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Caderno_Arbitragem_Seijo-2021 2

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Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARBITRAGEM 
GABRIEL LEAL SEIJO 
2021.2 – T6C 
JÉSSICA BRITO 
 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 
 
 
 
AULA 01 – 02/08/2021 – APRESENTAÇÃO DO CURSO E NOÇÕES BÁSICAS 
SOBRE ARBITRAGEM 
Meios de resolução de conflito 
Autocompositivos: há um acordo entre as partes, ou seja, elas resolvem entre si. 
Heterocompositivos: A solução é dada por um terceiro. Ex. Arbritragem. As 
partes elegem quem irá resolver o conflito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 02 – 09/08/2021 – SOBRE A ARBITRAGEM 
PROVA I 27.09 | PROVA II 04.12 
“Meio alternativo de solução de controvérsias através da intervenção de uma ou 
mais pessoas que recebem seus poderem de uma convenção privada, decidindo 
com base nela, sem intervenção estatal, sendo a decisão destinada a assumir a 
mesma eficácia da sentença judicial” (Carmona) 
É um meio hetero compositivo de resolução de conflitos, ou seja, a decisão 
é proferida por um terceiro. 
A arbitragem nasce com o contrato, que é a Convenção Arbitral, e se 
desenvolve como um processo normal. 
• Elementos da Definição 
Núcleo Ontológico – Meio de Resolução de Conflitos 
Origem: Negócio Jurídico Bilateral 
Mecanismo: Escolha de terceiro para resolver a disputa, investidura do terceiro 
em poderes jurisdicionais, desvinculação da jurisdição estatal. 
Efeitos: natureza vinculante da decisão (coisa julgada), subtração da resolução 
do mérito da disputa pelo judiciário. 
 
1. VANTAGENS DA ARBITRAGEM 
Celeridade: um litígio resolvido por Arbitragem demora muito menos tempo para 
ser resolvido. Na Arbitragem os processos têm mais profundidade, pois o juiz 
tem poucos processos e pode analisar de forma pormenorizada. 
Julgamento Especializado: as partes escolhem pessoas de confiança, que 
possuem conhecimento específico sobre a matéria. 
Segurança Jurídica: O árbitro costuma interferir menos e aplicar muito mais o 
que está pactuado. 
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Flexibilidade do Procedimento: A Lei não determina o procedimento, pois há 
uma liberdade muito grande de adaptar o rito processual às necessidades do 
processo arbitral. 
Custo – benefício: o custo pode até ser maior, mas o tempo que economiza, o 
dispêndio de ações, que é menor, acaba compensando. 
Autonomia (arbitragem internacional): 
 
 
2. DESVANTAGENS DA ARBITRAGEM 
“Not everything in the Garden is lovely” (Blackaby e Partasides) 
Custos? Na Arbitragem não existe justiça gratuita. 
Não é usual o recurso, isto é não há revisão dos árbitros pelo judiciário. 
Dificuldade de agregar terceiros a arbitragem: a cláusula de arbitragem só 
obriga as partes, dessa forma, um terceiro que não está na convenção de 
arbitragem não pode ser parte. Na justiça comum, a lei atinge a todos. 
Dificuldade de consolidar arbitragens distintas: não é possível reunir 
processos para julgamentos conjuntos. 
Dificuldade de indicar árbitros em arbitragens multipartes: 
AS TUTELAS PODEM SER 
1. DE CONHECIMENTO 
1.1 DECLARATÓRIA por meio delas, o juiz toma conhecimento dos fatos, avalia 
as provas, aplica o direito e profere decisão, que pode ser meramente 
declaratória, isto é, declara um fato que tem repercussão jurídica. Ex. Declaro 
que a parte não pagou o valor devido, tornando certo o que aconteceu. 
1.2 TUTELA CONSTITUTIVA: O juiz cria uma relação jurídica ou extingue uma 
relação jurídica. Ex. Ação de divórcio. 
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1.3 TUTELA CONDENATÓRIA: o juiz declara que alguém tem um direito, e 
impõe a outra parte que satisfaça o interesse do requerente. 
2. TUTELA CAUTELAR: protege o resultado do processo 
3. EXECUTIVA: Se destina a satisfação efetiva do direito. Ex. Uma decisão 
judicial condena alguém a pagar certa quantia. 
O arbitro pode conceder tutelas de conhecimento e tutelas cautelares. 
Porém, o monopólio da violência ainda é do ESTADO, ou seja, O 
JUDICIÁRIO. 
ARBITRAGEM DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
1. Arbitragem de Direito Internacional Público ad hoc 
Corte Permanente de Arbitragem (Haia) 
2. Arbitragem de Investimento: determina uma espécie de cláusula que se um 
dos países adotar uma medida que prejudique o investidor, o litígio será resolvido 
por arbitragem, e não pela via judicial de nenhum dos países litigantes. 
Convenção de Washington de 1965: havendo uma medida prejudicial do 
Estado em desfavor do investidor, será resolvido por arbitragem. 
Doutrina Calvo: O Brasil adota essa doutrina em que, em disputa com 
estrangeiros deve ser adotada resolução de disputas por meio do judiciário 
nacional. Por isso o Brasil não faz parte da Convenção de Washington. 
3. Arbitragem Comercial: objeto do estudo 
 Nomenclatura: comercial, empresarial ou residual: se aplica a 
qualquer disputa sobre direitos patrimoniais disponíveis, que possam ser objeto 
de negociação. É todo o restante. 
 Arbitragem comercial doméstica e internacional: 
HISTÓRICO DA ARBITRAGEM COMERCIAL (UNIVERSAL) 
1. Dificuldade do estudo 
Private dispute resolution has Always been resutely private” (Lord Mustill) 
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2. Arbitragem na Idade Antiga 
Referência em textos literários e religiosos. Ex. Ilíada, de Homero, Homero narra 
que houve uma disputa de beleza entre as deusas, e escolheram um pastor para 
solucionar a disputa. 
Evidências na Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma 
Grécia: Autonomia privada e exclusão de cortes estatais 
Roma: compromissum e arbiter. 
3. ARBITRAGEM A PARTIR DA IDADE MÉDIA 
Expansão comercial e lex mercatória. Com a lex mercatória, surge a 
necessidade de se resolver conflitos. Por isso se dá ao nome de arbitragem 
comercial. Daí, surgem instituições não estatais de resolução de disputas em 
setores da economia, comércio geral e setores da comunidade, na figura de 
corporações de ofício, tribunais das corporações de ofício marítimo e 
comunitárias. 
4. Arbitragem comercial a partir do Séc XX 
 Desenvolvimento do internacionalismo 
 Fundação da CCI – Câmara de Comércio Internacional (1919): que 
passa a organizar o processo arbitral. Leva ao aperfeiçoamento normativo da 
arbitragem comercial internacional. 
Protocolo de Genebra de 1923, Convenção de Genebra de 1927, Convenção de 
Ny, de 1958, Convenção do Panamá, em 1975. 
Regulamento da Arbitragem da Uncitral ad hoc (1976-2010) 
Lei modelo da Uncitral sobre Arb. Comercial Intrrnacional (1985-2006) 
 O institucionalismo foi um vetor para consolidação e aperfeiçoamento da 
CCI, inspirando instituições a surgirem e garantirem segurança jurídica ao 
processo. Além disso, o aperfeiçoamento da legislação nacional também ajudou 
nesse processo. 
 
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AULA DE ANTEPOSIÇÃO 14/08 (Sábado) – HISTÓRIA DA ARBITRAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 16/08 – ARBITRAGEM INSTITUCIONAL E ARBITRAGEM AD HOC 
5. Reforma da Lei de Arbitragem (Lei n. 13.129/2015) 
Reforma Pontual 
 Arbitragem envolvendo a Administração Pública 
 Sentença Parcial (proferimento de sentenças já amadurecidas) 
 Disciplina da tutela de urgência 
Arbitragem no CPC/2015 
Preservação da LA (art. 3º, §1 e 42) 
Preservação da CNY e outros tratados (art. 960, §3º) 
Segredo de Justiça em processos legislativos a arbitragem (art. 189, IV) 
se tiver cláusula de confidencialidade. 
Criação da Carta arbitral (art. 237, IV, 260, §3º, e 267): instrumento de 
comunicação entre árbitros e tribunais. O árbitro tem que pedir auxílio ao 
judiciário para intimar alguém ao processo arbitral. 
Convenção de arbitragem em preliminar (art. 337, X) 
 Impossibilidade de conhecimento de ofícioRenúncia à arbitragem em caso de silêncio 
OBS: o direito de ação é abstrato e autônomo, mas isso não significa que 
o sujeito obterá a tutela como quiser. A decisão do juiz pode analisar o 
mérito (aquilo que é pedido), na extinção com resolução do mérito o juiz 
julga os pedidos procedentes, sem a resolução, existe um problema 
processual, e por causa desse problema, o juiz sequer analisa os pedidos. 
Ex. não pagou as custas. Ele extingue sem resolução do mérito. 
 Sentença arbitral como título executivo judicial 
Poderes especiais para firmar compromisso (art. 661, §2) 
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CONVENÇÃO DE NOVA YORK 
Reconhecimento de sentenças arbitrais estrangeiras. 
ESPÉCIES DE ARBITRAGEM 
1. Espécies de Arbitragem Geral 
Arbitragem de direito internacional público 
Arbitragem de investimento (pouco utilizado no Brasil) 
Arbitragem residual (comercial) 
2. Espécies de arbitragem comercial 
2.1 Arbitragem Institucional e Arbitragem ad hoc: a diferença é a presença ou 
não de uma instituição ou câmara de arbitragem. Ex. CAMARB. Porém as partes 
também podem contratar que a arbitragem vai ser desenvolvida pelos próprios 
árbitros (ad hoc). A presença da câmara é a regra, pois facilita o desenvolvimento 
do processo. 
2.2 Arbitragem Institucional: 
Administração do processo arbitral 
 Funções da instituição arbitral x funções do árbitro 
A instituição arbitral disponibiliza o regulamento, auxilia a constituição do 
processo arbitral, mas ela não julga, o processo é julgado e comandado pelo 
árbitro, portanto, revestido de jurisdição. 
 Exigência de previsão expressa (art 5º) 
 Procedimento 
 Utilização do regulamento da instituição arbitral (art. 5º): o 
procedimento precisa ser realizado conforme a câmara da arbitral 
escolhida. 
O regulamento pode ser modificado pelas partes, e pelos 
árbitros com anuência das partes. 
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 Indicação do árbitro 
 Indicação pelas partes: 
 Indicação pela instituição arbitral (caso uma das partes não 
indique). 
Indicação por terceiro: as partes podem delegar alguém para 
escolher o árbitro, desde que este aceite escolhê-lo. 
 Indicação pelo Judiciário (art. 7º) 
 Custos: determinados pela própria instituição arbitral 
Vantagens e Desvantagens 
 Previsibilidade e segurança, haja vista o aparato para gestão do 
procedimento, já que tem as custas e honorários definidos. 
 Regulamento previamente estabelecido 
 Auxílio na nomeação de árbitro 
 Equipe especializada 
Menos flexibilidade 
Custos mais elevados, pois além dos árbitros precisa remunerar a 
câmara. 
Natureza Jurídica da Instituição Arbitral: A Câmara arbitral é sempre uma 
Pessoa Jurídica de Direito Privado, e sem vinculação nenhuma ao poder 
judiciário. É um particular. Em Goiás, foi feito um convenio entre o judiciário e 
uma empresa do setor imobiliário, para que todo conflito nesse caráter fosse 
resolvido por arbitragem, isso é ilegal, pois o judiciário não pode terceirizar suas 
atividades. Essa questão foi levada ao CNJ, que decidiu o seguinte: esse 
Decreto é inconstitucional, o simples fato de criar uma câmara arbitral com 
vinculação entre o judiciário já é inconstitucional, já que a arbitragem é um meio 
privado e extrajudicial, ou seja, é o revesso da moeda do judiciário. 
Inexistência de autorização do estado ou entidade de fiscalização. Ex. 
Conselho de Engenharia: Elas não precisam de autorização do estado para 
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funcionar, e não existe nenhuma autarquia fiscalizatória, pois é livre a 
constituição de câmaras arbitrais. 
São fiscalizadas normal mente pelo Poder Público como qualquer entidade 
privada, não significa que por não tem uma autarquia específica, não tem 
fiscalização. Ex. Instituição arbitral no rj que celebrou contrato com uma empresa 
que mandava um ônibus para os empregados para processarem seus 
empregadores. 
Outra coisa, uso de símbolos oficiais, não pode. Algumas câmaras 
desconhecidas usam os brasões oficiais de juizados, de tribunais etc. Isso é 
ilegal. 
Pedido de providências do Conselho Federal da OAB: O CNJ decidiu que as 
câmaras não integram o poder judiciário, portanto, não podem se valer de 
símbolos oficiais. 
 Fiscalização pela sociedade civil 
Existem entidades privadas que se dedicam à verificação dessas Câmaras: 
Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem do CBAr 
(CONIMA) só admite a vinculação de câmaras que integrem seu quadro, 
câmaras com práticas reiteradas pelo próprio conima. 
Principais Instituições 
 Setoriais: se limitam ao exame de disputas com certas matérias de fundo 
ou com assuntos determinados. Ex. Câmara de Londres: Arbitragem de 
Comodities. 
Ex: CAS:Corte de Arbitragem do Esporte / Câmara de Arbitragem do Mercado – 
B3 / Camagro: Câmara de Arbitragem do Agronegócio 
Gerais: administram qualquer arbitragem. 
Ex: Corte Nacional da Câmara de Comércio Internacional (CCI) / London Court 
Internacional Abitration (LCIA – Londres) / ACB – Salvador / CAMARB. 
 
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3. Arbitragem ad hoc 
Administração do Processo Arbitral: aqui, não tem câmara, o árbitro é que 
decide tudo, pois não há estrutura de câmara. 
Procedimento: Não tem procedimento determinado, é preciso que as partes 
adotem alguma medida para que se desenrole o processo, e não deixar tudo na 
mão dos árbitros. 
Na convenção de arbitragem as partes determinam o procedimento (Art. 26) 
Estabelecimento pelo árbitro (art. 26, §1) 
Utilização do Regulamento de Arbitragem da Uncitral: pode ser usada, pois na 
arbitragem ad hoc não tem procedimento certo, daí a Uncitral criou uma espécie 
de procedimento para esse tipo de arbitragem, 
 Indicação do árbitro: 
 Pelas partes 
 Por terceiro 
 Aqui, a câmara não tem como indicar, daí o Poder Judiciário indica, mas 
não é um procedimento fácil. (Art. 7º). 
 Custos: as partes negociam com árbitro os honorários dele. Isso pode ser 
uma vantagem ou desvantagem. 
Desvantagens: imprevisibilidade e insegurança, possíveis dificuldades em 
nomear árbitro, em estabelecer um procedimento, em administrar o processo 
arbitral, exigência de maior colaboração 
 
ARBITRAGEM DOMÉSTICA E ARBITRAGEM INTERNACIONAL 
1. Modelos de Política legislativa: existem 03 modelos: 
Dualista: prevê normas diferentes para cada. Se for nacional, usa o CPC 
Francês. 
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2021.2 
 
Monista: não tem distinção. Previsão de regime único para os 2 tipos de 
arbitragens. Brasil usa esse modelo. 
Monista internacionalizante: faz algumas poucas diferenças entre elas. Há 
uma distinção legislativa entre elas. Há previsão de regime único com poucas 
regras especiais, mudando uma coisa ou outra, não chegando a ser um regime 
específico. 
2. Modelo Monista no Brasil: Indistinção entre arbitragem internacional e 
doméstica. 
Único ponto de diferença: Art. 2º da Lei de Arbitragem. 
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das 
partes. 
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão 
aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à 
ordem pública. 
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize 
com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras 
internacionais de comércio. 
Sentença Estrangeira x Arbitragem Internacional 
Ex. O que diz se arbitragem é estrangeira ou brasileira é sua sede. Se for na 
França, com partes, lei, brasileiros, a sentença é francesa. Para ser executada 
no Brasil precisa de homologação do STJ. Porém se for realizada aqui, com lei, 
partes, procedimento francês, A SENTENÇA É BRASILEIRA, NÃO PRECISA 
DO STJ PARA EXECUTAR. 
3. Arbitragem de Direito e Arbitragem de Equidade 
 
 
 
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2021.2 
 
AULA 23/08 – NATUREZA JURÍDICA DA ARBITRAGEM 
1. Importância da natureza jurídica 
2. Teorias da natureza jurídica da arbitragem (não aplicada atualmente) 
2.1 Teoria Contratual: a arbitragem nasce como um contrato, portanto, negócio 
jurídico bilateral. 
Importância da autonomia privada na arbitragem 
Origem negocial da arbitragem (arts. 3,8 e 9) 
Escolha de normas aplicáveis 
Flexibilidade do procedimento 
3. Teoria Jurisdicional (conceito afeto á contemporaneidade) 
Atividade de pacificação da sociedade mediante a resolução de conflitos, 
exercida ou não por juiz estatal. 
Monopólio estatal como dado histórico, e não como elemento do conceito de 
jurisdição. 
Essa teoria devolve a resolução de questões aos particulares. E meio que retira 
essa ideia de que somente o Estado resolve tudo. 
A lei 9.307 reforça essas características da Arbitragem 
- O árbitro é um juiz de fato e de direito (Art. 18) 
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica 
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. 
- Equiparação da sentença arbitral à judicial (Art. 31) 
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os 
mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo 
condenatória, constitui título executivo. 
- Constituição de título executivo judicial (art. 31) 
4. Teoria Mista 
Comentado [JTSDB1]: 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
Mescla de Aspectos contratuais e jurisdicionais 
2. PRINCÍPIOS DA ARBITRAGEM 
Natureza Jurídica e princípios 
Princípios do direito privado 
- Autonomia Privada 
- Boa – fé 
- Força Obrigatória da Convenção Arbitral 
Relatividade dos efeitos da convenção arbitral: a convenção só faz lei entre 
as partes. Não possui efeitos erga omnes. 
Intangibilidade do conteúdo da convenção arbitral: celebrado o contrato, 
uma das partes não pode modificar ou extinguir esse contrato sem o 
consentimento da outra, não pode haver modificação unilateral da convenção. 
3. PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL 
- Princípios Processuais Constitucionais 
 Devido Processo Legal (CF, art. 5º, LIV) é uma garantia constitucional 
de que o processo ocorrerá de forma democrática e livre, integrando a ampla 
defesa (art. 5º LV) e o contraditório (art. 5º, LV, LA, art. 21, §2º) 
 Fundamentação: as decisões dos árbitros precisam ser fundamentadas. 
 Celeridade 
 Igualdade das Partes (Art. 21, §2) 
 Caso Paranapanema (TJSP) 
 Imparcialidade 
 Livre convencimento do árbitro (art. 21, §2) 
já que não há um procedimento determinado para arguição das partes 
 Competência – Competência (arts. 20, §2 e 32, II) 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 30/08 - INTRODUÇÃO À CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 
1. Definição (art.3º): É um negócio jurídico mediante o qual as partes 
decidem submeter – se à via de arbitragem. 
2. Natureza Jurídica 
Negócio Jurídico – Contrato Plurilateral. 
Cláusula Compromissória é um negócio Jurídico bilateral, portanto, contrato. 
Compromisso Arbitral: se refere ao litígio já consolidado. 
Ex. A e B são vizinhos em uma fazenda. Surge a dúvida sobre a demarcação 
das fazendas. Para evitar o judiciário, convencionam resolver por arbitragem. 
3. Espécies: 
Cláusula compromissória: Se algum dia as partes vierem a brigarem. Resolverá 
por arbitragem. É celebrada antes do surgimento do litígio. 
Compromisso Arbitral: firmado após o surgimento da disputa. 
 
 
4. EFEITOS DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 
 Efeito Positivo (Art. 7º): 
 Tutela Específica: específico para o que foi contratado. 
 Efeito Negativo: 
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2021.2 
 
 Extinção do processo judicial sem resolução do mérito (CPC, 2015, 
art. 485,VII). Quando o juiz pega o processo e vê que tem uma cláusula 
compromissória, extingue sem resolução do mérito. 
5. AUTONOMIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA 
Autonomia vs. Acessoriedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
INTRODUÇÃO À CONVENÇÃO ARBITRAL 
'A convenção arbitral deverá expressar a vontade inequívoca das partes de 
submeter a solução de todas as questões litigiosas ou de algumas destas 
questões, surgidas ou que possam surgir de relações jurídicas determinadas, 
sejam ou não contratuais, à decisão de um ou mais árbitros, assim como 
expressar a obrigação de cumprir tal decisão." 
Em síntese apertada, a convenção de arbitragem tem um duplo caráter: como 
acordo de vontades, vincula as partes no que se refere a litígios atuais ou futuros, 
obrigando-as reciprocamente à submissão ao juízo arbitral; como pacto 
processual, seus objetivos são os de derrogar a jurisdição estatal, submetendo 
as partes à jurisdição dos árbitros. Portanto, basta a convenção de arbitragem 
(cláusula ou compromisso) para afastar a competência do juiz togado, sendo 
irrelevante estar ou não instaurado o juízo arbitral (art. 1 9). CARMONA, 2009, 
p. 99 
Prevista no Art. 3º da Lei de Arbitragem 9.307/96: Art. 3º As partes 
interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral 
mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória 
e o compromisso arbitral. 
A Convenção de Arbitragem é o ajuste realizado pelas partes que acordam em 
submeter a solução de um conflito que envolve direito disponível ao juízo arbitral. 
Espécies: 
Cláusula Compromissória: é definida previamente, antes do surgimento do 
litígio, numa cláusula contratual que fica estipulado que na hipótese de eventual 
litígio que possa surgir, esse procedimento será solucionado mediante o 
procedimento da Arbitragem. 
Compromisso Arbitral: é o contrário. Aqui, é definida no momento do 
surgimento do litígio. 
Requisitos: Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da 
arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
Requisito Subjetivo: capacidade das partes 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
Requisito Objetivo: patrimonialidade e disponibilidade do direito, ou seja, direitos 
patrimoniais disponíveis. 
A convenção é baseada na autonomia de vontade das partes, que podem 
convencionar sobre quaisquer regras, procedimentos relacionados à Arbitragem. 
E podem, inclusive, convencionar que parte do litígio será resolvida por 
arbitragem, e parte pelo judiciário estatal. 
O procedimento na arbitragem é regulado pelo princípio da autonomia da 
vontade das partes. 
Qual papel da convenção de arbitragem? 
Estabelecer um compromisso entre as partes, obrigando – as a submeter o juízo 
arbitral eventuais litígios atuais ou futuros. 
Além disso, as partes estão renunciando a judicialização os litígios. 
A convenção é um pressuposto processual negativo: no momento em que está 
firmado compromisso entre as partes de adotar a arbitragem, elas estão 
automaticamente abrindo mão da via judicial, portanto, se judicializado, e se 
percebendo a cláusula compromissória, haverá extinção sem resolução de 
mérito. 
A cláusula compromissória não poderá ser conhecida de ofício pelo juiz. Isso 
precisará ser demonstrado no processo. 
EXTENSÃO SUBJETIVA DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 
Em sede de comércio internacional é comum que uma das empresas de 
determinado grupo econômico celebre um contrato (que contenha cláusula 
compromissória, por exemplo), embora diversas sociedades componentes do 
grupo tenham participado ativamente da relação jurídica. Seria tal atuação 
suficiente para arrastar tais empresas a eventual juízo arbitral decorrente do 
contrato que não firmaram? (CARMONA,2009, p. 102) 
A CCI (Câmara de Comércio Internacional) acredita que sim. Se uma das 
empresas teve atuação relevante na formação do contrato, poderia responder 
solidariamente. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
No Brasil, entretanto,é preciso demonstrar a vontade das partes em celebrar a 
arbitragem, afastando a jurisdição, portanto, se uma das sociedades não tiver 
firmado compromisso arbitral, não é possível incluir na arbitragem, pois o árbitro 
não pode resolver litígios de quem não lhes deu jurisdição. 
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA (Em caso de litígio, será resolvido por 
arbitragem) 
Base legal: Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da 
qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os 
litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. 
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo 
estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia 
se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, 
expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento 
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa 
cláusula. 
Natureza: Jurídica: Cláusula Híbrida, ou seja, representa uma promessa para 
que no futuro, em eventual litígio as partes irão resolver por meio da adoção do 
procedimento arbitral, afastando o julgamento pelo poder Judiciário. 
Obrigação Forçada: na expressa convenção entre as partes acerca do 
procedimento arbitral, quando elas firmam compromisso estabelecendo que em 
eventual litígio, este, se procederá por via arbitral, se houver recusa de uma das 
partes. Na hora de firmar o acordo, fizeram, e quando surge o litígio, uma das 
partes se opõe a arbitragem, essa questão vai ser discutida por via judicial. 
Exigência Específica: o que aceitou a cláusula deverá propor ação judicial, 
indicando qual litígio está sendo encaminhado para a Arbitragem. 
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à 
instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra 
Comentado [JTSDB2]: Psor, quando uma das partes 
aceita a cláusula em um primeiro momento, e quando surge 
o litígio ela se recusa a cumprir. Aquele que cumpriu sua 
parte no contrato tem que mover uma ação judicial ? 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando 
o juiz audiência especial para tal fim. 
As partes poderão indicar o tribunal arbitral ou entidade especializada. 
ARBITRAGEM INSTITUCIONAL 
CBMA / CAMARB / CCBC / AAA (American Arbitration Association). 
As partes poderão estabelecer a Arbitragem ad hoc para resolver assuntos 
específicos do contrato. 
Arbitragem ad hoc: as partes poderão institutuí -la na cláusula compromissória 
ou em documento diverso, devendo o procedimento ser fixado pelas partes, ou 
na ausência de consenso, será determinado pelo árbitro. Precisa estar claro na 
cláusula compromissória. 
Requisito Formal: deve estar expressamente na forma escrita no contrato ou 
avulso que faça referência ao contrato entabulado pelas partes. 
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes 
em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que 
possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. 
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo 
estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
Contratos de adesão: o aderente precisa ter se manifestado para instituir a 
cláusula de compromisso entre as partes ou concordar expressamente com a 
sua instituição. 
ESPÉCIES D CLÁUSULAS COMPROMISSÓRIAS 
 Clausula Compromissória Cheia: aquela que preenche todos os 
elementos necessários para instituir a arbitragem (indicação do árbitro, 
instituição e das regras de procedimento). 
 Cláusula Compromissória Vazia: quando não estão presentes todos os 
elementos necessários para instituir arbitragem. Ex. Quando não foi escolhido o 
árbitro. (Pode ser resolvido pelo judiciário). 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Cláusula compromissória patológica: padece de um defeito que dificulta ou 
impede sua aplicação. Ex. As partes previram Câmara de Arbitragem de Paris, 
mas não existe, anula a cláusula? Não! Deve – se sanear o problema 
estabelecendo que quando as partes falam Câmara de Arbitragem de País, ela 
está se referindo a qualquer uma de Paris. Ex. Indicação de Câmara Arbitral 
Extinta, nomeia outra parecida. Mas se o elemento for essencial a existência da 
cláusula, extingue a cláusula. Ex. Escolha de um árbitro torcedor do vitória com 
2 estrelas no peito, ISSO É IMPOSSÍVEL. KKK Extingue. 
A cláusula compromissória é autônoma: não possui qualquer vinculação ao 
objeto do contrato. Qualquer vício contratual não contamina a cláusula. 
Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em 
que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, 
necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. 
Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das 
partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de 
arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. 
A cláusula compromissória é escalonada: define as etapas procedimentais a 
serem seguidas. Ex. Em caso de determinado conflito, primeiro usar a mediação, 
depois a conciliação, e só se não tiver jeito, instaurar o juízo arbitral. 
SOBRE A CLÁUSULA: 
É preciso reconhecer, de qualquer modo, que a cláusula compromissória não 
pode mais ser qualificada como mero pré-contrato, na medida em que ela não 
consubstancia mais uma promessa de celebrar compromisso, mas sim uma 
promessa de instituir juízo arbitral. E o compromisso também tem esta 
característica - qual seja, promessa de instituir juízo arbitral - pois somente com 
a aceitação do árbitro é que se tem por instaurada a instância arbitral. 
 
COMPROMISSO ARBITRAL (acordo entre as partes no momento em que surge 
o conflito). 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
HIPÓTESES: 
 Cláusula compromissória indeterminada (vazia): se não tiver 
estipulado o procedimento arbitral. 
 Ausência de Cláusula Compromissória no contrato: 
MODALIDADES: 
Judicial: quando celebrado perante autoridade judicial no curso de um 
processo, em que será tomado a termo esse compromisso. 
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes 
submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial 
ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, 
perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
Extrajudicial: fora de qualquer relação processual. Admite duas espécies: 
Art. 9º, § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito 
particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
 Por instrumento público 
 Instrumento Particular: é necessária a assinatura de 2 testemunhas. 
REQUISITOS FORMAIS PARA O COMPROMISSO ARBITRAL: 
(Obrigatórios) 
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: 
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a 
identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
Comentado [JTSDB3]: Como assim ? 
Comentado [JTSDB4]: Como assim instrumento público? 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. 
(Facultativos) 
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: 
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; 
II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim 
for convencionado pelas partes; 
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveisà 
arbitragem, quando assim convencionarem as partes; 
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das 
despesas com a arbitragem; e 
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no 
compromisso arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo 
tal estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria 
competente para julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença. 
EXTINÇÃO: 
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: 
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde 
que as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; 
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, 
desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e 
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a 
parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença 
arbitral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 04/09 ELEMENTOS DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA 
1. Elementos necessários: 
Sujeito, Objeto e Forma 
2. Elementos Facultativos: sem eles, o negócio existe, pois basta os 
necessários. Esses elementos dão a feição que a gente deseja ao negócio 
jurídico. Ex. Designação da instituição arbitral (arbitragem institucional), 
estabelecimento das normas processuais (arbitragem ad hoc). 
 Critério de Julgamento: 
 Direito ou Equidade: se escolher de direito, precisa escolher qual 
direito aplicar, muito embora haja resistência em escolher a equidade. 
 Método de indicação dos árbitros 
 Escolha da sede: onde serão praticados os atos arbitrais. Além 
disso, a sede salvo convenção em contrário, costuma indicar a lei que será usada 
no processo arbitral. 
 Idioma: quem será utilizado na arbitragem. Obs: pode ser usado 
um idioma diferente no mérito da disputa. 
 Prazo: se o processo arbitral não for concluído em 06 meses, a 
parte pode notificar o árbitro sob pena de nulidade. 
 Confidencialidade: a lei brasileira não estabelece. Se as partes 
não exigirem, salvo se as partes incluírem entidades da administração pública, 
que tem o dever de tornar públicas suas ações, as partes precisam informar que 
desejam a confidencialidade. 
 Despesas da arbitragem e honorários dos árbitros: 50% para 
cada parte. 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 Honorários advocatícios (de sucumbência): a parte perdedora para 
uma porcentagem à parte vencedora pelo desempenho do advogado. 
 Consolidação de processos arbitrais: é a juntada de processos 
parecidos para julgamento único. 
 Foro 
3. REQUISITOS DE VALIDADE 
3.1 Sujeitos 
 Capacidade (Art. 1º) Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres 
na ordem civil. 
 Arbitrabilidade Subjetiva: Art. 1º As pessoas capazes de contratar 
poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis. 
3.2 Objeto: deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Arbitrabilidade Objetiva: o objeto deve ser patrimônio disponível 
3.3 Forma 
 Escrita (LA, art. 4º, §1; CNY, art. 2º, II) 
 Previsão no instrumento contratual 
 Previsão em instrumento apartado 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 Previsão em correspondências 
4. Cláusula Compromissória em contrato de Adesão (Art. 4º, §2º): a lei 
exige uma formalidade adicional, é preciso que haja assinatura específica para 
aquele dispositivo arbitral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 06/09 – DO COMPROMISSO ARBITRAL (hoje, tem menos uso) 
1. Conceito: Art. 9º da LA: O compromisso arbitral é a convenção através da 
qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, 
podendo ser judicial ou extrajudicial. 
Ocorre quando o litígio é posterior, portanto, o objeto é determinado. Apesar 
de pouco utilizado, esse instituto ainda é usado. Além disso, o compromisso 
pode ser judicial ou extrajudicial. Ex Post, após o conflito posto. 
2. Espécies 
 Judicial (arts. 7º, §7, e 9, §1) na hipótese das partes, que já litigam em 
um processo, assinam um compromisso dizendo que a jurisdição estatal 
não vai resolver o litígio, extinguindo o processo judicial e dando início à 
arbitragem. 
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à 
instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra 
parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando 
o juiz audiência especial para tal fim. 
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso 
arbitral. 
Art. 9º, § 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos 
autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
 Extrajudicial (art. 9º, §2, LA) ocorre quando as partes firmam 
compromisso para solucionar questão já materializada e fora da justiça. 
Art. 9º § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito 
particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
3. Forma 
 Judicial: termo nos autos (art. 9º, §1) 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Art. 9º, § 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos 
autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. O cartório faz um 
termo de serventia, que é assinado pelas partes e pelo juiz. 
 Extrajudicial: Escritura pública ou instrumento particular. 
Art. 9º § 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito 
particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
4. Elementos 
 Obrigatórios (Art. 10) Taxativa: Numerus Clausus 
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: 
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o 
caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de 
árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. 
 Facultativos (Art. 11) Numerus Apertus 
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: 
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; 
II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se 
assim for convencionado pelas partes; 
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à 
arbitragem, quando assim convencionarem as partes; 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das 
despesas com a arbitragem; e 
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 
5. Extinção 
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: 
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que 
as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; 
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, 
desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e 
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a parte 
interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, 
concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença 
arbitral. 
II. Alcance da Convençãode Arbitragem 
Definir esse alcance é uma das fases da interpretação da norma. É preciso olhar 
para a lei para ter o equilíbrio na interpretação dos negócios jurídicos, que 
deverão ser interpretados de acordo com a boa-fé objetiva, que integram a 
lealdade a probidade, a honestidade etc. Além disso, faz – se necessário verificar 
como se comportam os usos e costumes ou a lei do mercado. 
Art. 112. CC/02 - “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem” 
 
1. ALCANCE DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 
Interpretação restritiva? Já que a Convenção de arbitragem implica uma 
renúncia de utilizar a jurisdição estatal. 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Interpretação ampliativa? Já que abrange o maior número de pessoas e um 
método mais aberto de resolução de conflitos. 
Nem um e nem outro. É preciso olhar o que está na lei. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e 
os usos do lugar de sua celebração. 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido 
que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do 
negócio; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo 
de negócio; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
III - corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; 
e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a 
questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da 
racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis 
no momento de sua celebração. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de 
preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas 
daquelas previstas em lei. 
1.1. Alcance Subjetivo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Existem situações no direito em que partes poderão ser vinculadas, mesmo que 
não tenham assinados. 
Ex. Sucessores inter vivos: substituição alguém que fazia parte de uma relação 
jurídica, e em seu lugar entra o sucessor. Pode ser inter vivos ou causa mortis. 
STJ – Sentença estrangeira: 894 – 
Sucessores causa mortis: quando quem aceitou a cláusula morre, os sucessores 
entram no lugar dele. 
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
A e B celebram contrato em favor de C. Se houver cláusula de arbitragem, c 
também está vinculado. Ex. João contrata um quadro com Caetano Dias para 
dar de presente a Maria. Se houver aceitação do terceiro, ele estará vinculado 
ao negócio jurídico. 
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
Um agente musical celebra com o proprietário de uma casa de show que um 
baixista famoso se apresentará lá. O contrato é entre o agente musical e o 
proprietário da casa de show. Se o baixista fizer o show, ótimo, se não fizer, ele 
não será obrigado, pois não foi parte do contrato. O agente indenizará a casa de 
show. 
ALCANCE SUBJETIVO DE GRUPOS ECONÔMICOS 
O fato de a sociedade A significa que a sociedade B, apenas por integrar o grupo 
não será alcançada pela convenção arbitral. O simples fato de fazer parte não 
significa que ela será afetada pela convenção. 
Existem situações que denotam que aquela parte, de alguma forma, aceitou a 
convenção. Consentimento Tácito. 
 Casos no Exterior 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 Caso Dow Chemical: Uma sociedade do grupo Dow Chemical 
celebrou contrato com uma sociedade do grupo Saint Gobain. Na prática, 
durante décadas o contrato foi cumprido tanto pela Dow Chemical, mas também 
por outras sociedades do grupo nos mesmos termos. Formalmente, somente 1 
sociedade celebrou, mas, na prática, 2 sociedades da Dow Chemical cumpriram 
o contrato. Iniciou a arbitragem, pois a segunda sociedade aceitou tacitamente 
o contrato. 
NÃO É O SIMPLES FATO DE COMPOR, MAS DURANTE A EXECUÇÃO DO 
CONTRATO, TODOS ADOTARAM UMA CONDUTA COMO SE VINCULADAS 
FOSSE AO CONTRATO E À CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA, MEDIANTE 
ACEITAÇÃO TÁCITA. 
 Casos no Brasil 
 Caso Trelleborg: (já expliquei acima) 
 Caso Continental: aqui, o STJ mudou a jurisprudência admitindo 
– se o consentimento tácito é possível na arbitragem, sendo que antigamente 
não era. 
Desconsideração da personalidade Jurídica (CC, Art. 50) 
Os efeitos de uma relação jurídica celebrada pela pessoa jurídica atingem o 
sócio. Se houver fraude, abuso ou confusão patrimonial demonstrados, induzem 
o alcance do sócio não signatário. 
1.2. Alcance Objetivo 
 
 
 
 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
EXTENSÃO DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (AULA DO YOUTUBE) 
Introdução: 
Quando falamos do recurso voluntário a arbitragem como solução de 
controvérsias, sabemos que as partes se sujeitam aos seus efeitos, inclusive do 
afastamento do recurso à jurisdição. 
Requisitos: celebrada por escrito, manifestação inequívoca das partes. Par 1 do 
art. 4 da LA. 
O consentimento é um dos pilares da arbitragem, e via de regra, somente à elas 
está sujeita, e seus efeitos não se estendem a terceiros, devido o principio da 
relatividade dos efeitos dos contratos. 
Isso mudou. Os árbitros passaram a analisar se isso pode ser estendido á quem 
não lhes outorgou jurisdição. Se a parte, apesar de não signatária, deve receber 
a aplicação da Convenção. 
Com o tempo, há maior complexidade das instituições corporativas. E com isso, 
discussão acerca da inclusão de partes não signatárias à Convenção Arbitral. 
Consentimento Implícito tácito: uma análise casuística para verificar se as 
partes deram indícios de que sua real vontade era de se vincular à Convenção, 
seja por saber de existência, e ajudaram na negociação e no processo do 
contrato, ou, até mesmo na participação da sua execução, até o fim do contrato. 
Na verdade há uma referência à esse terceiro de toda forma. 
Teorias acerca da inclusão do terceiro 
1. Essa terceira parte, de alguma maneira participe em partes da negociação, 
tenha recebido benefício do contrato, ou tenha sido responsável por alguma das 
partes de sua execução – Lex Mercatória. 
2. Teoria da Desconsideração: abuso da forma societária, que envolve 
elementos fraudulentos, prejudicando a parte do contrato. Venire Contra Factum 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Próprio, não se pode admitir que uma parte se volte contra um fato gerado por 
ela mesma como um fato de afastar as consequências desse ato. 
3. Caso Dom Chemical. 
Caso Trelleborg, julgado em 2006: A ANEEL e seu sócio diretor venderam parte 
da empresa PAV para a Treleborg do BR. Mas na verdade, quem negociou a 
venda foi a controladora da Trelleborg do BR, uma empresa estrangeira que fazia 
parte desse conglomerado, a Trelleborg Industry. Após o contrato de compra e 
venda, a holding da Trelleborg, adquiriu uma empresa concorrente, a VS Brasil, 
da PAV. Os vendedores (Trelleborg Industry) das cotas da PAV à Trelleborg 
entenderam que compra e venda da empresa concorrente, inviabilizaria os 
negócios da PAV. Entraram com pedido judicial de processo arbitral para 
dissolver a PAV,com apuração de perdas e danos e lucros cessantes. A ANEEL 
incluiu no polo passivo a controladora, que NÃO FIGURAVA COMO PARTE NO 
CONTRATO ORIGINAL DE COMPRA E VENDA DA PAV. O judiciário 
reconheceu, através do conhecimento implícito, o fato de que ela se envolveu 
tanto na relação jurídica que deu origem na disputa, quanto participou ativamente 
da negociação ativa no contrato. 
Disputa entre a Cooper Gás e Termo Pernambucana (: a princípio, a Cooper 
gás tinha com a termo pernambucana um contrato de compra e venda de gás 
natural. Esse contrato continha uma Cláusula compromissória. E a cooper gás 
tinha um contrato com a Petrobrás, por meio do qual a Petrobrás vendia gás a 
Cooper Gás, nesse contrato, não tinha cláusula. Porém, no contrato entre a 
Cooper e a Petro, a Termo figurou como interveniente, e no contrato entre a 
cooper e a termo, a Petro figurou como interveniente. Ainda que não sejam 
partes do contrato, reconhece – se que ambos conheciam o contrato e a 
convenção de arbitragem. 
Na prática houve uma mudança no processo de distribuição da Petrobrás, que 
ensejou ICMS sobre o objeto do contrato e o valor foi repassado para a cooper 
gás, que repassou para a termo pernambucana no preço final do contrato. A 
termo alegou que esses valores não estariam delegados no contrato com a 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
Cooper, e instaurou processo arbitral APENAS CONTRA A COOPER. Visando 
reconhecimento da impossibilidade de repasse desse tributo à ela. A cooper 
pediu inclusão da Petro como litisconsorte, e esse pedido foi negado. 
TJ- RJ anulou a sentença arbitral, reconhecendo um caso de litisconsórcio 
passivo necessário em razão de vínculo jurídico. 
STJ aceitou a relação de conexão, mas essa coligação não subtrai a autonomia 
e a liberdade que existe dentro de cada um dos contratos. Seria inviável impor a 
terceiro não signatário do contrato, a compulsória participação no feito. 
Reconhecendo a individualização das obrigações das partes. 
Caso Paranapanema 2018. 
ICC CASE N. 2626, 1977: amplia a convenção à herdeiros, ou à quem tenha 
recebido vantagem oriunda do contrato. 
A sentença que inclui partes não signatárias pode ser anulada. Conforme Art. 
39, LA. 
EXTENSÃO OBJETIVA: extensão não somente à terceiros não signatários, mas 
a objetos não originalmente pactuados contratualmente. Reconhecimento de 
Eficácia ultra parte ou ultra objetiva. 
1. Sistema da prática francesa: extensão da convenção automaticamente. 
2. Norte Americano: estabelece requisitos pormenorizados para que isso se 
processe. 
 
 
 
 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 04/10 – CLÁUSULAS NA ARBITRAGEM 
A Arbitragem pode ser vista como negócio jurídico e como processo. 
Hoje, veremos o impacto de uma cláusula mais redigida 
1. Cláusulas sintéticas e analíticas: 
Sintética: cláusula resumida, que contêm estritamente o necessário. Ex. 
qualquer disputa desse contrato será resolvida perante a Camagro. É uma 
cláusula cheia, mas não estabelece a sede, nem honorários. 
Analítica: cláusula mais extensa, que não só as tornam cheias, mas 
estabelecem as principais características do processo arbitral. 
Padronizadas: as câmaras arbitrais, entendendo que há muitas que 
desconhecem o instituto, publicam em seus sites cláusulas padrão explicando 
como fazer uma cláusula cheia. 
Cláusulas Especiais: terá disposições sobre várias coisas, se o processo vai 
seguir em sigilo, por exemplo 
Cláusulas Diretas: a realização da arbitragem acontece diretamente. 
Cláusulas Escalonadas: antes da arbitragem tenta – se a autocomposição, se a 
negociação for frustrada, parte para a arbitragem. 
Técnicas de redação da cláusula compromissória 
 Concisão e clareza: a escrita deve ser clara. Não queiram utilizar palavras 
difíceis, isso dificulta o entendimento. Por que chamar alguém de progenitor se 
eu posso chamar de pai? É preciso simplificar a escrita e evitar vocabulários 
extremamente rebuscados. 
 Precisão terminológica: direito é linguagem. É dever do advogado 
conhecer os termos de sua profissão. 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
 Harmonia com demais cláusulas do instrumento: um instrumento é um 
tipo de documento preparado para servir de prova. 
 Sistematização: cada ideia em um parágrafo diferente. 
 Check List dos elementos da cláusula arbitral: é uma revisão final para 
verificar possíveis erros e a produção correta do texto. 
II. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA PADRONIZADA 
Cláusula padrão de arbitragem da CCI - Todos os litígios oriundos do presente 
contrato ou com ele relacionados serão definitivamente resolvidos de acordo 
com o Regulamento de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, por 
um ou mais árbitros nomeados nos termos desse Regulamento. 
Clausula Padrão da ICDR/AAA 
CBC – São Paulo: 
I – CLÁUSULA PADRÃO: 
“Qualquer litígio originário ou relacionado ao presente contrato, inclusive quanto 
à sua interpretação ou execução, será definitivamente resolvido por arbitragem, 
administrada pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio 
Brasil-Canadá (“CAM-CCBC”), de acordo com o seu Regulamento, constituindo-
se o tribunal arbitral de [um/três] árbitros, indicados na forma do citado 
Regulamento.” 
ACB (Salvador) 
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ESPECÍFICA 
1. Modelo meramente exemplificativo 
 Investigação da arbitragem das partes: é preciso perguntar ao cliente o 
que ele quer? Ele quer arbitragem? Ele pode pagar pela arbitragem? 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 Investigação as circunstâncias fáticas: principalmente para escolher a 
instituição arbitral, se atenderá a procedimento comum ou procedimento mais 
barato, qual será a qualificação dos árbitros. 
 Respeito às diferenças culturais: 
 Exercício da autonomia privada: possibilidade de criarmos as normas para 
os nossos negócios jurídicos. Decorrente da autodeterminação e da liberdade. 
Exemplo de cláusula especial: 
 
Crítica a esse prazo no escalonamento: a arbitragem será iniciada após 
esgotados os meios autocompositivos. Porém, com os prazos, pode haver uma 
parte que queira protelar todo o processo. 
Ex. de Cláusula em Arbitragem Institucional 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
Arbitragem Multipartes: é aquela na qual nós temos um dos polos uma relação 
jurídica processual como um triangulo, autor (requerente), o réu (requerido) e o 
julgador. É quando nós temos mais de uma pessoa no mesmo polo. Nesse caso, 
as partes envolvidas em cada polo indicarão o árbitro de comum acordo. Se eles 
não chegarem a um acordo é que é o problema. Isso é o caso do litisconsórcio. 
Caso Paranapanema: O Santander iniciou arbitragem contra a Paranapanema e 
o Banco BTG. A cláusula dizia: requerente indica um árbitro, requerido indica um 
árbitro, e esses árbitros indicarão o árbitro presidente. Santander indicou um co-
arbitro, Paranapanema e BTG não chegaram a um acordo. Nessa época ainda 
não havia regulamentação sobre o tema. O Presidente poderia escolher os 03 
árbitros ou a Brasil Canadá nomeou os árbitros pela Paranapanema e BTG, e 
aceitou a nomeação do Santander, que foi o que aconteceu. 
Na falta de acordo em qualquer dos polos, irão se desconsiderar qualquer 
indicação e a câmara indicará os 03 árbitros, para manter a paridade de armas. 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
 
 
Consequências da Escolha da Sede: não é necessariamente onde a câmara está 
sediada, mas onde se praticam os atos processuais. 
1. Definição da lex arbitra: qual lei regerá a convenção de arbitragem e o 
processo arbitral? 
2. Nacionalidade da sentença arbitral: a sentença arbitral tem a nacionalidade da 
sua sede. Se eu tenho uma arbitragem realizada em Salvador, não importa se 
os árbitros tenham assinado em São Paulo, a sede decidirá onde a sentença foi 
proferida. 
3. O foronatural para ação anulatória é o foro da sede. 
4. O foro para as medidas de urgência também é o da sede. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
HONORÁRIOS E DESPESAS: 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
Art. 27 da La – Não se aplica a sucumbência na arbitragem, mas o instituto do 
reembolso de honorários. 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 18/10 – ARBITRABILIDADE 
1. Conceito: a possibilidade de substituir uma demanda 
2. Espécies 
 Arbitrabilidade Objetiva: podem ser objeto de arbitragem litígios 
sobre relações jurídicas que dão ensejo a direitos patrimoniais disponíveis. 
 Arbitrabilidade Subjetiva: somente pessoas capazes podem tomar 
parte de processoa arbitrais 
Lei 9307: Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da 
arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
Disputas passíveis de arbitragem: 
 Disputas sobre direitos patrimoniais disponíveis 
 Ex. uma ação sobre paternidade não cabe à arbitragem. 
Patrimonialidade 
 Direitos de conteúdo econômico 
Disponibilidade 
 Direitos passíveis de negociação (é preciso analisar algumas perguntas 
primeiro)u 
 Alienação: pode ser transferido a outra pessoa? 
 Renúncia: mediante declaração unilateral de vontade do tt, este 
pode ser renunciado? 
 Transação 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
2. Disputas excluídas da arbitragem (ex.) 
Disputas sobre atos de jus imperii: 
Disputas sobre direitos pessoais: o direito a paternidade, o direito ao nome. 
Nada disso pode ser levar a arbitragem 
Disputas sobre direitos da personalidade 
As disputas sobre os direitos da personalidade em si não podem ser 
levadas a arbitragem, mas os reflexos econômicos de direitos da 
personalidade. Ex. A honra é um direito da personalidade, e uma pessoa 
tem seu nome incluído no SPC ou SERASA. Essa pessoa tem direito a 
indenização por danos morais. Essa questão dos danos morais pode ser 
arbitrada. 
3. Situações polêmicas 
Disputas trabalhistas 
 Dissídios coletivos: tem em um dos polos, pelo menos um sindicato. 
Admissibilidade (CF, art. 114, §1). Já é praticada a arbitragem 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 Dissídio individual: não tem sindicato. Ex. João contra o Banco do Brasil. 
Não tem previsão legal para que esse tipo de dissídio fosse resolvido por 
arbitragem. 
Divergência Doutrinária 
Existem duas doutrinas versando sobre isso; a primeira fala que questões sociais 
só poderão ser resolvidas pelo Estado. A segunda, que leva em consideração o 
consentimento, e diz que pode. 
Mudança de 2015, La: Só será passível de arbitragem, dissídios individuais em 
que o empregado esteja em cargo de gerência 
Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017): dissídios trabalhistas individuais em 
certos casos. 
 
 
Jurisprudência do TST: AIRR TST-AIRR-244-56.2010.5.15.0091 
Disputas consumeristas 
 Ineficácia da convenção de arbitragem (CDC, art. 51, VII) 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
A arbitragem não pode ser compulsória ao consumidor. Ele deve ter a opção de 
escolher optar pela arbitragem ou jurisdição estatal. 
 Veto parcial á Lei 13.129/2015 
Disputas Societárias 
 
ARBITRABILIDADE SUBJETIVA 
Capacidade (art. 1º da La) 
Tempus Regit actum 
Locus Regit actum: o local de domicílio determina a capacidade. 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 25/10 – Situações polêmicas: entes despersonalizados 
No direito brasileiro temos as pessoas naturais, físicas, e as pessoas jurídicas, 
de direito público e privado. Além disso, temos os entes despersonalizados, que 
são figuras que não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade processual. 
São eles: condomínio edilício, não são pessoas jurídicas; a massa falida, uma 
vez decretada a falência do empresário, seus ativos são reunidos para 
pagamento dos credores, deixando de ser arte o empresário e a massa falida se 
transformam em parte; espólio: quando alguém morre, esses ativos são 
transmitidos aos herdeiros, no entanto, até que seja realizado a divisão, o espólio 
responderá ao passivo do falecido. 
Espólio 
Autorização Judicial para o inventariante transigir ( CPC, art. 992) 
Massa Falida 
Enunciado 
Admite – se, na arbitragem a participação desses entes despersonalizados. 
1. Estatuto do Árbitro 
1.1 Poderes do Árbitro 
 Poderes do árbitro e tutela jurisdicional 
 O conteúdo da tutela jurisdicional pode ter várias naturezas. Tutela 
de conhecimento: o julgador CONHECE a causa e profere uma decisão. O 
julgador toma conhecimento das alegações das partes, examina as provas e 
aplica o direito (arts. 18 e 31). Pode ser de 03 tipos: declaratória, condenatória, 
constitutiva (negativa ou positiva). A tutela jurisdicional também pode ser 
cautelar, ou seja, uma tutela de protegerá o resultado final do processo. É uma 
tutela que não pode esperar o fim do processo para acontecer. Protege o direito 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
até que se encerre o processo, evitando o periculum in mora. O árbitro tem poder 
para conceder tutelas cautelares. 
Como se processa a tutela cautelar? 
O próprio árbitro pode concedê-la, uma vez que o tribunal arbitral já esteja 
constituído. No entanto, isso também pode ser feito sem que o tribunal esteja 
constituído, e que a parte precise da tutela antes da constituição do tribunal, isso 
pode ser feito através do árbitro de emergência. 
Tutela Executiva: basicamente satisfaz a pretensão do credor, por exemplo. 
O arbitro não pode satisfazer direitos através da tutela executiva. Somento o 
Estado poderá fazer através do Poder Judiciário. Se alguém obtém uma tutela 
por arbitragem, a execução deverá ser requerida ao judiciário. 
Princípio competência-competência: é um conjunto de 03 regras. 
1. O árbitro tem o poder de julgar a priori a própria jurisdição. 
2. Poder de julgar a priori a existência, validade e eficácia da convenção 
arbitral (Art. 8º, pa. Único) 
 Se uma parte declara que a cláusula é nula por algum motivo. Ela tem que 
esperar o fim do processo arbitral para requerer isso ao judiciário. O próprio juiz 
arbitral poderá declarar a nulidade da cláusula. 
3. Poder de julgar a arbitrabilidade (Art. 20) 
4. Poder de julgar a priori os próprios impedimentos e suspeições (art. 15) 
 Se houver conflito de interesse entre ele mesmo e as partes, o 
próprio árbitro decidirá. 
O controle judicial é a posteriori (arts. 20,§2º, 32 e 33) 
 Proibição às medidas antiarbitragem. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
O princípio é um mandado de otimização, que pode ser cumprido em maior ou 
menor medida. Uma regra, que impõe obrigação, ou é cumprida ou descumprida, 
não tem esse grau de cumprimento. 
1.2 Natureza Jurídica do Árbitro 
O árbitro é juiz de fato e de direito (art. 18) 
Equiparação a funcionário público para fins penais (art.17) 
Os crimes de corrupção passiva, concussão e peculato podem ser aplicados ao 
árbitro. 
Arbitro presidente (art 13, §4º) 
Ele coordena a audiência, cuida para que os árbitros tenham diálogos. Redige 
as decisões do tribunal arbitral e passa aos demais co-arbitros examinarem. 
Havendo empate, o presidente decide através do voto de Minerva. 
Método de escolha do presidente: autonomia das partes. 
Número de árbitros (Art.13) 
Número obrigatoriamente ímpar (art. 13,§1º)| 
Método de indicação e substituição dos árbitros 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
OBS: Um juiz togado não pode ser árbitro. 
 
Arbitragem Multiparte (Art. 13, §4) Litisconsórcio 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 08/11 PROCEDIMENTO ARBITRAL (CONTINUAÇÃO)FASE DE 
INSTAURAÇÃO 
Como se divide o procedimento arbitral: 
3. Principais Marcos 
 Requerimento de instauração de arbitragem x petição inicial 
O requerimento não se confunde com a petição inicial. 
 Conteúdo. Ex. Art. 4 (3) do Regulamento CCI 
Resposta do Requerido 
 Resposta do requerido x Contestação 
 Pedido contraposto (reconvenção) 
Cross claims: 
3 Principais Marcos 
Indicação dos árbitros 
Verificação da imparcialidade e independência dos árbitros 
Investidura dos árbitros: depende de instituição à instituição. Geralmente a 
Câmara envia as partes um comunicado. O critério é a aceitação. Quando o 
último aceita, está constituído o tribunal arbitral. 
IV FASE DE ORGANIZAÇÃO 
1. Objetivo: a fase de organização tem alguns objetivos. Um deles é estabelecer 
as normas a serem seguidas durante o procedimento arbitral, já que a Lei 9.307 
não traz todo regulamento. Essa omissão é proposital, já que algumas normas 
são detalhadas em outros dispositivos. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
2. Principais marcos: 
Eventual adendo à Convenção de Arbitragem (Art. 19,2º) 
Ata de missão, termo de arbitragem ou termos de referência. Cada câmara tem 
um passo a passo diferente. Não dá para fazer arbitragem sem conhecer o 
regulamento, pois elas variam de instituição para instituição. 
 Função: estabilização da LIDE. 
 Conteúdo: Regulamento da CCI (Art.23); e Regulamento da Câmara de 
Comércio Brasil Canadá (4.17, 4.18) 
O regulamento é diferente do compromisso: o compromisso é uma espécie de 
convenção, que tem objeto determinado e estabelece como será a arbitragem 
para conflito já ocorrido. O regulamento é uma peça do procedimento arbitral, 
não é um negócio jurídico por meio do qual as partes se comprometem a arbitrar, 
pois esse negócio jurídico é pactuado pelas partes antes mesmo da arbitragem 
começar. 
Caso INEPAR X INTIQUIRA 
Possibilidade de dispensa pelo regulamento: casos de arbitragem expedita. 
Casos de menor valor. Como estabiliza a lide sem esse documento? O 
requerimento de arbitragem tem que ser completo. 
Decisão sobre a condução do procedimento 
V. FASE DE DESENVOLVIMENTO 
1. Objetivo 
É aqui que os árbitros vão ouvir em definitivo as alegações das partes, vão colher 
as provas, e será proferida a sentença arbitral. 
Subfases 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
Postulatória: o que cada parte quer? Qual prestação postulada? Qual bem da 
vida discutido? As alegações são expostas em sua inteireza. A parte deve dizer 
tudo ao tribunal arbitral, para que esgotada essa postulação, apresentada a total 
defesa, os árbitros possam partir para a fase instrutória. 
Instrutória: instruir é dar conhecimento sobre os fatos verdadeiros. Cada parte 
fez a sua narrativa, agora vamos coletar provas. Instrução é sinônimo de 
produção de provas, oitiva de testemunhas, etc. 
Decisória: 
Saneamento: em um determinado momento, após as partes apresentarem suas 
postulações, o juiz verificará se há algum defeito no processo e fixará os pontos 
controvertidos. Se constar que não existe endereço processual, por exemplo, 
extingue o processo. Mas pode ser um vício sanável, o advogado sem 
procuração, o juiz abrirá prazo para o advogado anexar a procuração. 
Bifurcação: Ex. uma parte alega ilegitimidade, quem tem que responder é a outra 
parte, e não eu. Mas os árbitros, prevendo que isso pode demorar, abre dois 
prazos concomitantes: prazo para ilegitimidade e para o mérito. 
SUBFASE POSTULATÓRIA 
Apresentação em definitivo e por completo dos pedidos. É preciso que seja 
fundamentada argumentação de fato e de direito. 
Principais marcos 
Alegações Iniciais 
Respostas 
Réplicas 
Tréplicas 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
Não necessariamente acontece esse bate e volta. Pode acontecer do requerente 
e do requerido apresentarem alegações iniciais. Em seguida, ambos apresentam 
réplica, ou ambos apresentam tréplica. Mas tudo depende do caso concreto. 
Revelia (Art. 22, §3º) Falta de apresentação de resposta do requerido. Pode 
gerar 2 efeitos, conforme direito civil e cpc: privar o requerido de receber 
intimação ou fazer presumir que as alegações de fato do autor são verdadeiras. 
Na arbitragem, a sentença não pode se dar à revelia 
Página 227 do livro de Cahali 
Página 257 Somente Fase postulatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
PROCEDIMENTO ARBITRAL 
Uma das características, e por certo atrativo, da arbitragem é exatamente a 
flexibilidade do procedimento. Há liberdade das partes em estabelecer as regras 
de desenvolvimento da arbitragem ou adotar aquelas estabelecidas por uma 
instituição arbitral, através de sua eleição para administrar o conflito. 
Mas esta liberdade é vigiada, pois está presente na arbitragem o respeito ao 
princípio geral do devido processo legal, pelo qual, como se verá, impõem-se 
regras de preservação do direito ao contraditório, igualdade, imparcialidade do 
árbitro e seu livre convencimento. 
As entidades arbitrais possuem regras básicas do procedimento, mas mesmo 
nas arbitragens institucionais há margem para alguma interferência das partes 
quanto ao modo de proceder sobre diversos aspectos, dependendo, 
evidentemente, de cada regulamento. 
O procedimento arbitral não é realizado a la vonté. 
Diz o § 2.º do art. 21 da Lei de Arbitragem: “Serão, sempre, respeitados no 
procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da 
imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento”. 
Como é a cronologia do procedimento arbitral? 
Adota-se, na apresentação desta matéria, a cronologia do procedimento 
sugerida por Fouchard, Gaillard e Goldman, pela didática fórmula de 
apresentação, facilitando, e muito, a compreensão de como se realiza, de fato, 
a arbitragem. 
São três momentos distintos para se efetivar a arbitragem no aspecto 
procedimental: 
Fase I – Instauração da arbitragem; 
Fase II – Organização da arbitragem; 
Fase III – Desenvolvimento da arbitragem. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
A partida para a materialização do procedimento pode se verificar por diversas 
maneiras, de acordo com as peculiaridades de cada situação. São percorridas 
etapas preliminares com providências pré-processuais, extrajudiciais, judiciais 
ou de acordo com o regulamento da instituição arbitral eleita, se for o caso, já 
todas relacionadas à instauração do juízo arbitral, mas algumas ainda prévias à 
jurisdição propriamente dita do(s) árbitro(s). 
Superada a primeira fase, com a instituição da arbitragem, exatamente pela 
ausência de regras legais preestabelecidas ao progresso da arbitragem, e 
prestigiada a autonomia da vontade das partes, respeitada a autoridade do 
árbitro ou atendido o regulamento da entidade, há o importante momento de 
organização do procedimento, no qual se estabelecem quais, como e quando os 
atos serão praticados, fixa-se o objeto do conflito, e assim se faz a “estabilização 
da demanda”. 
E no último estágio desta realização efetiva da arbitragem promove-se o 
desenvolvimento do procedimento propriamente dito, com a prática dos atos 
postulatórios, instrutórios e decisórios, sob a autoridade do árbitro, mas com a 
cooperação, em algumas hipóteses isoladas, do Poder Judiciário. Resolvido o 
conflito, através da sentença arbitral (após excepcional pedido de 
esclarecimento similar aos embargos de declaração, regulado no art. 30 da Lei 
9.307/1996), esgota-se a jurisdição arbitral, e os meios coercitivos para o seu 
cumprimento, se necessários, se farão perante o Poder Judiciário. 
Como se dá a instauração da arbitragem ? 
Parei na página 239 8.4.3 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 22/ 11 – DO PROCEDIMENTO ARBITRAL 
 
4. SUBFASE INSTRUTÓRIA 
Objetivo: produção de provas requeridaspelas partes ou determinadas de ofício 
pelos árbitros (Art. 22). 
Regras para coleta de evidências 
Na lei 9.307 não há normas muito claras para a produção de provas, temos 
referencias indiretas relacionadas ao princípio da ampla defesa e do devido 
processo legal, mas não há um passo a passo a ser seguido para a produção de 
provas. Isso é proposital. O CPC não se aplica ao procedimento arbitral. 
Incompletude dos regulamentos de instituições arbitrais: é preciso que haja 
flexibilidade na produção de prova, para que se observe o caso concreto e se 
analise que tipo de provas serão necessárias. É preciso elasticidade, espaço de 
movimento entre árbitros e partes para adaptar as características ao caso 
concreto. As peças de Soft Law surgem para dar esse Norte aos árbitros, já que 
eles não têm essa previsão na L.A (IBA Rules, Regras de Praga). 
 
METODOS DE PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PROVA 
 
Prova Documental: exibição de documentos pela parte contrária e terceiros. 
Os documentos não são apresentados na subfase de instrução, mas na fase de 
postulação. Não sendo admitidos documentos obtidos de forma ilícita. 
Modelo Estadunidense Discovery e e- discovery: apresentação de todos os 
documentos que poderão ajudar a parte no caso. Volume imenso de documento. 
Ex. Apresentação de milhares de caixas suficientes para preencher uma sala 
grande de reunião. Crítica: volume altíssimo de documentos desnecessários ao 
processo. 
Método Redfern Schedule (agenda): funciona tipo um check list. 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
 
Depoimento pessoal: da própria parte se for pessoa natural ou do representante 
legal em caso de pessoa jurídica. No processo judiciário, a prova é produzida 
pela própria parte, e não pelo adversário. Nesse caso, o réu requirirá o 
depoimento, e não o próprio autor. 
Inquirição direta: há certa permissibilidade do advogado inquirir seu próprio 
cliente, ou seja, haverá a formulação de perguntas do advogado ao próprio 
cliente, ao contrário do processo judiciário, que não é correto o advogado fazer 
perguntas a seu próprio cliente. 
Inquirição pelo próprio advogado da parte 
Influência da ausência sem justa causa sobre a sentença (art. 22, §2º) 
TESTEMUNHAS 
Condução coercitiva (art. 22, §2º): os árbitros não tem poder de execução, 
carecer de poder de coerção direta, e não podem cumprir mano militares suas 
próprias decisões. Se a testemunha não comparece, e ela é essencial, deve 
emitir uma carta arbitral (documento de comunicação entre árbitro e juiz), o 
árbitro solicita ao juiz a intimação da testemunha para se valer da força policial. 
Inquirição de testemunha: se dá em audiência. 
Inquirição direta pelos advogados com intermédio dos árbitros 
Proibição de procedimentos fustigatórios: a testemunha não está lá para ser 
humilhada, mas para colaborar com o processo. Se o advogado for grosso, ou 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
faz perguntas que não tem a ver com o caso, o tribunal pode indeferir a pergunta 
mediante objeção. 
Escopo do Depoimento 
Depoimento aberto: a testemunha pode ser inquirida sobre qualquer situação 
que ela conheça. Semelhante ao processo judiciário. Não se sabe o que ela vai 
falar. 
Depoimento fechado: comum na arbitragem internacional. Antes dela se 
apresentar, tem um papel chamado Witness statements, com a qualificação da 
testemunha, o porquê ela conhece os fatos, e os fatos que ela conhece. A rigor, 
isso é inquirição fechada, pois quando é adotado esse modelo, a testemunha só 
falará dos fatos declarados em sua declaração. Se ela fala na declaração 
somente sobre a celebração do contrato, só se permite perguntas sobre isso. 
Perguntas sobre a execução do contrato não serão admitidas, por exemplo. 
Geralmente se adota um sistema chamado direct, cross, redirect, e recross 
examination: como se fosse um funil, primeiro a testemunha apresente o 
depoimento escrito e compareceu à audiência, depois o advogado que trouxe a 
testemunha faz as perguntas. Quando termina o direct, o advogado da parte 
contrária faz o cross (inquirição cruzada). É comum que o advogado estabeleça 
um diálogo com o cliente. Depois, volta para o outro advogado para no redirect 
perguntar SÓ SOBRE O QUE FOI DITO NO CROSS, e assim sucessivamente. 
PERÍCIA: é uma prova essencial. 
O juiz indica um perito que produzirá um laudo. As partes indicam um assistente 
técnico que produzirá um PARECER TÉCNICO. 
Expert Examinations 
Inquirição do perito pelos árbitros assistentes 
Inquirição de pareceristas jurídicos: em casos complexos um jurista é contratado 
para elaborar um parecer. A professora Judith Martins Costa, Arruda Alvim, 
Gustavo Tependino elaboram pareceres. A juntada do parecer encerra a 
participação daquele jurista. 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
A perícia é uma prova técnica. Muitas vezes o julgador necessita do parecer de 
um expert em matéria não jurídica. Esse parecer visa instruir o magistrado 
acerca de matérias que não são do direito. 
RETOMAR DO SLIDE 24, AUDIÊNCIA... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@jessica.brito 
2021.2 
 
AULA 29/11 – AUDIÊNCIA 
 
 
O grande momento do tribunal arbitral antes da sentença. A audiência se dedica 
a coleta de prova oral: testemunhas, prova oral, inquirição de peritos. É muito 
comum que as partes façam uma apresentação do seu caso para os árbitros, 
explicando qual é a sua causa, e como ele pretende atuar na audiência. Aqui, 
eles elencam quais serão os problemas discorridos. 
A conduta dos advogados deve ser civilizada. É preciso que o advogado estude 
o caso antes da audiência, defina sua estratégia tente prever o que será 
perguntado, o que será colocado contra suas alegações para que ele possa 
elaborar antecipadamente uma resposta. 
É sempre bom o advogado ter uma equipe, e não ir sozinho para a audiência. 
Daí um advogado inquire uma testemunha, outro advogado inquire a outra, um 
outro advogado fica com a prova pericial. 
ORGANIZAÇÃO DA AUDIENCIA 
Algumas Câmaras Arbitrais possuem suas próprias salas. 
Faculdade Baiana de Direito 
@jessica.brito 
2021.2 
 
SUB-FASE DECISÓRIA 
O objetivo aqui é a prolação da sentença arbitral 
Marco: sentença arbitral 
Embargos: pedidos de correção e esclarecimento sobre a sentença arbitral. 
Essa fase é mais focada na sentença, pois na fase instrutória e postulatória meio 
que se confundem entre elas. 
A propôs ação contra B, mas quer incluir C. O professor acredita que não vê 
como. 
SENTENÇA ARBITRAL 
A sentença arbitral é dotada de coisa julgada. Eu não posso ir ao judiciário 
com recurso contra a arbitragem. 
A sentença arbitral forma título executivo extrajudicial. 
A tutela jurisdicional básica tem três naturezas

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