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caderno de mediação e arbitragem

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Faculdade Baiana de Direito 2020.2 Rachel Abreu 
CADERNO DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
Prova 01: entregar dia 28/09
Prova 02: entregar dia 30/11
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1ª UNIDADE
1. Meios de resolução de disputas: 
Meios autocompositivos – a solução é dada pelas próprias partes (negociação; conciliação; mediação – o mediador estabelece um diálogo entre as partes para que elas entrem em uma solução comum, não há propostas sugeridas pelo mediador)
Meios heterocompositivos – a solução é dada pela imposição de um terceiro (ex: jurisdição estatal; dispute resolution boards – um comitê de resolução de disputas que emite pareceres vinculantes ou não vinculantes ao final dos processos que podem ou não vincular as partes às obrigações finais; arbitramento pericial – um profissional especializado no assunto pode analisar o caso e emitir uma opinião/parecer, porém, ele pode ser questionado judicialmente; arbitragem – se desenvolve conforme o devido processo legal e tem as decisões formando coisa julgada material e não pode ser discutido novamente.
- Ditame constitucional de eficácia do processo e acesso à justiça (CF, art. 5º, XXXV e LXXVIII), realidade histórica que não condiz com as estatísticas do judiciário, além do grande incentivo para o litígio no Brasil. 
- acesso à justiça: modelo de Cappelletti e Garth
- primeira onda: assistência judiciária e advogados para todos os cidadãos 
- segunda onda: há certos direitos que se defendidos individualmente não gera uma defesa satisfatória, por isso que seria necessário se criar a defesa de direitos difusos e coletivos em juízo 
- terceira onda: percebe-se que o judiciário não é suficiente para fazer justiça, por conta das várias interações e modificações que sofre a sociedade atual, por isso é necessário que se criem meios alternativos (adequados) de resolução de disputas (ADR) 
· ARBITRAGEM: modernização da legislação (lei 9.307/96/ CNY – 13.129/2015) 
· MEDIAÇÃO: criação da legislação (Lei 13.140/2015)
· Política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e conflitos de interesses (resolução CNJ 125/2010) – momento de diversificação do acesso à justiça e percebendo que é necessário desafogar o judiciário 
- Acesso à justiça: modelo de Frank E. Sander 
· Justiça Multiportas: o profissional precisa saber que a justiça pode ser acessada por várias outras vias e não apenas pela via tradicional 
Principal legislação arbitral em vigor é dividida em direito internacional e nacional 
Na nacional temos: 
Convenção de nova York (decreto 4.311 de 23/07/2002) (global)
Convenção do panamá ( 1.902/1996) (américas)
Acordo de Buenos aires (se aplica quando a sentença venha do mercosul) 
Protocolo de las lenas (mercosul)
Legislação arbitral esparsa
Dissídios trabalhistas coletivos de natureza econômica 
Disputas societárias 
Concessões do setor de óleo e gás
Concessão de ... 
LEI 9.307/1996
NATUREZA JURÍDICA DA LA 
· É a lei geral de arbitragem e não um código de arbitragem 
PRINCIPAIS INFLUENCIAS DA LA 
· Lei modelo da Uncitral – (comissão das nações unidas para o comercio internacional) sobre arbitragem comercial = criou um modelo de lei para que os países pudessem seguir 
· Lei espanhola de 1988 – na época era uma lei muito moderna 
· Convenção de nova York de 1958
· Convenção do panamá de 1975
PRINCIPAIS CARACTERISTISCAS DA LA 
· Convenção arbitral: compromisso – (diz respeito a um litígio já materializado) e clausula compromissória – diz respeito a um litigio indeterminado, que pode vir a surgir (art. 3º) 
· Execução específica da clausula compromissória (art. 7º) – adotava-se o modelo de duplo consentimento das partes; hoje é diferente. De acordo com os arts 5 e 7, se uma clausula contém todos os elementos necessários para se iniciar o processo arbitral independe da colaborações das partes essa clausula é considerada cheia e basta o interesse da parte para se iniciar a arbitragem, e caso o a outra parte não queira ele vai ser considerado revel com sentença proferida, e se o interessado ... (escutar a aula) 
· Princípio da competência – competência – cabe aos árbitros decidir se uma questão é arbitrável; sobre seus conflitos de interesses; se eles tem jurisdição sobre a causa; se a clausula é existente, valida e eficaz – quando o arbitro decide sobre esses temas, não há como se recorrer judicialmente sobre essas decisões
· Vedação a homologação judicial – antes era preciso que o credor iniciasse um processo judicial para obter uma homologação judicial para executar a sentença arbitral e esse era um ponto que fazia a arbitragem não ser muito usada, e o art. 18 muda isso, com a vedação da homologação e da revisão judicial das sentenças arbitrais. 
· Extinção do processo judicial face a convenção arbitral (art. 41) - se em um contrato houver uma cláusula compromissória e mesmo assim uma parte ingressar em juízo, uma parte pode alegar a existência dessa clausula e o processo é extinto sem resolução de mérito. A outra forma é quando paralelamente um processo judicial e um arbitral estão em curso, prevalece o arbitral
· Coisa julgada e vedação a revisão judicial do mérito – coisa julgada material por uma sentença arbitral (arts. 31 e 32)
· Constituição de título executivo judicial (arts. 31 e 41)
CONSTICUCIONALIDADE DA LA 
A sociedade só se sentiu segura para utilizar essa lei em 2001, quando o STF jugou que ela era constitucional, por conta de vários ataques sofridos 
· Tradição da arbitragem no direito brasileiro – ordenações Filipinas nos seus títulos 15 e 16 se referiam a arbitragem e aos árbitros; código comercial; CPC antigo; CC de 2002
· Julgamento do AI 52181 do STF em 1973 – caso LAGE 
· Inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV) – a arbitragem não iria contra essa garantia constitucional
 -Garantia constitucional fundamental 
· Controle de constitucionalidade da LA – foi no julgamento desse caso que o STJ julgou constitucional a LA 
· Julgamento da SE 5206 AgR pelo STJ – se debateu a desnecessidade de compromisso arbitral, bastando a cláusula compromissória; cabimento de execução específica de cláusula compromissória e a equiparação dos efeitos da sentença arbitral a judicial 
· Os fundamentos desse julgamento foram o consensualismo a autonomia privada; pode-se entender a autonomia privada como: a liberdade de escolher o meio de resolução dos próprios litígios; aplicação da arbitragem apenas a litígios sobre direitos patrimoniais disponíveis; direitos passiveis de renúncia e transação 
· INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, XXV. Da CF
· Destinatário da norma: é o legislador (e não o jurisdicionado) 
· Interpretação desse art. da CF de 46 – esse artigo é uma proibição ao estado de impedir o acesso á justiça, mas não ao participar de escolher seu método de resolução de conflito 
· Para o Moreira Alves, somente o compromisso arbitral produzia a arbitragem, mas foi um entendimento vencido e comprovado socialmente, sem que exista a exigência de determinabilidade do objeto
· Possibilidade de controle do poder judiciário – por ação anulatória, caso uma das partes entenda como necessário (arbitro corrupto... art. 32 da LA) 
· ACESSO A JUSTIÇA POR MEIOS ALTERNATIVOS 
· Tradição do direito brasileiro 
· Difusão internacional do instituto – se ate em democracias mais avançadas a arbitragem é aceita, por que ela não seria aceita no Brasil? o consensualismo é a base para considerar a arbitragem como constitucional, segundo o STF. 
· REFORMA PONTUAL DA LA 
· Arbitragem envolvendo a adm pública 
· ... 
· ...
· ...
· ARBITRAGEM NO CPC/2015 
· Preservada a LA 
· preservada a CNY
· segredo de justiça em processos relativos a arbitragem 
· criação da carta arbitral 
· convença de arbitragem em preliminar 
· impossibilidade de conhecimento de oficio 
· renuncia de arbitragem em casos de silencio 
· sentença arbitral como titulo executivo 
· agravo de instrumento contra decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem 
· ARBITRAGEM NO CC/2002
· Poderesespeciais para firmar compromisso 
· Normas sobre compromisso e clausula compromissória – se são assinadas por procurador é necessário que haja poderes especiais no documento 
· CNY 
· Objeto – reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras
· Equiparação de tratamento a sentença judicial - Caso em que a legislação nacional não pode impor mais requisitos do que para 
· Limitação das causas de denegação de reconhecimento – se estiver presente uma das causas na CNY é que o reconhecimento da sentença estrangeira deve ser denegada 
· Reconhecimento das convenções de arbitragem 
· Se no conflito da convenção e da lei a lei for mais liberal, se aplica a lei 
ESPECIES DE ARBITRAGEM
· Arbitragem de Direito Internacional Público – realizada para questões diplomáticas gerais 
· Arbitragem de investimento – se um dos estados parte recebe investimento de outro estado parte e este estado que recebeu investimento prejudica o empresário investidor, esse investidor não precisa acionar o estado local e pode acionar a arbitragem internacional.
 
· Arbitragem de direito privado (comercial) – arbitragem residual. Aplicável a relações não apenas mercantis; pode ser aplicada a direito sucessório, de família, de indústria, de serviço; essa denominação não é muito técnica uma vez que seu objeto é muito maior. No Brasil existe a arbitragem da administração pública. 
· ESPECIES DE ARBITRAGEM COMERCIAL 
· Arbitragem institucional X arbitragem ad hoc 
· INSTITUCIONAL – há um prestador de serviços chamado instituição arbitral que exerce um papel de administrador, com vários atos; disponibilizando um regulamento para a o passo a passo da arbitragem; atua como um cartório durante o processo da arbitragem. Assume um papel central e tem uma característica fundamental – se uma das partes se recusar a escolher os árbitros, a instituição arbitral entra em ação e indica o arbitro do caso. É uma arbitragem muito mais praticada hoje em dia
· Função da instituição arbitral X funções do árbitro – quem julga são os árbitros 
· Para que seja institucional deve haver previsão expressa, caso contrário será ad hoc 
· Procedimento – a LA não prevê esse procedimento; para isso o ideal é que se adote o regulamento da instituição escolhida; esse regulamento pode ser modificado, desde que não modifique pontos essenciais; os árbitros só podem disciplinar o procedimento naquilo que não foi consentimento entre as partes – eles não modificam, apenas preenchem as lacunas que as partes deixaram. 
· Utilizar um regulamento de outra instituição é perigoso, pois mesmo que se aceite, pode haver uma incompatibilidade muito grande 
· INDICAÇÃO DO ÁRBITRO – pelas partes; pela instituição; por um terceiro; pelo poder judiciário – o poder judiciário não pode indicar, pois a própria instituição faz isso, caso as partes não o façam, na arbitragem institucional 
· CUSTOS – há uma previsibilidade, pois, há uma tabela de custos que as instituições publicam
· VANTAGENS E DESVANTAGENS – previsibilidade e segurança que decorrem da existência do regulamento, da tabela de custos, da possibilidade de intervenção da câmara, por conta da equipe especializada na administração de processos arbitrais;
· Há uma menor flexibilidade nessa arbitragem 
· Custos – os honorários dos árbitros podem ser maiores 
· Constituição e funcionamento de instituições arbitrais – devem ser buscadas referencias de mercado para se escolher uma instituição (site do CONIMA); ler o regulamento da instituição; verificar a tabela de custos e de honorários de árbitros
· As instituições arbitrais são pessoas jurídicas de direito privado e não podem ter vínculo com o poder judiciário
· Inexistência de uma entidade de classe de fiscalização dessas instituições 
· Fiscalização pelo poder público e pela sociedade civil (CONIMA, CBAr)
· Utilização de símbolos oficiais pelas instituições arbitrais de forma irregular – o que induz ao erro o particular sobre a vinculação do órgão a essas instituições. 
· INSTITUIÇÕES ARBITRAIS 
· Setoriais – cuidam apenas de matérias especificas (CAMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO – B3; CAS; INTERNACIONAL COTTON ASSOCIATION; CAMAGRO) 
· Gerais – cuidam de diversas matérias, sem temas específicos (CCI; ICDR/AAA – NOVA YORK; SCC; SIAC; ACB – SALVADOR; CCBC) 
· ARBITRAGEM AD HOC – quem administra o processo arbitral é o próprio arbitro, e quando não há arbitro a própria parte que ajuda nessa fase 
· Os árbitros que fixam o procedimento arbitral, caso as partes não o façam
· As vezes se utilizam o regulamento de instituições já existentes
· O ideal aqui é usar o regulamento da Uncitral 
· A indicação do arbitro pode ser feita pelas partes; por um terceiro; ou pelo poder judiciário 
· Os custos aqui são negociados caso a caso 
· Há mais flexibilidade; menos custos, porém menor segurança e mais imprevisibilidade, além de ter uma maior exigência de colaboração – por isso é muito menos utilizada 
· ARBITRAGEM DOMÉSTICA E INTERNACIONAL:
· Modelos de políticas legislativas: 
· No modelo dualista há um regime para cada arbitragem acima, já no monista é apenas um modelo para cada uma delas. A França e Portugal utilizam o regime dualista; o Brasil, a Alemanha; a Bélgica e os Países Baixos utilizam o modelo monista. 
· O modelo monista tema ideia de simplificar; os dois modelos são legítimos, sem soberania entre os dois, é apenas uma opção política 
· Modelo monista internacionalizante: há uma distinção legislativa entre as arbitragens internacional e doméstica, porém poucas distinções existentes, com o mesmo regime jurídico, no geral. Países que aderem Espanha/ Itália.
· no brasil se adota o modelo monista com a indistinção entre a arbitragem internacional e doméstica 
· modelo monista e art. 2º da LA – divisão da doutrina sobre a existência ou não do tratamento entre a arbitragem: a lei faculta pela equidade ou pelo direito. as partes podem escolher um direito estrangeiro para regular um caso brasileiro. Segundo uma corrente, há quem entenda que o as normas do direito estrangeiro se aplicariam a qualquer caso, já outra corrente defende que não caberia essa aplicação pois a obrigação é constituída no Brasil, e apenas a lei brasileira deveria ser utilizada. Uma parte da corrente se utiliza do art. 9º (não peguei a lei)
- os tribunais não são pacíficos quanto a essa divergência.
 
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.
 
- Distinção entre sentença arbitral estrangeira e nacional: se da com base no local em que os atos processuais foram realizados 
· execução direta da sentença nacional (art. 31) 
· necessidade de prévio reconhecimento da sentença estrangeira (LA arts. 34 e ss.; CNY)
· ARBITRAGEM DE DIREITO E DE EQUIDADE 
- na arbitragem de direito os árbitros se valem da legislação 
- na arbitragem de equidade os árbitros resolvem com base no senso comum da sociedade daquele momento histórico
Deriva da autonomia privada e do consensualismo das partes 
Artigo para leitura não obrigatória: panorama na arbitragem na França e na Itália: perspectiva de Direito comparado com o sistema brasileiro Giovanni Bonatto 
PRINCIPIOS E NATUREZA JURIDICA DA ARBITRAGEM 
- NATUREZA JURIDICA DA ARBITRAGEM: 
- TEORIA CONTRATUAL: se desenvolveu no CC de 1916; se entendia que a jurisdição era um dever exclusivo do estado e o que seria a arbitragem então? ..... não peguei essa parte
- TEORIA JURISDICIONAL: a ideia de jurisdição dispensa a presença do estado. E passa a ser a ideia de atividade de pacificação da sociedade mediante a resolução conflitos, exercida ou não por um juiz estatal.- Arbitro como juiz de fato e de Direito (art. 18) 
- Equiparação da sentença arbitral à judicial (art. 31) 
- Constituição de título executivo judicial (art. 31)
- TEORIA MISTA: mescla aspectos contratuais e jurisdicionais. Enquanto convenção ela é contrato, e depois a arbitragem vira jurisdição.
- TEORIA AUTONOMISTA: 
- Desnacionalização da arbitragem internacional; desvinculação de ordenamentos jurídicos nacionais; legitimidade fundada exclusivamente no consenso
- não vive por si só; se aplica a arbitragem internacional para explicar que ela é autônoma e contratual. Essa teoria diz que a arbitragem extrai sua legitimidade do consenso de que se trata do meio mais adequado de conflitos transfronteiriços de qualquer país envolvido no conflito; quando a arbitragem é internacional, para essa teoria, ela se desvincula de qualquer país e por isso qualquer ordenamento pode ser utilizado. é possível que tendo a sentença sido anulada por um país, que ela seja reconhecida por outro país envolvido no conflito. 
- PRINCIPIOS DA ARBITRAGEM: 
- Autonomia privada; boa-fé; força obrigatória da convenção arbitral – pacta sunt servanda; relatividade dos efeitos da convenção arbitral – coisa havida entre terceiro nem ajuda nem prejudica; intangibilidade do conteúdo da convenção arbitral
- Devido processo legal; ampla defesa; contraditório; fundamentação; celeridade; igualdade das partes
- Imparcialidade e independência do árbitro – os árbitros estão sujeitos as mesmas causas de suspeição e impedimento dos juízes 
- Livre convencimento do árbitro; competência – competência
- CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: ART. 3º DA LA – é o pacto que dá início a arbitragem. É um negócio jurídico bilateral. 
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
- são duas espécies: a clausula compromissória (compactuada antes do litigio existir): natureza ex ante; objeto determinável; origem determinável; origem extrajudicial
 e o compromisso arbitral (compactuada depois que o litigio ocorreu): natureza ex post; objeto determinado; origem extrajudicial ou judicial
- a convenção tem efeito positivo – a causa não pode ser levado ao judiciário, e se for lavado o processo é extinto sem resolução do mérito
- a convenção arbitral é autônoma ao processo, o que significa que a invalidade ou ineficácia do processo a que se refere não a contaminará. 
 
- ESPÉCIES DE CLAUSULAS COMPROMISSORIAS: 
- Clausula direta: estabelece que surgindo o litigio as partes irão diretamente para a solução arbitral
- Escalonada: apenas se fracassada a primeira etapa é que resolve o conflito por meio de arbitragem. Aqui a autonomia privada impera. Pode ser por negociação previa, ou conciliação previa ou mediação previa
Conciliação previa: um conciliador tenta mediar um acordo entre as partes antes das partes irem para a arbitragem. 
Caso a arbitragem tenha acabado, ele pode ser resolvido em perdas e danos. 
Se o escalonamento não for observado as partes devem cumprir o que foi pactuado, havendo suspensão da arbitragem e só após, caso não haja esse cumprimento, o processo arbitral retorna normalmente e aí cabe perdas e danos, caso o arbitre erre e não suspenda 
CLAUSULA CHEIA: a presença de elementos que permitam a instauração da arbitragem independe da colaboração das partes e da intervenção do poder judiciário. A LA entende que a angularização se dá quando o arbitro é invertido. 
É aquela que permite investir os árbitros sem a cooperação do requerido ou a intervenção do judiciário. 
Há duas técnicas para se atingir a cláusula cheia: se escolhendo a arbitragem institucional ou se escolhendo uma autoridade nomeadora, para que se faça a nomeação dos árbitros, em caso de não concordância entre as partes. Ou seja, escolhendo a instituição ou prevendo autoridade nomeadora
A parte deve notificar o requerido para que ele compareça a uma reunião, caso ele não vá, pode a parte acionar o poder judiciário para que os árbitros sejam instituídos 
A cláusula compromissória é um NJ definitivo. 
 O art. 7º: havendo clausula compromissória vazia é que ele deve ser aplicado 
Uma vez instituído o tribunal, caso a parte continue não aceitando, ele será considerado revel. (art. 22, §3º LA)
CLAUSULA VAZIA – tem uma lacuna do mecanismo de investidura dos árbitros
Métodos para preenchê-la e transforma-la em cheia: realizar uma declaração de vontade das partes por celebração de aditivo a clausula compromissória – isso torna a clausula cheia para sempre; fazer um compromisso arbitral para o caso especifico – torna a clausula cheia apenas para aquele litigio; se não houver acordo podem as partes se valer do art. 7º para que seja formado um tribunal arbitral através do judiciário. 
Clausula patológica: clausula que tem um defeito que compromete sua validade ou sua eficácia (escolher uma câmara arbitral que não existe, ou que existia e já foi extinta). Diante dessa situação, deve ser adotada uma escolha que não prive o NJ dos seus efeitos; necessário que se investigue a vontade das partes (art. 112, CC).
Há situações que é impossível sanar e aí o NJ terá o objeto impossível e será nulo. 
- ELEMENTOS DE CLAUSULAS COMPROMISSORIAS: 
No plano da existência: se estuda os elementos necessários do NJ: sujeito, objeto e forma. 
Existem também os elementos facultativos: é de boa técnica que eles estejam presentes (designação da instituição arbitral ou da autoridade nomeadora – se for ad hoc). 
Se a arbitragem for ad hoc, o modelo da UNCITRAL deve ser utilizado; critério de julgamento; direito ou equidade; sendo critério de direito as normas escolhidas devem ser claras; método de indicação dos árbitros; a sede da arbitragem; idioma; prazo; confidencialidade; honorários advocatícios; foro; consolidação de processos arbitrais; 
REQUISITOS DE VALIDADE: sujeito capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. São qualidades que os elementos devem ter para produzir efeitos.
A forma deve ser escrita (LA, ART. 4º, §1º; CYN, ART. 2º, II): deve haver a previsão no instrumento contratual; previsão em instrumento apartado; previsão em correspondência. O STJ errou no julgamento de uma sentença SEC 978. Pois forma escrita não significa consentimento expresso, uma vez que ele pode ser feito de outras formas, o ordenamento jurídico brasileiro não confunde esses dois elementos, e em 2019 o STJ estabeleceu que é possível o consentimento tácito. 
Para que o contrato seja caracterizado como de adesão é necessário que ele não seja paritário (art. 4º,§2) nesses casos uma assinatura deve vir ao lado da clausula que estabelece o contrato como de adesão. 
- REQUISITOS DA CLAUSULAS COMPROMISSORIAS: falta essa aula 
AULA DIA 05/10/20 – 
Técnicas de redação da cláusula compromissória: 
concisão e clareza – não utilizar palavras desnecessárias; usar as palavras mais comuns na redação das cláusulas; o texto deve ser sistematizado – uma ideia por frase/clausula; 
Precisão terminológica – isso facilita a vinculação do texto com a norma; pode repetir as palavras no contrato, usar sinônimos pode confundir e dificultar a interpretação 
Harmonia com as demais clausulas do instrumento 
Sistematização – cada paragrafo deve tratar de um assunto 
Utilização de termos definidos – evita dúvida e facilita a leitura 
Check list dos elementos da clausula arbitral 
Exemplos de clausulas compromissórias padronizadas: 
- CCI (PARIS)
- ICDR/AAA (NY)
- CCBC (SÃO PAULO)
- ACB (SALVADOR)
- O que deve ser observado para se fazer clausulas compromissórias especificas
1 - Investigar as vontades das partes
2 – Investigar as circunstâncias fáticas 
3 - Respeitar as diferenças culturais 
4 – Exercitar a autonomia privada 
ÁBITRO
- PODERES DO ARBITRO E TUTELA JURISDICIONAL:
- tutela de conhecimento, tutela de urgência – é possível que alguém precise de uma tutela de urgência antes do tribunal estar constituído, nesse caso se recorre ao poderjudicial e depois de constituído, o tribunal arbitral poderá revisar a decisão do poder judicial; 
- Arbitro de emergência: não está previsto em lei, mas está em alguns regulamentos e consiste na possibilidade de que as partes se valham de algum arbitro indicado pela instituição arbitral para julgar apenas a tutela de urgência, dispensando a ida ao poder judiciário, caso seja necessário uma tutela de urgência; tem se tornado cada vez mais comum e se discute sua natureza jurídica sobre sua execução; ele depende de previsão no regulamento e do que for pactuado pelas partes para acontecer. 
A tutela de execução não pode ser concedida pelos árbitros e deve ser feita apenas pelos oficiais públicos 
- COMPETENCIA – COMPETENCIA: aquele que tem poder para julgar sua própria competência é o juiz o qual a competência foi imputada. Na arbitragem é um conjunto de poderes, que confere ao arbitro: 
- o poder de julgar a priori a própria jurisdição
- o pode de julgar a priori os próprios impedimentos e suspeições da convenção arbitral (art. 15) – se ele assim se julgar, o processo não será extinto, o que acontece é a substituição do arbitro e por isso não se trata de uma regra de competência – competência 
- o poder de julgar a priori a existência, validade, e eficácia da convenção arbitral (art. 8º, par. Único)
- o pode de julgar a priori a arbitrabilidade 
- controle judicial a posteriori (arts. 20, §2º, 32 e 33) – através de ação anulatória. O que nos faz concluir que no Direito brasileiro não se admite as ações antiarbitragem, devendo as partes aguardarem o final da arbitragem 
- NATUREZA JURIDICA DO ARBITRO 
- de acordo com o art. 18 da LA (EU ACHO) o arbitro é um juiz de fato e de direito
- o arbitro é uma figura equiparada ao funcionário público para fins penais (art. 17)
- ARBITRO PRESIDENTE (ART. 13, §4º)
- FUNÇÕES: ele conduz a audiência; é responsável pela primeira minuta do tribunal e pelo envio para os outros árbitros; ele comunica as decisões para as partes; desempata as decisões, caso assim aconteça 
- METODO DE ESCOLHA: o que determina sua escolha é a autonomia privada; mas várias formas de escolha – a forma mais comum é a lista com nomes para os co-arbitros que escolhem um para ser o presidente 
 
- SECRETÁRIO 
- FUNÇÕES: é uma pessoa de confiança do presidente do tribunal arbitral, ajuda na logística no momento da sessão. 
- deve sempre ser um número ímpar de árbitros; mas pode haver a figura do juízo arbitral singular (art. 13,§1º) o que pode acarretar muito poderes em uma pessoa só. 
- quem define os árbitros são as partes por meio da autonomia privada e ordem publica
- pode ser através da definição de método especifico de nomeação ou pela adesão as regras de instituições arbitral – analisar se a instituição possui lista aberta ou fechada de árbitros 
- as listas fechadas são legais, mas o art. 13, §4ª autoriza que as partes a excluam na clausula arbitral
- Confirmação: geralmente os regulamentos estabelecem que as instituições vão controlar e verificar se a escolha foi acertada e segura, por meio de um formulário que será respondido pelo arbitro e analisado pela instituição. 
- Arbitragem multiparte: no polo de multipartes deve haver um consenso entre as partes para a indicação do arbitro, caso isso não aconteça prevalece o que estiver previsto no regulamento das instituições 
- direito de escusa: o arbitro não estar obrigado a aceitar a sua nomeação e pode escusa-se, injustificadamente. 
- o arbitro deve ser capaz; deve ser de confiança do requerido; previsão de qualificação adicional na clausula arbitral – cuidar apenas para não deixar a clausula de qualificação patológica 
- o arbitro deve ser imparcial: 
- poder de julgar a priori os próprios impedimentos e suspeições 
- soft law
- deve ser independente 
- tem o dever de conhecer aquela matéria (ter competência / habilidade) 
- dever de diligencia 
- dever de discrição
- dever de revelação: se tiver alguma situação que gere conflito de interesse entre as partes, ele deve falar. 
- existe uma limitação pela imparcialidade legal mínima 
- faculdade de estabelecer normal adicionais 
- RESPONSABLIDADE DO ARBITRO 
- CIVIL: SUBJETIVA DEPENDE DO DOLO 
- PENAL: EQUIPARADA AO FUNCIONARIO PUBLICO

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