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2018-tcc-rlpinheiro

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1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E 
CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RODRIGO LANDIM PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE ESTOQUES DE CONTROLE INTERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CE 
2018 
 
2 
 
RODRIGO LANDIM PINHEIRO 
 
 
 
 
 
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE ESTOQUES DE CONTROLE INTERNO 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Departamento de Contabilidade da 
Universidade Federal do Ceará em 2018, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
Orientador: Profa. Germana Chaves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CE 
2018 
 
 
 
3 
 
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE ESTOQUES DE CONTROLE INTERNO 
Rodrigo Landim Pinheiro1 
Germana Cordeiro Chaves2 
 
RESUMO 
A gestão de estoques por meio do controle interno tem como finalidade possibilitar um 
controle dentro das regulamentações interna da empresa e das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, por intermédio do exercício organizacional, que tem como uso operacional 
ferramentas de gestão as quais possibilitam o controle das informações para a tomada de 
decisão. Os estoques, conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 16 Estoques), 
compreendem os bens adquiridos e destinados à venda, os produtos acabados em processo de 
produção, as matérias-primas, os componentes, as embalagens e o material de consumo, os 
quais representam a maior parcela financeira do ativo circulante da empresa. Gerenciar esses 
estoques por meio de ferramentas de gestão será necessário ao desenvolvimento integrado das 
ações de controle interno, à logística, ao exercício da auditoria na vistoria e à análise dos 
processos, os quais estão todos focados na redução dos custos e na salvaguarda dos ativos. 
Diante disso, identificar essas ferramentas de gestão de estoque no controle interno, assim 
como demonstrar os métodos de controle de estoque e seus componentes, e evidenciar o papel 
do controle interno como ferramenta de gestão são medidas relevantes para a redução de 
custos e perdas dos ativos da empresa. A fim de evitar fraudes e desperdícios, proporcionar 
informações contábeis e financeiras de forma confiável, em consonância com as Normas 
Brasileiras de Contabilidade e avaliação dos estoques. 
Palavras-chave: Estoques. Ferramentas de gestão. Controle interno. 
ABSTRACT 
The management of inventories through internal control aims to enable a control within the 
company's internal regulations and the Brazilian Accounting Standards, through the 
organizational exercise, which has as operational use management tools which make it 
possible to control the information for decision-making. Inventories, according to the 
Accounting Pronouncements Committee (CPC 16 Inventories), comprise the goods purchased 
and intended for sale, finished products in the process of production, raw materials, 
components, packaging and consumables, which represent the largest financial portion of the 
company's current assets. Managing these inventories through management tools will be 
necessary for the integrated development of internal control actions, logistics, the exercise of 
audit in the survey and the analysis of processes, all of which are focused on reducing costs 
and safeguarding assets. Therefore, identifying these inventory management tools in internal 
control, as well as demonstrating the methods of inventory control and its components, and 
evidencing the role of internal control as a management tool are relevant measures for the 
reduction of costs and losses of assets from the company. In order to avoid fraud and waste, 
provide financial and accounting information reliably, in accordance with Brazilian 
Accounting Standards and inventory valuation. 
Keywords: Stocks. Management tools. Internal control. 
 
 
 
1 Graduando em Ciências Contábeis pela FEAAC/UFC. 
2 Professora e orientadora do Curso de Ciências Contábeis, da FEAAC/UFC. 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 O exercício da gestão organizacional por intermédio das formas de controles internos 
está mais sofisticado e, a cada momento, propõe mudanças nos processos, na estrutura e nas 
estratégias de negócios. Deste modo, entende-se que uma empresa que queira competir com 
vantagens no mercado atual deve utilizar desta ferramenta como forma de estrutura 
operacional, controle e gerenciamento. 
 A estrutura de controle interno, em relação à gestão de controle do estoque, pode ser 
definida como os processos executados para fornecer segurança razoável no que se refere ao 
cumprimento dos objetivos da empresa, tanto no ambiente interno quanto no externo. Assim, 
deve-se atender a demanda, de forma que sejam executadas as ações que atuem com 
eficiência e eficácia nas operações, controlando as contingências de volume necessário dos 
estoques e considerando os processos da emissão de relatórios confiáveis, bem como as leis e 
normas aplicáveis. 
 Nesse sentido, decisões sobre estoques envolvem questões como o melhor momento 
para adquirir materiais ou mercadorias, a estruturação das combinações de compra; o 
manuseio de materiais e estoque após seu recebimento, bem como o controle de seus custos. 
Conforme descreve Lorenzoni e Vieira (2013), essas questões são de grande complexidade, 
tornando-se necessárias as práticas de controle interno por intermédio do exercício da 
auditoria, com o objetivo de controlar e efetivar os dados relativos dos processos 
operacionais, evitando fraudes no processo ou perdas de mercadorias. 
 Essas questões que englobam a estrutura de controle são necessárias para observar 
todos os aspectos de natureza operacional para prevenção e controle, através de planejamento, 
adoção de políticas e normas internas e das normas legais, nos termos da gestão de estoque, 
favorecendo as ações operacionais que buscam a salvaguarda dos ativos da empresa, 
objetivando otimizar o investimento e minimizar as necessidades das quais foram investidos o 
capital da entidade. (DIAS, 2009). 
 Desta forma, a escolha do tema justifica-se pelo fato de que a proporção das ações de 
controle interno e de gestão de estoque foca no sucesso das operações de prevenção e 
controle, alavancando os resultados, diminuindo as perdas, incorporando os conceitos de 
logística integrada, atraindo novos clientes, solucionando problemas operacionais, gerando 
confiabilidade e credibilidade nas informações gerenciais. 
 Em face disso, esta pesquisa será direcionada para responder o seguinte quesito: quais 
as ferramentas de gestão de estoque para o controle interno? 
 A partir de uma análise para compreender estes aspectos teóricos e para responder ao 
questionamento, tem-se como objetivo geral identificar as ferramentas de gestão de estoque 
no controle interno, e como objetivos específicos demonstrar os métodos de controle de 
estoque e seus componentes; e evidenciar o papel do controle interno como ferramenta de 
gestão. 
 O desenvolvimento desta pesquisa, torna-se relevante, pois objetiva demonstrar a 
relação que será proporcionada na melhoria dos serviços operacionais e de controle da 
entidade, através do uso de ferramentas de gestão e de controle interno, que pemitem gerar 
informações, através de planilhas, gráficos e tabelas, favorecendo o gestor na tomada de 
decisão e no gerenciamento operacional. 
5 
 
 Para o desenvolvimento deste trabalho, quanto ao aspecto metodológico, adotou-se a 
pesquisa bibliográfica, caracterizada como exploratória, sobre os conceitos e funções do 
controle interno e da gestão de estoques. 
O trabalho divide-se em quatro seções: a primeira traz a introdução a qual aborda o 
tema e a justificativa; a segunda discorre acerca da fundamentação teórica, na qual se 
descrevem os conceitos, as teorias e a legislação com base nos estudos da área, por meio do 
referencial teórico; a terceiraexpõe a metodologia desenvolvida no trabalho; e, por último, a 
quarta seção apresenta as considerações finais. 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Estoques: conceitos, métodos e avaliações 
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 16 Estoques), os 
estoques podem ser definidos como: 
Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por 
exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros 
imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e 
produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e 
materiais aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, 
embalagens e material de consumo (CPC, 2009). 
Diante disso, percebe-se que os estoques possuem diversas finalidades e representam 
um conjunto de elementos os quais são matéria-prima, insumos, produtos acabados, 
armazenados ou estocados, entre outros, como recursos produtivos que criam valor para a 
organização, possibilitando vantagens competitivas através devido ao nível de serviço e à 
disponibilidade, atendendo as necessidades da entidade e de terceiros, podendo ser 
classificado por Martins e Alt (2009, p. 210) em cinco grupos: 
 Estoques de materiais são os materiais utilizados no processo de transformação 
dos produtos acabados, mais conhecidos como matéria prima; 
 Estoques de produtos prontos em processo são as matérias-primas que estão no 
processo produtivo, mas ainda não se transformaram em produtos acabados; 
 Estoques de produtos acabados são os produtos prontos para comercialização; 
 Estoques em trânsito são os itens que estão em trânsito entre as unidades fabris e 
ainda não chegaram a seu destino final; 
 Estoques em consignação são os materiais ou produtos que ainda pertencem ao 
fornecedor até que sejam consumidos ou vendidos. 
Em face disso, infere-se que os estoques, quando bem cuidados e administrados, 
proporcionam aos gestores um controle dinâmico e favorável ao resultado positivo das ações, 
os quais podem ser realizados por meio das ferramentas de gestão e do controle interno, 
Segundo Viana (2002, p. 42), “a atividade gestão visa ao gerenciamento dos estoques por 
meio de técnicas que permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e 
níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução”. 
2.1.1 Avaliação de estoques 
O processo de avaliação correta dos estoques influencia diretamente no Balanço 
Patrimonial da empresa, por isso deve ser tratado de acordo com as normas, pois, conforme 
Iudicibus e Marion (2016, p. 295), “seus efeitos são imediatamente sentidos no Patrimônio 
Líquido, sendo assim, é necessário demonstrar sua movimentação na Demonstração de 
Resultado de Exercício (DRE)”. 
6 
 
Desse modo, as práticas de avaliação de estoques no país possuem alguns métodos a 
serem utilizados, dos quais devem ser escolhidos um para realizar, de forma apropriada, a 
entidade, observados os fatos específicos na legislação, assim como na relação das flutuações 
de preço dos produtos, como descreve Salazar e Benedicto (2004, p. 166). 
A avaliação do estoque pode ser executada por meio de vários métodos, e se não 
houvesse flutuação dos preços, todos os métodos poderiam demontrar os mesmos 
resultados. Entretanto, isso não ocorre em razão das mudanças dos preços, para cima 
ou para baixo, que alteram no mesmo sentido o resultado relativo ao custo das 
mercadorias vendidas, afetando o custo do estoque (medição do ativo) e o CVM 
(medição do lucro). 
Logo, importa declarar que os principais métodos de avaliação utilizados no país são: 
Custo Médio, FIFO e Preço Específico, que serão explicitados a seguir, segundo o 
entendimento de Costa (2002) e do CPC 16: 
Custo Médio 
Este método atualiza o custo dos materiais através de cálculo realizado entre o valor 
do saldo em estoque e seu saldo físico. Este método é o mais utilizado no Brasil e 
representa a solução mais adequada para a apuração dos estoques ao preço de custo, 
visto que, além de atender à legislação do imposto de renda, é de simples execução e 
absorve bem a flutuação dos custos dos materiais. 
Para cálculo do custo médio, toma-se o valor do último saldo do estoque e soma-se 
ao valor da última entrada, encontrando o saldo financeiro. Em seguida, soma-se o 
saldo físico e a quantidade correspondente à entrada, encontrando o novo saldo 
físico do estoque. De posse dos saldos atuais, dividimos o saldo do estoque pelo 
físico atual e encontra-se o custo médio (COSTA, 2002). 
FIFO (First in, First Out) – PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai 
Os estoques são avaliados de acordo com a baixa dos itens do estoque, pelo valor 
das unidades mais antigas para as mais recentes. Dessa forma, o saldo do estoque 
ficará valorizado pelos preços de custos mais atuais. 
É de simples execução, mas necessita do controle de saldos do material de acordo 
com seus preços de custo, variáveis a cada aquisição. Nesse método só pode dar 
baixas do estoque mais atual após o término do estoque mais antigo (COSTA, 
2002). 
Preço Específico 
A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a 
itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam 
segregados para um projeto específico, independentemente de eles terem sido 
comprados ou produzidos. (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 
2009). 
Além disso, Padoveze et al. (2010, p. 111) explicam que o método UEPS era adotado 
no país como um dos métodos de avaliaçao de estoques. No entanto, a correlação às Normas 
Internacionais de Contabilidade – IAS e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 16 
justificam a rejeição em relação à adoção do método UEPS para a avaliação dos estoques. 
 
A legislação tributária brasileira não admite avaliar os estoques pelo método Último 
a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS), porque na adoção desse método, em um regime 
econômico em que há inflação, a tendência é de que todos os estoques fiquem 
subavaliados, o que diminui o lucro líquido do exercício social e, por consequência, 
o valor dos tributos com o Imposto de Renda e com a contribuição social. 
Diante disso, infere-se que há grande preocupação neste sistema de controle, logo a 
mensuração dos estoques fica a critério de como será realizada a escolha do método e como 
7 
 
serão balanceados os custos no controle de estoques, que podem ser diversos e variáveis de 
acordo com a sua organização, pois não derivam somente de perdas, roubos ou extravios, mas 
também do custo por não ter o produto para atender a demanda, no caso da falta deste, 
conhecido como quebra de produto. (BALLOU, 2009). 
Observa-se então, que o quantitativo de produtos de estoques, irá gerar um custo de 
manutenção para a empresa, que poderá ser pelo excesso de produtos ou pela falta deles, o 
objetivo é a identificação da sua necessidade, verificando neste ponto o balanceamento desses 
custos, na forma qual seja possível identificar um equilíbrio que minimize o custo total. 
(BALLOU, 2009). 
Assim, constata-se que o pronunciamento do IAS, nas considerações aplicadas aos 
estoques, define estes conceitos aplicáveis a todos os tipos de estoques. Também, relaciona as 
exceções, definindo a forma como será realizado o tratamento desses estoques, pelo 
Pronunciamento Técnico CPC 16 (2009), o qual relata os seguintes aspectos: 
(a) produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo 
contratos de serviços diretamente relacionados (Pronunciamento Técnico CPC 17 - 
Contratos de Construção); 
(b) instrumentos financeiros (Pronunciamentos Técnicos CPC 38 e CPC 39 sobre 
Instrumentos Financeiros); e 
(c) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no 
ponto da colheita (Pronunciamento Técnico CPC 29 - Ativo Biológico e Produto 
Agrícola) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009, p. 2). 
Portanto, deduz-se que esses aspectos supracitados são imprecindiveis para a maneiracomo se executará o tratamento dispensado a esses estoques. Importa frisar que tais definições 
podem ser empregadas a qualquer tipo de estoque. 
2.1.2 Curva ABC 
Uma das importantes ferramentas de auxílio, a qual classifica os estoques em classes 
ou critérios, é conhecida como a curva ABC. Essa curva realiza, por meio de seus custos e de 
suas quantidades, a possibilidade de identificar os itens que justifiquem atenção e tratamento 
quanto à sua administração, condicionada por um amplo conjunto de fatores internos e 
externos, adotando, como um dos critérios, o gerenciamento nas reduções do custo, conhecido 
também como o método 20/80 (POZO, 2010). 
Com base nisso, devem ser observados, na construção da curva ABC, alguns critérios 
a serem adotados para sua construção, como a classificação por grupo: Classe A, Classe B e 
Classe C. Deste modo, na Classe A, serão destinados os itens os quais são os mais 
importantes dentro da empresa e tratados de maneira especial, geralmente são os produtos 
com mais rotatividade ou mais caros, que têm um peso financeiro muito alto no estoque. Já na 
Classe B, são itens em situação que ficam na intermediação entre as Classes A e C. Por 
último, na Classe C, ficam os itens considerados menos importantes pela administração, ou 
seja, os que possuem a menor rotatividade. 
Nakagawa (2007), explica que o uso da curva ABC é necessário para que a empresa 
obtenha através dessa informação, a construção de um melhor gerenciamento sobre a 
formação de seu estoque, principalmente sobre os itens que necessitam de um maior 
investimento. 
Conforme Pozo (2010), é necessário seguir uma sequência de operações para que se 
construa a Curva ABC, na qual inicialmente deverá ser realizado um levantamento dos itens, 
assim como seus dados referentes a quantidades, a seu preço unitário e ao total. Ademais, 
8 
 
devem-se colocar todos os itens que foram discriminados em ordem decrescente em uma 
tabela, com a descrição dos itens, do nome, do número, do preço e da porcentagem. Em 
seguida, divide-se cada item pela somatória total de todos os itens colocados na tabela, 
transformando em percentual e colocando esses valores em uma coluna. Por fim, serão 
divididos todos esses itens em classes, conforme é demonstrado no modelo pela Figura 1. 
Figura 1. Curva ABC 
 
 
Fonte: Letti e Gomes (2014, p.69) 
A contrução do gráfico da curva ABC, aparentemente pode ser fácil no ponto de vista 
operacional, porém, para sua construção é necessário seguir alguns passos que atendam as 
suas especificações, pois apesar da construção simples, o administrador precisa conhecer a 
ordenação dos itens cadastrados, o período a ser realizado, dentre outros aspectos, como pode 
ser observado os seguintes passos segundo Costa (2002, p.138): 
1. Listar os itens cadastrados com os respectivos custos e consumo ou vendas 
médias ocorridas no período considerado; 
2. Calcular o valor da demanda, multiplicando o custo unitário médio pelo seu 
respectivo consumo ou vendas médias; 
3. Classificar os itens por ordem de grandeza, do maior para o menor, de acordo com 
o valor da demanda média encontrada; 
4. Listá-los em ordem decrescente, conforme sua classificação; 
5. Calcular a demanda acumulada; 
6. Calcular os percentuais de demanda do produto e demanda acumulada; 
7. Agrupar os itens nas respectivas classes A, B ou C; 
8. Construir o gráfico representativo da classificação ABC; 
9. Fazer análise das informações obtidas; 
10. Traçar estratégias conforme o caso e objetivos desejados. 
Dias (2009), explica que os dados utilizados devem possuir uma uniformidade para 
que se possa construir a curva ABC, principalmente quando são numerosos os dados para 
análise, utilizando-se de meios de cálculos que podem ser manuais, mecanizados ou 
eletrônicos, verificando ainda a necessidade de estimativas, conferências, padronização e 
arredondamento de dados. 
2.2 Ferramentas de controle e gestão de estoques 
9 
 
Iudicibus et al. (2016, p.101) descreve que “os estoques representam um dos ativos 
mais importantes do capital circulante e da posição financeira da maioria das companhias 
industriais e comerciais”, então se percebe que os estoques podem ser descritos como bens 
produzidos ou ainda adquiridos de terceiros pela empresa, de modo que sua finalidade será 
posta de acordo com a necessidade de fins de uso, como comercialização, fabricação de 
outros produtos, entre outros aspectos. 
No processo de construção de controle e gestão de estoques, observa-se que, 
atualmente, foram incorporados os conceitos de logística integrada, tornando-a aliada à 
relação de controle e competitividade, abrangendo uma interação que envolve o processo de 
aquisição, produção e distribuição. Esses processos serão colocados à disposição dos clientes, 
e essas atividades são denominadas de gestão de cadeia de suprimentos, conforme assevera 
Accioly, Ayres e Sucupira (2008, p. 64): 
A denominação de gestão da cadeia de suprimentos, traduzida do inglês Supply 
Chain Management (SCM), compreende as atividades de planejamento, 
organização, direção e controle de todas as atividades ao longo de toda a cadeia de 
agregação de valor, envolvendo todos os processos de obtenção de insumos 
(notadamente compras e desenvolvimento de fornecedores), transformação ou 
manufatura e os processos de distribuição física. 
Nesta relação de gestão de estoques e na composição das ferramentas, deve ser 
verificado o comportamento de seus indicadores de produtividade por meio de análise e do 
controle dos estoques, relacionados ainda com a questão do giro de estoque, itens registrados, 
inventário rotativo, períodos referentes à chegada dos produtos e ao tempo médio de entrega, 
entre outros aspectos, que irão compor estes dados. Conforme descreve Siqueira e Paixão 
(2016, p. 18 apud MARTINS; ALT, 2009), deve-se estar atento aos seguintes itens para obter 
um bom controle de estoques, conforme demonstra o quadro 1: 
Quadro 1. Itens a serem verificados na análise de estoques 
Inventário Físico: Consiste na contagem física dos itens de estoque, que podem ser divididos 
em dois métodos: 
- Inventários gerais ou periódicos são efetuados no final do exercício fiscal e 
abrangem todos os itens do estoque de uma só vez, normalmente tem 
duração prolongada ‘devido à quantidade elevada de itens’. 
- Inventário Rotativo: os itens são contados permanentemente e de forma 
que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro do período 
fiscal. 
Acurácia dos Controles: Quando terminado o inventário, calcula-se a acurácia dos controles, que 
mede a porcentagem dos itens em duas formas de acurácia: 
Acurácia = número de itens com registros corretos 
 Número total dos itens 
Acurácia = valor de itens com registros corretos 
 Valor total dos itens 
Nível de Serviço ou Nível de 
Atendimento: 
É o indicador de quão eficaz foi o estoque para responder às solicitações dos 
usuários. Assim, quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e 
especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço. 
Giro dos Estoques: Mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. 
Cobertura de Estoques: Indica o número de unidades de tempo; por exemplo, dias que o estoque 
médio será suficiente para cobrir a demanda. 
Fonte: Siqueira e Paixão (2016, p. 18) 
10 
 
O foco direcionado nesta relação é construído por meio da geração de informações e 
das ferramentas tecnológicas disponíveis para gerar mobilidade e controle nas operações, 
atendendo as necessidades externas e internas, além da logística, como cita Costa et al. 
(2010). Esses autores referem-se à gestão de operações da indústria, as quais trabalham a 
ferramenta denominada POC (Preço, Orçamento e Custos), um software, o qual irá destacar 
os benefícios da estruturação, que define o planejamento e o controle de estoques, 
apresentando ainda as seguintes ferramentas de controle: 
a) PPCPE (planejamento, programação e controle de produção e de estoques):o 
antigo PCP (planejamento e controle da produção), ampliando suas funções, recebe 
hoje a denominação de PPCPE (planejamento, programação e controle de produção 
e de estoques). Decisões sobre o que fazer, quando, quanto e como fazer, mais os 
resultados simulados sobre um plano de produção são também ferramentas do POC. 
São disponibilizadas as funções de MRP I (Materials Requirements Planning, 
cálculo de necessidades de materiais), CRP (Capacity Requirements Planning, 
cálculo de necessidades de capacidade) e uma versão de um MRP II (Manufacturing 
Resources Planning, planejamento de recursos de manufatura), em que são 
formalizados os cálculos de necessidades de materiais e de subconjuntos a serem 
integrados à gestão de estoques. 
b) Definição de arranjo físico: com o apoio da engenharia industrial (“árvores de 
produtos” e “processos de produção”), pode ser facilmente obtido e cálculo de uma 
matriz “de/para”, matriz esta que proporciona calcular o momento de transporte (em 
quilos de material x metro) dos materiais movimentados no chão de fábrica. Esse 
cálculo tem a finalidade de apoiar a configuração de um novo arranjo físico. Essa 
matriz “de/para” ajuda a responder à questão: como achar uma solução satisfatória 
para o arranjo físico das máquinas e equipamentos da empresa? 
c) Adoção da abordagem de produção just in time: os conceitos de just in time no 
processo da fábrica poderiam ser aplicados quando houvesse um redesenho do 
arranjo físico, nesse caso, por exemplo, com “células de manufatura”, o que 
resultaria em grandes melhorias de produtividade já que muitas das atividades que 
não geram valor, como é o caso de transporte interno, poderiam ser excluídas ou 
minimizadas. Dessa forma, o POC pode ser utilizado como base inicial para a 
condução de mudanças mais profundas na forma de se gerir, não somente custos e 
preços, mas também todo o processo de manufatura da empresa (COSTA et al., 
2010, p. 89). 
Em face disso, Slack et al. (2009) descreve que há outras ferramentas de controle de 
estoque, como o PMP – Plano Mestre de Produção, o qual desenvolve aspectos relacionado à 
produção, à construção de escalas, ao tempo de produção, ao controle de qualidade e ao 
gerenciamento estoque final, baseado diretamente na composição da geração de pedidos, 
viabilizando um controle de produção e evitando o excesso de produtos em estoque. 
Outras ferramentas que são destacadas, atualmente, podem ser observadas por meio da 
descrição de Paulo Vitor (2017), que, por meio de publicação da Rtek Gestão inteligentes, 
destaca, entre essas ferramentas, o uso de softwares e de sistemas de ERP (Enterprise 
Resource Planning/Planejamento de Recursos Corporativos), os quais contemplam diversos 
tipos de empresas e ramos de atividades diferentes no país, atendendo especificamente a 
necessidade operacional da atividade e do tipo de controle necessário. Desta forma, podem-se 
destacar cinco ferramentas, conforme Quadro 2: 
 
 
Quadro 2. Ferramentas de gestão de estoque 
FERRAMENTA VANTAGENS 
11 
 
 
Uniplus 
 Simples e prático, com maior facilidade para assimilação de cada 
propriedade. 
 Integrado com outros setores da empresa. 
 Pode-se controlar matriz e filiais. 
 É personalizado, com possibilidade de acrescentar mais módulos; 
emissor de nota fiscal incluso; e ótimo custo x benefício. 
 
InFlow 
 Opção gratuita. 
 Diferentes métodos contábeis. 
 Backup automático de dados. 
 
Retail Pro 
 Facilita a identificação de promoções. 
 Centraliza pagamentos. 
 Filiais diversas podem estar conectadas. 
 
Carta 
 Versões gratuita e paga. 
 Compra facilitada. 
 Praticidade. 
 
Linx 
 Simples e prático. 
 Sistema integrado. 
 Cadastro detalhado de mercadorias. 
Fonte: Vitor (2017, p.4) Adaptado. 
2.3 Práticas de auditoria no controle interno 
A princípio, observa-se que o conceito de controle interno está relacionado em manter 
o equilíbrio entre as informações de dados e o controle físico, com o objetivo de evitar 
práticas fraudulentas e desperdícios. No entanto, pode-se considerar que há uma contribuição 
muito maior nesta relação, no conceito de analisar, comprovar e controlar os estoques, pelos 
seus dados e registros, as exigências legais e as normas de controle interno da entidade, 
cumprindo objetivamente o estabelecido para manter as informações atualizadas 
(LORENZONI; VIEIRA, 2013). 
Com isso, surgem os processos de auditoria, que consistem no processo de 
levantamento e verificação dos componentes em números físicos e lançamentos contábeis 
corretos. Esses processos evitam distorções relevantes nas demonstrações, no monitoramento 
e na avaliação de riscos, fortalecendo os controles internos de maneira corretiva, preventiva e 
detectiva, de acordo com os objetivos da auditoria para o grupo de estoque. De acordo com 
Jund (2007, p. 529): 
 Os valores apresentados no balanço estão apresentados por quantidades físicas 
de produtos, estocadas em armazéns da companhia, de terceiros e em trânsito; 
 Os itens foram avaliados a preço de custo ou mercado, dos dois o menor; 
 As listagens de inventários foram corretamente compiladas, somadas e 
sumarizadas, estando o total adequadamente refletido no balanço; 
 Os critérios adotados para determinação de preço de custo de produtos em 
processo são adequados; 
 Os estoques estão apresentados pelos seus valores líquidos realizáveis, ou seja, 
foram constituídas as reservas necessárias para estoques obsoletos de movimentação 
morosa; 
12 
 
 Os estoques de propriedade da companhia, que estão em consignação com 
terceiros, estão segregados, bem como aqueles que estejam penhorados ou dados em 
garantia de alguma operação financeira. 
Dentro dos aspectos legais da NBC TA 200 (R1), o auditor deve avaliar tanto o 
sistema contábil quanto os controles internos da entidade com o intuito de determinar a 
natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria e posteriormente de efetuar 
sugestões para o aprimoramento e controle das constatações observadas. Assim como dispõe a 
NBC TA 315, o auditor deve obter entendimento do controle interno relevante para a 
auditoria, avaliando o desenho desses controles, bem como determinando se eles foram 
implementados. Desta forma, devem-se considerar as seguintes áreas: 
(a) as classes de transações nas operações da entidade que sejam significativas para 
as demonstrações contábeis; 
(b) os procedimentos, tanto de tecnologia de informação (TI) quanto de sistemas 
manuais, pelos quais essas transações são iniciadas, registradas, processadas, 
corrigidas conforme a necessidade, transferidas para o razão geral e divulgadas nas 
demonstrações contábeis; 
(c) os respectivos registros contábeis, informações-suporte e contas específicas nas 
demonstrações contábeis utilizados para iniciar, registrar, processar e reportar 
transações; isto inclui a correção de informações incorretas e a maneira como as 
informações são transferidas para o razão geral. Os registros podem estar em forma 
manual ou eletrônica; 
(d) como o sistema de informações captura eventos e condições que são 
significativos para as demonstrações contábeis, que não sejam transações; 
(e) o processo usado para elaborar as demonstrações contábeis da entidade, inclusive 
estimativas e divulgações contábeis significativas; e 
(f) controles em torno de lançamentos de diário, inclusive lançamentos de diário não 
rotineiros, usados para registrar transações ou ajustes não usuais (CFC, 2014). 
Em face do exposto na NBC TA 315, é função do auditor ter ciência do controle 
interno, portanto se devem ser analisadas as classes de transações nas operações da entidade, 
os procedimentos de TI e de sistemas manuais, os respectivos registros contábeis, a captura do 
sistema de informações dos eventos das condições para as demonstrações contábeis, o 
processo para elaboração de demonstrações contábeis e os controles de lançamentos de diário 
com o fito de executar a auditoria e sugerir aperfeiçoamentoe controle das avalições do 
sistema contábil da entidade. 
2.3.1 Controle interno 
É prática da empresa elaborar os seus controles internos, e fica a cargo do serviço de 
auditoria a função de testá-los, utilizando uma série de técnicas nas quais evidenciarão ou 
detectarão distorções. Estes controles são elaborados para que a organização possua uma 
segurança razoável. Nesse sentido, Stuart (2014, p. 68) lista os seguintes componentes da 
função de controle interno: 
1. O ambiente de controle determina o tom da organização, que pode ser mais 
agressivo ou mais conservador. Uma empresa pode ser avessa ou propensa a riscos. 
Os demais componentes do sistema de controle interno funcionam dentro do 
ambiente de controle geral da empresa; 
 
2. Uma empresa desenvolve um processo de avaliação de riscos para identificar 
riscos para a sua capacidade de alcançar seus objetivos. Por exemplo, uma 
universidade pode considerar como um risco a falta de alunos, de vagas de 
13 
 
estacionamento ou de docentes qualificados; já uma empresa aérea, o alto custo de 
combustíveis; 
 
3. As atividades de controle são os procedimentos que a empresa usa para alcançar 
seus objetivos. Para se precaver contra o uso não autorizado do dinheiro da empresa, 
a administração pode exigir reconciliações bancárias mensais de uma pessoa que não 
emita cheques ou deposite dinheiro; 
 
4. Uma empresa usa sistemas de informações e comunicação para obter e 
confrontar os dados necessários para a tomada de decisões. Por exemplo, os 
executivos da empresa podem analisar relatórios de despesas mensais para 
determinar se as informações que contêm são consistentes com os orçamentos 
atuais; 
 
5. Uma empresa monitora seus controles internos para determinar se eles previnem 
ou detectam de forma eficiente quaisquer distorções nas demonstrações financeiras. 
Uma empresa pode testar reconciliações bancárias mensalmente para verificar se 
foram cometidos erros nas demonstrações financeiras. 
Descreve-se o controle interno como uma ferramenta de exame, o qual irá 
proporcionar a identificação das necessidades da organização, como suas falhas, e aprimorar 
esses processos para melhorar a qualidade do controle. Segundo Schmidt e Santos (2006, 
p.71), o controle “caracteriza-se como uma atividade que mede, avalia e indica, caso seja 
necessário, a correção dos rumos buscando o atendimento dos objetivos e dos planos de 
negócio”. Este conceito pode ser observado ainda na NBC TA 315: 
Controle interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos 
responsáveis pela governança, administração e outros empregados para fornecer 
segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à 
confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e 
conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo "controles" refere-se a 
quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno (CFC, 
2014). 
Nessa esteira, entende-se que o desenvolvimento das atividades e seus objetivos para o 
funcionamento do controle interno serão proporcionais ao tamanho da organização. Assim 
como as necessidades, as quais irão variar, inclusive, de acordo com o porte e os componentes 
existentes de controle interno. Para alcançá-las, existe a necessidade de relacionar os objetivos 
e os componentes de controles internos, conforme se pode verificar na descrição do Quadro 2 
a seguir. 
Quadro 2. Relação entre objetivos e componentes do controle interno 
Objetivos do Controle Interno  Eficácia e eficiência operacional. 
 Mensuração de desempenho e divulgação financeira. 
 Proteção de ativos. 
 Cumprimento de leis e regulamentação. 
Componentes de Controle Interno  Ambiente de controle. 
 Avaliação de riscos. 
 Atividade de controle. 
 Informação e comunicação. 
 Monitoramento. 
Funções e Unidades da Empresa  Compras, produção, vendas, financeiro, 
contabilidade, entre outras. 
Fonte: D´Avila e Oliveira (2002, p. 33). 
14 
 
Desta maneira, podem-se conceituar os objetivos como aquilo que se deseja alcançar; 
já os componentes representam as necessidades para que os objetivos traçados sejam 
alcançados. 
3 METODOLOGIA 
O desenvolvimento desta pesquisa fundamenta-se em verificar as ações e práticas do 
controle interno, por meio de seus conceitos e de suas funções, na gestão de estoques, 
buscando com estas informações apresentar as ferramentas de controle de estoque, suas 
classificações e seus critérios. Além disso, pretendem-se demonstrar ainda os métodos de 
avaliação de estoques, as práticas usuais de controle interno, assim como o papel da auditoria 
como ferramenta de gestão, os quais proporcionam na tomada de decisão da gestão da 
entidade. 
O estudo classifica-se como descritivo, pois tem o objetivo de descrever características 
de uma determinada população (GIL, 2014, p. 27) e constitui a primeira etapa de uma 
investigação mais ampla. Quando o tema escolhido é bastante genérico, tornam-se necessários 
seu esclarecimento e sua delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com 
especialistas e outros procedimentos. 
Quanto à natureza, a pesquisa é classificada, de acordo com Prodanov e Freitas (2013), 
como uma pesquisa qualitativa, visto que adotará a interpretação dos fenômenos. Vale 
salientar ainda que a atribuição e a interpretação de significados são básicas no processo deste 
tipo de pesquisa, tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas 
por meio de técnicas analisadas nos resultados. 
Desse modo, pode-se asseverar que o estudo deste trabalho além de ser caracterizado 
como bibliográfico, uma vez que tem como fonte de dados livros e artigos científicos, 
também se classifica como uma pesquisa documental por meio da utilização dos Comitês de 
Pronunciamentos Contábeis, das dissertações de mestrado, das teses de doutorado e de 
websites. 
4 ANÁLISE DE RESULTADOS 
A Interação das ferramentas de controle de estoque com o controle interno, permitem 
uma melhor compreensão das ações e procedimentos a serem realizados por todos os 
envolvidos no processo, fazendo que com isso, atendam aos processos e os métodos a serem 
utilizados dos quais proporcionam eficiência às operações bem como seus registros, adotados 
por pessoal qualificado e aptos a desenvolver as atividades, sendo acompanhado por 
supervisors, controlando as operações através de seus controle internos. 
A compreensão dos processos básicos relativos a gestão de estoque por meio das 
operações do controle interno, irão garantir que informações relevantes e confiáveis sejam 
registradas corretamente por meio da eficiencia operacional, observando os aspectos como 
análise de dados e sua correlação, a otimização dos processos, mapeamento e fluxo, e a 
implementação de melhorias no processo operacional. Covém demonstrar que através da 
revisão bibliográfica do tema, a necessidade de adoção de um Sistema operacional e um 
software, será adaptado de acordo com as necessidades da empresa, podendo ser adquirido um 
de natureza abrangente como o Unipus ou o Inflow, sendo realocados suas especificidades 
dentro da natureza operacional da empresa. 
Nessa percepção, observa-se que Hurt (2014), explica que a influência do controle 
interno no estoque, torna-se positiva a partir do momento em que há interações entre sistemas 
operacionais e otimização dos processos, pois investir em ferramentas de controle interno que 
irá proporcionar um resultado positivo, faz com que a empresa obtenha a produção de dados 
15 
 
confiáveis e favoráveis para a tomada de decisão, observando as finalidades do controle 
interno, que está em assegurar as normas, produzindo informações oportunas e eficazes, com 
o objetivo de salvaguardar os ativos da empresa. 
As ferramentas de gestão de estoque, surgem com a finalidade de gerir processos 
operacionais através de sistemas de softwares, desenvolvidos especificamente para atender as 
necessidades da empresa, nos aspectos relativos a controle,armazenagem, produção, lote, 
validade, entrada, saída, dentre outras funções, das quais possibilitam aos gestores realizarem 
seus planejamentos relativos a fabricação e estocagem, necessidade de produção, controle de 
produtos perecíveis, balanceamento dos custos de manutenção e estocagem, realizar 
aquisições, distribuição, dentro das reais necessidades da empresa, com a finalidade de reduzir 
custos e evitar despesas. 
O controle interno, surge com a finalidade de proporcionar uma segurança razoável, 
sobre o sistema operacional da empresa, fiscalizando, realizando testes por meio da auditoria, 
proporcionando a efetividade e eficácia das ações internas, assegurando a veracidade das 
informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, permitindo a 
implementação de programas e projetos, garantindo que estes atendam aos procedimentos da 
empresa, a proteção dos ativos e ao cumprimento das leis e regulamentos internos. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
De acordo com o que foi exposto, constata-se que a gestão de estoques tem o objetivo 
de buscar soluções de controle operacional e administrativo dos produtos armazenados e em 
fabricação da entidade, uma vez que, pelo desenvolvimento destas ações, é possível que haja 
resultados positivos, evitando perdas de produtos, excessos, falhas no atendimento a 
demanda, falhas no processo de aquisição, entre outras consequências, que possibilitarão uma 
redução dos custos, por meio do controle interno. 
De fato, as práticas realizadas através do controle, como forma de ações 
organizacionais e administrativas, assumirão, de maneira prática e técnica, o aperfeiçoamento 
dos procedimentos adotados pela entidade, ou a inserção de novos posicionamentos, 
executando os testes de controle, bem como acompanhando as normas internas e os 
procedimentos legais previstos para a atividade da empresa. Igualmente, serão realizados o 
controle das quantidades físicas, do processo de construção e acompanhamento do inventário, 
a valoração dos produtos, do sistema de custeio e o controle contábil dos estoques, 
executando, neste processo, as ações de eficiência operacional e proteção dos ativos. 
Nesse sentido, infere-se que os estoques podem ser considerados como os ativos mais 
importantes do capital circulante e da posição financeira da maioria das empresas, visto que se 
verifica que, em sua descrição, são bens produzidos ou ainda adquiridos de terceiros pela 
empresa, com finalidades diversas. Portanto, há uma preocupação referente aos aspectos de 
controle e gestão, com o intuito de não mobilizar os recursos financeiros da empresa. 
Logo, entende-se que, com o aprimoramento das técnicas de gestão de estoques e os 
controles operacionais, torna-se mais fácil desenvolver atividades de forma integrada, já que 
foram incorporados os conceitos de logística dentro dessas atividades, que atualmente 
colaboram, de forma mais abrangente, com a compra, comercialização e distribuição dos 
produtos, denominados como gestão de cadeia de suprimentos. Esta favorece mais 
disponibilidade de produtos aos clientes e reduz os custos para a empresa, com produtos fora 
do prazo de validade, danos causados por clientes ou funcionários e custos com reposição. 
O desenvolvimento desta pesquisa propôs demonstrar quais as ferramentas de gestão de 
estoque para o controle interno. Assim, pode-se constatar, por meio de uma pesquisa descritiva e 
bibliográfica, que as ferramentas de gestão para o uso das práticas de controle interno nas 
16 
 
empresas são desenvolvidas pelos sistemas operacionais de controles informatizados, os quais 
geram relatórios descritivos a respeito do volume de operações realizadas na empresa, 
adotando critérios específicos de acordo com suas necessidades, reduzindo tempo e 
minimizando custos dentro de uma gestão participativa e interativa. 
 Desta forma, os objetivos desta pesquisa, em identificar as ferramentas de gestão de 
estoque no controle interno, demonstrar os métodos de controle de estoque e seus 
componentes, e evidenciar o papel do controle interno como ferramenta de gestão, foram 
demonstrados por meio de uma revisão literária que demonstra que no uso das práticas de 
controle interno, necessariamente se adotam como ferramentas de gestão, o uso de sistemas de 
software que são disponíveis facilmente nos mercados, ou ainda desenvolvidos especialmente 
para a empresa. Dessas ferramentas de gestão, pode-se destacar: PPCPE (planejamento, 
programação e controle de produção e de estoques); PPCPE (planejamento, programação e 
controle de produção e de estoques); MRP I (Materials Requirements Planning, cálculo de 
necessidades de materiais); CRP (Capacity Requirements Planning, cálculo de necessidades 
de capacidade); e MRP II (Manufacturing Resources Planning, planejamento de recursos de 
manufatura). 
Convém expor ainda que outras ferramentas de planejamento e gestão de controle, 
como Uniplus, Inflow, Retailpro, Carta e Linx, são programas, focados em pequenas e médias 
empresas, cujo uso nas empresas torna-se cada vez mais popular. Além disso, esses 
programas podem ser integrados em outros setores da empresa, controlados ainda por 
matrizes e filiais, com a possibilidade de acrescentar novos módulos, com sistemas simples e 
práticos, que podem variar inclusive com o poder econômico da empresa e suas necessidades. 
Com esses sistemas, a empresa tem como adotar uma nova postura de gestão e de 
controle interno, uma vez que irá utilizar mecanismos que proporcionarão o equilíbrio entre as 
informações de dados e o controle físico, a fim de evitar práticas fraudulentas e desperdícios, 
de forma direcionada, o que proporciona analisar, comprovar e controlar os estoques pelos 
seus dados e registros, incluindo as exigências legais. 
Para revisar estes processos operacionais, formatar os processos legais, executar os 
procedimentos, as ações e a extensão do controle interno, surgem os processos de auditoria, os 
quais consistem no processo de levantamento e verificação dos componentes em números 
físicos e de lançamentos contábeis corretos, evitando distorções relevantes nas 
demonstrações, no monitoramento e na avaliação de riscos, fortalecendo os controles internos, 
de maneira corretiva, preventiva e detectiva. Ademais, pode-se afirmar que isso assegura a 
aderência às diretrizes, às normas, aos planos e aos procedimentos da entidade com o 
propósito de efetuar a revisão dos controles internos, por meio de testes por amostragem e 
acompanhar a contagem física dos itens dos estoques, a escrituração das contas, a existência 
de materiais obsoletos ou morosos e os critérios de avaliação dos estoques. 
Em face do que já foi exposto, com a observação destes aspectos, pode-se considerar 
que as práticas de gestão de estoque e controle operacional na empresa, por intermédio dos 
controles internos e da auditoria, são dispositivos extremamente relevantes para as práticas de 
controle, redução de custos e perdas dos ativos da empresa, pois, na realização desses 
processos, fornecerão informações precisas e direcionadas para a tomada de decisão. Vale 
ressaltar também que tais ações, além de evitar fraudes e desperdícios, irão assegurar as 
informações contábeis e financeiras da empresa, as quais proporcionam confiabilidade e 
integridade das informações, atendendo as questões regulamentares das normas brasileiras de 
contabilidade e da avaliação dos estoques. 
 Esta pesquisa torna-se relevante nos quesitos de demonstrar, de forma literária, que o 
uso de ferramentas de gestão através do controle interno da empresa, tem como proporção a 
17 
 
melhoria dos serviços operacionais e de controle da entidade, gerando informações, através de 
planilhas, gráficos e tabelas, favorecendo o gestor na tomada de decisão, limitando assim uma 
revisão bibliográfica do assunto, proporcionando a outros artigos acadêmicos a utilização da 
informação como sugestão de pesquisa, pela alta proporção de estudos de vários autores sobre 
a temática, incluindoainda a possibilidade de um estudo de caso em uma empresa. 
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