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FORTALEZA 
2018 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
FERNANDO MENDES DE PAULA PESSOA 
 
 
 
 
 
USO DO SOFTWARE SIMRES NA AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA DA BACIA DO 
JAGUARIBE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERNANDO MENDES DE PAULA PESSOA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
USO DO SOFTWARE SIMRES NA AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA DA BACIA DO 
JAGUARIBE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Engenharia Civil do Centro de 
Tecnologia da Universidade Federal 
do Ceará, como requisito parcial 
para a obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Renata 
Mendes Luna. 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
P567u Pessoa, Fernando Mendes de Paula.
 Uso do software SimRes na avaliação hidrológica da Bacia do Jaguaribe : uma análise
comparativa / Fernando Mendes de Paula Pessoa. – 2018.
 44 f. : il. color.
 Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro
de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Fortaleza, 2018.
 Orientação: Profa. Dra. Renata Mendes Luna.
 1. Simulação de Reservatórios. 2. Rio Jaguaribe. 3. SimRes. I. Título.
 CDD 620
FERNANDO MENDES DE PAULA PESSOA 
 
 
 
 
 
 
USO DO SOFTWARE SIMRES NA AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA DA BACIA DO 
JAGUARIBE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Engenharia Civil do Centro de Tecnologia 
da Universidade Federal do Ceará, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Renata Mendes 
Luna. 
 
 
 
Aprovada em: ___/___/______. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
_________________________________________________ 
Profa. Dra. Renata Mendes Luna (Orientadora) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
_________________________________________________ 
Prof. Dr. José Nilson Beserra Campos 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
_________________________________________________ 
Profa. Dra. Ticiana Marinho de Carvalho Studart 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao Cel. Edir de Paula Pessoa, policial 
militar, professor, advogado, e meu 
amado Vozinho. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço aos meus pais, Vera e Fernando, por serem os maiores 
incentivadores em todas as minhas escolhas, sem nunca deixar me faltar nada, e 
dedicando a mim um amor infinito. E às minhas irmãs, Rebeca e Lívia, por, junto 
com nossos pais, serem exemplos de pessoas extremamente esforçadas e de bom 
coração. Vocês são meus ídolos, minha base, e minha maior inspiração. 
 À toda a minha família, em especial minhas avós, Nilza e Marlene, que nunca 
mediram esforços pra me fazer feliz, e meus avôs, Oliveira e Edir, que infelizmente 
não estão mais conosco, mas que do Céu assistem a essa vitória do neto deles. A 
meu tio Alexandre, meu orientador profissional na bela carreira de engenheiro civil. 
 À minha orientadora Profa. Renata Luna, que disponibilizou o seu tempo para 
responder as diversas dúvidas que tive, me ajudou a organizar minhas ideias, e me 
guiou, com muito zelo e paciência, na escrita desse trabalho. A senhora me 
transmitiu a calma e a segurança necessárias para eu concluir essa etapa da minha 
vida, muito obrigado. 
 À Profa. Ticiana Studart, minha orientadora na iniciação científica, da qual a 
pesquisa gerou esse trabalho. Muito obrigado por todo o conhecimento 
compartilhado, e por toda a atenção dedicada. 
 Aos professores do Curso de Engenharia Civil da UFC, em especial aos 
professores Manoel Mendonça, John Kenedy e Anderson Borghetti, pelo grande 
amor à docência. Em conjunto com as professoras Ticiana e Renata, vocês foram os 
professores que mais ajudaram e marcaram a minha graduação. Espero um dia 
conseguir ser professor, e poder ser para os meus alunos o que vocês foram para 
mim. 
 Aos vários amigos que me cercam e alegram, tornando minha vida mais feliz. 
Em especial aos meus amigos André e Artur, que estão ao meu lado há mais de 20 
anos, ao meu querido amigo Inácio, que nunca mediu esforços em me ajudar, e a 
minha amiga Eliane, que cuida tão bem de mim. 
 Por fim, agradeço à minha namorada, Vivy, pela paciência, companhia e 
ajuda durante as várias etapas desse trabalho. Muito obrigado, você me faz 
extremamente feliz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Até mais, e obrigado pelos peixes.” 
(Douglas Adams) 
 
 
RESUMO 
 
A simulação de reservatórios é uma forma de baixo custo de analisar a eficiência 
dos mesmos na reservação de água, matéria de suma importância para a 
sobrevivência dos moradores do semiárido brasileiro em períodos de seca. Por 
conta disso, foi desenvolvido, no final da década de 1990, na Universidade Federal 
do Ceará (UFC) o programa SimRes, que utiliza o Método de Monte Carlo, o Método 
dos Fragmentos de Svanidze, e o Método do Diagrama Triangular para gerar séries 
sintéticas de vazão e simular o comportamento de açudes expostos a elas. No ano 
2000, realizou-se na UFC, um estudo que simulou os principais reservatórios da 
Bacia do Jaguaribe com o auxílio do SimRes. Foi encontrado que, mesmo tendo 
mais de 80% da área de sua bacia controlada, 35% da água do Rio Jaguaribe 
alcança o mar. Devido à grande importância da Bacia do Jaguaribe, responsável por 
abastecer de água mais da metade da população cearense, o presente trabalho foi 
realizado para verificar a validade do valor de água perdida encontrado no estudo 
anterior, simulando os doze maiores reservatórios da Bacia do Jaguaribe utilizando o 
SimRes. Utilizou-se dados de vazão obtidos em três estações fluviométricas e 
regionalizados para os açudes analisados, repetiu-se a simulação considerando um 
valor de coeficiente de variação hipotético de 0,2 (próximo ao CV de rios perenes do 
Nordeste dos Estados Unidos) para verificar a influência do mesmo nos resultados. 
O valor de volume médio anual de sangria que flui para o mar encontrado no 
presente trabalho é muito semelhante ao encontrado no trabalho anterior. 
Demostrou-se, também, que, na situação hipotética de CV mais baixo, o valor de 
sangria seria 93% mais baixo. 
Palavras-chave: Simulação de reservatórios. Rio Jaguaribe. SimRes. 
 
 
ABSTRACT 
 
The simulation of reservoirs is a low-cost way to analyze the efficiency of them 
storing water, a very important matter for the endurance of the inhabitants of the 
Brazilian semiarid in dry periods. Therefore, it was developed in the Federal 
University of Ceará (UFC), in the late 1990’s, the software SimRes, which uses the 
Monte Carlo Method, the Fragment Method of Svanidze, and the Triangular Diagram 
Method of Campos to generates synthetic inflow series and simulate the behavior of 
the reservoirs exposed to them. In the year 2000 in the UFC, the main reservoirs of 
the Jaguaribe Basin were simulated with the aid of SimRes. It was found that, even 
with more than 80% of control over its basin, 35% of the Jaguaribe River’s natural 
discharges keep on flowing to the ocean. Due to the importance of the Jaguaribe 
Basin, from which more than half of the population of Ceará State gets tis water, this 
study to verify the validity of this information, by simulating the twelve largest 
reservoirs of the Jaguaribe Basin through the software SimRes. The inflow data used 
in the simulation were obtained from three fluviometric stations, and regionalized to 
each reservoir analyzed, the process was then repeated witha hypothetical 
coefficient of variation of 0,2 (similar to the ones of the perennial rivers of Northeast 
United States), to verify the effect of it in the results. The value of annual inflow that is 
spilled from the reservoirs and reaches the ocean found in this study is very similar to 
the value found in the previous one. Also, it was demonstrated that, in the 
hypothetical situation of a lower coefficient of variation, the volume of water spilled 
from the reservoirs is reduced in 93%. 
Keywords: Reservoirs simulation. Jaguaribe River. SimRes. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8 
1.1 Justificativas ...................................................................................................................... 10 
1.2 Objetivos .......................................................................................................................... 11 
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 11 
1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 11 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................... 12 
2.1 Infraestrutura Hídrica ........................................................................................................ 12 
2.2.1 A reservação das Àguas no Ceará e a Bacia do Jaguaribe ................................................. 14 
2.3 O estudo hidrológico da Bacia do Jaguaribe ....................................................................... 15 
2.4 Simulação no SimRes ......................................................................................................... 19 
3. METODOLOGIA ................................................................................................................... 23 
3.1 Levantamento de dados .................................................................................................... 23 
3.3 Tratamento de Dados ........................................................................................................ 25 
3.4 Geração de Séries Sintéticas .............................................................................................. 27 
3.5 Simulação ......................................................................................................................... 28 
3.6 Simulações comparativas .................................................................................................. 29 
4.0 RESULTADOS ..................................................................................................................... 31 
5.0 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 37 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 38 
APÊNDICE A – Telas do Programa SimRes ................................................................................ 40 
 
8 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O semiárido brasileiro é uma região onde os processos de transformação 
temporal e espacial dos deflúvios superficiais são de difícil entendimento, isso se dá, 
em parte, por causa da imprevisibilidade com relação à intensidade e distribuição 
das chuvas. 
As várias secas que atingem o Nordeste do Brasil são consequência direta 
dessas incertezas, criando dificuldades para a obtenção de água pela população, o 
que cria empecilhos para a agricultura local e a criação de animais, muitas vezes 
impossibilitando essas atividades. Uma forma encontrada para se adaptar ao clima 
dessa Região foi a construção de reservatórios para o armazenamento de água, 
algo que era feito inicialmente em reduzida escala, com pequenas barragens em 
fazendas e cidades. 
No Ceará, a prática de construção de açudes interanuais, os quais podem ser 
entendidos como aqueles com capacidade para reservar água por períodos 
superiores a um ano, tem sido adotada ao longo do tempo com o objetivo de suprir a 
necessidade de água da população em períodos de estiagem. Aquino (2017, p. 90) 
cita que: 
A incerteza e a irregularidade das chuvas, o baixo potencial em águas 
subterrâneas e a intermitência dos rios fez o Governo do Ceará seguir uma 
política de água com vista à criação de uma infraestrutura hídrica de 
construção de açudes – garantindo no tempo e no espaço – o 
abastecimento da população da região. 
 
Um resultado dessa política foi a construção de vários reservatórios, dentre 
eles o açude Castanhão, localizado no município de Alto Santo, que é o maior açude 
público para múltiplos usos do Brasil (DNOCS, 2018). 
Além desse reservatório, destacam-se também o Orós e o Banabuiú, os dois 
maiores açudes do Ceará após o Castanhão. Atualmente, o órgão responsável pela 
administração das águas desses açudes é a Companhia de Gestão dos Recursos 
Hídricos (COGERH), criada em 1993 com a função de operacionalizar o 
gerenciamento de recursos hídricos no Ceará. 
Esses três reservatórios estão localizados na Bacia do Jaguaribe, cuja área 
de drenagem abrange as sub-bacias do Alto Jaguaribe, Médio Jaguaribe, Baixo 
9 
 
 
 
Jaguaribe, Salgado e Banabuiú. A água dessas sub-bacias hidrográficas, quando 
não utilizadas ou evaporadas, invariavelmente efluem para o Rio Jaguaribe, que 
possui uma área de drenagem equivalente à metade do estado do Ceará, e é o 
maior rio intermitente do mundo. Sobre o comportamento do rio Jaguaribe, Campos 
et al (2000, p. 5, tradução nossa) comenta: 
É peculiar o fato que as vazões do rio podem variar de 7000 m³/s até zero 
em um intervalo de poucos meses. É também interessante observar que o 
Rio Jaguaribe, que é mais extenso que o Rio Tâmisa, pode ficar mais de 18 
meses completamente seco durante secas intensas. 
Ainda hoje, a política de construção de grandes açudes é considerada pelo 
governo do Estado como a melhor solução para a falta de água em períodos de 
seca, sendo investido centenas de milhões de reais na realização dessas obras 
(COGERH, 2013). Porém, a construção de muitos reservatórios na mesma região 
pode levar a saturação da bacia hidrográfica, impedindo por exemplo a distribuição 
de água para cidades a jusante da barragem. Faz-se necessário, dessa forma, a 
realização de estudos de viabilidade antes para verificar se um novo açude 
realmente auxiliaria no controle da água de uma determinada bacia. 
Por ser estratégica para o estado do Ceará, a bacia do rio Jaguaribe tem sido 
estudada intensamente, inclusive para determinação das vazões de alocação de 
água aos seus diversos usuários, especialmente nos períodos de estiagem e como 
forma de conscientização do uso racional deste recurso. Assim, tem-se analisado ao 
longo dos anos a possibilidade de reservação das águas dessa bacia. 
Assim, Campos et al (2000) analisando o impacto da política de construção 
de grandes reservatórios no nível de controle para a Bacia do Jaguaribe, 
encontraram que 35% da água do Rio Jaguaribe atinge o Oceano Atlântico. Esse 
valor foi considerado alto, tendo em vista que representaria um controle abaixo do 
esperado para uma Bacia que tem aproximadamente 81% da sua água controlada, 
entendeu-se que a grande variabilidade das vazões dos rios na região semiárida 
brasileira foi de grande influência para o resultado encontrado, no entanto o estudo 
realizado teve algumas limitações tendo em vista que a série de vazões de alguns 
postos eram pouco representativas e alguns reservatórios ainda estavam em 
construção, assim, torna-se necessário verificar o quanto essas mudanças alteram 
os dados de regularização desta bacia. Assim, novos estudos são importantes para 
verificação de modificações ocorridas na região.10 
 
 
 
1.1 Justificativas 
A água retida por um reservatório eflui dele de três maneiras possíveis: por 
evaporação, que consiste em uma perda irreversível da água para a bacia 
hidrográfica; por regularização, águas usadas pela sociedade para os mais variados 
fins; e pela sangria, quando ocorrem deflúvios os quais não são possíveis controlar e 
retornam ao rio. As águas de sangria, caso não escoam para outro reservatório, 
eventualmente alcançam o oceano, não podendo mais ser utilizada pela população. 
Segundo Campos (2005, p. 17), um açude deve funcionar como um veículo 
que transporta a água ao longo do tempo, estocando os excedentes dos períodos 
úmidos para serem utilizados em períodos de estiagem. Na região do semiárido 
brasileiro, onde as constantes secas castigam os moradores, a importância do 
aproveitamento da água dos reservatórios é ainda maior, sendo por isso o uso do 
termo sangria para o excedente de água que não consegue ser retido pelo açude, 
pois a água na região é tão importante quanto o sangue em um corpo humano. Por 
isso, regularizar a quantidade máxima possível de água deve ser o objetivo de 
qualquer açude projetado. 
Para atingir esse objetivo, são realizados diversos estudos hidrológicos antes 
de se definir as características do reservatório como localização, forma e tamanho. 
Devem ser considerados fatores tais como: área da bacia hidrográfica, topografia da 
região, características geológicas da bacia e precipitações médias e máximas. Caso 
o açude projetado seja pequeno demais, em períodos de chuvas intensas, a 
barragem não conseguirá reter a água que retornará ao rio. Açudes muito grandes, 
por outro lado, tendem a trabalhar em capacidade baixa, e perder bastante água por 
evaporação. 
Nesses estudos, em geral, é comum basear-se em registros de vazões 
anteriores de um rio e aplicá-los em métodos estatísticos (Studart, 2016), porém no 
Brasil existem poucos postos de coleta de dados de vazão, e vários dos postos 
existentes possuem menos de vinte anos de dados, não sendo, portanto, 
aconselháveis para esse tipo de análise estatística. 
Campos et al (2000) realizaram uma análise da Bacia do Rio Jaguaribe, que 
tem grande importância para o estado do Ceará pois os açudes dessa bacia são 
responsáveis pelo abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza e de mais 
11 
 
 
 
da metade da população cearense, considerando a influência de doze reservatórios 
de maneira cronológica, estudando a descarga no oceano, a sangria e a perda de 
água por evaporação de cada açude em diversos anos. 
Esses autores verificaram que, anualmente, em média, 1.881,6 hm³ da água 
do Rio Jaguaribe alcançam o mar, sendo assim considerados perdidos, esse volume 
de água equivale a aproximadamente a capacidade do Açude Banabuiú, terceiro 
maior do estado. Além disso foi verificado que o somatório da evaporação média 
anual de todos os açudes analisados é igual 536,7 hm³, valor superior à capacidade 
do Açude Figueiredo, quarto maior do Ceará. 
No estudo em questão não foram considerados três açudes de grande porte 
existentes nas bacias hidrográficas analisadas, e o coeficiente de variação utilizado 
foi constante em todos os açudes. Por isso, uma segunda análise se faz desejada 
devido a grande importância do Rio Jaguaribe para o Ceará, e a necessidade de 
fazer uma boa gestão dos recursos hídricos das bacias hidrográficas englobadas por 
esse rio. 
1.2 Objetivos 
1.2.1 Objetivo geral 
 Este trabalho tem como objetivo analisar a influência dos reservatórios de 
grande e macro porte na vazão do Rio Jaguaribe que eflui para o oceano, e verificar 
se houve alguma alteração nas trocas “regularização x evaporação x sangria” em 
relação aos valores encontrados no estudo realizado por Campos et al. (2000). 
1.2.2 Objetivos específicos 
• Analisar e selecionar os reservatórios que causam maior impacto na 
vazão do Rio Jaguaribe; 
• Gerar vazões sintéticas para os reservatórios selecionados; 
• Simular o comportamento dos reservatórios selecionados considerando 
um período de tempo de 5000 anos; 
• Avaliar a validade da afirmação que 35% da vazão do Rio Jaguaribe 
eflui para o mar. 
12 
 
 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
Neste capítulo serão apresentados e explicados alguns dos temas utilizados 
no desenvolvimento deste trabalho: 
2.1 Infraestrutura Hídrica 
A lei Nº 9.433 de 1997, que trata sobre a Política Nacional de Recursos 
Hídricos (PNRH), afirma no Artigo 1º que: 
• a água é um bem de domínio público; 
• a água deve ser tratada como recurso natural limitado e dotado de valor 
econômico; 
• a prioridade da gestão de recursos hídricos deve ser o consumo humano e a 
dessedentação de animais, devendo, porém, sempre que possível, 
proporcionar o uso múltiplo das águas; 
• a unidade territorial para implementação da PNRH deve ser a bacia 
hidrográfica, e a gestão dos recursos hídricos da mesma deve ser 
descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e 
da comunidade. 
Deste modo a administração das bacias hidrográficas fica a cargo dos 
Comitês de Bacias, uma forma encontrada para a descentralização da gestão dos 
recursos hídricos, os quais são normalmente constituídas por representantes de 
Secretarias de Estado ou órgãos de administração indireta, relacionados ao 
gerenciamento da água; institutos de ensino, pesquisa e desenvolvimento 
tecnológico usuários das águas da bacia (como por exemplo universidades 
localizadas na região); representantes dos municípios localizados na bacia 
hidrográfica; e representantes de associações comunitárias com sede na bacia. 
Essa composição visa garantir a participação dos usuários da comunidade e do 
Poder Público na administração da mesma. 
Aquino (2017, p. 68) afirma que a utilização de bacias hidrográficas como 
unidade territorial de gestão dos recursos hídricos é um tendência internacional já 
consagrada em países como França, Alemanha e Inglaterra, e que apesar das 
dificuldades encontradas com a delimitação dos espaços físicos de planejamento, 
13 
 
 
 
tem apresentado resultados positivos, devido a possibilidade de dividir as bacias 
hidrográficas maiores em sub-bacias. 
Dentre as funções dos Comitês de Bacia destaca-se aprovar e acompanhar a 
execução do Plano de Recursos Hídricos, que, segundo o Artigo 13º da lei Nº 9.433, 
deve estabelecer as prioridades de uso para outorga de água. A fim de assegurar o 
controle quantitativo e qualitativo desses usos da água, bem como o efetivo 
exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos. 
Em relação à outorga de água, Lanna (2000, p. 89) descreve a 
impossibilidade de se prever com precisão a quantidade disponível em determinado 
momento e local, como um fator complicador. O autor relata que essa aleatoriedade 
na disponibilidade de água acarreta em uma gestão conjunta da disponibilidade e 
das demandas hídricas, sendo necessário avaliar as quantidades disponibilizadas 
com dadas probabilidades, e as aumentar (quando possível) com obras de 
regularização. 
Assim, uma maneira encontrada para regularizar a vazão de rios foi a 
construção de reservatórios, com a função de acumular água no período úmido para 
poder usá-la no período de seca. 
De acordo com o Decreto Nº 23.068, de 11 de fevereiro de 1994, tais 
reservatórios podem ser classificados quanto ao seu volume hidráulico acumulável, 
ou quanto a sua superfície hidrográfica. A classificação quanto ao volume hidráulico 
é apresentada a seguir: 
• Micro: até 0,5 hm³; 
• Pequeno: acima de 0,5 hm³ até 7,5 hm³; 
• Médio: acima de 7,5 hm³ até 75 hm³; 
• Grande: acima de 75 hm³ até 750 hm³; 
• Macro: acima de 750 hm³. 
Campos (2005, p. 65) escreve que açudes pequenos, médios e grandes têm 
suas funções na política de açudagem elaborada pela Superintendência de 
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) na década de 1960, segunda a qual cabe 
14 
 
 
 
aos açudes de grande porteo papel de reserva estratégica, aos pequenos a 
distribuição espacial das reservas, e aos médios caberia uma função intermediária. 
2.2.1 A reservação das Águas no Ceará e a Bacia do Jaguaribe 
O estado do Ceará, por se encontrar em uma região semiárida, utilizou-se da 
transferência de água no tempo, por meio da construção de reservatórios e 
regularização dos rios, para tentar garantia a outorga de uso. Desta forma, realizou 
uma série de estudos ao longo do tempo, a fim de construir reservatórios em seu 
território, e garantir água para a população. 
Segundo Aquino (2017, p. 95), desde 1993 o gerenciamento dos recursos 
hídricos do Ceará está a cargo da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos 
(COGERH), que monitora em seu Portal Hidrológico (2018) 155 açudes distribuídos 
nas 12 sub-bacias do estado, com uma capacidade total de reservação de 18.617 
hm³. 
O mesmo Portal informa que aproximadamente 72% de toda a capacidade de 
reservação dos açudes do Estado dependem dos reservatórios localizados na Bacia 
do Jaguaribe, formada pelas sub-bacias do Alto Jaguaribe, Médio Jaguaribe e Baixo 
Jaguaribe, além das sub-bacias do Salgado e do Banabuiú. 
De acordo com o Atlas Eletrônico dos Recursos Hídricos do Ceará (2018), 
criado pela Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH/CE), existem, distribuídos nas 
sub-bacias que formam a Bacia do Jaguaribe, três açudes de macro porte, oito 
açudes de grande porte, 43 açudes de médio porte, e 36 açudes de pequeno porte. 
Esses três açudes de macro porte da Bacia do Jaguaribe são também os 
maiores do estado do Ceará, tendo eles a função de abastecer de água uma vasta 
área do estado, incluindo a Região Metropolitana de Fortaleza e o Complexo 
Industrial e Portuário do Pecém. 
Campos (2005, p.74) que analisa a eficiência de pequenos e grandes açudes, 
usa como estudo de caso a Bacia do Jaguaribe. O autor chega a conclusão que os 
grandes reservatórios apresentam um melhor comportamento que os pequenos no 
que se refere a perda de água por evaporação. Também afirma que o volume médio 
sangrado por um açude depende fortemente da capacidade do mesmo, e do 
coeficiente de variação dos deflúvios anuais, e que, ao incrementar a capacidade de 
15 
 
 
 
um reservatório e sua reserva intangível, o volume regularizado é inicialmente 
crescente, atinge um máximo e então passa a decrescer. 
Para entender o comportamento de um reservatório a longo prazo é 
necessário ter acesso a dados de vazão que nele afluem, uma maneira de se obter 
esses dados é através de postos fluviométricos. Segundo dados obtidos no Portal 
Hidroweb (2018) da Agência Nacional de Águas (ANA), nas cinco sub-bacias que 
compõem a Bacia do Jaguaribe, existem um total de 15 estações fluviométricas que 
possuem dados de vazão média, porém, nem todas possuem 25 anos ou mais de 
dados, não representando uma amostra significativa, além disso, muitos desses 
postos se encontram a jusante de açudes de grande e macro porte, não 
representando, assim, a realidade dos rios a montante desses açudes. 
Em casos como esse, em que os dados disponíveis são insuficientes para 
que se possa realizar estudos hidrológicos em determinados locais, uma solução é 
otimizar os dados existentes através da regionalização, tornando possível estimar 
variáveis hidrológicas para estes locais segundo Tucci (1993, p. 573). 
De acordo com o autor, a otimização das informações disponíveis é 
importante devido aos altos custos de implantação, operação e manutenção de 
postos que formam uma rede hidrométrica. Segundo o mesmo, a regionalização 
pode ser elaborada para funções estatísticas de variáveis hidrológicas, como por 
exemplo curvas de probabilidade de vazões máximas, médias ou mínimas. Ele 
também escreve que existem três tipos básicos de procedimentos para 
regionalização dessas funções, sendo eles: métodos que regionalizam parâmetros 
de uma distribuição estatística, métodos que regionalizam a vazão com um 
determinado risco, e métodos que regionalizam uma curva de probabilidade 
adimensional e o fator de adimensionamento. No primeiro método são utilizados 
como parâmetros para a regionalização a média e o desvio padrão, nos outros dois 
métodos, além desses parâmetros citados, também se usa o tempo de tempo de 
retorno. 
2.3 O estudo hidrológico da Bacia do Jaguaribe 
Campos et al (2000), verificando a necessidade de avaliar as transformações 
hidrológicas e grau de controle na bacia do rio Jaguaribe ao longo do século XX 
após a construção de reservatórios de grande capacidade de armazenamento, 
16 
 
 
 
estudaram o efeito dos principais açudes na reservação de água da bacia com 
auxílio do software SimRes. 
A vazão média anual do Rio Jaguaribe que não é retida ou utilizada e 
consequente eflui para o mar foi calculada pelos autores que utilizaram o Método 
Monte Carlo através do programa citado para simular 12 açudes de macro, grande e 
médio porte existentes na Bacia do Jaguaribe, sendo eles: Castanhão, Orós, 
Arrojado Lisboa (Banabuiú), Pedras Brancas, Trussu, Cedro, Fogareiro, Patu, 
Riacho do Sangue, Quixeramobim, Várzea do Boi, e Serafim Dias. Foi incluso na 
simulação também o açude Figueiredo, que na época em que foi realizado o estudo 
já estava planejado, porém ainda não havia tido sua construção iniciada. 
Segundo Burban (2008, p. 26), o Método Monte Carlo pode ser definido como 
“[...] método de simulação estatística que utiliza sequências de números aleatórios 
para desenvolver simulações.”. De acordo com o autor, esse método foi idealizado 
por Stanislaw Ulam em 1946, ao perceber que para calcular as probabilidades de 
sucesso de uma determinada jogada em um jogo de paciência, seria mais prático 
realizar centenas ou milhares de jogadas, contando quantas vezes cada resultado 
ocorria, do que utilizar a tradicional análise combinatória. Um impeditivo para o uso 
do método era o fato de envolver cálculos extremamente demorados e sujeitos a 
erros, que foi superado com o desenvolvimento do computador ENIAC na segunda 
guerra mundial. 
Campos e Studart (2009, p. 2), afirmam que o Método Monte Carlo tem sido 
largamente aplicado em pesquisas do processo de estocagem de águas no 
Nordeste Brasileiro, sendo considerada uma ferramenta de muita utilidade para a 
tomada de decisões sob incertezas. Os autores resumem a simulação de Monte 
Carlo em recursos hídricos nas seguintes etapas: 
• Obter os dados históricos do rio analisado no local de estudo; 
• Utilizar-se de técnicas de estatística e hidrologia estocástica para 
determinar o regime hidrológico do corpo d’água no local escolhido; 
• Usar os dados históricos para determinar os parâmetros da função de 
probabilidade escolhida; 
17 
 
 
 
• Caracterizar o sistema hidráulico, determinando, também, as regras de 
operação do sistema; 
• Simular o sistema, utilizando a série histórica, verificando como seria o 
comportamento caso as regras de operação sejam obedecidas; 
• Gerar, a partir dos dados históricos, séries sintéticas de longa duração; 
• Utilizar-se de curvas e indicadores para sintetizar o resultado obtido 
nos passos anteriores. 
Para realizar a simulação dos reservatórios da bacia do Jaguairbe Campos et 
al (2000) consideraram valores de vazões médias anuais calculadas utilizando as 
Zonas Hidrológicas Homogêneas estabelecidas pela Superintendência do 
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), e um coeficiente de variação (CV) de 1,3 
para todos os rios simulados. Ao gerar as séries sintéticas de 5000 anos foi 
considerado que o coeficiente de correlação em toda bacia hidrográfica era 1, e que 
as populações de dados de vazão seguiam uma distribuição gamma. Para efeito de 
comparação, foi feita a mesma simulação utilizando um CV hipotético de 0,2 (valor 
baseado em rios do nordeste dos Estados Unidos), para demonstrar a influência do 
coeficiente de variação. 
Na simulação os autores consideraram uma garantia de 90% que seria 
possívelregularizar a vazão de projeto. A escolha desse valor é explicada por 
Campos e Studart (2009, p. 6), que afirmam as leis de água do estado do Ceará 
adotam essa garantia para a obtenção de 90% do volume anual regularizado. Os 
açudes foram simulados em série, quando a sangria de um reservatório era somada 
à vazão afluente de um reservatório a jusante, e em paralelo, quando o volume 
sangrado por um açude não influenciava o outro. 
Segundo Studart e Campos (2001) as incertezas inerentes ao comportamento 
aleatório das vazões naturais constitui uma etapa fundamental para o gerenciamento 
dos riscos nas outorgas de água. Assim, o uso de ferramentas da hidrologia 
estocástica para analisar a capacidade de armazenamento, o nível de garantia, a 
variabilidade das vazões naturais e o volume inicial, é importante para entender seus 
efeitos nas estimativas das vazões regularizadas por um reservatório isolado. 
18 
 
 
 
A análise feita por eles engloba desde coeficientes de variação de rios de 
climas temperados (CV=0,2) a coeficientes de variação de rios de climas semiáridos 
(CV=1,3). Os autores assumem a classificação de incertezas em três tipos: 
• Incertezas tipo I: Ocasionadas pelo desconhecimento do verdadeiro modelo 
do processo natural, são consideradas de difícil avaliação. Morgan e Henrion 
(1993 apud STUDART e CAMPOS, 2001, p. 2) citam que “todo modelo é, 
definitivamente, falso”, uma vez que mesmo quando o modelo resulta em 
boas aproximações de um sistema natural, em particular, ele nunca será 
completamente exato; 
• Incertezas tipo II: Gerada na avaliação dos parâmetros dos modelos 
matemáticos. Em hidrologia esse erro ocorre, por exemplo, na estimativa da 
média () e variância (2) populacionais a partir de uma séria histórica, muitas 
vezes pequena; 
• Incertezas tipo III: Aquelas inerentes aos processos naturais. Por não 
poderem ser reduzidas pelo uso de modelos mais sofisticados ou coleta de 
mais informações, devem ser estudadas e incorporadas ao planejamento. 
A influência das incertezas tipo II na estimativa da variabilidade das vazões 
regularizadas por reservatórios superficiais foi analisada por Campos, Souza Filho e 
Araújo (1997). 
Os autores admitiram que o regime de afluências anuais de uma bacia 
hidrográfica podia ser caracterizado pela sua média e desvio padrão. Assim 
analisaram dois possíveis problemas: erros na estimativa da média a partir de dados 
históricos e a variabilidade dos deflúvios por conta do coeficiente de variação das 
vazões. 
Foi constatado que o primeiro erro pode ser reduzido ao aumentar a série, à 
medida que o tempo passa, mas que para os rios intermitentes do semiárido 
brasileiro seriam necessárias séries históricas com mais de 690 anos para se ter a 
mesma precisão na estimativa do deflúvio médio que se obtém na região nordeste 
dos Estados Unidos com séries históricas de 30 anos, o que está fora da realidade 
dos dados históricos de vazão disponíveis. Sendo assim, as incertezas 
significantemente maiores, causadas por grandes coeficientes de variação, devem 
19 
 
 
 
ser avaliadas e incluídas no processo de planejamento e análise dos direitos das 
águas. 
O resultado encontrado por Campos et al (2000), utilizando o programa 
SimRes, para a bacia do rio Jaguaribe foi que, mesmo com 81% da área da Bacia 
do Jaguaribe sendo controlada pelos reservatórios analisados, 1.881,6 hm³ de água 
do Rio Jaguaribe alcançam o mar, sendo 1.318,8 hm³ provenientes de sangrias dos 
açudes. Além disso, o volume anual de água perdido para evaporação nos 
reservatórios seria de 536,7 hm³. Na situação hipotética com CV de 0,2, somente 2,7 
hm³ de água provenientes de sangrias dos açudes alcançariam o mar, e a perda 
anual por evaporação seria de 411,5 hm³. 
2.4 Simulação no SimRes 
O programa utilizado no estudo de Campos et. Al (2000) foi desenvolvido na 
Universidade Federal do Ceará (UFC), e descrito por Campos e Studart (2009, p. 1) 
como “[...] um laboratório de experimentos em hidrologia de reservatórios com o uso 
do método de Monte Carlo”. 
 O processo da simulação de um reservatório utilizando o software pode ser 
dividida nas seguintes etapas: criação dos arquivos de entrada, vazões históricas 
sazonais e dados gerais do reservatório; geração da série sintética; fragmentação da 
série sintética e simulação. 
- Criação dos arquivos de entrada 
No próprio programa SimRes é possível criar os arquivos de entrada de 
dados no formato necessário para as etapas da simulação de um reservatório. 
Inicialmente é necessário criar um arquivo de dados de vazão, reconhecido 
pelo programa pela terminação “t3”, com as vazões médias mensais obtidas a partir 
de séries históricas. É importante observar que as vazões devem estar em hm³/mês. 
Caso haja mais de uma série histórica para o açude considerado, é necessário 
informar no sistema, assim como o horizonte de tempo considerado, e o número de 
estações (caso sejam vazões mensais se utilizam 12). A tela de entrada pode ser 
observada no APÊNDICE A. 
20 
 
 
 
Para que o Programa possa simular o comportamento dos reservatórios em 
relação às vazões geradas é necessário que exista um arquivo com os dados do 
reservatório a ser simulado, reconhecido pelo software pela terminação “t2”. Esse 
arquivo também pode ser gerado no programa (APÊNDICE A), sendo necessário 
inserir as seguintes informações: tipo de simulação, volume inicial em hm³, volume 
de reserva em hm³, se há retirada na reserva de segurança, a quantidade e o valor 
das garantias, o volume mínimo do reservatório em hm³, cotas área volume, 
modulação sazonal das evaporações e das retiradas, e a evaporação líquida anual 
em metros. 
Esses dados são importantes para que o SimRes possa solucionar a equação 
do balanço hídrico, que determina as trocas entre regularização, sangria e 
evaporação utilizando o método do Diagrama Triangular de Regularização (DTR). 
Criado por Campos em 1997, o método DTR utiliza simulações para determinar 
como o volume afluente de um açude se divide em função das características 
morfológicas do reservatório e dos parâmetros estatísticos do deflúvio. 
- Geração de séries sintéticas 
Para gerar uma série sintética no programa (APÊNDICE A) é necessário 
inserir a média e o desvio padrão que a série terá, além disso, é preciso informar 
qual o tipo de distribuição de probabilidade que a série sintética vai seguir. Tais 
dados devem ser obtidos a partir de séries históricas. Além desses dados é 
necessário informar a semente da série sintética, que pode ser um valor aleatório, 
porém é importante que seja usada a mesma semente seja usada para todas as 
séries sintéticas geradas para uma mesma simulação, pois assim os anos secos e 
úmidos serão os mesmos para todos os reservatórios analisados, assim como 
acontece na realidade. 
Segundo Campos (2005, p. 86), na simulação de um reservatório, dois fatores 
influenciam nos valores encontrados para vazão regularizada, o número de anos da 
série (N) e o volume inicial (S0) adotado para o reservatório, e que quando o N tende 
para o infinito, a média das vazões tende para um valor constante 
independentemente do valor de S0 considerado, passando da fase transiente para a 
fase de equilíbrio. Esse comportamento pode ser melhor observado na Figura 01. 
21 
 
 
 
Figura 01: Representação da relação entre vazão regularizada e horizonte de tempo para volumes 
iniciais diferentes. 
 
Fonte: Campos (2005) 
O SimRes permite que sejam geradas séries sintéticas de até 5000 anos. 
Campos e Studart (2009, p. 6) afirmam que o uso de séries longas decorre da 
necessidade de garantir uma vazão regularizada com variância nula, além disso o 
esforço computacional para gerar uma série de 5000 é muito pequeno se 
comparado a capacidade das máquinas atuais. 
- Fragmentação das séries sintéticas 
As séries sintéticas geradas pelo SimRes, por utilizar como informação de 
entradasomente a média e o desvio padrão das vazões médias anuais, e o tipo de 
distribuição que deve ser seguida, são séries de vazões médias anuais. Para serem 
utilizadas na simulação de reservatórios é necessário que essas vazões anuais 
sejam distribuídas em vazões médias mensais. O SimRes executa essa distribuição 
utilizando o Método dos Fragmentos criado por Svanidze em 1961. Guimarães e 
Santos (2011, p. 6) explicam que nesse método as vazões mensais observadas são 
padronizadas ano a ano, dividindo as vazões mensais de um certo ano pela vazão 
média anual correspondente. O conjunto resultante das vazões mensais 
padronizadas em cada ano é denominado fragmento. As vazões anuais geradas são 
22 
 
 
 
então multiplicadas com os valores desses fragmentos resultando em vazões 
médias mensais. 
O próprio software cria os fragmentos que serão utilizados e automaticamente 
fragmenta a série sintética em questão. Para isso ele utiliza o arquivo das vazões 
históricas sazonais citado anteriormente (APÊNDICE A). 
- Simulação de reservatórios 
Utilizando as séries fragmentadas e o arquivo de dados gerais de reservatório 
é possível então simular o comportamento de um reservatório para o horizonte de 
tempo estabelecido (APÊNDICE A). Ao concluir a simulação, o SimRes gera cinco 
arquivos de dados, sendo eles: quadro resumo da simulação, o volume do 
reservatório em cada mês simulado, o volume sangrado em cada mês, a 
evaporação ocorrida nos meses simulados, e a média de vazão regularizada 
mensal. 
É importante observar que, em simulações de mais de um reservatório, 
alguns açudes devem ser simulados em série e outros em paralelo. A simulação em 
série ocorre quando a montante do açude que vai ser simulado existem outros 
açudes que também foram simulados, nesses casos devem ser somadas às vazões 
mensais do açude localizado a jusante, os volumes mensais sangrados nos açudes 
a montante. 
 
23 
 
 
 
3. METODOLOGIA 
Neste capítulo será apresentada toda a metodologia científica utilizada no 
presente trabalho. Assim, discorre-se sobre a forma da obtenção de dados, o 
tratamento dos mesmos, e o passo a passo da simulação no programa Simres. 
3.1 Levantamento de dados 
Inicialmente, se fez necessário definir quais reservatórios devem ser 
considerados no trabalho para serem modelados. Optou-se por simular todos os 
reservatórios que, segundo o Atlas Eletrônico dos Recursos Hídricos do Ceará 
(2018) da Secretaria dos Recursos Hídricos do Governo do Estado do Ceará 
(SRH/CE), se encaixam nas categorias de grande e macro porte estabelecidas no 
decreto Nº 23.068, de 1994, pois a eles cabe a função de manter reservas 
estratégicas de água. Sendo assim os açudes selecionados de cada sub-bacia 
foram: 
• Alto Jaguaribe: Orós, Arneiroz II e Trussu; 
• Médio Jaguaribe: Castanhão e Figueiredo; 
• Baixo Jaguaribe: nenhum; 
• Salgado: Atalho; 
• Banabuiú: Arrojado Lisboa (Banabuiú), Fogareiro, Cedro, Cipoada e 
Pedras Brancas. 
Foram utilizados dados obtidos através de consultas aos bancos de dados de 
páginas da Secretaria dos Recursos Hídricos do Governo do Estado do Ceará, e da 
Agência Nacional de Águas, sendo considerado como pesquisa documental de fonte 
primária segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 175) pois são oriundos de arquivos 
públicos e fontes estatísticas. Utilizou-se também informações obtidas do trabalho 
de Campos et al. (2000), sendo nesse caso uma pesquisa documental de fonte 
secundária. 
No site do Atlas da SRH/CE (2018), obteve-se, para cada açude, os seguintes 
dados: data de construção, localização, principal rio (ou riacho) barrado, capacidade 
e área da bacia hidrográfica. Tais informações de cada reservatório estudado podem 
ser observadas na tabela seguinte (Tabela 01): 
24 
 
 
 
Tabela 01: Reservatórios analisados no trabalho e suas características. 
Reservatório 
Data de 
Construção 
Localização 
Rio ou Riacho 
Barrado 
Capacidade 
(hm³) 
Área da 
Bacia 
Hidrográfica 
(km²) 
Castanhão 2003 Alto Santo Rio Jaguaribe 6700,00 44.800,00 
Orós 1961 Orós Jaguaribe 1940,00 25.696,43 
Arrojado Lisboa 1966 Banabuiú Banabuiú 1601,00 13.500,00 
Figueiredo 2013 Iracema Rio Figueiredo 519,60 4.985,70 
Pedras Brancas 1978 Banabuiú Sitiá 434,05 1.787,00 
Trussu 1996 Iguatu Trussu 301,00 1.590,00 
Arneiroz II 2005 Arneiroz Rio Jaguaribe 197,06 5.407,09 
Cedro 1906 Quixadá Sitiá 125,69 224,00 
Fogareiro 1996 Quixeramobim Quixeramobim 118,82 4.667,75 
Atalho 1991 Jati Dos Porcos 108,25 1.830,18 
Cipoada 1992 Morada Nova Santa Rosa 86,09 356,40 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 Além desses dados, foram levantadas informações sobre estações 
fluviométricas na Bacia do Rio Jaguaribe. A consulta foi feita no Portal HidroWeb, 
ferramenta integrante do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos 
(SNIRH), que é administrada pela Agência Nacional de Águas. Selecionou-se entre 
as estações fluviométricas existentes, aquelas que não estavam a jusante de 
nenhum dos reservatórios estudados na pesquisa, destacando-se dessa maneira as 
estações Malhada, Senador Pompeu e Sítio Lapinha. A estação Jaguaribe também 
foi incluída por estar localizada muito próxima do açude Castanhão, estando 
também a montante do mesmo. As áreas de drenagem das bacias hidrográficas das 
estações analisadas estão apresentadas abaixo: 
• Estação Malhada: 3.460,00 km²; 
• Estação Sítio Lapinha: 1.260,00 km²; 
• Estação Jaguaribe: 39.600,00 km²; 
• Estação Senador Pompeu: 4.530,00 km². 
 
 O posicionamento dos reservatórios e estações fluviométricas selecionados 
pode ser observado no diagrama unifilar na Figura 02, aonde identifica-se em verde 
as estações fluviométricas, em laranja os açudes de macro porte, e em vermelho os 
açudes de grande porte. Para produzi-lo, primeiramente, marcou-se todos os 
25 
 
 
 
reservatórios e estações fluviométricas selecionadas no software Google Earth, e 
então utilizando o mapa do Atlas (2018) da Secretaria dos Recursos Hídricos do 
Governo do Estado do Ceará (SRH/CE) verificou-se o posicionamento de cada 
açude em relação ao Rio Jaguaribe. 
Figura 02: Diagrama unifilar dos reservatórios analisados 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
3.3 Tratamento de Dados 
 
 No presente trabalho, optou-se por utilizar dados de vazão obtidos das 
estações fluviométricas, regionalizando-as para melhor representar cada açude 
individualmente. Foram considerados os valores de média e de desvio padrão da 
vazão média anual, como apresentado por Tucci (1993, p. 574) na regionalização 
elaborada utilizando funções estatísticas de variáveis hidrológicas, segundo o 
procedimento de Métodos que Regionalizam Parâmetros de uma Distribuição 
Estatística. 
Determinou-se como a área de influência de cada estação fluviométrica 
analisada, a área da sub-bacia onde ela está localizada. Dessa maneira, todos os 
reservatórios situados em uma sub-bacia foram regionalizados por uma mesma 
estação. Foi considerado um coeficiente de correlação igual a 1 para cada área de 
influência, semelhante ao que foi feito no trabalho de Campos et al. (2000, p. 5), no 
26 
 
 
 
qual os autores consideraram um coeficiente de correlação igual a 1 para toda a 
Bacia Hidrográfica do Jaguaribe. 
Os açudes que foram regionalizados de acordo com cada estação 
fluviométrica foram: 
• Estação Malhada: Arneiroz II, Trussu e Orós; 
• Estação Sítio Lapinha: Atalho; 
• Estação Jaguaribe: Castanhão e Figueiredo; 
• Estação Senador Pompeu: Fogareiro, Banabuiú, Cipoada, Pedra 
Branca e Cedro. 
Para a regionalização, foram consideradas as áreas não controladas das 
bacias hidrográficas de cada reservatório, ou seja, a área da bacia hidrográfica do 
reservatório descontando as áreas das bacias hidrográficas dos reservatórios a 
montante. No diagrama unifilar é possível notar que os açudes Arneiroz II, Trussu, 
Atalho, Figueiredo, Fogareiro, Cipoada e Cedro não apresentam nenhum açude a 
montante, e por issoterão suas áreas de bacia hidrográfica consideradas por 
completo na regionalização. Por outro lado, os demais reservatórios possuem outros 
açudes a montante: o Orós está a jusante do Trussu e do Arneiroz II, o Castanhão 
está a jusante do Orós e do Atalho, a montante do Banabuiú está o açude Fogareiro, 
e o açude Pedras Brancas se encontra a jusante do Cedro. As áreas de bacias 
hidrográficas, e as áreas não controladas dessas bacias podem ser observadas a 
seguir (Tabela 02): 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Tabela 02: Áreas das bacias hidrográficas e áreas não controladas de cada reservatório e estação 
fluviométrica 
Reservatório 
Área da Bacia 
Hidrográfica 
(km²) 
Área não Controlada 
(km²) 
Castanhão 44.800,00 17.273,39 
Orós 25.696,43 18.699,34 
Arrojado Lisboa 13.500,00 8.832,25 
Figueiredo 4.985,70 4.985,70 
Pedras Brancas 1.787,00 1.563,00 
Trussu 1.590,00 1.590,00 
Arneiroz II 5.407,09 5.407,09 
Cedro 224,00 224,00 
Fogareiro 4.667,75 4.667,75 
Atalho 1.830,18 1.830,18 
Cipoada 356,40 356,40 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
Utilizando o software Minitab se identificou qual curva de distribuição melhor 
representa a distribuição de vazões de cada uma das estações, encontrou que as 
vazões das estações Malhada, Sítio Lapinha e Jaguaribe, assim como de todos os 
reservatórios regionalizados a partir delas, seguem uma distribuição lognormal, 
enquanto as vazões da estação Senador Pompeu, e a dos reservatórios em sua 
área de influência, seguem uma distribuição gamma. Os dados de vazão obtidos no 
Portal HidroWeb estavam originalmente em m³/s, para serem utilizados nesse 
trabalho foi necessário converte-los para hm³/mês, para então, a partir das somas 
das médias mensais, encontrar-se as médias anuais em hm³/ano. 
3.4 Geração de Séries Sintéticas 
Para cada açude analisado no presente estudo foi gerada uma série sintética 
de 5000 anos de vazões médias anuais utilizando o software SimRes. Os dados de 
entrada utilizados foram os valores de média () e desvio padrão () provenientes da 
regionalização das vazões para cada reservatório a partir das três estações 
fluviométricas selecionadas. Foi utilizado um mesmo valor aleatório (110318) de 
semente para todos os reservatórios, o objetivo dessa escolha foi simular todos os 
açudes com os períodos úmidos e secos iguais. 
28 
 
 
 
Utilizando as séries históricas de cada reservatório também obtidas pela 
regionalização, foram gerados no SimRes os arquivos de vazões históricas 
sazonais, que representam como as vazões se comportam durante o ano, com 
meses de vazão baixa ou até nula, e meses com vazão maior. Com esses arquivos 
foi possível, utilizando o próprio programa, distribuir as vazões médias anuais 
geradas em vazões médias mensais usando o Método dos Fragmentos de 
Svanidze. 
3.5 Simulação 
Com as séries sintéticas fragmentadas em vazões mensais, utilizou-se o 
SimRes para simular o comportamento dos açudes. Os arquivos de dados de 
reservatório, exigidos pelo programa, utilizados no presente trabalho foram os 
mesmos utilizados no estudo realizado por Campos et al (2000). Optou-se por não 
criar arquivos de dados novos para que, ao comparar as simulações dos mesmos 
reservatórios analisados nos dois trabalhos, fosse possível verificar as alterações 
causadas pelos dados de vazão obtidos de formas diferentes. 
Foram utilizadas garantias de 90% para todos os reservatórios, assim como 
foi feito por Campos et al (2000). A escolha desse valor se deveu ao fato que, no 
estado do Ceará, a vazão de referência adotada é de 90% do volume anual 
regularizado considerando uma garantia anual de 90%. 
Na simulação foi considerado que um reservatório poderia estar em série ou 
em paralelo em relação aos outros açudes analisados. Isso foi feito para incluir a 
influência das sangrias em reservatórios que se encontram a jusante de outros, os 
quais foram simulados em série. A verificação se um açude deveria ser simulado em 
série ou em paralelo foi feita estudando o diagrama unifilar apresentado na Figura 
02. 
A maneira como a simulação foi feita neste trabalho é demonstrada a seguir, 
utilizando o símbolo “+” para representar as simulações feitas em paralelo, e o 
símbolo “/” para representar as simulações feitas em série em série: 
{[(Arneiroz II + Trussu) / Orós] + Atalho} / Castanhão + Figueiredo + 
[(Fogareiro / Banabuiú) + (Cedro / Pedras Brancas) + Cipoada] 
 
29 
 
 
 
3.6 Simulações comparativas 
As etapas de geração de série sintética, fragmentação e simulação foram 
realizadas mais duas vezes com o intuito de comparar os resultados obtidos. 
Repetindo o que foi feito por Campos et al. (2000, p. 6), os reservatórios 
analisados foram simulados utilizando um coeficiente de variação de 0,2 com intuito 
de verificar a influência do CV nos resultados obtidos. Esse coeficiente de variação 
hipotético foi utilizado por ser aproximadamente o encontrado ao estudar os rios do 
nordeste dos Estados Unidos, onde a perda de água dos reservatórios é bem 
inferior. 
Além disso, com o objetivo de entender a influência da adição de 
reservatórios de grande porte e a retirada de reservatórios de médio porte em 
relação ao que foi feito no estudo de 2000 por Campos et al., foram simulados 
seguindo a mesma metodologia apresentada anteriormente os mesmos açudes 
estudados no trabalho anterior, retirando do estudo os açudes de grande porte 
Arneiroz II, Atalho e Cipoada, e adicionando os de médio porte Patu, Riacho do 
Sangue, Quixeramobim, Várzea do Boi e Serafim Dias. Foram considerados os 
mesmos valores de área da bacia hidrográfica, área não controlada, e capacidade 
usados pelos autores, tais valores podem ser observados na Tabela 03 a seguir: 
Tabela 03: Reservatórios simulados por Campos et al. (2000) 
Reservatório 
Data de 
Construção 
Capacidade 
(hm³) 
Área da Bacia 
Hidrográfica (km²) 
Área não 
Controlada 
(km²) 
Castanhão 2003 6700,00 44.800,00 18.830,50 
Orós 1961 1940,00 25.696,43 22.624,10 
Arrojado Lisboa 1966 1601,00 13.500,00 4.467,80 
Pedras Brancas 1978 434,05 1.787,00 1.990,90 
Trussu 1996 301,00 1.590,00 1.542,60 
Cedro 1906 125,69 224,00 213,00 
Fogareiro 1996 118,82 4.667,75 4.963,70 
Patu 1987 71,83 1.027,94 1.122,50 
Riacho do Sangue (1) 1918 61,42 1.368,58 1.346,30 
Quixeramobim (1) 1960 54,00 1.865,00 2.022,40 
Várzea do Boi (1) 1954 51,91 1.209,00 1.486,80 
Serafim Dias (1) 1995 43,00 1.533,00 1.571,20 
Fonte: Elaborada pelo autor 
Nota: (1) Açudes de médio porte não considerados no presente trabalho 
 
30 
 
 
 
Os reservatórios localizados na sub-bacia do Alto Jaguaribe foram 
regionalizados de acordo com a estação Malhada, os localizados nas sub-bacias do 
Médio Jaguaribe e Salgado de acordo com a estação Jaguaribe, e os localizados na 
sub-bacia do Banabuiú de acordo com a estação Senador Pompeu. 
O esquema de simulações em série e em paralelo foi o mesmo utilizado por 
Campos et al. (2000, p. 7), apresentado a seguir: 
(Cedro/Pedras Brancas) + {[(Quixeramobim/Fogareiro) + Patu + Serafim Dias] / 
Banabuiú} + {[(Várzea do Boi + Trussu)/Orós] + Riacho do Sangue} / Castanhão. 
 
31 
 
 
 
4.0 RESULTADOS 
Ao utilizar a metodologia proposta e concluir a simulação de cada um dos 
açudes selecionados utilizando o programa SimRes, obteve-se para cada mês dos 
5000 anos simulados os valores médios: do volume do reservatório, do volume 
sangrado, da evaporação ocorrida, das vazões regularizada. Além disso, foi gerado 
pelo Programa um quadro resumo com as médias desses valores, o deflúvio médio, 
o número de falhas, e quantidade de anos e meses abaixo do volume mínimo e 
abaixo do volume de alerta (Figura 03). 
Figura 03: Quadro resumo apresentado pelo SimRes. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor 
A partir dos quadros resumos foi possível construir um quadro com as médias 
de volume regularizado, sangrado e evaporado obtido para cada reservatório com as 
simulações (Tabela 04). Neleé possível observar os percentuais das trocas 
“regularização x evaporação x sangria” de cada açude analisado, assim como as 
trocas para o conjunto de reservatórios, nas quais os valores de volume regularizado 
e volume sangrado considerados são provenientes das somas de todos os açudes, 
32 
 
 
 
enquanto no valor de volume sangrado são considerados somente os reservatórios 
Castanhão, Figueiredo, Arrojado Lisboa (Banabuiú), Pedras Brancas e Cipoada, pois 
a sangria dos outros açudes retornam aos rios e são posteriormente barradas por 
reservatórios a jusante. 
Tabela 04: Resultados das simulações e trocas “regularização x evaporação x sangria”. 
Reservatório 
Capacidade 
(hm³) 
CV 
Deflúvio 
Médio 
(hm³/ano) 
Média 
Retiradas 
(hm³/ano) 
Média 
Sangrias 
(hm³/ano) 
Média 
Evaporações 
(hm³/ano) 
Castanhão 6700,00 1,688 1738,29 701,00 867,55 169,92 
 % 40,3% 49,9% 9,8% 
Orós 1940,00 2,302 934,11 274,33 530,76 129,36 
 % 29,4% 56,8% 13,8% 
Arrojado Lisboa 1601,00 1,341 743,40 383,53 290,16 69,60 
 % 51,6% 39,0% 9,4% 
Figueiredo 519,60 1,688 283,03 83,75 180,16 19,19 
 % 29,6% 63,6% 6,8% 
Pedras Brancas 434,05 1,341 94,28 44,56 13,21 36,59 
 % 47,2% 14,0% 38,8% 
Trussu 301,00 2,302 66,15 34,20 21,35 10,65 
 % 51,7% 32,3% 16,1% 
Arneiroz II 197,06 2,302 224,99 72,99 134,68 17,38 
 % 32,4% 59,8% 7,7% 
Cedro 125,69 1,341 13,50 3,85 0,31 9,36 
 % 28,5% 2,3% 69,2% 
Fogareiro 118,82 1,341 281,58 51,68 210,58 19,30 
 % 18,4% 74,8% 6,9% 
Atalho II 108,25 0,789 180,76 108,27 68,70 3,80 
 % 59,9% 38,0% 2,1% 
Cipoada 86,09 1,341 21,50 4,94 13,39 3,17 
 % 23,0% 62,3% 14,7% 
Soma: 1763,10 1364,47 488,32 
% 48,8% 37,7% 13,5% 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 Neste trabalho, foi considerado como água perdida àquela decorrente das 
evaporações de todos os açudes, e àquela decorrente de sangrias de reservatórios 
que não possuem outros açudes a jusante. Por conta do seu tamanho, as perdas do 
reservatório Castanhão são as mais representativas, sendo ele responsável por 35% 
do volume evaporado, e por 64% do volume sangrado que flui para o mar. Ao 
analisar todos os três açudes de macro porte (que controlam 59% da área de 
33 
 
 
 
drenagem da Bacia do Jaguaribe) em conjunto, encontra-se que eles são 
responsáveis por 82% de toda a perda de água que ocorre nos 11 reservatórios. 
 Em seu estudo, Campos et al. (2000, p. 7) encontraram que os reservatórios 
analisados regularizam um volume igual a 1653,8 hm³/ano, evaporam 536,7 
hm³/ano, e 1318,8 hm³/ano do volume total sangrado não consegue ser reservado 
novamente e pode ser considerado perdido. Assim, os percentuais de volume 
regularizado, e perdido por sangria e por evaporação encontrados na pesquisa são 
respectivamente 47,1%, 37,6% e 15,3%. Ao comparar com o presente trabalho, é 
possível notar que os percentuais de troca de “regularização x evaporação x 
sangria” encontrados em ambos são bem próximos. Essa proximidade fica mais 
evidente quando considerada a perda total de água em ambos os casos, o valor 
encontrado pelos autores foi de 1855,5 hm³/ano, enquanto o valor encontrado no 
presente trabalho foi de 1852,79 hm³/ano, o que representa uma diferença 
aproximada de 0,1%. 
 Curiosamente, ao utilizar a metodologia apresentada para simular os 
reservatórios selecionados por Campos et al. (2000), os valores de vazão anual 
regularizada, volume total evaporado por ano, e volume anual perdido decorrente da 
sangria foram respectivamente 1703,08 hm³/ano, 499,78 hm³/ano, e 1413,01 
hm³/ano. Isso representa uma perda total de água pelos açudes de 1912,79 
hm³/ano, um acréscimo de 3,1%. É possível que essa diferença tenha sido causada 
pelo fato que na regionalização dos açudes simulados, foram consideradas as áreas 
não controladas de bacia hidrográfica informadas no trabalho de Campos et al. 
(2000, p. 7), ocorrendo divergências com os valores obtidos no Atlas da SRH/CE 
(2018). 
Os valores encontrados na simulação podem ser observados a seguir (Tabela 
05): 
 
 
 
 
34 
 
 
 
Tabela 05: Resultados das simulações e trocas “regularização x evaporação x sangria” dos 
reservatórios analisados por Campos et al. (2000). 
Reservatório 
Capacidade 
(hm³) 
CV 
Deflúvio 
Médio 
(hm³/ano) 
Média 
Retiradas 
(hm³/ano) 
Média 
Sangrias 
(hm³/ano) 
Média 
Evaporações 
(hm³/ano) 
Castanhão 6700,00 1,688 1826,73 739,48 917,02 171,03 
 % 40,5% 50,2% 9,4% 
Orós 1940,00 2,302 996,81 313,40 552,45 130,98 
 % 31,4% 55,4% 13,1% 
Arrojado Lisboa 1601,00 1,341 693,19 319,64 302,85 70,86 
 % 46,1% 43,7% 10,2% 
Figueiredo 519,60 1,688 283,03 83,75 180,16 19,19 
 % 29,6% 63,6% 6,8% 
Pedras Brancas 434,05 1,341 93,29 43,92 12,98 36,43 
 % 47,1% 13,9% 39,0% 
Trussu 301,00 2,302 61,18 33,23 20,31 10,65 
 % 51,8% 31,6% 16,6% 
Cedro 125,69 1,341 12,83 3,46 0,24 9,15 
 % 26,9% 1,9% 71,2% 
Fogareiro 118,82 1,341 389,04 55,44 316,40 17,19 
 % 14,3% 81,3% 4,4% 
Patu 71,83 1,341 67,72 24,84 37,68 5,22 
 % 36,7% 55,6% 7,7% 
Riacho do 
Sangue 
61,42 1,688 76,39 26,73 45,70 3,96 
 % 35,0% 59,8% 5,2% 
Quixeramobim 54,00 1,341 122,01 25,82 85,60 6,61 
 % 21,9% 72,5% 5,6% 
Várzea do Boi 51,91 2,302 61,86 14,59 35,12 12,16 
 % 23,6% 56,8% 19,6% 
Serafim Dias 43,00 1,341 94,78 18,81 69,60 6,37 
 % 19,8% 73,4% 6,7% 
Soma: 1703,08 1413,01 499,78 
% 47,1% 39,1% 13,8% 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
Mesmo com a pequena diferença entre as duas simulações realizadas, 
ambos os resultados constatam que o volume de água sangrado dos reservatórios, 
e que alcança o mar é muito alto, como encontrado por Campos et al. (2000, p. 6) 
principalmente quando se considera que os reservatórios analisados no presente 
estudo controlam 86% de toda a bacia hidrográfica do Jaguaribe. Tal incerteza no 
controle já era esperada devido ao alto coeficiente de variação das vazões dos rios 
35 
 
 
 
do semiárido nordestino, como foi descrito por Campos, Souza Filho e Araújo 
(1997), e confirmado por Campos (2005, p.74). 
A influência do CV pode ser notada ao simular os reservatórios analisados no 
neste trabalho utilizando um coeficiente de variação de 0,2, assim como foi feito no 
estudo anterior. 
Como pode ser observado na Tabela 06, o volume sangrado que alcança o 
mar é de 91,11 hm³/ano, o que representa uma redução de 93%, o volume 
evaporado apresentou uma redução menor, porém ainda bastante considerável, de 
63%, com um valor de 306,54 hm³/ano. Consequentemente à redução das perdas, 
nessa situação hipotética o volume de vazão regularizada aumentaria em 75%, 
apresentando um valor de 3093,40 hm³/ano, o que representa que 88,6% de toda a 
vazão que entra nos reservatórios é regularizada. 
 
36 
 
 
 
Tabela 06: Resultados das simulações e trocas “regularização x evaporação x sangria” considerando 
um CV igual a 0,2 para todos os reservatórios. 
Reservatório 
Capacidade 
(hm³) 
CV 
Deflúvio 
Médio 
(hm³/ano) 
Média 
Retiradas 
(hm³/ano) 
Média 
Sangrias 
(hm³/ano) 
Média 
Evaporações 
(hm³/ano) 
Castanhão 6700,00 0,200 1015,01 954,40 0,48 60,66 
 % 94,0% 0,0% 6,0% 
Orós 1940,00 0,200 820,89 691,82 7,59 122,01 
 % 84,2% 0,9% 14,9% 
Arrojado Lisboa 1601,00 0,200 637,56 609,91 0,17 27,82 
 % 95,6% 0,0% 4,4% 
Figueiredo 519,60 0,200 290,24 181,61 89,15 19,45 
 % 62,6% 30,7% 6,7% 
Pedras Brancas 434,05 0,200 91,82 76,08 0,02 15,79 
 % 82,8% 0,0% 17,2% 
Trussu 301,00 0,200 68,77 61,39 0,02 7,43 
 % 89,2% 0,0% 10,8% 
Arneiroz II 197,06 0,200 233,86 204,19 12,11 17,45 
 % 87,4% 5,2% 7,5% 
Cedro 125,69 0,200 13,17 8,29 0,00 4,89 
 % 62,9% 0,0% 37,1% 
Fogareiro 118,82 0,200 274,12 131,41 118,87 23,78 
 % 47,9% 43,4% 8,7% 
Atalho II 181,89 0,200 181,89 157,84 20,60 4,08 
 % 86,5% 11,3% 2,2% 
Cipoada 86,09 0,200 20,93 16,46 1,29 3,18 
 % 78,6% 6,2% 15,2% 
Soma: 3093,40 91,11306,54 
% 88,6% 2,6% 8,8% 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
37 
 
 
 
5.0 CONCLUSÃO 
Ao simular os principais reservatórios da Bacia do Jaguaribe, encontrou-se 
que, mesmo com 86% da área da bacia hidrográfica do Jaguaribe controlada, 
somente 1763,10 hm³/ano (48,8% do volume de água que sai dos reservatórios) é 
regularizado, enquanto 1364,47 hm³/ano (37,7% do volume de água que sai dos 
açudes) são despejados no mar. 
 Tais resultados estão muito próximos dos encontrados por Campos et 
al. (2000), confirmando que, mesmo com um percentual de água controlada muito 
grande na bacia estudada, um grande volume de água é perdido ao escoar para o 
mar. Os autores explicam esse paradoxo pelo fato dos coeficientes de variação (CV) 
das vazões anuais no semiárido Brasileiro serem altos. 
 Na situação hipotética de que a Bacia do Jaguaribe apresentasse um 
CV igual a 0,2, similar ao encontrado no Nordeste dos Estados Unidos, a perda de 
água decorrente da sangria dos açudes que alcança o Oceano Atlântico seria 
somente de 91,11 hm³/ano, que representa 2,6% do deflúvio médio anual nos 
açudes, ao mesmo tempo que 88,6% do volume desses deflúvios seria regularizado. 
As incertezas nas vazões anuais, representadas pelos altos coeficientes de 
variação encontrados para as estações fluviométricas analisadas, são incentivos 
para a construção de grandes reservatórios, que tem a função de reservar água por 
períodos de anos, liberando-a durante épocas de seca, principalmente em regiões 
com poucos açudes desse tipo. 
No caso da Bacia do Jaguaribe, a vazão sangrada, pelos açudes analisados 
que flui para o mar passa antes pela sub-bacia do Baixo Jaguaribe, onde, segundo o 
Atlas eletrônico da SRH/CE (2018), só existe um reservatório de porte médio, e 
nenhum de grande ou macro porte. 
Sugere-se que sejam realizados, em trabalhos futuros, estudos estatísticos 
com o intuito de melhor caracterizar as vazões fluviométricas que abastecem os 
reservatórios do Nordeste, possibilitando que simulações mais precisas sejam 
realizadas. 
 
38 
 
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AQUINO, Marisete Dantas de. Gestão de recursos hídricos. 22 feb. 2018, 26 jun. 
2018. Notas de Aula. 
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Secretaria de Recursos Hídricos do Estado Ceará, 2000. 1 atlas. Escalas variam. 
Disponível em: <http://atlas.srh.ce.gov.br>. Acesso em: 25 set. 2018. 
BRASIL. Decreto n° 23.068, de 11 de fevereiro de 1994. Regulamenta o controle 
técnico das obras de oferta hídrica e dá outras providências. Palácio do governo do 
Estado do Ceará, Fortaleza, CE, 11 fev. 1994. 
BRASIL. Constituição Federal: lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política 
Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e 
altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 
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BURBAN, P. A. C. Apreçamento de Opções Exóticas: Uma Abordagem Pela 
Simulação de Monte-Carlo. Tese (Mestrado em Finanças) – Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. 
CAMPOS, Nilson. Dimensionamento de reservatórios: o método do diagrama 
triangular de regularização. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2005, 112p. 
COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS. Portal Hidrológico do 
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<https://www.researchgate.net/publication/259972571_Hydrological_Transformations
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CAMPOS, J. N. B., SOUZA FILHO, F. A., ARAÚJO, J. C. Incertezas na 
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CAMPOS, J. N. B., STUDART, T. M. C. Método Monte Carlo e SimRes: 
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Campo Grande: XVIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 2009. Disponível 
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http://atlas.srh.ce.gov.br/
http://www.hidro.ce.gov.br/
https://www.researchgate.net/publication/259972571_Hydrological_Transformations_in_Jaguaribe_River_Basin_dur-_ing_20_th_Century
https://www.researchgate.net/publication/259972571_Hydrological_Transformations_in_Jaguaribe_River_Basin_dur-_ing_20_th_Century
https://www.researchgate.net/publication/281035795_INCERTEZAS_NA_REGULARIZACAO_DE_VAZOES
https://www.researchgate.net/publication/281035795_INCERTEZAS_NA_REGULARIZACAO_DE_VAZOES
39 
 
 
 
<https://www.researchgate.net/publication/257937685_Metodo_de_Monte_Carlo_e_
SIMRES_laboratorio_computacional_para_analise_de_reservatorios>. Acesso em: 
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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de 
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STUDART, T. M. C. Hidrologia. 16 aug. 2016, 15 dec. 2016. Notas de Aula. 
STUDART, T. M. C.; CAMPOS, J. N. B. Incertezas nas Estimativas da Vazão 
Regularizada por um Reservatório. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto 
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SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HIDRÍCOS. Bases 
de Dados da Rede hidrometereologica nacional. Disponível em: 
<http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/medicoes_historicas_abas.jsf>. Acesso 
em: 25 set. 2018. 
 
https://www.researchgate.net/publication/257937685_Metodo_de_Monte_Carlo_e_SIMRES_laboratorio_computacional_para_analise_de_reservatorios
https://www.researchgate.net/publication/257937685_Metodo_de_Monte_Carlo_e_SIMRES_laboratorio_computacional_para_analise_de_reservatorios
https://www.dnocs.gov.br/barragens/castanhao/castanhao.html
http://portal.cogerh.com.br/presidente-da-cogerh-reune-se-com-cid-gomes/
https://www.researchgate.net/publication/266485418_Principles_of_Stochastic_Generation_of_Hydrologic_Time_Series_for_Reservoir_Planning_and_Design_Case_Study
https://www.researchgate.net/publication/266485418_Principles_of_Stochastic_Generation_of_Hydrologic_Time_Series_for_Reservoir_Planning_and_Design_Case_Study
https://www.researchgate.net/publication/266485418_Principles_of_Stochastic_Generation_of_Hydrologic_Time_Series_for_Reservoir_Planning_and_Design_Case_Studyhttps://www.abrh.org.br/SGCv3/index.php?PUB=1&ID=40&SUMARIO=1541
http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/medicoes_historicas_abas.jsf
40 
 
 
 
APÊNDICE A – Telas do Programa SimRes 
 
Tela de entrada de dados para gerar arquivo de série histórica. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
Tela de entrada para criação de arquivo de Dados Gerais do Reservatório. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
41 
 
 
 
Tela de entrada de dados para geração de série sintética. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
Tela de entrada de dados para fragmentação de série sintética. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
 
42 
 
 
 
Tela de entrada para simulação de reservatórios. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor.

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