Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nome: Bruna Luiza Lima Linhares Período: 3º Professora: Ana Rachel Disciplina: TIC´s Quais as manifestações clínicas das vasculites de acordo com o tamanho do calibre do vaso acometido? Vasculite é um termo geral que caracteriza a inflamação da parede de vasos. É definida pela presença de leucócitos inflamatórios com danos reativos às estruturas murais; tanto a perda de integridade do vaso que leva ao sangramento, quanto o comprometimento do lúmen podem resultar em isquemia e necrose (ABBAS, 2018). Em geral, os vasos acometidos variam quanto ao tamanho, tipo e localização em associação com o tipo especifico de vasculite. Pode ocorrer vasculite como um processo primário ou secundário a outra doença subjacente (MERKEL, 2021). Existem dois mecanismos patogênicos mais comuns da vasculite, sendo por inflamação imunomediada e por invasão vascular direta por agentes infecciosos. As infecções também podem indiretamente causar vasculite imunomediada (gerando imunocomplexos ou desencadeando reatividade cruzada). Em qualquer paciente, é fundamental distinguir entre mecanismos infecciosos e imunológicos, pois o tratamento imunossupressor é adequado para a vasculite imune, mas pode exacerbar a vasculite infecciosa (ABBAS, 2018). Esse grupo de doenças pode assumir diversas formas de apresentações clínicas, desde uma forma autolimitada até um acometimento extenso e grave. Podem atingir vasos de qualquer tamanho e localização, incluindo artérias de grande, médio e pequeno calibre como arteríolas, capilares, vênulas e veias. Isso justifica a diversidade de manifestações clínicas e os desafios para diagnosticá-la, já que várias doenças sistêmicas podem, não somente mimetiza-las, como também desenvolver vasculites secundárias (GONÇALVES, 2019). FONTE: ABBAS, 2018. Segundo a Conferência de Chapel Hill, há três tipos principais de vasculites: 1- Pequenos vasos (arteríolas ou vênulas) 2- Vasos de médio calibre (artérias musculares) 3- Vasos de grande calibre (grandes artérias elásticas) · Vasculite de vasos grandes: Arterites de grandes vasos comprometem tipicamente a aorta e seus ramos maiores. As principais aortites não infecciosas são a arterite de células gigantes e a doença de Takayasu, ambas mais comuns em mulheres (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Doença de Takayasu – A arterite de Takayasu afeta principalmente a aorta e seus principais ramos. A inflamação e os danos são frequentemente localizados em uma parte dos vasos afetados, mas um envolvimento extensivo, como quase pan-aortite, pode ser visto. O aparecimento da doença geralmente ocorre antes dos 30 anos de idade (MERKEL, 2021). · Arterite celular gigante – A arterite celular gigante, também conhecida como arterite temporal, afeta principalmente a aorta e seus principais ramos, com predileção pelos ramos da carótida, incluindo a artéria temporal superficial. O aparecimento da doença geralmente ocorre em pacientes com mais de 50 anos, com o aumento acentuado da incidência na oitava e nona década de vida (MERKEL, 2021). · Vasculite de vasos médios: Embora vasculites de grandes vasos possam ocasionalmente acometer vasos de médio calibre, as duas doenças que acometem vasos deste calibre são a poliarterite nodosa e a doença de Kawasaki. Ambas se caracterizam por comprometer artérias de médio calibre (artérias viscerais principais e seus ramos), embora possa afetar também artérias de qualquer calibre (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Poliarterite nodosa – Poliarterite nodosa é uma vasculite necrosante sistêmica que normalmente afeta artéria de médio e pequeno porte. A maioria dos casos é idiopática, porem algumas vezes infecções precedem a doença, sobretudo em crianças, especialmente hepatite pelo vírus B ou C, parvovírus B19 e vírus Epstein-Barr. O principal achado histológico é a destruição da camada média por necrose fibrinoide de artérias musculares; o acometimento é segmentar, tanto no comprimento quanto na circunferência do vaso (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Doença de Kawashi – A doença de Kawashi é uma arterite que afeta predominantemente as artérias médias e pequenas, mas a aorta e as artérias grandes também podem estar envolvidas. A doença geralmente ocorre em crianças e é frequentemente associada a uma síndrome do linfonodo mucocutâneo. As artérias também podem estar envolvidas (MERKEL, 2021). · Vasculites de pequeno porte: As vasculites de pequenos vasos acometem predominantemente pequenas artérias intraparenquimatosas, arteríolas, capilares e vênulas, embora artérias de médio calibre e veias possam também ser afetadas. Essas vasculites ainda são divididas em dois grupos; vasculites não associadas a imunocomplexos e vasculites associadas a imunocomplexos. Não há diferença histológica entre as duas formas, sendo a distinção entre elas feita pelos aspectos clínicos e laboratoriais da doença (BRASILEIRO FILHO, 2016). Vasculites de pequenos vasos não associadas a imunocomplexos: Também chamadas pauci-imunes, mostram frequentemente anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA) e correspondem à poliangite microscópica, à poliangite com granulomas e à síndrome de Churg-Strauss (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Poliangite com granulomas – É uma vasculite sistêmica necrosante associada a ANCA antiproteinase 3 (c-ANCA). Trata-se de doença rara que acomete igualmente homens e mulheres, especialmente entre 45 e 60 anos. A doença caracteriza-se por necrose e granulomas sobretudo no trato respiratório, acompanhados frequentemente de glomerulonefrite pauci-imune, que pode ser rapidamente progressiva (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Síndrome de Churg-Strauss – Atualmente chamada poliangite congranulomas eosinofílicos, a síndrome de Churg- Strauss (SCS) acomete indivíduos sem predileção por gênero ou grupo étnico, com inicio entre 35 e 55 anos de idade. Diversos fatores ambientais podem estar associados, como alérgenos, infecções, vacinações e medicamentos (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Poliangite microscópica – Trata-se de afecção autoimune associada a ANCA e caracterizada por vasculite sistêmica de pequenos vasos. A doença tem pequenas predominância no gênero masculino, baixa incidência e inicio geralmente entre 50 e 60 anos. Sua etiologia é desconhecida, mas existem evidencias crescentes de que ANCA, principalmente o que reage com a mieloperoxidase (MPO, pANCA) tem papel patogenético. Como se trata de vasculite sistêmica, diversos órgãos podem ser acometidos, principalmente os rins e os pulmões. Nos rins, há geralmente glomerulonefrite necrosante; nos pulmões, predominam os fenômenos secundários à capilarite (BRASILEIRO FILHO, 2016). Vasculites de pequenos vasos associados a imunocomplexos: As vasculites associadas a imunocomplexos podem ser idiopáticos ou, mais comumente, fazem parte de doenças sistêmicas. Entre estas, destacam-se o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite reumatoide. Contudo, várias outras doenças sistêmicas podem associar-se a vasculite de pequenos vasos, principalmente na pele (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Púrpura de Henoch-Schonlein ou vasculite por IgA – A púrpura de Henoch-Schonlein (PHS) ou vasculite por IgA é vasculite com imunodepósitos IgA1 que acomete pequenos vasos; capilares, vênulas e arteríolas. A PHS é a vasculite sistêmica mais comum da infância. A doença manifesta-se sobretudo com sinais e sintomas cutâneos e gastrointestinais. A tríade de púrpura, dor abdominal e artrite pode surgir em qualquer sequência, embora os dois últimos não estejam presentes em todos os pacientes (BRASILEIRO FILHO, 2016). · Vasculite crioglobulinêmica – Crioglobulinas são imunocomplexos que podem induzir vasculite sistêmica de pequenos vasos, sobretudo na pele, nos rins e nos nervos periféricos. Crioglubulinemia pode ser idiopática ou associar-se a algumas afecções, como hepatite C, doenças do tecido conjuntivo e enfermidades linfoproliferativas de células B (BRASILEIRO FILHO, 2016). REFERÊNCIAS: ABBAS, Abul K.; KUMAR, Vinay; FAUSTO, Nelson. Robbins patologia básica. 10° ed. Elsevier Brasil, 2018. BRASILEIROFILHO, Geraldo. Bogliolo, patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. GONÇALVES, Mellina Silva. Vasculites: desafio diagnóstico e terapêutico. Arq. Catarin Med., v. 48, n. 4, p. 174-190, 2019. MERKEL, Peter A., MD, MPH. Overview of and approach to the vasculitides in adults. UpToDate, 2021. N ome : Bruna Luiza Lima Linhares Período: 3 º Professora: Ana Rachel Disciplina: TIC´s Quais as manifestações clínicas das vasculites de acordo com o tamanho do calibre do vaso acometido? Vasculite é um termo geral que caracteriza a inflamação da parede de vasos. É definida p ela presença de l eucócitos inflamatór ios com danos reativos às estruturas murais; tanto a perda de integridade do vaso que leva ao sangramento , quanto o comprometimento do lúmen podem resultar em isquemia e necrose ( ABBA S, 201 8) . Em geral, os vasos acometidos variam quanto ao tamanho, tipo e locali zação em associação com o tipo especifico de vasculite . Pode ocorrer vasculite como um processo primário ou secundário a outra doen ça subjacente ( MERKEL, 2021). Existem dois mecanismos patogênicos ma is comuns d a vasculite, sendo por inflamação imunomediada e por invasã o vascular direta por agentes in fecciosos. A s infecções também podem indiretamente causar vasculite im unomediada (gerando imunoco mplexos ou desencadeando reativid ade cru zada) . Em qualquer paciente , é fundamental distinguir entre mecanismos in fecciosos e imunológicos , pois o tratamento imunossupressor é adequado para a vasculite imune, mas pod e exacerbar a vas culite infecciosa ( ABBAS, 2018). Esse grupo de doenças pode assumir diversas formas de apresentações cl í nicas , desde uma f orma autolimitada até um acom etimento extenso e grave . P o dem atingir vasos de qualque r tamanho e localizaçã o , i ncluindo artérias de grande, médio e pequeno calibre como arteríolas, capilares , v ênulas e veias. Isso justifica a diver sidade d e manifestações clínicas e os desafios para diagnosticá - la, já que v árias doenças sistêmicas podem, n ão somente mimetiza - las , como também desenvolver vasculites secun dárias ( GON ÇALVES, 2019). Nome: Bruna Luiza Lima Linhares Período: 3º Professora: Ana Rachel Disciplina: TIC´s Quais as manifestações clínicas das vasculites de acordo com o tamanho do calibre do vaso acometido? Vasculite é um termo geral que caracteriza a inflamação da parede de vasos. É definida pela presença de leucócitos inflamatórios com danos reativos às estruturas murais; tanto a perda de integridade do vaso que leva ao sangramento, quanto o comprometimento do lúmen podem resultar em isquemia e necrose (ABBAS, 2018). Em geral, os vasos acometidos variam quanto ao tamanho, tipo e localização em associação com o tipo especifico de vasculite. Pode ocorrer vasculite como um processo primário ou secundário a outra doença subjacente (MERKEL, 2021). Existem dois mecanismos patogênicos mais comuns da vasculite, sendo por inflamação imunomediada e por invasão vascular direta por agentes infecciosos. As infecções também podem indiretamente causar vasculite imunomediada (gerando imunocomplexos ou desencadeando reatividade cruzada). Em qualquer paciente, é fundamental distinguir entre mecanismos infecciosos e imunológicos, pois o tratamento imunossupressor é adequado para a vasculite imune, mas pode exacerbar a vasculite infecciosa (ABBAS, 2018). Esse grupo de doenças pode assumir diversas formas de apresentações clínicas, desde uma forma autolimitada até um acometimento extenso e grave. Podem atingir vasos de qualquer tamanho e localização, incluindo artérias de grande, médio e pequeno calibre como arteríolas, capilares, vênulas e veias. Isso justifica a diversidade de manifestações clínicas e os desafios para diagnosticá-la, já que várias doenças sistêmicas podem, não somente mimetiza-las, como também desenvolver vasculites secundárias (GONÇALVES, 2019).
Compartilhar