vazia): se não tiver estipulado o procedimento arbitral. Ausência de Cláusula Compromissória no contrato: MODALIDADES: Judicial: quando celebrado perante autoridade judicial no curso de um processo, em que será tomado a termo esse compromisso. Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. § 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. Extrajudicial: fora de qualquer relação processual. Admite duas espécies: Art. 9º, § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. Por instrumento público Instrumento Particular: é necessária a assinatura de 2 testemunhas. REQUISITOS FORMAIS PARA O COMPROMISSO ARBITRAL: (Obrigatórios) Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; III - a matéria que será objeto da arbitragem; e Comentado [JTSDB3]: Como assim ? Comentado [JTSDB4]: Como assim instrumento público? Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. (Facultativos) Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim for convencionado pelas partes; III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveisà arbitragem, quando assim convencionarem as partes; V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a arbitragem; e VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no compromisso arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença. EXTINÇÃO: Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 04/09 ELEMENTOS DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA 1. Elementos necessários: Sujeito, Objeto e Forma 2. Elementos Facultativos: sem eles, o negócio existe, pois basta os necessários. Esses elementos dão a feição que a gente deseja ao negócio jurídico. Ex. Designação da instituição arbitral (arbitragem institucional), estabelecimento das normas processuais (arbitragem ad hoc). Critério de Julgamento: Direito ou Equidade: se escolher de direito, precisa escolher qual direito aplicar, muito embora haja resistência em escolher a equidade. Método de indicação dos árbitros Escolha da sede: onde serão praticados os atos arbitrais. Além disso, a sede salvo convenção em contrário, costuma indicar a lei que será usada no processo arbitral. Idioma: quem será utilizado na arbitragem. Obs: pode ser usado um idioma diferente no mérito da disputa. Prazo: se o processo arbitral não for concluído em 06 meses, a parte pode notificar o árbitro sob pena de nulidade. Confidencialidade: a lei brasileira não estabelece. Se as partes não exigirem, salvo se as partes incluírem entidades da administração pública, que tem o dever de tornar públicas suas ações, as partes precisam informar que desejam a confidencialidade. Despesas da arbitragem e honorários dos árbitros: 50% para cada parte. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Honorários advocatícios (de sucumbência): a parte perdedora para uma porcentagem à parte vencedora pelo desempenho do advogado. Consolidação de processos arbitrais: é a juntada de processos parecidos para julgamento único. Foro 3. REQUISITOS DE VALIDADE 3.1 Sujeitos Capacidade (Art. 1º) Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Arbitrabilidade Subjetiva: Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 3.2 Objeto: deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Arbitrabilidade Objetiva: o objeto deve ser patrimônio disponível 3.3 Forma Escrita (LA, art. 4º, §1; CNY, art. 2º, II) Previsão no instrumento contratual Previsão em instrumento apartado Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Previsão em correspondências 4. Cláusula Compromissória em contrato de Adesão (Art. 4º, §2º): a lei exige uma formalidade adicional, é preciso que haja assinatura específica para aquele dispositivo arbitral. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 06/09 – DO COMPROMISSO ARBITRAL (hoje, tem menos uso) 1. Conceito: Art. 9º da LA: O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Ocorre quando o litígio é posterior, portanto, o objeto é determinado. Apesar de pouco utilizado, esse instituto ainda é usado. Além disso, o compromisso pode ser judicial ou extrajudicial. Ex Post, após o conflito posto. 2. Espécies Judicial (arts. 7º, §7, e 9, §1) na hipótese das partes, que já litigam em um processo, assinam um compromisso dizendo que a jurisdição estatal não vai resolver o litígio, extinguindo o processo judicial e dando início à arbitragem. Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. § 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral. Art. 9º, § 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. Extrajudicial (art. 9º, §2, LA) ocorre quando as partes firmam compromisso para solucionar questão já materializada e fora da justiça. Art. 9º § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 3. Forma Judicial: termo nos autos (art. 9º, §1) Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Art. 9º, § 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. O cartório faz um termo de serventia, que é assinado pelas partes e pelo juiz. Extrajudicial: Escritura pública ou instrumento particular. Art. 9º § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 4. Elementos Obrigatórios (Art. 10) Taxativa: Numerus Clausus Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; III - a matéria que será objeto da arbitragem; e IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. Facultativos (Art. 11) Numerus Apertus Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim for convencionado pelas partes; III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim convencionarem as partes; Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a arbitragem; e VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 5. Extinção Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral. II. Alcance da Convençãode Arbitragem Definir esse alcance é uma das fases da interpretação da norma. É preciso olhar para a lei para ter o equilíbrio na interpretação dos negócios jurídicos, que deverão ser interpretados de acordo com a boa-fé objetiva, que integram a lealdade a probidade, a honestidade etc. Além disso, faz – se necessário verificar como se comportam os usos e costumes ou a lei do mercado. Art. 112. CC/02 - “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem” 1. ALCANCE DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM Interpretação restritiva? Já que a Convenção de arbitragem implica uma renúncia de utilizar a jurisdição estatal. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Interpretação ampliativa? Já que abrange o maior número de pessoas e um método mais aberto de resolução de conflitos. Nem um e nem outro. É preciso olhar o que está na lei. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) III - corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. 1.1. Alcance Subjetivo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Existem situações no direito em que partes poderão ser vinculadas, mesmo que não tenham assinados. Ex. Sucessores inter vivos: substituição alguém que fazia parte de uma relação jurídica, e em seu lugar entra o sucessor. Pode ser inter vivos ou causa mortis. STJ – Sentença estrangeira: 894 – Sucessores causa mortis: quando quem aceitou a cláusula morre, os sucessores entram no lugar dele. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO A e B celebram contrato em favor de C. Se houver cláusula de arbitragem, c também está vinculado. Ex. João contrata um quadro com Caetano Dias para dar de presente a Maria. Se houver aceitação do terceiro, ele estará vinculado ao negócio jurídico. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO Um agente musical celebra com o proprietário de uma casa de show que um baixista famoso se apresentará lá. O contrato é entre o agente musical e o proprietário da casa de show. Se o baixista fizer o show, ótimo, se não fizer, ele não será obrigado, pois não foi parte do contrato. O agente indenizará a casa de show. ALCANCE SUBJETIVO DE GRUPOS ECONÔMICOS O fato de a sociedade A significa que a sociedade B, apenas por integrar o grupo não será alcançada pela convenção arbitral. O simples fato de fazer parte não significa que ela será afetada pela convenção. Existem situações que denotam que aquela parte, de alguma forma, aceitou a convenção. Consentimento Tácito. Casos no Exterior Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Caso Dow Chemical: Uma sociedade do grupo Dow Chemical celebrou contrato com uma sociedade do grupo Saint Gobain. Na prática, durante décadas o contrato foi cumprido tanto pela Dow Chemical, mas também por outras sociedades do grupo nos mesmos termos. Formalmente, somente 1 sociedade celebrou, mas, na prática, 2 sociedades da Dow Chemical cumpriram o contrato. Iniciou a arbitragem, pois a segunda sociedade aceitou tacitamente o contrato. NÃO É O SIMPLES FATO DE COMPOR, MAS DURANTE A EXECUÇÃO DO CONTRATO, TODOS ADOTARAM UMA CONDUTA COMO SE VINCULADAS FOSSE AO CONTRATO E À CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA, MEDIANTE ACEITAÇÃO TÁCITA. Casos no Brasil Caso Trelleborg: (já expliquei acima) Caso Continental: aqui, o STJ mudou a jurisprudência admitindo – se o consentimento tácito é possível na arbitragem, sendo que antigamente não era. Desconsideração da personalidade Jurídica (CC, Art. 50) Os efeitos de uma relação jurídica celebrada pela pessoa jurídica atingem o sócio. Se houver fraude, abuso ou confusão patrimonial demonstrados, induzem o alcance do sócio não signatário. 1.2. Alcance Objetivo Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 EXTENSÃO DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (AULA DO YOUTUBE) Introdução: Quando falamos do recurso voluntário a arbitragem como solução de controvérsias, sabemos que as partes se sujeitam aos seus efeitos, inclusive do afastamento do recurso à jurisdição. Requisitos: celebrada por escrito, manifestação inequívoca das partes. Par 1 do art. 4 da LA. O consentimento é um dos pilares da arbitragem, e via de regra, somente à elas está sujeita, e seus efeitos não se estendem a terceiros, devido o principio da relatividade dos efeitos dos contratos. Isso mudou. Os árbitros passaram a analisar se isso pode ser estendido á quem não lhes outorgou jurisdição. Se a parte, apesar de não signatária, deve receber a aplicação da Convenção. Com o tempo, há maior complexidade das instituições corporativas. E com isso, discussão acerca da inclusão de partes não signatárias à Convenção Arbitral. Consentimento Implícito tácito: uma análise casuística para verificar se as partes deram indícios de que sua real vontade era de se vincular à Convenção, seja por saber de existência, e ajudaram na negociação e no processo do contrato, ou, até mesmo na participação da sua execução, até o fim do contrato. Na verdade há uma referência à esse terceiro de toda forma. Teorias acerca da inclusão do terceiro 1. Essa terceira parte, de alguma maneira participe em partes da negociação, tenha recebido benefício do contrato, ou tenha sido responsável por alguma das partes de sua execução – Lex Mercatória. 2. Teoria da Desconsideração: abuso da forma societária, que envolve elementos fraudulentos, prejudicando a parte do contrato. Venire Contra Factum Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Próprio, não se pode admitir que uma parte se volte contra um fato gerado por ela mesma como um fato de afastar as consequências desse ato. 3. Caso Dom Chemical. Caso Trelleborg, julgado em 2006: A ANEEL e seu sócio diretor venderam parte da empresa PAV para a Treleborg do BR. Mas na verdade, quem negociou a venda foi a controladora da Trelleborg do BR, uma empresa estrangeira que fazia parte desse conglomerado, a Trelleborg Industry. Após o contrato de compra e venda, a holding da Trelleborg, adquiriu uma empresa concorrente, a VS Brasil, da PAV. Os vendedores (Trelleborg Industry) das cotas da PAV à Trelleborg entenderam que compra e venda da empresa concorrente, inviabilizaria os negócios da PAV. Entraram com pedido judicial de processo arbitral para dissolver a PAV,com apuração de perdas e danos e lucros cessantes. A ANEEL incluiu no polo passivo a controladora, que NÃO FIGURAVA COMO PARTE NO CONTRATO ORIGINAL DE COMPRA E VENDA DA PAV. O judiciário reconheceu, através do conhecimento implícito, o fato de que ela se envolveu tanto na relação jurídica que deu origem na disputa, quanto participou ativamente da negociação ativa no contrato. Disputa entre a Cooper Gás e Termo Pernambucana (: a princípio, a Cooper gás tinha com a termo pernambucana um contrato de compra e venda de gás natural. Esse contrato continha uma Cláusula compromissória. E a cooper gás tinha um contrato com a Petrobrás, por meio do qual a Petrobrás vendia gás a Cooper Gás, nesse contrato, não tinha cláusula. Porém, no contrato entre a Cooper e a Petro, a Termo figurou como interveniente, e no contrato entre a cooper e a termo, a Petro figurou como interveniente. Ainda que não sejam partes do contrato, reconhece – se que ambos conheciam o contrato e a convenção de arbitragem. Na prática houve uma mudança no processo de distribuição da Petrobrás, que ensejou ICMS sobre o objeto do contrato e o valor foi repassado para a cooper gás, que repassou para a termo pernambucana no preço final do contrato. A termo alegou que esses valores não estariam delegados no contrato com a Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Cooper, e instaurou processo arbitral APENAS CONTRA A COOPER. Visando reconhecimento da impossibilidade de repasse desse tributo à ela. A cooper pediu inclusão da Petro como litisconsorte, e esse pedido foi negado. TJ- RJ anulou a sentença arbitral, reconhecendo um caso de litisconsórcio passivo necessário em razão de vínculo jurídico. STJ aceitou a relação de conexão, mas essa coligação não subtrai a autonomia e a liberdade que existe dentro de cada um dos contratos. Seria inviável impor a terceiro não signatário do contrato, a compulsória participação no feito. Reconhecendo a individualização das obrigações das partes. Caso Paranapanema 2018. ICC CASE N. 2626, 1977: amplia a convenção à herdeiros, ou à quem tenha recebido vantagem oriunda do contrato. A sentença que inclui partes não signatárias pode ser anulada. Conforme Art. 39, LA. EXTENSÃO OBJETIVA: extensão não somente à terceiros não signatários, mas a objetos não originalmente pactuados contratualmente. Reconhecimento de Eficácia ultra parte ou ultra objetiva. 1. Sistema da prática francesa: extensão da convenção automaticamente. 2. Norte Americano: estabelece requisitos pormenorizados para que isso se processe. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 04/10 – CLÁUSULAS NA ARBITRAGEM A Arbitragem pode ser vista como negócio jurídico e como processo. Hoje, veremos o impacto de uma cláusula mais redigida 1. Cláusulas sintéticas e analíticas: Sintética: cláusula resumida, que contêm estritamente o necessário. Ex. qualquer disputa desse contrato será resolvida perante a Camagro. É uma cláusula cheia, mas não estabelece a sede, nem honorários. Analítica: cláusula mais extensa, que não só as tornam cheias, mas estabelecem as principais características do processo arbitral. Padronizadas: as câmaras arbitrais, entendendo que há muitas que desconhecem o instituto, publicam em seus sites cláusulas padrão explicando como fazer uma cláusula cheia. Cláusulas Especiais: terá disposições sobre várias coisas, se o processo vai seguir em sigilo, por exemplo Cláusulas Diretas: a realização da arbitragem acontece diretamente. Cláusulas Escalonadas: antes da arbitragem tenta – se a autocomposição, se a negociação for frustrada, parte para a arbitragem. Técnicas de redação da cláusula compromissória Concisão e clareza: a escrita deve ser clara. Não queiram utilizar palavras difíceis, isso dificulta o entendimento. Por que chamar alguém de progenitor se eu posso chamar de pai? É preciso simplificar a escrita e evitar vocabulários extremamente rebuscados. Precisão terminológica: direito é linguagem. É dever do advogado conhecer os termos de sua profissão. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Harmonia com demais cláusulas do instrumento: um instrumento é um tipo de documento preparado para servir de prova. Sistematização: cada ideia em um parágrafo diferente. Check List dos elementos da cláusula arbitral: é uma revisão final para verificar possíveis erros e a produção correta do texto. II. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA PADRONIZADA Cláusula padrão de arbitragem da CCI - Todos os litígios oriundos do presente contrato ou com ele relacionados serão definitivamente resolvidos de acordo com o Regulamento de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, por um ou mais árbitros nomeados nos termos desse Regulamento. Clausula Padrão da ICDR/AAA CBC – São Paulo: I – CLÁUSULA PADRÃO: “Qualquer litígio originário ou relacionado ao presente contrato, inclusive quanto à sua interpretação ou execução, será definitivamente resolvido por arbitragem, administrada pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (“CAM-CCBC”), de acordo com o seu Regulamento, constituindo- se o tribunal arbitral de [um/três] árbitros, indicados na forma do citado Regulamento.” ACB (Salvador) CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ESPECÍFICA 1. Modelo meramente exemplificativo Investigação da arbitragem das partes: é preciso perguntar ao cliente o que ele quer? Ele quer arbitragem? Ele pode pagar pela arbitragem? Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Investigação as circunstâncias fáticas: principalmente para escolher a instituição arbitral, se atenderá a procedimento comum ou procedimento mais barato, qual será a qualificação dos árbitros. Respeito às diferenças culturais: Exercício da autonomia privada: possibilidade de criarmos as normas para os nossos negócios jurídicos. Decorrente da autodeterminação e da liberdade. Exemplo de cláusula especial: Crítica a esse prazo no escalonamento: a arbitragem será iniciada após esgotados os meios autocompositivos. Porém, com os prazos, pode haver uma parte que queira protelar todo o processo. Ex. de Cláusula em Arbitragem Institucional Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Arbitragem Multipartes: é aquela na qual nós temos um dos polos uma relação jurídica processual como um triangulo, autor (requerente), o réu (requerido) e o julgador. É quando nós temos mais de uma pessoa no mesmo polo. Nesse caso, as partes envolvidas em cada polo indicarão o árbitro de comum acordo. Se eles não chegarem a um acordo é que é o problema. Isso é o caso do litisconsórcio. Caso Paranapanema: O Santander iniciou arbitragem contra a Paranapanema e o Banco BTG. A cláusula dizia: requerente indica um árbitro, requerido indica um árbitro, e esses árbitros indicarão o árbitro presidente. Santander indicou um co- arbitro, Paranapanema e BTG não chegaram a um acordo. Nessa época ainda não havia regulamentação sobre o tema. O Presidente poderia escolher os 03 árbitros ou a Brasil Canadá nomeou os árbitros pela Paranapanema e BTG, e aceitou a nomeação do Santander, que foi o que aconteceu. Na falta de acordo em qualquer dos polos, irão se desconsiderar qualquer indicação e a câmara indicará os 03 árbitros, para manter a paridade de armas. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Consequências da Escolha da Sede: não é necessariamente onde a câmara está sediada, mas onde se praticam os atos processuais. 1. Definição da lex arbitra: qual lei regerá a convenção de arbitragem e o processo arbitral? 2. Nacionalidade da sentença arbitral: a sentença arbitral tem a nacionalidade da sua sede. Se eu tenho uma arbitragem realizada em Salvador, não importa se os árbitros tenham assinado em São Paulo, a sede decidirá onde a sentença foi proferida. 3. O foronatural para ação anulatória é o foro da sede. 4. O foro para as medidas de urgência também é o da sede. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 HONORÁRIOS E DESPESAS: Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Art. 27 da La – Não se aplica a sucumbência na arbitragem, mas o instituto do reembolso de honorários. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 18/10 – ARBITRABILIDADE 1. Conceito: a possibilidade de substituir uma demanda 2. Espécies Arbitrabilidade Objetiva: podem ser objeto de arbitragem litígios sobre relações jurídicas que dão ensejo a direitos patrimoniais disponíveis. Arbitrabilidade Subjetiva: somente pessoas capazes podem tomar parte de processoa arbitrais Lei 9307: Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Disputas passíveis de arbitragem: Disputas sobre direitos patrimoniais disponíveis Ex. uma ação sobre paternidade não cabe à arbitragem. Patrimonialidade Direitos de conteúdo econômico Disponibilidade Direitos passíveis de negociação (é preciso analisar algumas perguntas primeiro)u Alienação: pode ser transferido a outra pessoa? Renúncia: mediante declaração unilateral de vontade do tt, este pode ser renunciado? Transação Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 2. Disputas excluídas da arbitragem (ex.) Disputas sobre atos de jus imperii: Disputas sobre direitos pessoais: o direito a paternidade, o direito ao nome. Nada disso pode ser levar a arbitragem Disputas sobre direitos da personalidade As disputas sobre os direitos da personalidade em si não podem ser levadas a arbitragem, mas os reflexos econômicos de direitos da personalidade. Ex. A honra é um direito da personalidade, e uma pessoa tem seu nome incluído no SPC ou SERASA. Essa pessoa tem direito a indenização por danos morais. Essa questão dos danos morais pode ser arbitrada. 3. Situações polêmicas Disputas trabalhistas Dissídios coletivos: tem em um dos polos, pelo menos um sindicato. Admissibilidade (CF, art. 114, §1). Já é praticada a arbitragem Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Dissídio individual: não tem sindicato. Ex. João contra o Banco do Brasil. Não tem previsão legal para que esse tipo de dissídio fosse resolvido por arbitragem. Divergência Doutrinária Existem duas doutrinas versando sobre isso; a primeira fala que questões sociais só poderão ser resolvidas pelo Estado. A segunda, que leva em consideração o consentimento, e diz que pode. Mudança de 2015, La: Só será passível de arbitragem, dissídios individuais em que o empregado esteja em cargo de gerência Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017): dissídios trabalhistas individuais em certos casos. Jurisprudência do TST: AIRR TST-AIRR-244-56.2010.5.15.0091 Disputas consumeristas Ineficácia da convenção de arbitragem (CDC, art. 51, VII) Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 A arbitragem não pode ser compulsória ao consumidor. Ele deve ter a opção de escolher optar pela arbitragem ou jurisdição estatal. Veto parcial á Lei 13.129/2015 Disputas Societárias ARBITRABILIDADE SUBJETIVA Capacidade (art. 1º da La) Tempus Regit actum Locus Regit actum: o local de domicílio determina a capacidade. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 25/10 – Situações polêmicas: entes despersonalizados No direito brasileiro temos as pessoas naturais, físicas, e as pessoas jurídicas, de direito público e privado. Além disso, temos os entes despersonalizados, que são figuras que não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade processual. São eles: condomínio edilício, não são pessoas jurídicas; a massa falida, uma vez decretada a falência do empresário, seus ativos são reunidos para pagamento dos credores, deixando de ser arte o empresário e a massa falida se transformam em parte; espólio: quando alguém morre, esses ativos são transmitidos aos herdeiros, no entanto, até que seja realizado a divisão, o espólio responderá ao passivo do falecido. Espólio Autorização Judicial para o inventariante transigir ( CPC, art. 992) Massa Falida Enunciado Admite – se, na arbitragem a participação desses entes despersonalizados. 1. Estatuto do Árbitro 1.1 Poderes do Árbitro Poderes do árbitro e tutela jurisdicional O conteúdo da tutela jurisdicional pode ter várias naturezas. Tutela de conhecimento: o julgador CONHECE a causa e profere uma decisão. O julgador toma conhecimento das alegações das partes, examina as provas e aplica o direito (arts. 18 e 31). Pode ser de 03 tipos: declaratória, condenatória, constitutiva (negativa ou positiva). A tutela jurisdicional também pode ser cautelar, ou seja, uma tutela de protegerá o resultado final do processo. É uma tutela que não pode esperar o fim do processo para acontecer. Protege o direito Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 até que se encerre o processo, evitando o periculum in mora. O árbitro tem poder para conceder tutelas cautelares. Como se processa a tutela cautelar? O próprio árbitro pode concedê-la, uma vez que o tribunal arbitral já esteja constituído. No entanto, isso também pode ser feito sem que o tribunal esteja constituído, e que a parte precise da tutela antes da constituição do tribunal, isso pode ser feito através do árbitro de emergência. Tutela Executiva: basicamente satisfaz a pretensão do credor, por exemplo. O arbitro não pode satisfazer direitos através da tutela executiva. Somento o Estado poderá fazer através do Poder Judiciário. Se alguém obtém uma tutela por arbitragem, a execução deverá ser requerida ao judiciário. Princípio competência-competência: é um conjunto de 03 regras. 1. O árbitro tem o poder de julgar a priori a própria jurisdição. 2. Poder de julgar a priori a existência, validade e eficácia da convenção arbitral (Art. 8º, pa. Único) Se uma parte declara que a cláusula é nula por algum motivo. Ela tem que esperar o fim do processo arbitral para requerer isso ao judiciário. O próprio juiz arbitral poderá declarar a nulidade da cláusula. 3. Poder de julgar a arbitrabilidade (Art. 20) 4. Poder de julgar a priori os próprios impedimentos e suspeições (art. 15) Se houver conflito de interesse entre ele mesmo e as partes, o próprio árbitro decidirá. O controle judicial é a posteriori (arts. 20,§2º, 32 e 33) Proibição às medidas antiarbitragem. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 O princípio é um mandado de otimização, que pode ser cumprido em maior ou menor medida. Uma regra, que impõe obrigação, ou é cumprida ou descumprida, não tem esse grau de cumprimento. 1.2 Natureza Jurídica do Árbitro O árbitro é juiz de fato e de direito (art. 18) Equiparação a funcionário público para fins penais (art.17) Os crimes de corrupção passiva, concussão e peculato podem ser aplicados ao árbitro. Arbitro presidente (art 13, §4º) Ele coordena a audiência, cuida para que os árbitros tenham diálogos. Redige as decisões do tribunal arbitral e passa aos demais co-arbitros examinarem. Havendo empate, o presidente decide através do voto de Minerva. Método de escolha do presidente: autonomia das partes. Número de árbitros (Art.13) Número obrigatoriamente ímpar (art. 13,§1º)| Método de indicação e substituição dos árbitros Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 OBS: Um juiz togado não pode ser árbitro. Arbitragem Multiparte (Art. 13, §4) Litisconsórcio Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 08/11 PROCEDIMENTO ARBITRAL (CONTINUAÇÃO)FASE DE INSTAURAÇÃO Como se divide o procedimento arbitral: 3. Principais Marcos Requerimento de instauração de arbitragem x petição inicial O requerimento não se confunde com a petição inicial. Conteúdo. Ex. Art. 4 (3) do Regulamento CCI Resposta do Requerido Resposta do requerido x Contestação Pedido contraposto (reconvenção) Cross claims: 3 Principais Marcos Indicação dos árbitros Verificação da imparcialidade e independência dos árbitros Investidura dos árbitros: depende de instituição à instituição. Geralmente a Câmara envia as partes um comunicado. O critério é a aceitação. Quando o último aceita, está constituído o tribunal arbitral. IV FASE DE ORGANIZAÇÃO 1. Objetivo: a fase de organização tem alguns objetivos. Um deles é estabelecer as normas a serem seguidas durante o procedimento arbitral, já que a Lei 9.307 não traz todo regulamento. Essa omissão é proposital, já que algumas normas são detalhadas em outros dispositivos. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 2. Principais marcos: Eventual adendo à Convenção de Arbitragem (Art. 19,2º) Ata de missão, termo de arbitragem ou termos de referência. Cada câmara tem um passo a passo diferente. Não dá para fazer arbitragem sem conhecer o regulamento, pois elas variam de instituição para instituição. Função: estabilização da LIDE. Conteúdo: Regulamento da CCI (Art.23); e Regulamento da Câmara de Comércio Brasil Canadá (4.17, 4.18) O regulamento é diferente do compromisso: o compromisso é uma espécie de convenção, que tem objeto determinado e estabelece como será a arbitragem para conflito já ocorrido. O regulamento é uma peça do procedimento arbitral, não é um negócio jurídico por meio do qual as partes se comprometem a arbitrar, pois esse negócio jurídico é pactuado pelas partes antes mesmo da arbitragem começar. Caso INEPAR X INTIQUIRA Possibilidade de dispensa pelo regulamento: casos de arbitragem expedita. Casos de menor valor. Como estabiliza a lide sem esse documento? O requerimento de arbitragem tem que ser completo. Decisão sobre a condução do procedimento V. FASE DE DESENVOLVIMENTO 1. Objetivo É aqui que os árbitros vão ouvir em definitivo as alegações das partes, vão colher as provas, e será proferida a sentença arbitral. Subfases Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Postulatória: o que cada parte quer? Qual prestação postulada? Qual bem da vida discutido? As alegações são expostas em sua inteireza. A parte deve dizer tudo ao tribunal arbitral, para que esgotada essa postulação, apresentada a total defesa, os árbitros possam partir para a fase instrutória. Instrutória: instruir é dar conhecimento sobre os fatos verdadeiros. Cada parte fez a sua narrativa, agora vamos coletar provas. Instrução é sinônimo de produção de provas, oitiva de testemunhas, etc. Decisória: Saneamento: em um determinado momento, após as partes apresentarem suas postulações, o juiz verificará se há algum defeito no processo e fixará os pontos controvertidos. Se constar que não existe endereço processual, por exemplo, extingue o processo. Mas pode ser um vício sanável, o advogado sem procuração, o juiz abrirá prazo para o advogado anexar a procuração. Bifurcação: Ex. uma parte alega ilegitimidade, quem tem que responder é a outra parte, e não eu. Mas os árbitros, prevendo que isso pode demorar, abre dois prazos concomitantes: prazo para ilegitimidade e para o mérito. SUBFASE POSTULATÓRIA Apresentação em definitivo e por completo dos pedidos. É preciso que seja fundamentada argumentação de fato e de direito. Principais marcos Alegações Iniciais Respostas Réplicas Tréplicas Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Não necessariamente acontece esse bate e volta. Pode acontecer do requerente e do requerido apresentarem alegações iniciais. Em seguida, ambos apresentam réplica, ou ambos apresentam tréplica. Mas tudo depende do caso concreto. Revelia (Art. 22, §3º) Falta de apresentação de resposta do requerido. Pode gerar 2 efeitos, conforme direito civil e cpc: privar o requerido de receber intimação ou fazer presumir que as alegações de fato do autor são verdadeiras. Na arbitragem, a sentença não pode se dar à revelia Página 227 do livro de Cahali Página 257 Somente Fase postulatória Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 PROCEDIMENTO ARBITRAL Uma das características, e por certo atrativo, da arbitragem é exatamente a flexibilidade do procedimento. Há liberdade das partes em estabelecer as regras de desenvolvimento da arbitragem ou adotar aquelas estabelecidas por uma instituição arbitral, através de sua eleição para administrar o conflito. Mas esta liberdade é vigiada, pois está presente na arbitragem o respeito ao princípio geral do devido processo legal, pelo qual, como se verá, impõem-se regras de preservação do direito ao contraditório, igualdade, imparcialidade do árbitro e seu livre convencimento. As entidades arbitrais possuem regras básicas do procedimento, mas mesmo nas arbitragens institucionais há margem para alguma interferência das partes quanto ao modo de proceder sobre diversos aspectos, dependendo, evidentemente, de cada regulamento. O procedimento arbitral não é realizado a la vonté. Diz o § 2.º do art. 21 da Lei de Arbitragem: “Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento”. Como é a cronologia do procedimento arbitral? Adota-se, na apresentação desta matéria, a cronologia do procedimento sugerida por Fouchard, Gaillard e Goldman, pela didática fórmula de apresentação, facilitando, e muito, a compreensão de como se realiza, de fato, a arbitragem. São três momentos distintos para se efetivar a arbitragem no aspecto procedimental: Fase I – Instauração da arbitragem; Fase II – Organização da arbitragem; Fase III – Desenvolvimento da arbitragem. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 A partida para a materialização do procedimento pode se verificar por diversas maneiras, de acordo com as peculiaridades de cada situação. São percorridas etapas preliminares com providências pré-processuais, extrajudiciais, judiciais ou de acordo com o regulamento da instituição arbitral eleita, se for o caso, já todas relacionadas à instauração do juízo arbitral, mas algumas ainda prévias à jurisdição propriamente dita do(s) árbitro(s). Superada a primeira fase, com a instituição da arbitragem, exatamente pela ausência de regras legais preestabelecidas ao progresso da arbitragem, e prestigiada a autonomia da vontade das partes, respeitada a autoridade do árbitro ou atendido o regulamento da entidade, há o importante momento de organização do procedimento, no qual se estabelecem quais, como e quando os atos serão praticados, fixa-se o objeto do conflito, e assim se faz a “estabilização da demanda”. E no último estágio desta realização efetiva da arbitragem promove-se o desenvolvimento do procedimento propriamente dito, com a prática dos atos postulatórios, instrutórios e decisórios, sob a autoridade do árbitro, mas com a cooperação, em algumas hipóteses isoladas, do Poder Judiciário. Resolvido o conflito, através da sentença arbitral (após excepcional pedido de esclarecimento similar aos embargos de declaração, regulado no art. 30 da Lei 9.307/1996), esgota-se a jurisdição arbitral, e os meios coercitivos para o seu cumprimento, se necessários, se farão perante o Poder Judiciário. Como se dá a instauração da arbitragem ? Parei na página 239 8.4.3 Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 22/ 11 – DO PROCEDIMENTO ARBITRAL 4. SUBFASE INSTRUTÓRIA Objetivo: produção de provas requeridaspelas partes ou determinadas de ofício pelos árbitros (Art. 22). Regras para coleta de evidências Na lei 9.307 não há normas muito claras para a produção de provas, temos referencias indiretas relacionadas ao princípio da ampla defesa e do devido processo legal, mas não há um passo a passo a ser seguido para a produção de provas. Isso é proposital. O CPC não se aplica ao procedimento arbitral. Incompletude dos regulamentos de instituições arbitrais: é preciso que haja flexibilidade na produção de prova, para que se observe o caso concreto e se analise que tipo de provas serão necessárias. É preciso elasticidade, espaço de movimento entre árbitros e partes para adaptar as características ao caso concreto. As peças de Soft Law surgem para dar esse Norte aos árbitros, já que eles não têm essa previsão na L.A (IBA Rules, Regras de Praga). METODOS DE PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PROVA Prova Documental: exibição de documentos pela parte contrária e terceiros. Os documentos não são apresentados na subfase de instrução, mas na fase de postulação. Não sendo admitidos documentos obtidos de forma ilícita. Modelo Estadunidense Discovery e e- discovery: apresentação de todos os documentos que poderão ajudar a parte no caso. Volume imenso de documento. Ex. Apresentação de milhares de caixas suficientes para preencher uma sala grande de reunião. Crítica: volume altíssimo de documentos desnecessários ao processo. Método Redfern Schedule (agenda): funciona tipo um check list. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 Depoimento pessoal: da própria parte se for pessoa natural ou do representante legal em caso de pessoa jurídica. No processo judiciário, a prova é produzida pela própria parte, e não pelo adversário. Nesse caso, o réu requirirá o depoimento, e não o próprio autor. Inquirição direta: há certa permissibilidade do advogado inquirir seu próprio cliente, ou seja, haverá a formulação de perguntas do advogado ao próprio cliente, ao contrário do processo judiciário, que não é correto o advogado fazer perguntas a seu próprio cliente. Inquirição pelo próprio advogado da parte Influência da ausência sem justa causa sobre a sentença (art. 22, §2º) TESTEMUNHAS Condução coercitiva (art. 22, §2º): os árbitros não tem poder de execução, carecer de poder de coerção direta, e não podem cumprir mano militares suas próprias decisões. Se a testemunha não comparece, e ela é essencial, deve emitir uma carta arbitral (documento de comunicação entre árbitro e juiz), o árbitro solicita ao juiz a intimação da testemunha para se valer da força policial. Inquirição de testemunha: se dá em audiência. Inquirição direta pelos advogados com intermédio dos árbitros Proibição de procedimentos fustigatórios: a testemunha não está lá para ser humilhada, mas para colaborar com o processo. Se o advogado for grosso, ou Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 faz perguntas que não tem a ver com o caso, o tribunal pode indeferir a pergunta mediante objeção. Escopo do Depoimento Depoimento aberto: a testemunha pode ser inquirida sobre qualquer situação que ela conheça. Semelhante ao processo judiciário. Não se sabe o que ela vai falar. Depoimento fechado: comum na arbitragem internacional. Antes dela se apresentar, tem um papel chamado Witness statements, com a qualificação da testemunha, o porquê ela conhece os fatos, e os fatos que ela conhece. A rigor, isso é inquirição fechada, pois quando é adotado esse modelo, a testemunha só falará dos fatos declarados em sua declaração. Se ela fala na declaração somente sobre a celebração do contrato, só se permite perguntas sobre isso. Perguntas sobre a execução do contrato não serão admitidas, por exemplo. Geralmente se adota um sistema chamado direct, cross, redirect, e recross examination: como se fosse um funil, primeiro a testemunha apresente o depoimento escrito e compareceu à audiência, depois o advogado que trouxe a testemunha faz as perguntas. Quando termina o direct, o advogado da parte contrária faz o cross (inquirição cruzada). É comum que o advogado estabeleça um diálogo com o cliente. Depois, volta para o outro advogado para no redirect perguntar SÓ SOBRE O QUE FOI DITO NO CROSS, e assim sucessivamente. PERÍCIA: é uma prova essencial. O juiz indica um perito que produzirá um laudo. As partes indicam um assistente técnico que produzirá um PARECER TÉCNICO. Expert Examinations Inquirição do perito pelos árbitros assistentes Inquirição de pareceristas jurídicos: em casos complexos um jurista é contratado para elaborar um parecer. A professora Judith Martins Costa, Arruda Alvim, Gustavo Tependino elaboram pareceres. A juntada do parecer encerra a participação daquele jurista. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 A perícia é uma prova técnica. Muitas vezes o julgador necessita do parecer de um expert em matéria não jurídica. Esse parecer visa instruir o magistrado acerca de matérias que não são do direito. RETOMAR DO SLIDE 24, AUDIÊNCIA... Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 AULA 29/11 – AUDIÊNCIA O grande momento do tribunal arbitral antes da sentença. A audiência se dedica a coleta de prova oral: testemunhas, prova oral, inquirição de peritos. É muito comum que as partes façam uma apresentação do seu caso para os árbitros, explicando qual é a sua causa, e como ele pretende atuar na audiência. Aqui, eles elencam quais serão os problemas discorridos. A conduta dos advogados deve ser civilizada. É preciso que o advogado estude o caso antes da audiência, defina sua estratégia tente prever o que será perguntado, o que será colocado contra suas alegações para que ele possa elaborar antecipadamente uma resposta. É sempre bom o advogado ter uma equipe, e não ir sozinho para a audiência. Daí um advogado inquire uma testemunha, outro advogado inquire a outra, um outro advogado fica com a prova pericial. ORGANIZAÇÃO DA AUDIENCIA Algumas Câmaras Arbitrais possuem suas próprias salas. Faculdade Baiana de Direito @jessica.brito 2021.2 SUB-FASE DECISÓRIA O objetivo aqui é a prolação da sentença arbitral Marco: sentença arbitral Embargos: pedidos de correção e esclarecimento sobre a sentença arbitral. Essa fase é mais focada na sentença, pois na fase instrutória e postulatória meio que se confundem entre elas. A propôs ação contra B, mas quer incluir C. O professor acredita que não vê como. SENTENÇA ARBITRAL A sentença arbitral é dotada de coisa julgada. Eu não posso ir ao judiciário com recurso contra a arbitragem. A sentença arbitral forma título executivo extrajudicial. A tutela jurisdicional básica tem três naturezas
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