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-Era considerada uma endemia rural de população pobre, mas houve a urbanização dessa endemia, devido a migração da população rural para a cidade; -As três formas evolutivas são Tripomastigota, Amastigota e Epimastigota; -No hospedeiro vertebrado há o tripomastigota, que se encontra no sangue periférico, e o amastigota, que fica nos tecidos. Já no hospedeiro invertebrado há o epimastigota no intestino médio e o tripomastigota metacíclico na luz do reto; -A forma tripomastigota possui um corpo fusiforme, com núcleo grande mediano. Vai apresentar também o cinetoplasto terminal, uma membrana ondulante e um flagelo. Eles são extracelulares, ficando no sangue periférico dos vertebrados, e na porção terminal do inseto vetor ele se encontra na forma tripomastigota metacíclico, que é a forma infectante para o hospedeiro vertebrado; -Já o amastigota é arredondado, sendo intracelular. Vai se multiplicar por divisão binária e possui o cinetoplasto em forma de bastão; -E o epimastigota encontra-se no tubo digestivo do vetor e em glândulas anais de gambás. Também se multiplica por divisão binária, possuindo o cinetoplasto anterior ao núcleo e a membrana ondulante é menos evidente; -Os triatomíneos são da ordem Hemiptera, possuindo asas hemielítricas e aparelho bucal sugador, família Reduviidae, sendo hematófago e prepadores ou proboscida curta com 3 segmentos, subfamília Triatominae ou triatomíneos, com proboscida (aparelho bucal) reta, e dos gêneros Panstrongylus, Triatoma ou Rhodnius; -Em relação ao habito alimentar, os hemípteros podem ser diferenciados em: possuem aparelho bucal reto e que ultrapassa o primeiro par de patas; possuem aparelho bucal curto e curvo, com primeiro par de patas robustas; possuem aparelho bucal reto e que não ultrapassa o primeiro par de patas; -O vetor é de grande porte, sendo hematófago estrito, sendo capazes de fazer cleptohematofagia (ele “rouba” o sangue de outro barbeiro) sendo considerado canibalismo com a transmissão sendo vetor-vetor, e hemolinfagia (ingerir a linfa). Possuem vida longa de 1 a 2 anos, com habito noturno, e voam pouco. Uma vez que são infectados permanecem vetores, e possuem capacidade de adaptação ao domicílio humano; -As espécies dos vetores são: Panstrogylus megistus; Panstrogylus lutzi; Triatoma brasiliensis; Triatoma pseudomaculata; Triatoma dimidiata (países andinos e América Central); Triatoma infestans (controlado); Rhodnius prolixus; Rhodnius nasutus; -Possuem nomes vulgares, como barbeiro, fincão, bicudo, chupanças; -Os Panstrogylus possuem as antenas mais próximas do olho, os Triatomas as antenas ficam entre a sua parte anterior e os olhos, e os Rhodnius possuem as antenas bem anterior; -Os hospedeiros vertebrados podem ser mamíferos de pequeno e médio porte, como homem, cão, gato, rato doméstico, ratazana de esgoto, camundongo e cobaia, mamíferos de grande porte, como bovino e quino, que vão eliminar a infecção, ou aves, anfíbios e répteis, que são refratários à infecção (não adoecem), servindo como fonte de alimento; -Algumas espécies são reservatórios, como gambas, tatus, capivaras e roedores; -Pode ser de forma vetorial (70 a 90% dos casos), que é por meio da penetração dos tripomastigotas metacíclico através da pele ou mucosas integras ou lesionadas. Pode ser também por transfusão (1 a 20%) ou congênita (0,5 a 10%); -Pode ser de forma oral (açaí), transplante de órgão ou acidental; -Os barbeiros vão ingerir os tripomastigotas sanguíneos quando pica o hospedeiro. Esses tripomastigotas vão se transformas em epimastigotas, que vão sofrer divisão binária; -Os tripomastigotas metacíclico que estão no reto do barbeiro não conseguem mais fazer divisão binária, pois já se soltaram da mucosa do intestino. Eles vão ser expelidos pelas fezes do barbeiro na pele do hospedeiro, entrando no organismo pelo local da picada do repasto sanguíneo; -Os macrófagos teciduais, que não estão ativados, vão fazer a fagocitose dos tripomastigotas metacíclico. Os lisossomos vão produzir o fagolisossomos, que vai acidificar o fagossomo onde está o tripomastigota, que vai ser transformado em amastigota; -Quando se transformam em amastigotas, eles vão começar a sofrer divisão binária até a célula está lotada e se romper (estresse de espaço). Antes de ocorrer a ruptura das células, os amastigotas vão se transformar em tripomastigotas sanguíneos; -Os processos patológicos fundamentais são lesão celular, por ação direta do T. cruzi e TCD4 e TCD8, resposta inflamatória, devido aos restos celulares e amastigotas mortos, e fibrose; -O período de incubação na fase aguda é de 5 a 14 dias após a picada do vetor (média de 7 a 10 dias), e de 30 a 40 dias quando adquirida por transfusão sanguínea; -Já o período de incubação na fase crônica é de mais de 10 anos após a infecção inicial; -É assintomática em 90 a 98% dos casos, sendo assintomática apenas em 2 a 10%. São mais graves em crianças com menos de 2 anos, podendo morrer por meningoencefalite ou miocardite difusa (falência cardíaca), apresentando febre (37,5º a 38ºC) em todos os casos agudos; -O sinal de porta de entrada, ou sinal de Romaña (complexo oftalmolinfonodal), é a resposta inflamatória na presença do parasita, se apresentando com um edema bipalpebral unilateral, elástico e indolor (nos adultos, pois nas crianças não é), com coloração rósea violácea das pálpebras, podendo aparecer também congestão e edema de conjuntiva associado a uma linfadenite satélite (10% dos casos); -Se não for o sinal de Romaña, será o chagoma de inoculação, que apresenta um complexo cutâneolinfonoidal, no tronco, membros e face, e aparência furunculóide; -A paniculite é a reação de hipersensibilidade mediada por células com reação proliferativa de macrófagos, fibroblastos e células endoteliais, causando congestão, edema e presença de parasitas no citoplasma de macrófagos; -No coração vai ocasionar lesões nas miocélulas e sistema de condução, podendo causar uma miocardite difusa, devido ao intenso parasitismo e a inflamação acentuada, pois há um infiltrado linfoplasmocitário, macrófagos e NK, e um edema, que dissocia as fibras cardíacas; -No tubo digestivo há uma miosite focal e um comprometimento dos gânglios e neurônios (parassimpáticos) intramurais, alterando o peristaltismo do intestino; -Já no SNC causa meningoencefalite, com alterações inflamatórias no encéfalo e meninges; -O quadro clinico geral da fase aguda é sinal de porta de entrada, febre (37,5º a 38ºC - média por 7 semanas), linfadenopatia (hiperplasia linfocitária) e hepatoesplenomegalia. Há também a miocardite aguda, causando taquicardia e coração globoso, os sinais para ICC são poucos frequentes, e quando aparece são esses os sintomas: edema e congestão hepática, edema generalizado, cansaço fácil e aumento da pressão venosa; -Vai causar esofagopatia, devido a desnervação intramural do SNA, causando disfalgia. E colopatia não ocorre nessa fase; -O tratamento etiológico é por meio de benzonidazol e nifurtimox. Já os sintomáticos são, para febre usa-se antitérmicos, para náuseas e vômitos, antieméticos, e para a miocardite aguda, ioxigenoterapia, restrição hídrica, dieta hipossódica e diuréticos; -Para disfunção sistólica usa-se cardiotônicos (digoxina). Para meningoencefalite há o uso de anticonvulsivantes (diazepínicos), para o edema cerebral, cabeceira elevada, restrição hídrica, intubação (ventilação) e manitol, e para agitação psicomotora (sedação); -As indicações consensuais para tratamento etiológico são nos casos de fase aguda de todo paciente, fase crônica em crianças, fase crônica indeterminada (abaixo de 50 anos), contaminação acidental e reativação; -No final da fase aguda, não havendo a morte do hospedeiro, ocorre de 4 a 8 semanas, com o processo inflamatório e a parasitemia (quantidade de parasitas) diminuindo, a quantidadede IgG aumentando e a febre também diminuindo. Com os parasitas se concentrando nos tecidos (coração); -A resposta imune do hospedeiro ocorre a resposta celular ou humoral: é dividida em inata e adaptativa. A inata ocorre no momento em que o tripomastigota entra na célula, aparecendo as células dendríticas, NK e macrófagos, que são células apresentadoras de antígenos. A pós isso vai desenvolver uma resposta imune adaptativa, que é quando aparece os linfócitos T e B; vai ser produzida a partir dos anticorpos líticos, protegendo contra reativações; -As células apresentadoras de antígeno vão apresentá-los ao Th, caso seja liberada a IL-12, a célula Th vai se transformar na TCD-4 (Th1), que vai liberar interleucinas (TNF, IFN e IL-2), que vão ativar os macrófagos para produzir óxido nítrico, que mata os parasitas; -Caso haja a liberação das IL-4 ou IL-10, a célula Th vai se transformar no linfócito TCD-4 (Th2), que produzirá outras interleucinas, que estimularão a célula a se transformar em plasmócitos e produzir anticorpos, com os amastigotas não sendo destruídos; -Trata-se da fase crônica assintomática, com exame clínico normal e ausência de alterações no eletrocardiograma e nos raios X (área cardíaca, esôfago e cólon normais); -Sorologia convencional é positiva para anticorpo IgG anti- T. cruzi podendo ou não o parasito e/ou suas frações serem detectadas por exames parasitológicos indiretos (xenodiagnóstico, hemocultura) e PCR; -Vai durar de 10 a 30 anos, com o substrato anatômico tendo o foco inflamatório disperso, pequeno e escasso no organismo onde o parasita é dificilmente encontrado, além de não haver lesão clinicamente demonstrável embora exista a infecção ativa, com os órgão e sistemas preservados; -O quadro clinico é uma pessoa saudável, que pode permanecer assim por toda a vida, mas que a doença pode evoluir. Vai precisar de revisão medica com raio X e ECG anualmente; -Ocorre em 30 a 50 % dos indivíduos infectados, com 10 a 30 anos depois da fase aguda; -O substrato anatômico apresenta miocardite crônica fibrosante, progressiva e difusa que aos poucos vai destruindo as fibras miocárdicas e o tecido excitocondutor; -Há a destruição das miocélulas e substituição por tecido fibroso, causando ICC. Há também a destruição do sistema excitocondutor (fibras His- Purkinje), causando arritmias. Pode causar também tromboembolias; -Vai ocorrer a destruição do SNA, como os nódulos AS e AV, e os feixes de His, causando bloqueios na formação e propagação do estímulo nervoso; -As alterações sugestivas no ECG são bloqueio completo do ramo direito do feixe de His, arritmia ventricular (extrassístole ventricular), doença do nó sinusal (bradicardia), fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular (bradiarritmias) e zona eletricamente inativa; -Ao final da fase crônica cardíaca o indivíduo pode apresentar cardiomegalia global máxima, aneurisma de ponta, inflamação crônica difusa, fibrose universal, dilatação das miocélulas cardíacas, dilatação dos anéis valvulares, dilatação dos músculos papilares, destruição do sistema His-Purkinje (Nodo Sinusal e AV, Ramo direito e esquerdo do feixe de His) e dilatação das paredes ventriculares e atriais; -O quadro clinico na fase cardíaca apresenta palpitações, que são sensações de parada devido as arritmias, como a extrassístole ventricular e taquicardia ventricular. Vai apresentar também dispneia, devido a dilatação cardíaca e fração de ejeção reduzida. E pode apresentar vertigem e síncope, devido à taquiarritmia (taquicardia ventricular sustentada), fibrilação, bradiarritmias (doença do nó sinusal e bloqueios atrioventriculares); -O tratamento dessa fase é feito com antiarrítmicos, vasodilatadores, diuréticos, dieta hipossódica e anticoagulante; -No sistema digestivo vai ocorrer focos inflamatórios entre as fibras musculares e acentuada redução dos neurônios do plexo mioentérico; -Vai afetar a funcionalidade desse sistema, causando estase, discinesia, que são movimentos involuntários anormais e acalasia esfincteriana (o esfíncter não abre quando o alimento é deglutido); -Nos músculos vai causar miosite focal, apresentando lesões inflamatórias, perda de unidade funcional, fibrose e hipertrofia das miocélulas; -Macrosvopicamente, o esôfago pode estar normal (apenas com incoordenação motora), dilatado (megaesôfago e megacólon) ou alongado e dilatado (dolicomegaesôfago); -Os sintomas da esofagopatia são disfalgia (que não consegue deglutir nada que for seco, duro e frio - mal do engasgo), dor retroesternal, odinofagia, soluço, salivação e tosse. As complicações podem ser regurgitação, levando a uma pneumonia por aspiração, e esofagite por irritação; -O tratamento é por meio de uma dieta pastosa, boa mastigação e isossorbida, que vai relaxar a cárdia, facilitando a passagem do alimento do esôfago para o estômago; -Já os sintomas da colopatia são obstipação, meteorismo, disquesia, que é a dificuldade de eliminar a massa fecal, e dor abdominal. As complicações são fecalomas e volvo; -O tratamento para colopatia é dieta adequada, laxativo suave, para o felacoma é lavagem e cirurgia, e a cirurgia para retirada do segmento dilatado; -Na fase aguda vai se buscar os parasitas circulantes, pois vão estar em maior quantidade. Os níveis de anticorpos (IgG) são baixos, podendo apresentar resultados negativos; -Os exames da fase aguda são os exames parasitológicos diretos, podendo ser por distensão fina ou gota espessa. Há também o exame de microhematócrito; -Já na fase crônica os níveis de parasitas circulantes são bem menores, mas os níveis de anticorpos específicos contra os antígenos do Trypanossoma cruzi estão altos, sendo isso que é buscado pelos exames nessa fase; -Na fase cônica os exames são xenodiagnóstico direto ou indireto, o exame parasitológico indireto, por hemocultura ou xenocultura. Já o diagnostico sorológico pode ser feito por imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta, ELISA, WB ou imunocromatografia (teste rápido); -No exame molecular é PCR e no exame sorológico: Reação de fixação de complemento (não é mais ultilizado); RIFI; Reação de hemaglutinação indireta; ELISA; WB; -O tratamento dos casos agudos são feitos com uso de benznidazol ou benzonidazol, que vai atuar na forma sanguínea. Ou pelo uso de nifurtimox, que atua tanto na forma sanguínea como na tecidual; -As profilaxias são melhorar as habitações rurais, combater ao vetor por meio de inseticida, identificação e seleção dos doadores de sangue, controle de transmissão congênita e vacinação (não existe);