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ANAIS DO SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL Resumos apresentados durante o Simpósio de Biologia Vegetal - SBV 2014 Thales Henrique Dias Leandro Laís Samira Correia Nunes Karen Patrícia Castillioni (Organizadores) Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) Universidade Estadual Paulista – Unesp/Rio Claro-São Paulo 2014 Thales Henrique Dias Leandro Laís Samira Correia Nunes Karen Patrícia Castillioni (Organizadores) Anais do Simpósio de Biologia Vegetal Resumos apresentados durante o Simpósio de Biologia Vegetal - SBV 2014 Universidade Estadual Paulista - Unesp Rio Claro - São Paulo Simpósio de Biologia Vegetal (2014: Rio Claro) Anais do Simpósio de Biologia Vegetal [recurso eletrônico] / realizado no Instituto de Biociências - UNESP, câmpus de Rio Claro/SP. – Rio Claro : UNESP – IB, 2015 27 p. : il., fots. Organização: Thales Henrique Dias Leandro, Laís Samira Correia Nunes, Karen Patrícia Castillioni Disponível em: http://ib.rc.unesp.br/#!/pos-graduacao/secao-tecnica-de- pos/programas/biologia-vegetal/anais-sbv/apresentacao/ ISSN: 2526-5202 (recurso eletrônico) 1. Botânica. 2. Biologia vegetal. I. Leandro, Thales Henrique Dias. II. Nunes, Laís Samira Correia. III. Castillioni, Karen Patrícia. IV. Título. CDD 580 Ficha Catalográfica elaborada pela STATI – Biblioteca da UNESP câmpus de Rio Claro/SP COMISSÃO ORGANIZADORA DO SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 Presidente: THALES HENRIQUE DIAS LEANDRO Coordenador: MARCO ANTONIO DE ASSIS COMITÊS DE APOIO Comitê de Programação Científica Elizabeth Gorgone Barbosa Fernanda Passarini Lopes Gabriel Mendes Marcusso Mariana Ninno Rissi Comitê de Inscrição e Certificados Gisele Biem Mori Karen Patrícia Castillioni Laís Samira Correia Nunes Comitê de Finanças Otavia Faria dos Anjos Comitê de Patrocínio Blanca Auxiliadora Dugarte Corredor Paula Maldonado Rabelo Talita Marques Zupo Comitê de Divulgação Diogo Amorim Araújo Mariana Maciel Monteiro Thiago de Souza Leal COMISSÃO CIENTÍFICA Blanca Auxiliadora Dugarte Corredor, Clarissa Hamaio Okino Delgado, Diogo Amorim de Araújo, Elizabeth Gorgone Barbosa, Fábio Pinheiro, Francielli Bao, Henrique Hespanhol Tozzi, Jane Rodrigues da Silva, Juliana Rodrigues Larossa Oler, Kaire de Oliveira Nardi, Leonardo Biral dos Santos, Letícia Peres Poli, Luiz Ricardo dos Santos Tozin, Mariana Ninno Rissi, Otavia Faria dos Anjos, Rodrigo Ferreira de Moraes, Suzana Chiari Bertolli, Talita Marques Zupo e Thales Henrique Dias Leandro. EQUIPE DE APOIO (STAFF) Andréa Rösel de Lourenço, Fernanda Martins Gonzaga de Oliveira, Juliana da Silva Lima, Renato Augusto Corrêa dos Santos, Thays Neigri da Silva e Yuri Fechio Apolinário. Anais do SBV 2014: Thales Henrique Dias Leandro, Laís Samira Correia Nunes e Karen Patrícia Castilloni Capa (Anais do SBV 2014): Thales Henrique Dias Leandro (projeto gráfico) e Gabriel Mendes Marcusso (fotos) Captação de Recursos: Thales Henrique Dias Leandro, Paula Maldonado Rabelo, Blanca Auxiliadora Dugarte Corredor e Alessandra Ike Coan (PPG) Cerimonial: Thales Henrique Dias Leandro, Renato Augusto Corrêa dos Santos, Alex Fernando Benatti (abertura), Odair Antonio Mariano Leite (suporte) Comissão Científica (coordenação): Laís Samira Correia Nunes e Karen Patrícia Castillioni Equipe de Apoio (coordenação): Laís Samira Correia Nunes e Thales Henrique Dias Leandro Hospedagem e coffee break: Otavia Faria dos Anjos Minicursos (coordenação): Thales Henrique Dias Leandro e Laís Samira Correia Nunes Página do SBV 2014: Vinícius Manvailer Gonçalves e Thales Henrique Dias Leandro Palestrantes (coordenação): Thales Henrique Dias Leandro e Elizabeth Gorgone Barbosa Prêmio “Melhor Trabalho SBV 2014” (avaliadores): Fábio Pinheiro e Victor José Mendes Cardoso Programa: Thales Henrique Dias Leandro Projetos gráficos: Mariana Maciel Monteiro e Thales Henrique Dias Leandro Resumos: Laís Samira Correia Nunes, Karen Patrícia Castillioni e Thales Henrique Dias Leandro Revisão técnico-linguística (Anais do SBV 2014): Thales Henrique Dias Leandro, Laís Samira Correia Nunes, Karen Castillioni; Igor Vinicius Ramos Otero e Lucas Moreira Furlan (assessores externos) Transporte: Thales Henrique Dias Leandro, Célia Maria Hebling e Alessandra Ike Coan Ornamentação: Otavia Faria dos Anjos CONSELHO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIOLOGIA VEGETAL) Membros Titulares Coordenadora: ALESSANDRA IKE COAN Vice-coordenador: MARCO ANTONIO DE ASSIS Alessandra Tomaselli Fidelis Massanori Takaki Thales Henrique Dias Leandro Membros Suplentes Antonio Fernando Monteiro Camargo Pedro Luis Rodrigues de Moraes Victor José Mendes Cardoso Otavia Faria dos Anjos Realização Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) Universidade Estadual Paulista Unesp/Rio Claro – SP Av. 24 A, 1515 Apoio APRESENTAÇÃO Prezados colegas, O Simpósio de Biologia Vegetal - SBV é um evento tradicional organizado pelos discentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), câmpus de Rio Claro, que tem como principal objetivo integrar alunos de graduação e pós-graduação, proporcionando novas oportunidades de formação profissional para ambos. Durante o planejamento do Simpósio de Biologia Vegetal - SBV 2014 priorizamos a definição de uma programação científica ampla, sobretudo a necessidade de consolidarmos em nosso evento uma maneira de valorizar o conhecimento gerado e divulgá-lo de forma permanente. A publicação dos “Anais do Simpósio de Biologia Vegetal” é um marco na história do SBV, que agora contará com publicações seriadas, bienais, que englobarão os resumos apresentados durante as edições do evento. Em sua primeira edição, conta com diversas abordagens envolvendo ensino, pesquisa e políticas públicas em torno do conhecimento botânico. A organização deste volume contou com o empenho das colegas de pós-graduação Laís Samira Correia Nunes e Karen Patrícia Castillioni, às quais deixo aqui registrado meu profundo agradecimento. Finalmente, é preciso destacar o apoio do Coordenador do SBV, Prof. Dr. Marco Antonio de Assis, assim como dos demais membros da Comissão Organizadora e do Conselho do nosso Programa de Pós-Graduação, que não mediram esforços para concretização de mais esse evento. Obrigado a todos. Thales Henrique Dias Leandro Presidente do Simpósio de Biologia Vegetal SBV - 2014 I SUMÁRIO Apresentação I Resumos II Bioquímica Vegetal e Biotecnologia Quantificação do teor de fenóis totais em Mentha pulegium L. Erika Ferreira Costa; Juliana Aparecida Povh 1 Análise funcional do gene órfão CcUNK8 de Coffea canephora via transformação genética de Setaria viridis Karoline E. Duarte; Natália Gomes Vieira; Érica C. S. Rêgo; Polyana Kelly Martins; Ana Paula Ribeiro; Bárbara Andrade D. B. da Cunha; Hugo Bruno Correa Molinari; Adilson Kenji Kobayashi; Pierre Marraccini; Alan Carvalho Andrade 2 Sensibilidade de sementes de Lactuca sativa, Eruca sativa e Cucumis sativus ao tiossulfato de sódio José Rubens Moraes Jr, Ana Paula Justiniano Régo; Ederio Dino Bidoia 3 Análise da influência do herbicida ametrina no desenvolvimento de algas em um ecossistema aquático Ana Paula Justiniano Régo; Ana Carolina dos Santos; José Rubens Moraes Jr; Ederio Dino Bidoia 4 Botânica Estrutural Anatomia foliar de Megaskepasma erythrochlamys Lindau (Acanthaceae) Elisa Mitsuko Aoyama; Alexandre Indriunas 5 Estudo do limbo foliar em Janusia guaranitica (A. ST.-HIL.)A. Juss e Stigmaphyllon bonariense (Hook. & Arn.) C.E. Anderson Renata Sebastiani; Nicole Pavan Butolo; Rafael Bellinatti Medina; José Victor da Silva 6 Caracterização morfológica e anatômica foliar como subsídio à taxonomia de Lavoisiera DC. (Microlicieae, Melastomataceae) Kleber R. Silva; Rosana Romero; Daniela G. Simão 7 Morfologia e biometria foliar de Odontonema dissitifolium (Ness) Kuntze (Acanthaceae) da Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, ES Tatyana Gomes Silva; Alexandre Indriunas; Elisa Mitsuko Aoyama 8 Epiderme foliar de algumas espécies do gênero Mezilaurus Taub. (Lauraceae): um suporte para taxonomia Priscila Passala Vaz; Flávio Macedo Alves; Rosani de Oliveira do Carmo Arruda 9 Seleção de frutos de Cereus jamacaru P. DC. (Cactaceae) Dalva Neta e Zanina; Rafael Pereira de Matos; Daniel Pontes de Oliveira 10 Morfo-anatomia foliar de Aphelandra espirito-santensis Profice & Wassh (Acanthaceae) Livia Zottele; Alexandre Indriunas; Elisa Mitsuko Aoyama 11 Ensino de Botânica e Políticas Públicas Botânica Forense no Brasil: ponderações e perspectivas Vinícius Manvailer; Edna Scremin-Dias; Thales D. Leandro 12 Ecologia e Conservação Vegetal Avaliação da produtividade em áreas de campo sujo com diferentes históricos de fogo Giovana Chiari; Alessandra Fidelis 13 Uso de cactáceas como recurso pela comunidade de organismos da Estação Ecológica de Aiuaba, Ceará, Brasil José Vinícius Leite Lima; André Cardoso Albuquerque; Rafael Pereira de Matos; Ricardo Madeira Tannús 14 Sensibilidade de sementes de Lactuca sativa, Eruca sativa e Cucumis sativus a solução de eletrólitos para fixação de corantes têxteis José Rubens Moraes; Ana Paula Justiniano Régo; Ederio Dino Bidoia 15 Potencial de fitotoxicidade do herbicida ametrina para sementes de Lactuca sativa Ana Paula Justiniano Régo; Cassiana Maria Reganhan Coneglian; José Rubens Moraes; Ederio Dino Bidoia 16 Etnobotânica e Botânica Econômica Etnoveterinária no Systema Materiae Medicae de Martius Alexandre Indriunas; Elisa Mitsuko Aoyama 17 Fisiologia e Ecofisiologia Vegetal Efeito do aumento de CO2 atmosférico e da temperatura na termotolerância de milheto Pennisetum glaucum (Poaceae) Leandra Bordignon; Ana Paula Faria; Marcel Giovani Costa França; Marcela Batista Matias; Geraldo Wilson Fernandes 18 Padrões de partição de biomassa entre flores, folhas e ramos em árvores decíduas, semidecíduas e sempre verdes de cerrado Mariana P. Borges; Carlos Henrique B. A. Prado 19 Emissão de folhas em perfilhos de Panicum maximum (gramínea C4) avaliada em sistema miniFACE e T-FACE durante o outono Lívia H. G. de Camargo-Bortolin; Érique Castro; Carlos Henrique B. de A. Prado; Carlos Alberto Martinez 20 Crescimento inicial de Pterogyne nitens Tul. sob diferentes condições climáticas Erilva Machado Costa; Siléia Oliveira Guimarães; José Eduardo Macedo Pezzopane 21 Frequências de irrigação e de desenvolvimento de mudas de Cedrella fissilis Ângela Simone Freitag Lima; Toshio Nishijima; Weslley Wilker Corrêa Morais; Antônio Natal Gonçalves 22 Condutância estomática de Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae) tratadas com lodo de esgoto Leandro Oliveira Miranda; Michele Aparecida dos Santos Nobrega; Etenaldo Felipe Santiago 23 Crescimento inicial de Tabebuia chrysotricha (Ipê-amarelo) sob diferentes condições microclimáticas Siléia Oliveira Guimarães; Erilva Machado Costa; Alcides Pereira Santos Neto 24 Influência da intensidade luminosa na densidade estomática de folhas de alface Renes Rossi Pinheiro; Denise Schmitd; João Marcelo Santos de Oliveira 25 Florística e Fitossociologia Levantamento florístico e fitossociológico do uso público do Parque Natural Municipal da Lagoa Comprida Allan Almeida; Luana Moura; Nilton Bakargi, João Raimundo; Danilo Miranda 26 Florística do estrato arbóreo-arbustivo de um cerradão, Parque Estadual de Porto Ferreira (PEPF), São Paulo Gabriel Pavan Sabino; Reinaldo Monteiro 27 Os conteúdos dos resumos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. 21 A 24 DE AGOSTO | UNESP - RIO CLARO/SP RESUMOS Realização Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) Universidade Estadual Paulista - Unesp/Rio Claro - SP II Apoio: O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 1 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS EM Mentha pulegium L. Erika Ferreira Costa1,2; Juliana Aparecida Povh1. 1Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Ciências Integradas do Pontal 2erikaferreiracosta@hotmail.com O Brasil apresenta ampla biodiversidade vegetal com grande diversidade de plantas com propriedades terapêuticas, entre as quais se destacam as espécies pertencentes a família Lamiaceae. A maioria dessas espécies produz substâncias resultantes do metabolismo vegetal secundário, tais como os compostos fenólicos. A espécie Mentha pulegium L., vulgarmente conhecida como poejo, apresentou-se como uma das plantas mais utilizadas para algum fim terapêutico pela população da Comunidade de Santa Rita, município de Ituiutaba, MG, utilizada principalmente no combate à brotoeja de crianças e como antigripal. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou quantificar o teor de fenóis totais presentes em partes aéreas de M. pulegium L. Para isso foram coletadas folhas da planta em estádio vegetativo e utilizado o método de Folin- Ciocalteau e a curva padrão de ácido gálico como referência. As análises fitoquímicas foram realizadas em três repetições, sendo cada repetição em triplicata. Após as análises, verificou-se que o extrato da espécie analisada apresentou teor de fenóis totais de 32,142 mg.g-1 M.S.-1. Em outros trabalhos relatados na literatura, conduzidos também com M. pulegium L., a espécie apresentou concentração de fenóis totais de 20,0 mg.g-1 e entre 65-80 μg PE/mg extrato. Diante do resultado, pode-se concluir que a espécie M. pulegium L. ocorrente na região de Ituiutaba, MG, apresentou significativa quantidade de fenóis totais. Entretanto é importante salientar que a quantidade de compostos fenólicos encontrada em uma planta a partir dessas análises pode variar em razão de diversos fatores, como por exemplo, o órgão vegetal analisado, a época do ano em que a espécie foi coletada, a concentração, o tipo de solvente e métodos utilizados. Diversos estudos relacionam a presença de compostos fenólicos em plantas com algumas atividades biológicas, especialmente a ação antioxidante. Deste modo, torna-se necessário a continuidade deste trabalho com o intuito de quantificar o teor de flavonoides e verificar o potencial antioxidante apresentado pela espécie. Palavras-chave: compostos fenólicos; plantas medicinais; poejo. B io q u ím ic a V eg et al e B io te cn o lo gi a O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 2 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 ANÁLISE FUNCIONAL DO GENE ÓRFÃO CcUNK8 DE Coffea canephora VIA TRANSFORMAÇÃO GENÉTICA DE Setaria viridis Karoline E. Duarte1,4; Natália Gomes Vieira1; Érica C. S. Rêgo3; Polyana Kelly Martins2; Ana Paula Ribeiro2; Bárbara Andrade D. B. da Cunha2; Hugo Bruno Correa Molinari2; Adilson Kenji Kobayashi2; Pierre Marraccini3; Alan Carvalho Andrade3 1Universidade Federal de Lavras 2Empresa Brasileira de Agropecuária – Agroenergia 3Empresa Brasileira de Agropecuária – Recursos genéticos e biotecnologia 4karollduarte31@gmail.com O cafeeiro é um dos mais valiosos produtos primários no comércio mundial. Devido a essa importância econômica, o cafeeiro vem sendo alvo de programas de melhoramento genético visando a introdução de novos caracteres para obtenção de plantas com característicasagronômicas superiores, por exemplo, com uma maior tolerância à seca. Porém, como o melhoramento convecional do cafeeiro é demorado, o uso das últimas técnicas de genômica está sendo desenvolvido para acelerar a criação de novas plantas. Assim, o sequenciamento do genoma e também o sequenciamento em larga escala de genes expressos (RNAseq) torna-se algo necessário para analisar o determinismo genético da tolerância à seca, e identificar genes candidatos (GCs) atuantes neste determinismo. No cafeeiro, mas também em outras plantas como Arabidopsis thaliana, Oryza sativa e microrganismos, as análises dos projetos de sequenciamento demostram uma alta porcentagem (cerca de 20-30%) de genes considerados no hits, ou seja, genes para os quais nenhuma similaridade com as sequências depositadas nos bancos de dados é encontrada. Em Coffea canephora e Coffea arabica foi identificado e caracterizado alguns genes no hits, alguns possuindo um perfil de expressão onde se observa uma distribuição heterogênea quanto a tecidos e tratamentos utilizados, infere-se que no hits possam ter se originado de processos de especiação, portanto poderiam estar interligados a vias de resposta únicas de organismos tolerantes ou susceptíveis a uma dada condição. Dados de qPCR mostraram que o no hit CcUNK8 apresentou maior expressão em folhas estressadas quando comparado a folhas controle de C. canephora sendo um gene canditado à tolerância à seca e foi então selecionado para transformação genética utilizando Setaria viridis como planta modelo. O T-DNA contendo o gene CcUNK8 foi inserido em plantas de Setaria viridis via Agrobacterium tumefaciens e a expressão foi quantificada por meio de qPCR nos eventos primários de transformação. Em alguns eventos transformados foi observado que, quando cultivados em condições ideais, apresentam em sua maioria um acúmulo de biomassa maior de parte aérea e radicular que indivíduos wild-type. Foram observadas ainda diferenças no acúmulo de biomassa entre o mesmo evento quando submetido ao tratamento irrigado e não-irrigado. Palavras-chave: genes órfãos; Coffea; transformação genética. B io q u ím ic a V eg et al e B io te cn o lo gi a O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 3 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 SENSIBILIDADE DE SEMENTES DE Lactuca sativa, Eruca sativa e Cucumis sativus AO TIOSSULFATO DE SÓDIO José Rubens Moraes Jr1,2, Ana Paula Justiniano Régo1; Ederio Dino Bidoia1. 1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia Departamento de Botânica 2jrubensmjr@yahoo.com.br O processo eletrolítico já vem a algum tempo sendo pesquisado para usos em diversos setores voltado para a remediação e minimização de impactos ambientais. Durante o tratamento, as reações eletroquímicas podem transformar quimicamente substâncias recalcitrantes que compõem os poluentes, permitindo desta forma, uma redução na concentração iônica, ocasionar a morte de micro-organismos e produzir substâncias desinfetantes como, por exemplo, o gás cloro. Mas a concentração muito elevada de gás cloro gerada impede que o efluente seja despejado em corpos d’água sem que este cause impacto ambiental ao meio. O tiossulfato de sódio é muito utilizado por criadores de peixes de aquário para inativação do cloro residual livre proveniente da água de abastecimento público. Este trabalho tem como objetivo avaliar a sensibilidade de três tipos diferentes de sementes ao tiossulfato de sódio a fim de avaliar sua toxicidade. Foi preparada solução com eletrólitos isenta de corantes com cloreto de sódio e carbonato de sódio. Realizada série de diluições e transferidas para placas de petri contendo papel de filtro em seu interior. Foram dispostas 20 sementes em cada placa de forma uniforme e encubadas a 20ºC por 72 horas e as análises foram realizadas em triplicata. Foi feita contagem de sementes germinadas e realizado medição de radícula para cálculo do índice de germinação. Foi realizado cálculo de DL50 - dose que inibe 50 % de germinação das sementes e desta forma observado menor sensibilidade para as sementes de Alface (Lactuca sativa) com DL50 de 6321,40 ppm. As sementes de Pepino (Cucumis sativus) indicaram toxicidade superior às sementes de alface com valor de DL50 de 4136,66 ppm. A espécie que se mostrou mais sensível ao tiossulfato de sódio foi a Rúcula (Eruca sativa) com DL50 no valor de 1404,41 ppm. Conclui-se que, apesar de inutilizar de forma eficaz o cloro residual livre, o tiossulfato de sódio possui caráter tóxico se despejado indiscriminadamente no meio ambiente. As sementes de rúcula apresentaram maior sensibilidade e, desta forma, podem ser utilizadas como indicativo de impactos ambientais para esse tipo de contaminante. Palavras-chave: sementes; ecotoxicologia; processo eletrolítico. B io q u ím ic a V eg et al e B io te cn o lo gi a O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 4 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO HERBICIDA AMETRINA NO DESENVOLVIMENTO DE ALGAS EM UM ECOSSISTEMA AQUÁTICO Ana Paula Justiniano Régo1,2; Ana Carolina dos Santos1; José Rubens Moraes Jr1; Ederio Dino Bidoia1. 1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia 2justiniano_justy@yahoo.com.br O herbicida ametrina é aplicado em culturas de cana, persistente, encontrado em águas, prejudicando o crescimento de algas, uma vez que inibem a fotossíntese. A técnica de Sergei Winogradsky, conhecida coluna de Winogradsky, permite observar o crescimento e a função de diferentes grupos de micro-organismos. São colocadas amostras de solo e de água do ambiente no qual se pretende analisar, sendo exposta à luz solar ou mesmo artificial. Este trabalho teve por objetivo avaliar a influência da ametrina para o desenvolvimento de algas, por meio de chave de identificação. Utilizou-se sete colunas contendo 100 g de sedimento do Ribeirão Claro, em Rio Claro, 4,5 g de Na2SO4, 0,2 g de Na2CO3, 0,2 g de K2HPO4, 0,5 g (NH4)SO4, 0,5 g de fonte de carbono (filtro de papel desfiado) e 1000 mL de água do Ribeirão. A concentração utilizada de ametrina foi de 3,75 g/L. Nas colunas fez-se o aumento gradativo da quantidade adicionada da ametrina: controle (sem adição de ametrina), 2,3 µL, 4,6 µL, 6,9 µL, 9,2 µL, 11,5 µL e 13,8 µL. Leituras semanais foram realizadas durante 3 meses, realizando a identificação das algas em diferentes alturas (topo, meio e fim). Em todas as colunas, observou-se o aparecimento da espécie Synechocytis aquatilis, uma cianobactéria de grande resistência, podendo viver em ambientes com escassez de nutrientes, através de mecanismos de adaptação. Houve também o aparecimento da espécie de Anabaena sp., nos tratamentos que continham 9,2 µL, 11,5 µL de ametrina. Essa espécie é conhecida como fixadoras de nitrogênio e fertilizante natural. Provavelmente, a Anabaena sp., reduziu a toxicidade da ametrina, devido ao aparecimento de espécies presentes também na coluna controle. A espécie Radiocystis fernandoi foi identificada nos tratamentos que continham 6,9 µL e 13,8 µL de ametrina. Esta é relacionada a produção de toxinas, inibindo o aparecimento do potencial tóxico da ametrina para as algas. Com o aumento gradativo da quantidade da ametrina nas colunas, houve o aparecimento de espécies mais resistentes e adaptadas ao meio. Portanto, houve uma interação entre algumas espécies de algas, a fim de se adaptar e sobreviver com a presença do herbicida ametrina em água. Palavras-chave: coluna de Winogradsky; ametrina; algas. B io q u ím ic a V eg et al e B io te cn o lo gi a O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 5 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL2014 ANATOMIA FOLIAR DE Megaskepasma erythrochlamys Lindau (ACANTHACEAE) Elisa Mitsuko Aoyama1,2; Alexandre Indriunas1. 1Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas 2elisaoyama@yahoo.com.br Megaskepasma é um gênero monoespecífico, originário da Venezuela e amplamente empregado como ornamental. Atuais estudos posicionam o gênero próximo a Poikilacanthus e a espécies de Justicia do Novo Mundo. O trabalho teve como objetivo avaliar a anatomia foliar de Megaskepasma erythrochlamys, a fim de contribuir para o conhecimento taxonômico da família. Folhas adultas, do 2º a 3º nós, foram retirados de indivíduos cultivados nos jardins do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Santa Teresa-ES. As amostras foram seccionadas à mão livre, transversalmente na porção mediana (limbo e pecíolo), e diafanizadas para os estudos de superfície. Lâminas foram confeccionadas segundo técnicas usuais de anatomia vegetal. Os resultados mostraram que as folhas são anfiestomáticas, com estômatos diacíticos. Em vista frontal, as células epidérmicas de ambas as faces apresentam paredes celulares sinuosas e na face abaxial, litocistos e tricomas tectores pluricelulares sob as nervuras. Em ambas as faces apresentam tricomas glandulares subsésseis e na face abaxial na região da nervura central, tricomas tectores pluricelulares. Em secção transversal, a nervura mediana apresenta o formato biconvexo, epiderme uniestratificada e colênquima angular, envolvendo o sistema vascular há parênquima fundamental com células isodiamétricas e de paredes delgadas, onde ocorrem inúmeros cristais prismáticos e ráfides. O sistema vascular está disposto na forma de um arco central com amiloplastos adjacente ao floema, das extremidades são liberados de dois a quatro pequenos feixes. O mesofilo é dorsiventral com uma a duas camadas de parênquima paliçádico e três a quatro de parênquima lacunoso. O pecíolo possui em secção transversal forma plano- convexa, epiderme uniestratificada com tricomas tectores pluricelulares, litocistos contendo cistólitos tem posição subepidérmica e entre as células do colênquima angular. O parênquima subjacente é do tipo clorofiliano propriamente dito, em seguida ocorre o parênquima fundamental com cristais prismáticos e ráfides. O sistema vascular possui forma de arco central com dois pequenos feixes laterais nas extremidades. A espécie estudada apresenta características semelhantes a outras espécies da família, porém, a presença e o tipo de cristais, a posição dos litocistos e o formato do pecíolo são distintos quando comparados com outros gêneros, evidenciando a necessidade de pesquisas acuradas. Palavras-chave: Justicieae; cristais; justícia-vermelha. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 6 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 ESTUDO DO LIMBO FOLIAR EM Janusia guaranitica (A.ST.-HIL.) A.JUSS. E Stigmaphyllon bonariense (HOOK. & ARN.) C.E.ANDERSON Renata Sebastiani1,2; Nicole Pavan Butolo1; Rafael Bellinatti Medina1; José Victor da Silva1 1Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação 2sebastiani@cca.ufscar.br O clado Stigmafilóide contém 13 gêneros no Brasil, principalmente no Cerrado, é monofilético, mas apresenta gêneros não claramente delimitados, como Stigmaphyllon e Janusia. Apesar de escassos, estudos morfoanatômicos recentes em Malpighiaceae revelaram-se esclarecedores em estruturas vegetativas. Este estudo objetivou caracterizar a morfoanatomia do limbo foliar de Janusia guaranitica (A.St.-Hil.) A.Juss. e Stigmaphyllon bonariense (Hook. & Arn.) C.E.Anderson, a fim de fornecer subsídios para estudos do clado Stigmafilóide. Ambas ocorrem em áreas da Floresta Estadual Semidecidual, no Estado de São Paulo. Os limbos foliares foram obtidos de três espécimes por espécie, presentes no campus da UFSCar (Araras). Foram efetuados cortes paradérmicos e transversais em estruturas frescas ou fixadas. Os cortes obtidos foram corados em azul de toluidina e observados sob microscopia óptica. Ambas apresentam limbo foliar hipoestomático, com estômatos distribuídos de forma aleatória na face inferior. A face superior apresenta células epidérmicas comuns com paredes anticlinais, sendo mais onduladas em J. guaranitica. A face inferior apresenta estômatos paracíticos, circundados por duas células subsidiárias com eixo longitudinal de tamanho semelhante ao das células guarda, mas diferentes das células epidérmicas comuns. A face superior de J. guaranitica é esparsamente pilosa, enquanto a face inferior é densamente pilosa, com tricomas malpighiáceos em forma de Y. Em corte transversal apresenta epidermes superior e inferior uniestratificada, com espaços intercelulares, sendo o parênquima esponjoso ausente. A face superior de S. bonariense é glabra, enquanto a face abaxial é densamente pilosa, com tricomas malpighiáceos em forma de T, com granulações superficiais. Em corte transversal, como J. guaranitica, apresenta epiderme superior e inferior uniestratificada. No entanto, o mesofilo possui parênquima paliçádico uniestratificado sem espaços intercelulares e com células alongadas, enquanto o parênquima esponjoso contém células arredondadas. Em S. bonariense há idioblastos contendo drusas no parênquima ao redor da nervura principal. A morfoanatomia da superfície foliar é semelhante em ambas espécies, no entanto, é possível diferenciá-las quanto à distribuição de tecidos no mesofilo e ao indumento. Enquanto J. guaranitica é caracterizada pela ausência de parênquima esponjoso e tricomas em forma de Y, S. bonariense apresenta parênquima esponjoso composto por células arredondadas e tricomas em forma de T. (CNPq) Palavras-chave: floresta estacional semidecidual; Malpighiaceae; morfoanatomia. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 7 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E ANATÔMICA FOLIAR COMO SUBSÍDIO À TAXONOMIA DE Lavoisiera DC. (MICROLICIEAE, MELASTOMATACEAE) Kleber R. Silva1,3; Rosana Romero¹; Daniela G. Simão2. 1Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia 2Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Biologia 3kleber_resende@hotmail.com Lavoisiera apresenta cerca de 30 espécies, distribuídas principalmente no sudeste do Brasil. Sua maior diversidade ocorre nos campos rupestres, assim como Microlicia e Trembleya, gêneros com os quais compartilham alguns caracteres reprodutivos, usualmente utilizados em suas circunscrições. Com o intuito de indicar caracteres vegetativos que possam auxiliar na taxonomia do grupo, o objetivo deste estudo foi descrever a morfologia e anatomia foliar em espécies de Lavoisiera. Ramos caulinares de L. chamaepitys, L. crassifolia e L. mucorifera foram coletados em campos rupestres no município de Diamantina, MG, enquanto L. grandiflora foi coletada em vereda no município de Uberlândia, MG. O número de espécies estudadas representa cerca de 10% das espécies aceitas para o gênero. As amostras foliares foram coletadas e processadas conforme técnicas usuais em microscopia de luz. Os resultados foram registrados numa matriz (presença e ausência) e submetidos à análise de similaridade utilizando-se o índice de Morisita (programa Fitopac FileVersion 2.1.2.85). Os caracteres morfológicos e anatômicos compartilhados pelas espécies e que podem apresentar valor taxonômico ao gênero são: folhas sésseis; epiderme uniestratificada; cutícula delgada; estômatos anomocíticos levemente acima do nível das demais células epidérmicas; tricomas glandulares de pedúnculo curto; mesofilo isobilateral; feixes vasculares colaterais de formato circular; nervuracentral com colênquima e esclerênquima voltados à face abaxial; além de idioblastos com substâncias fenólicas na bainha do feixe vascular e drusas dispersas no mesofilo. Por outro lado, alguns caracteres variam entre as espécies, tais como: área da lâmina foliar; sinuosidade das células epidérmicas; distribuição dos estômatos; presença de emergências; tipo de tecido circundando a margem foliar; posicionamento da nervura central; e extensões de bainha do feixe vascular em nervuras laterais. Estes caracteres podem ser considerados importantes na delimitação das espécies, sendo responsáveis pela similaridade em torno de 83% para L. chamaepitys e L. crassifolia e 75% para L. grandiflora e L. mucorifera. Desta forma, fica evidente a importância dos caracteres morfológicos e anatômicos foliares para a circunscrição de Lavoisiera, corroborando os poucos estudos que apontam o gênero como um grupo natural. Palavras-chave: campos rupestres; Minas Gerais; similaridade. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 8 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 MORFOLOGIA E BIOMETRIA FOLIAR DE Odontonema dissitifolium (NEES) KUNTZE (ACANTHACEAE) DA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA, SANTA TERESA, ES Tatyana Gomes Silva¹; Alexandre Indriunas1,2; Elisa Mitsuko Aoyama1. 1Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas 2indriunas@yahoo.com O gênero Odontonema Nees compreende cerca de 30 espécies, diversas delas empregadas como ornamentais, sendo ocorrentes na América Central, Antilhas e no Brasil, onde são conhecidas três espécies para Mata Atlântica e uma amazônica. As espécies do gênero podem ser reconhecidas pela ausência de espigas axilares, pelas inflorescências paniculadas com tubo da corola longo e gradualmente expandido. Odontonema dissitifolium ocorre nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo em Florestas Ombrófilas, neste último estado apontada como vulnerável. Uma vez que os estudos sobre a espécie são escassos, o presente trabalho tem como objetivo a caracterização da morfometria foliar de Odontonema dissitifolium. Foram avaliados três espécimes in vivo na Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, ES, e seis herborizados, depositados no Herbário MBML do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, coletados na mesma localidade. Os parâmetros morfológicos da lâmina foliar analisados foram: formato, ápice, base, margem e nervação, e os biométricos, o comprimento e largura do limbo e comprimento do pecíolo. Em relação à morfologia, as lâminas foliares são elípticas, com ápice acuminado a levemente falcado, base aguda decorrente, margem inteira e repanda na base, a nervação possui o padrão eucamptódromo. A folha apresenta, para o material in natura, comprimento do limbo 23,7-33,1 cm (29,5±2,92), largura 11,2-16,1 cm (12,8±1,82) e comprimento de pecíolo 0,3-0,6 cm (0,4±0,12) e, para as plantas herborizadas, comprimento do limbo 20,7–25,5(-32,0) cm (24,8±4,1), largura 9,0-10,5(-13,0) cm (10,6±1,32) e comprimento de pecíolo 0,3–0,7(-2,0) cm (0,7±0,64). Em relação aos caracteres morfológicos foliares, O. dissitifolium apresenta características comuns das diversas espécies do gênero e de outros táxons da família, quanto a biometria, os espécimes apresentam baixa plasticidade fenotípica. Uma vez que a espécie, bem como o gênero possuem poucos estudos, faz-se necessárias avaliações mais apuradas, incluindo em localidades distintas. Palavras-chave: morfometria; tribo Justicieae; Espírito Santo. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 9 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 EPIDERME FOLIAR DE ALGUMAS ESPÉCIES DO GÊNERO Mezilaurus TAUB. (LAURACEAE): UM SUPORTE PARA TAXONOMIA Priscila Passala Vaz1,3; Flávio Macedo Alves1,2; Rosani de Oliveira do Carmo Arruda1,2. 1Programa de Pós Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ²Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Laboratório de Botânica, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 3priscillapassala@hotmail.com Mezilaurus Taub. é um gênero de Lauraceae, reconhecido com cerca de 18 espécies e distribuição exclusiva na região tropical da América do Sul. O táxon apresenta hábito arbóreo ou arbustivo e suas espécies são conhecidas popularmente como “itauba” ou “tapinhoa”, utilizadas como fonte de madeira comercial. Espécies de Mezilaurus podem ser reconhecidas dentro da família pelas folhas congestas no ápice dos ramos, flores bissexuadas, três estames férteis representando a série III do androceu com anteras biloceladas, eretas, ausência de glândulas nas flores e cúpula pateliforme a plana com tépalas persistentes. No entanto, a identificação das espécies é considerada tarefa difícil e uma das características taxonômicas de Mezilaurus é que com frequência podem ser encontradas espécies com idêntica morfologia vegetativa, mas diferindo profundamente na morfologia floral e do fruto, podendo levar a erros graves de identificação dentro do gênero. Por essa razão, pesquisadores têm chamado atenção para utilização de outras áreas da botânica para auxiliar na identificação de complexo de espécies crípticas. Neste sentido o trabalho teve como objetivo levantar características da epiderme foliar como subsídio para identificação das espécies de Mezilaurus. O estudo foi desenvolvido com folhas adultas de sete espécies: Mezilaurus synandra, M. subcordata, M. itauba, M. duckei, M. vanderwerffii, M. crassiramea e M. lindaviana. Para o procedimento metodológico foram retirados segmentos da região intercostal, submetidos à dissociação por método químico, corado com fucsina, montados em glicerina 50% e analisados em microscópio de luz. Como elementos epidérmicos relevantes para o reconhecimento dos táxons podem ser citados: a ausência de tricomas em Mezilaurus vanderwerffii e sua tipologia e distribuição nas demais espécies estudadas, a ornamentação da superfície cuticular e o contorno da parede anticlinal das células epidérmicas, observadas com forte sinuosidade em Mezilaurus crassiramea e Mezilaurus vanderwerffii. O presente estudo evidenciou que características dos componentes da epiderme de folhas de Mezilaurus constituem um importante recurso na identificação das espécies, sendo uma alternativa para taxonomistas quando houver dúvidas na delimitação dos táxons. Palavras-chave: anatomia; identificação; táxon. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 10 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 SELEÇÃO DE FRUTOS DE Cereus jamacaru P. DC. (CACTACEAE) Dalva Neta e Zanina1,2; Rafael Pereira de Matos1; Daniel Pontes de Oliveira1. 1Universidade Federal do Ceará, Departamento de Biologia 2dalva.zanina@gmail.com Recurso é algo que quando requerido por um organismo, torna-se indisponível para outro. Quando a oferta de um recurso é superior à demanda na natureza, os organismos consumidores têm a oportunidade de selecionar os de melhor qualidade. O mandacaru (Cereus jamacaru P. DC) frutifica ao longo do ano, e em período chuvoso oferta mais frutos que seus dispersores conseguem consumir. Logo, existe a possibilidade de consumidores do fruto de mandacaru selecionarem a baga em função de alguma característica como coloração, tamanho, posição ou forma, influenciando indiretamente na dispersão das sementes. Este trabalho objetivou entender se os frutos de C. jamacaru são selecionados em função de alguma característica morfológica. O trabalho foi realizado na Estação Ecológica de Aiuaba (06°36’ e 06°44’S 40°07’ e 40°19’W), CE. Realizou-se levantamento, por meio de esforço amostral de oito horas, de características morfológicas em 60 frutos madurosmedindo ângulo de inclinação, tamanho do fruto (comprimento e largura) e exposição da polpa. Para relacionar seleção ou não de frutos com as variáveis explanatórias (tamanho, abertura e angulação) foi usado o modelo linear generalizado (glm) a 1% de significância (programa estatístico R). A interação da variável resposta com a interação entre as variáveis explicativas também foi indicada por glm. O tamanho dos frutos selecionados e não selecionados foi semelhante, sendo 48,80cm2 e 45,22cm2 respectivamente. Frutos com menor exposição da polpa foram frequentemente não selecionados e frutos com maior exposição da polpa apresentaram distribuição normal entre os selecionados. O ângulo de inserção do fruto no caule variou de 25º a 82º sendo mais frequente entre 45º e 75º nos dois tratamentos. Identificou- se relação significativa entre seleção de frutos de mandacaru e as variáveis explanatórias abertura e ângulo de inserção no caule (p<0,001). Destaca-se que os dispersores não fizeram distinção entre o tamanho do fruto, mas preferiram frutos com polpa mais exposta, inseridos entre 45o e 75o. A relação de cada variável com a seleção apontou que frutos com polpa mais exposta quando inseridos em ângulo que potencializa a visualização são ainda mais selecionados que o esperado ao acaso. Palavras-chave: Cactaceae; recursos; semi-árido. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l mailto:dalva.zanina@gmail.com O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 11 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 MORFO-ANATOMIA FOLIAR DE Aphelandra espirito-santensis PROFICE & WASSH (ACANTHACEAE) Livia Zottele1,2; Alexandre Indriunas1; Elisa Mitsuko Aoyama1. 1Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas 2zottele.livia@gmail.com Aphelandra espirito-santensis (Acanthaceae) endêmica do Espírito Santo, se encontra em perigo conforme o livro vermelho da flora do Estado. Na literatura as informações sobre o gênero possuem viés predominantemente morfológico e taxonômico. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo descrever a estrutura morfo-anatômica foliar de Aphelandra espirito-santensis a fim de contribuir para o conhecimento do gênero. As folhas de A. espirito-santensis foram coletadas na Reserva Natural Vale, Linhares, ES onde foram analisadas a morfologia e biometria e posteriormente submetidas às técnicas usuais de anatomia vegetal. Com base nos dados biométricos, o comprimento total da folha corresponde a 5,1±0,70 cm, o comprimento da lâmina foliar a 4,65± 0,65 cm, a largura a 2,88±0,42 cm, o comprimento do pecíolo a 0,87±0,38 cm e o diâmetro do pecíolo a 0,89 ± 0,35 mm. Em relação aos estudos morfológicos, as lâminas foliares são simples, elípticas à ovada, simétricas, ápice obtuso, base decorrente, margem inteira, com venação eucamptódroma. As análises anatômicas mostraram que em vista frontal, a espécie apresenta células epidérmicas com parede sinuosas. As folhas são hipoestomáticas e apresentam estômatos diacíticos. Foram encontrados em ambas as faces tricomas glandulares subsésseis e tectores unicelulares e pluricelulares com duas células basais curtas e uma apical alongada, na nervura central e no pecíolo. A epiderme é uniestratificada e o mesofilo dorsiventral, apresentando parênquima paliçádico com uma camada de células, seguido por parênquima lacunoso, formado por quatro camadas. A nervura central se apresenta biconvexa com sistema vascular em forma de arco e por dois feixes cilíndricos menores próximos as projeções laterais. O pecíolo apresenta forma plano-convexa, exibindo na porção distal, alas laterais que correspondem ao início da expansão da lâmina foliar. As características morfológicas e anatômicas descritas para a espécie estudada podem ser contribuintes para sua identificação, principalmente em relação aos tricomas tectores, sendo necessários maiores estudos com as demais espécies de Aphelandra. Palavras-chave: tricomas; Reserva Natural Vale; Mata Atlântica. B o tâ n ic a Es tr u tu ra l O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 12 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 BOTÂNICA FORENSE NO BRASIL: PONDERAÇÕES E PERSPECTIVAS Vinícius Manvailer1,3; Edna Scremin-Dias1; Thales D. Leandro2. 1Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Laboratório de Botânica 2Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Botânica 3v.manvailer@gmail.com A perícia criminal tem como principal objetivo a materialização de crimes por meio do exame de corpo de delito, realizado pela figura do perito criminal. Nesse contexto, a Botânica Forense pode ser utilizada para o entendimento da dinâmica criminal através da análise de vestígios vegetais. Considerando a realidade das perícias e aplicações da Botânica em análises forenses, buscou-se avaliar o conhecimento dos peritos acerca da aplicabilidade da área e as perspectivas para esta ciência no Brasil. Do total de peritos entrevistados (35), mais da metade reconhecem pelo menos uma subárea da Botânica (e.g. morfologia, ecologia, etc.) e um terço deles reconhecem três ou mais subáreas. Além disso, 39% dos peritos já tiveram contato ou tem conhecimento de vestígios vegetais utilizados como evidência em investigações criminais. A utilidade desses vestígios envolve desde a identificação de drogas de abuso, até mesmo auxiliando na elucidação da dinâmica criminosa em casos de homicídio. Dentre os peritos de locais de crime – especialidade responsável pela coleta e preservação de vestígios em locais de crime e principal objeto de análise do estudo – 21% afirmam ter conhecimento dos procedimentos de coleta e preservação de material botânico, no entanto, quando testado o conhecimento em situação hipotética há notória discrepância nos métodos escolhidos. É importante ressaltar que dentre os peritos, por volta de 60% escolheram métodos condizentes com os procedimentos corretos de coleta e preservação de material botânico. No que diz respeito à aplicabilidade da Botânica no contexto forense, a maioria dos peritos consideram importante a análise de vestígios vegetais em locais de crime e a possibilidade de inferir a dinâmica de eventos criminosos com base nesses vestígios. De maneira geral, os resultados demonstram boa receptividade dos peritos na aplicabilidade da Botânica no contexto forense, enriquecendo sua visão profissional e aprimorando o laudo pericial. A realidade limitada da perícia criminal no Brasil faz da Botânica Forense uma possível solução para o cenário onde a falta de estrutura e de incentivo impedem e/ou atrasam a conclusão de diversos casos. Dessa forma, justifica-se sua inserção no contexto forense brasileiro, tanto pela academia policial como em cursos de capacitação para profissionais já atuantes. Palavras-chave: criminalística; perícia criminal; drogas de abuso. En si n o d e B o tâ n ic a e P o lít ic as P ú b lic as O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 13 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM ÁREAS DE CAMPO SUJO COM DIFERENTES HISTÓRICOS DE FOGO Giovana Chiari1,2; Alessandra Fidelis1. 1Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Botânica 2giovanachiari@hotmail.com Em muitos ecossistemas queimas naturais são um fator determinante da vegetação. A passagem do fogo remove biomassa aérea morta e serapilheira (componentes principais do material combustível), abrindo espaços que possibilitam o estabelecimento de outras espécies. A exclusão do fogo em tais ecossistemas pode levar ao aumento da cobertura de arbustos e árvores, assim como diminuir o estrato herbáceo-subarbustivo. Além disso,uma das maiores consequências da ausência de fogo em ecossistemas savânicos e campestres é o grande acúmulo de biomassa morta inflamável (composto principalmente por graminóides) que provavelmente será o material combustível da próxima queima e, como consequência, há aumento da intensidade e temperatura do fogo. O presente estudo teve como objetivo avaliar quantidade e qualidade da biomassa em áreas com diferentes históricos de fogo (exclusão do fogo há dois - CS2011 e sete anos - CS2006) de áreas de campo sujo na região central do Cerrado. Foram estabelecidas parcelas de 1x1m em ambas as áreas. Toda biomassa aérea das parcelas foi cortada no nível do solo e acondicionada em sacos de papel. Em laboratório, o material foi triado em biomassa morta e viva, sendo esta separada em diferentes grupos funcionais (graminóides, herbáceas, Vellozia spp, palmeiras e arbustos). O material foi seco em estufa por dois dias a 80°C e pesado. Foi encontrada, em ambas as áreas, dominância de biomassa de graminóides e morta. A área CS2006 apresentou grande acúmulo de biomassa total (BT, 620,35±228,65 g.m-2), sendo representada principalmente pelo acúmulo de biomassa morta (318,43±144,84 g.m-2; 44,86% da BT) e consequente diminuição da representatividade da biomassa herbácea (9,3±11,38 g.m-2; 3,1% da BT). Por outro lado, a área excluída do fogo há dois anos apresentou maior representatividade de graminóides (151,19±44,1 g.m-2; 75,21% da BT) e herbáceas (9,05±9,19 g.m-2; 4,5% da BT). Pode-se concluir que quanto maior o tempo e exclusão do fogo, maior o acúmulo de biomassa morta, que pode levar a queimas mais intensas. Portanto, nosso estudo forneceu dados importantes para a elaboração de planos de manejo de biomassa que auxiliarão no controle de queimas descontroladas no Cerrado. Palavras-chave: biomassa aérea; campo sujo; material combustível. Ec o lo gi a e C o n se rv aç ão V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 14 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 USO DE CACTÁCEAS COMO RECURSO PELA COMUNIDADE DE ORGANISMOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AIUABA, CEARÁ, BRASIL José Vinícius Leite Lima1,2; André Cardoso Albuquerque1; Rafael Pereira de Matos1; Ricardo Madeira Tannús1. 1Universidade Federal do Ceará, Departamento de Biologia 2vinyleite@yahoo.com.br Cactáceas estão presentes tanto em ambientes preservados quanto antropizados, habitualmente utilizadas pelas comunidades. Assim, questionou-se: cactáceas em ambientes antrópicos são mais utilizadas do que em ambientes conservados? A hipótese foi que em ambientes antrópicos os cactos são mais utilizados. Foram selecionadas duas áreas de estudos, uma conservada com dossel ininterrupto, próximo ao Rio Umbuzeiro na Estação Ecológica de Aiuaba (ESEC) e outra, antropizada em uma estrada próxima da ESEC, Aiuaba/Ceará. Ambas as áreas, simultaneamente, foram percorridas por oito horas, período em que houve coleta dos dados sobre ocorrência de frutos e frugivoria; indícios de herbivoria; presença de parasitas; ninhos; epifitismo; vestígio de uso por outros animais (abrigo e suporte mecânico) e uso humano. Os dados foram testados com qui-quadrado no nível de 5% de significância (programa estatístico R). Encontrou-se 236 indivíduos, sendo 125 na região antrópica e 111 na região conservada, de quatro espécies: xique-xique (Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Bly. Ex Rowl.), coroa-de-frade (Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.), quipá (Opuntia inamoena (K. Schum.) N. P. Taylor e Stuppy) e mandacaru (Cereus jamacaru P. DC). Com relação aos parâmetros testados houve maior predação dos frutos (p=0,0015); maior herbivoria (p=6,155e-10); organismos associados (p=4,08e-8); parasitismo (p=7,73e-11) e uso humano (p=1,08e-0,5) na área antrópica. Contudo, os parâmetros presença de furos (p=0,82) e epifitismo (p=0,06) não apresentaram diferenças entre as áreas. E por fim, o parâmetro nidificação foi mais observado na área conservada (p=0,0016). O acesso ao recurso é facilitado na área antropizada pela visualização e espaçamento arbóreo, tais características contribuem para explicar a maior predação nesse ambiente, como o maior consumo do fruto avermelhado. Consequentemente, inferiu-se que a menor presença de recursos alimentares na área antrópica torna o fruto das cactáceas mais requerido pela fauna local. Relacionou-se a maior nidificação em ambiente conservado ao fato de este fornecer maior camuflagem e proteção contra predadores. As cactáceas de área antrópica foram utilizadas principalmente como fonte de recurso alimentar e pelo homem, devido à disponibilidade nas margens das trilhas. Concluiu-se que cactáceas são mais utilizadas em ambientes antropizados e que áreas protegidas fornecem ambiente mais favorável para elas. Palavras-chave: semi-árido; Cactaceae; recursos. Ec o lo gi a e C o n se rv aç ão V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 15 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 SENSIBILIDADE DE SEMENTES DE Lactuca sativa, Eruca sativa e Cucumis sativus A SOLUÇÃO DE ELETRÓLITOS PARA FIXAÇÃO DE CORANTES TÊXTEIS José Rubens Moraes Jr1,2; Ana Paula Justiniano Régo1; Ederio Dino Bidoia1. 1Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia 2rubensmjr@yahoo.com.br As indústrias têxteis geram grande quantidade de resíduos com baixos níveis de degradação, incluindo os corantes e eletrólitos utilizados no processo. Consequentemente, há dificuldade de tratamento e disposição final desses resíduos. São utilizados como eletrólitos para auxílio da fixação dos corantes aos tecidos, sais como cloreto de sódio e carbonato de sódio. Nesses sistemas, grande quantidade de resíduo sólido é formada, contendo ainda grande parte dos corantes e eletrólitos adsorvidos que são descartados em aterros industriais, sendo este outro problema ambiental. O presente trabalho visou avaliar a sensibilidade de três diferentes sementes a uma solução de eletrólitos livre dos corantes têxteis afim de avaliar sua toxicidade isoladamente. Foi preparada solução com eletrólitos isenta de corantes com cloreto de sódio e carbonato de sódio. Realizada série de diluições e transferidas para placas de petri contendo papel de filtro em seu interior. Foram dispostas 20 sementes em cada placa de forma uniforme e encubadas a 20ºC por 72 horas, as análises foram realizadas em triplicata. Foi realizada contagem do número de sementes germinadas e feita medição do tamanho da radícula para obtenção do Índice de Germinação. Foi realizado cálculo de DL50 – dose que inibe 50 % de germinação para sementes - e verificou-se maior sensibilidade para as sementes de Alface (Lactuca sativa) com DL50 de 1527,52 ppm. As sementes de Rúcula (Eruca sativa) apresentaram sensibilidade próxima à de alface com DL50 de 1774,79 ppm. Já as sementes de Pepino (Cucumis sativus) foram as que apresentaram menor sensibilidade com DL50 de 5428,7 ppm. Conclui-se que os resultados dos testes de sensibilidade aos eletrólitos estão muito abaixo das concentrações utilizadas pela indústria e consequentemente despejadas nos corpos d’água. As sementes de Alface (Lactuca sativa), dentre as três espécies utilizadas, apresentaram maior sensibilidade, podendo desta forma ser utilizada como indicador ambiental para impactos provenientes de despejos da indústria têxtil. Palavras-chave: sementes; ecotoxicologia; indústria têxtil. Ec o lo gi a e C o n se rv aç ão V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 16 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 POTENCIAL DE FITOTOXICIDADE DO HERBICIDA AMETRINA PARA SEMENTES DE Lactuca sativa Ana Paula Justiniano Régo1,3; Cassiana Maria Reganhan Coneglian2; José Rubens Moraes Jr1; Ederio Dino Bidoia1.1Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia 2Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Tecnologia, Limeira 3justiniano_justy@yahoo.com.br O processo de germinação de sementes depende de ocorrências fisiológicas, que podem ser influenciadas por fatores ambientais. O herbicida ametrina (C9H17N5S) pertence a família das s- triazinas, aplicado no controle de plantas daninhas. Este apresenta a capacidade de inibir a fotossíntese e outros processos enzimáticos. É solúvel em água e persistente no ambiente. Além disso, o setor agrícola vem buscando a utilização de produtos orgânicos, como biofertilizantes, no combate a pragas e na fertilização do solo. Desta maneira, o biofertilizante traz compostos orgânicos capazes de resolver esses fatores de forma sustentável e com baixo custo de produção. Este trabalho teve por objetivo avaliar a fitotoxicidade da ametrina para sementes de Lactuca sativa, após ensaios de biodegradação do herbicida no solo, com ametrina e adição de biofertilizante. Utilizou-se solo com histórico de três anos de aplicação da ametrina, além disso fez-se adição de 8μg/L do composto. Os tratamentos utilizados foram solo controle, solo com adição de 8μg/L de ametrina e 1% de biofertilizante, solo com adição de 1% de biofertilizante e solo com adição de ametrina. Adicionou-se 4 mL da fração solúvel do solo em placas de petri esterilizadas contendo papel filtro e 20 sementes, no escuro a 22ºC durante 120 horas, em triplicata. Para controle positivo utilizou-se sulfato de zinco e controle negativo utilizou-se água destilada. Ao final de cada ensaio, avaliou-se a germinação das sementes. Os cálculos para porcentagem de germinação foram baseados no solo controle, uma vez que este solo já havia histórico de aplicação. O solo controle foi o que apresentou maior germinação das sementes, 93,4%. O tratamento com solo e adição de ametrina resultou em 46,5%, uma vez que ametrina é um composto capaz de inibir processos enzimáticos e deve ter agido inibindo atividades metabólicas que conduzem a germinação. Contudo, ao adicionar biofertilizante no solo com ametrina, houve aumento na germinação, com 57,6%. O tratamento com solo e biofertilizante, houve maior aumento em relação aos demais, resultando em 89,6%. Isso pode ser verificado na composição do biofertilizante, que são compostos ricos em nutrientes. Portanto, a adição do biofertilizante reduziu a fitotoxicidade da ametrina para Lactuca sativa. Palavras-chave: Lactuca sativa; ametrina; fitotoxicidade. Ec o lo gi a e C o n se rv aç ão V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 17 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 ETNOVETERINÁRIA NO SYSTEMA MATERIAE MEDICAE DE MARTIUS Alexandre Indriunas1,2; Elisa Mitsuko Aoyama1. 1Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas 2indriunas@yahoo.com Systema Materiae Medicae Vegetabilis Brasiliensis, do naturalista Carl F. P. Martius, aponta como uma importante obra etnobotânica, a qual tem despertado interesse por sua sistematização e abrangência. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o emprego de plantas para uso animal na obra. Pela leitura crítica e investigativa do original em latim, foram avaliadas as plantas citadas como de importância para animais, os resultados são apresentados com a atualização nomenclatural, são apresentadas as indicações e formas de emprego, bem como a parte do vegetal e comentário sobre indicações e propriedades em pesquisas atuais, para uso animal ou não. São relatadas para uso externo: Curatella cambaiba A. St.-Hil.(=C. americana L.) (Dilleniaceae) - o emprego da casca no tratamento de feridas, devido a sua atividade anti- inflamatória, Gomphia hexasperma A. St.-Hil. (=Ouratea hexasperma (A. St.-Hil.) Baill.) (Ochnaceae) - a casca para feridas mais especificamente provenientes de picadas de insetos; Calophyllum brasiliense Cambess. (Clusiaceae) - a resina da entrecasca é indicada para moléstias de cavalos e mulas e Carapa guianensis Aubl. (Meliaceae) - a casca ou folhas como loção repelente de insetos para cavalos, com seu emprego comprovado. Internamente: Echites longiflorus Desf. (=Mandevilla longiflora (Desf.) Pichon) (Apocyneae) - infusão ou decocção da raiz para “febre pútrida” (possivelmente referindo-se ao tifo) em cavalos; Palicourea nicotianifolia Cham. & Schltdl. (Rubiaceae) e outras espécies do gênero - o mesmo modo de preparo é indicado para a erva para o tratamento de disúria em equinos; Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. (Rubiaceae) - raiz de é citada contra diarreia equina e bovina e, Melothria pendula L. (Curcubitaceae) - como purgativa com a administração de três a quatro frutos. São apontadas ainda como tóxicas, Echites venenosus Mart. ex Stadelm. (=Mandevilla illustris (Vell.) Woodson) (Apocyneae) e diversas espécies do gênero Neurocarpum Desv. (Leguminosae) responsáveis por cólicas e disenteria em cavalos e mulas, ambas conhecidas pela sua toxicidade. A obra, muito embora direcionada a medicina humana, apresenta relevantes informações etnoveterinárias e pode ser entendida como uma rica fonte de indicações para investigações mais apuradas, pois muitas espécies carecem de estudo principalmente para o emprego em animais. Palavras-chave: medicina veterinária; plantas medicinais; etnobotânica histórica. Et n o b o tâ n ic a e B o tâ n ic a Ec o n ô m ic a O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 18 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 EFEITO DO AUMENTO DE CO2 ATMOSFÉRICO E DA TEMPERATURA NA TERMOTOLERÂNCIA DE MILHETO Pennisetum glaucum (POACEAE) Leandra Bordignon1,3; Ana Paula Faria2; Marcel Giovani Costa França2; Marcela Batista Matias3; Geraldo Wilson Fernandes3. 1Universidade Federal de Minas Gerais, ICB, Programa de Pós graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre; lelebordignon.bordignon@gmail.com 2Universidade Federal de Minas Gerais, ICB, Departamento de Botânica 3Universidade Federal de Minas Gerais, ICB, Laboratório de Ecologia Evolutiva e Biodiversidade As concentrações atmosféricas de CO2 e as médias de temperatura global vêm aumentando consideravelmente nos últimos dois séculos e, segundo previsões do IPCC, tendem a apresentar aumentos ainda mais alarmantes até 2100. Tais mudanças climáticas podem afetar ecossistemas agrícolas e naturais, o que torna necessário entender como as plantas responderão a estas alterações para promover ações de mitigação. Neste contexto, o presente estudo avaliou o efeito das mudanças climáticas previstas para 2100 nas respostas fisiológicas ao choque térmico agudo in vitro de milheto. Plantas foram germinadas e cultivadas em câmaras de topo aberto com condições climáticas monitoradas e diferentes concentrações de CO2 [ambiente (~400 mol mol-1) ou elevado (~800 mol mol-1)] e diferentes temperaturas (ambiente ou ambiente + 3 ºC). Após 75 dias de crescimento, discos de folhas totalmente expandidas de cada tratamento foram retirados para teste in vitro de termotolerância através de medidas de Fv/Fm (n=5) e quantificação de pigmentos cloroplastídicos (n=7). Os resultados mostram que os tratamentos ambientais não influenciaram na temperatura de queda de 15% (T15) no Fv/Fm, porém a temperatura de queda de 50% (T50) foi afetada. O aumento do CO2 aumentou os valores de T50 (p<0,05), enquanto o aumento da temperatura reduziu os valores deste parâmetro (p<0,05). Quanto ao conteúdo de pigmentos, nenhum dos tratamentos ambientais promoveu alteração significativa. Tomados em conjunto, os resultados indicam que o aumento do CO2 atmosférico pode beneficiar plantas de milheto em condições estressantes, uma vez que melhorou sua termotolerância e não modificou o conteúdode pigmentos. Por outro lado, a redução observada da termotolerância em plantas crescidas em alta temperatura não foi comprometedora, visto que o conteúdo de pigmentos não foi alterado. As respostas ao aumento conjunto de CO2 e temperatura, semelhantes às apresentadas em condições atuais, indicam que as mudanças climáticas previstas para 2100 não influenciarão na capacidade desta espécie em enfrentar condições de choque térmico agudo. Palavras-chave: enriquecimento de CO2; elevação da temperatura; milheto (Poaceae); mudanças climáticas. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al mailto:lelebordignon.bordignon@gmail.com O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 19 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 PADRÕES DE PARTIÇÃO DE BIOMASSA ENTRE FLORES, FOLHAS E RAMOS EM ÁRVORES DECÍDUAS, SEMIDECÍDUAS E SEMPRE VERDES DE CERRADO Mariana P. Borges1,2; Carlos Henrique B. A. Prado1. 1Universidade Federal de São Carlos, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Botânica 2mari.prb@gmail.com Espécies decíduas (DE), semidecíduas (SD) e sempre verdes (SV) do Cerrado apresentam diferenças morfológicas nas gemas, no desenvolvimento dos ramos, na produção e manutenção da folhagem, na alocação de biomassa em estruturas vegetativas da copa. Esses grupos fenológicos também apresentam diferenças significativas na organização estrutural da porção aérea e subterrânea. No entanto, as relações entre as estruturas reprodutivas e vegetativas ainda são desconhecidas. O objetivo desse trabalho foi avaliar a alocação de biomassa entre flores, ramos e folhas em 15 espécies arbóreas de Cerrado com distinta deciduidade foliar (DE, SD e SV). Foram estudadas cinco espécies de cada grupo e cinco indivíduos adultos em cada espécie. Foram marcadas e acompanhadas cinco gemas laterais formadoras de ramo por indivíduo. As flores, folhas e os ramos oriundos dessas gemas foram coletados, secos e pesados. Foram calculadas as razões massa/massa (g g-1): flor/folha, flor/ramo, reprodutiva/vegetativa, autotrófica/heterotrófica; e as proporções de biomassa alocada em flores, folhas e ramos. As diferenças estatísticas foram testadas pelo teste Kruskal-Wallis (p < 0.05). As espécies DE apresentaram maior alocação de biomassa na parte vegetativa, mas especificamente em folhas (tecido autotrófico) do que espécies SV. Por outro lado, as SV apresentaram maior alocação de biomassa em flores do que as DE. As espécies DE investem mais em tecidos autotróficos como forma de aumentar a produção fotossintética durante a estação chuvosa, garantindo, assim, a estocagem de nutrientes em reservas que serão usados no final da estação seca para floração e produção de nova folhagem. Além disso, um menor investimento na produção de flores reduz o impacto da floração no consumo das reservas. As espécies SV mantem a folhagem durante todo o ano, o que garante produção fotossintética continua, não necessitando estocar muitos recursos em reservas e permitindo a utilização de recursos correntes para investir na floração. As espécies SD apresentaram padrão intermediário, ora aproximado ao das DE ora próximo ao das SV. Concluímos, assim, que espécies arbóreas DE, SD e SV de Cerrado apresentam diferentes padrões de alocação de biomassa em flores, folhas e ramos. Palavras-chave: reprodução; deciduidade foliar; razões massa/massa. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 20 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 EMISSÃO DE FOLHAS EM PERFILHOS DE Panicum maximum (GRAMÍNEA C4) AVALIADA EM SISTEMA MINIFACE E T-FACE DURANTE O OUTONO Lívia H. G. de Camargo-Bortolin1,3; Érique Castro1; Carlos Henrique B. de A. Prado1; Carlos Alberto Martinez2. 1Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Botânica 2Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Biologia 3li.bortolin@gmail.com O uso de combustíveis fósseis contribui para o aumento da concentração atmosférica de CO2, podendo resultar em alterações climáticas que terão um impacto econômico e ecológico significativo na agropecuária. Por meio dos sistemas miniFACE (mini Free air carbon dioxide enrichment) e T-FACE (Temperature and free air carbon dioxide enrichment) e das espécies forrageiras Panicum maximum (C4) e Stylosanthes capitata (C3) cultivadas em consórcio no campo, o objetivo desse trabalho foi avaliar a produção e a biomassa de folhas da espécie C4 no outono. Touceiras de P. maximum foram podadas a 0,30m acima da superfície do solo e cultivadas durante 27 dias nos tratamentos: condições atuais de temperatura e concentração de CO2 (controle), elevada concentração de CO2 (600 ppm, eC), elevada temperatura (2ºC acima da temperatura ambiente, eT) e a combinação eC+eT. A elevada concentração de CO2 parece ser o principal fator responsável pelas alterações na emissão de folhas no outono. Em eC, a taxa de aparecimento de folhas é maior e o filocrono é menor: há maior velocidade no aparecimento de duas folhas consecutivas no perfilho. O número de folhas expandidas foi igual em todos os tratamentos. O número de folhas em expansão foi maior em eC+eT, assim como o número de folhas verdes, mas a biomassa foi menor. Crescendo sob temperaturas mais amenas de outono, P. maximum mostrou um comportamento semelhante ao de plantas C3, responsivo ao aumento da concentração de CO2 e sensível ao aumento de temperatura. O aumento na concentração de CO2 de forma isolada provoca incrementos na folhagem do perfilho, mas a elevação da temperatura inibiu esses ganhos. Esse resultado é diferente do obtido em experimento anterior, no inverno, quando eT promoveu e eC inibiu a produção de folhas. Portanto, sob futuras mudanças climáticas globais, a biomassa de folhas de P. maximum provavelmente será inibida pela elevada temperatura ou pela elevada concentração de CO2, dependendo da estação do ano. No entanto, se ambas alterações climáticas ocorrerem simultaneamente (eT+eC) em uma mesma área, poderá haver um efeito compensatório devido à ação oposta que eC e eT apresentam sob a folhagem de P. maximum. Palavras-chave: aquecimento global, biomassa foliar, número de folhas. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 21 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 CRESCIMENTO INICIAL DE Pterogyne nitens Tul. SOB DIFERENTES CONDIÇÕES CLIMÁTICAS Erilva Machado Costa1,2; Siléia Oliveira Guimarães1;José Eduardo Macedo Pezzopane1 1UniversidadeFederal do Espírito Santo;Departamento de Ciências Florestais e da Madeira 2eriflorest@gmail.com Pterogyne nitens Tul. (Fabaceae), conhecida popularmente por “amendoim-bravo e madeira- nova”, tem ocorrência do nordeste do país até o oeste de Santa Catarina, principalmente na floresta latifoliada semidecídua. É recomendada, principalmente, para reposição de mata ciliar para locais com inundações periódicas de curta duração e revegetação em sítios arenosos e degradados. Os impactos provocados pelo aumento de temperatura na fisiologia das plantas podem modificar seu estabelecimento, uma vez que o ambiente pode influenciar o crescimento da planta, bem como sua sobrevivência. Visando contribuir para o conhecimento acerca do desenvolvimento inicial sob diferentes microclimas, o objetivo deste trabalho foi analisar o crescimento inicial de P. nitens em diferentes condições climáticas. As mudas se desenvolveram em vasos de 21,5 litros, dispostos em duas casas de vegetação climatizadas durante 60 dias. Foram estabelecidas duas temperaturas médias aproximadas, sendo que cada uma das casas de vegetação representou um microclima: uma com temperaturasuperior de 29°C e outra com temperatura inferior de 23°C. Os dados climáticos de cada casa de vegetação foram obtidos através de estações meteorológicas automáticas instaladas no interior das mesmas. O experimento foi realizado com seis repetições e os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tuckey a 5% de probabilidade. Ao final do experimento realizaram-se análises de crescimento em todas as plantas de cada tratamento, avaliando os seguintes parâmetros: altura, diâmetro, área foliar, massa seca da parte aérea, raiz e total. Pterogyne nitens apresentou similaridade em crescimento e produção de massa seca entre os ambientes estabelecidos, apresentando em média 64,8 gramas para o ambiente com temperatura inferior e 68,1 gramas para o ambiente com temperatura superior. Com relação aos parâmetros dendrométricos, a P. nitens também apresentou semelhanças entre os ambientes. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que P. nitens possui capacidade de se desenvolver em diferentes condições climáticas, demonstrando seu potencial para recuperação de áreas degradadas. Palavras-chave: ecofisiologia; microclimatologia florestal; amedoim-brava. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 22 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 FREQUÊNCIAS DE IRRIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Cedrella fissilis Ângela Simone Freitag Lima¹; Toshio Nishijima2; Weslley Wilker Corrêa Morais3; Antônio Natal Gonçalves4. 1Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Departamento de Ciências Florestais; drangelafloresta@gmail.com 2Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Engenharia Florestal. 3Universidade Estadual de Roraima. 4Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Departamento de Ciências Florestais. Segundo algumas pesquisas, a água é provavelmente, o fator ambiental mais limitante ao estabelecimento e desenvolvimento das mudas, seguidos pelos controles da temperatura e da luminosidade. Aliado a isto, a quantificação da necessidade hídrica na sua formação é extremamente importante, pois a falta ou excesso desta pode limitar o seu desenvolvimento, o que implicaria em interações favoráveis ou não para o seu estabelecimento e crescimento inicial. Desta forma, a produção das mudas deve primar pela sua qualidade onde se faz uso de alguns parâmetros como, por exemplo, a relação D/H, que expressa o vigor das mudas aptas a irem a campo, devendo este estar entre 5,4 a 8,1, aliada à racionalização do uso dos recursos disponíveis. Baseado nisto, este estudo teve por objetivo avaliar a influência das frequências de irrigação em mudas de Cedrella fissilis em casa de vegetação. O experimento foi instalado no viveiro florestal da UFSM, RS. O delineamento utilizado foi DBC, com três repetições, onde aplicaram-se os seguintes tratamentos: T1, T2, T3 e T4 com uma, duas, três e quatro irrigações por dia, respectivamente. Para isto, foi utilizado um sistema de irrigação localizada constituído por um conjunto de motobomba, difusores de aspersão, tubulações, registros, bandejas de PVC com tubetes e o substrato utilizado foi o Plant Max. As mudas foram oriundas de sementes provenientes do IPEF. Os dados de altura (H) e diâmetro (D) das mudas, e também a relação D/H foram coletados em setembro, dois meses após instalação do experimento. A temperatura média dentro da casa de vegetação era de 21°C e a umidade relativa em torno de 40%. Baseado nisso, o tratamento que apresentou melhor relação D/H foi T4 (7,78) enquanto que os tratamentos T3 e T2 apresentaram uma relação D/H de 8,47 e 11,84, respectivamente. Com a análise dos dados, verificou-se que há uma relação direta entre as frequências de irrigação e o desenvolvimento das mudas em diâmetro e altura, sendo a altura a que mais apresentou variações. A aplicação de quatro irrigações por dia (T4) foi a que apresentou melhor desenvolvimento em mudas Cedrella fissilis em casa de vegetação. Palavras-chave: cedro; crescimento; água. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 23 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA DE Guazuma ulmifolia Lam. (MALVACEAE) TRATADAS COM LODO DE ESGOTO Leandro Oliveira Miranda1; Michele Aparecida dos Santos Nobrega2; Etenaldo Felipe Santiago2. 1Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Centro Integrado de Analise e Monitoramento Ambiental (CInAM), Laboratório de Ecologia; leandro_uems@hotmail.com. 2Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais – PGRN, Centro Integrado de Analise e Monitoramento Ambiental (CInAM), Laboratório de Ecologia. Dentre os problemas ambientais que tem despertado a atenção encontra-se a grande quantidade de resíduo gerado pelas estações de tratamento de esgoto. O tratamento e destinação adequados do lodo de ETE requer esforço em pesquisa para minimizar problemas como odor, contaminantes, patógenos bem como lançamento no ambiente. Neste âmbito o emprego do lodo de ETE na incorporação de substrato para a produção de mudas nativas pode contribuir neste sentido, sendo, portanto, necessários os estudos de tolerância das espécies a este tipo de resíduo. Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae) é uma espécie nativa de importância ecológica no Bioma Cerrado, popularmente conhecida pelo seu uso pela fauna e potencial para o emprego em plantios de restauração ambiental. Este trabalho objetivou-se em avaliar a influência do lodo de ETE na condutância estomática de plantas jovens de G. ulmifolia, produzidas em tubetes com substrato agrícola, para tanto estas foram acondicionadas e mantidas suspensas em caixa plástica, cuja base dos tubetes manteve-se em contato com soluções de lodo de ETE nas concentrações 0, 25, 50, 75 e 100% de lodo, preparadas a partir da solução sobrenadante da mistura de 500 mg/L de lodo de ETE. Avaliou-se a condutância estomática (Gs) nos períodos matutino e vespertino. Não foram observadas diferenças entre as leituras de Gs entre os tratamentos, mas sim entre os períodos do dia, sendo observada uma redução na condutância estomática do período vespertino quando comparado com o matutino, ocorrendo uma diminuição de 85,72% no controle, seguidos de 86,25%, 83,34%, 45,95%, 76% para os demais tratamentos. A Gs é uma importante ferramenta na identificação do estresse uma vez que o fechamento estomático é uma resposta rápida e comum sob condições sub ótimas. Nas condições experimentais testadas G. ulmifolia mostrou ser tolerante ao lodo de ETE, o que sugere seu potencial emprego como espécie nativa em modelos de produção cujo substrato incorpore este resíduo. Palavras-chave: resíduo; espécies nativas; estômatos. Fi si o lo gi a e E co fi si o lo gi a V eg et al O conteúdo deste resumo é de inteira responsabilidade de seus autores. 24 SIMPÓSIO DE BIOLOGIA VEGETAL 2014 CRESCIMENTO INICIAL DE Tabebuia chrysotricha (Ipê-amarelo) SOB DIFERENTES CONDIÇÕES MICROCLIMÁTICAS Siléia Oliveira Guimarães¹, 2; Erilva Machado Costa1; Alcides Pereira Santos Neto1. 1Universidade Federal do Espírito Santo; Departamento de Ciências Florestais e da Madeira 2sileiag@hotmail.com.br As plantas têm papel fundamental na compreensão do que pode acontecer com a biodiversidade em nosso planeta. Entender como as plantas responderão às mudanças climáticas globais tem grande relevância quando se pensa em conservação, manejo e modelagem de biomas com elevada biodiversidade como a Mata Atlântica e outras florestas tropicais. Muitas espécies florestais tropicais e subtropicais apresentam crescimento descontínuo, em resposta às condições
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