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RESUMO Sabinada

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE INTERDISCIPLINAR DE HUMANIDADES 
HISTÓRIA DO BRASIL MONÁRQUICO – HST532
THAYNÁ CAVALCANTI PEIXOTO
	Andresa Mendes Carvalho – 20201030014 
	Daniel Antônio Santos – 2021103001 
	 Jéssica Fernandes Mourão – 20201030023 
O presente trabalho pretende se debruçar sobre algumas questões da Sabinada, revolta separatista que aconteceu na Bahia durante o Período Regencial no século XIX entre os anos de 1837 e 1838. A revolta tem entre suas principais marcas a luta de classes, algo que se pretende aprofundar melhor no decorrer do presente texto e o desfecho desta revolta.
I. INTRODUÇÃO
A intenção é entender as movimentações políticas a partir das variabilidades de seu tempo, ou seja, os conflitos e contornos desta fase marcante da história brasileira. Debruçar-se por este momento inclui assim o estudo de uma das suas maiores marcas, as revoltas provinciais lutas travadas pelos mais variados grupos da sociedade da época em busca de alcançar suas necessidades e reivindicações ao seu modo. Todavia, neste trabalho estudaremos uma revolta específica “Sabinada” para isto será usado como texto referencial Sabinada e a politização da cor na década de 1830, da autora Keila Grinberg.
Antes de adentrar a discussão específica a Revolta é importante aqui lembrar o principal conflito desta sociedade e quais os por menores existentes por trás deste. Ao longo dos anos de 1830 o debate a respeito da cor e seus desdobramentos estiveram ao centro ganhando espaço na imprensa local e concretizando ações e organizações. Para entender essa e outras questões ascendentes neste período se faz necessário voltar a Constituição de 1824 onde é garantido igualdade de direitos e liberdades a todos os homens livres incluindo os libertados.
II. O CENÁRIO ANTES DA REVOLTA 
De acordo com artigo Sabinada: o conflito regencial na Bahia de Maria Nazaré Santos Melo e Maysa Leite Serra Dos Santos (2021) o motivo que gerou a Sabinada foi o clima de desagrado em Salvador com os governantes da federação, especialmente a “insatisfação das classes soteropolitanas que estavam insatisfeitas com a forma de Governo presente no Rio de Janeiro e com o enfraquecimento das ideias federalistas as quais possuíam muitos admiradores” (2021, p. 23707-23724), esse desagrado político, se faz presente durante todo o movimento da Sabinada de acordo com o referido artigo. O descontentamento crescia porque, para os baianos, a política administrativa pouco atendia às necessidades demandadas por aqueles que participavam dos protestos.
É importante ressaltar que os baianos queriam a criação de sua própria república apenas até a maioridade de Dom Pedro II, o qual julgavam apto a governar, então a Sabinada tinha um aspecto muito diferente da Cabanagem ou da Farroupilha pois não pretendia romper com a Federação e criar uma república independente, nem tão pouco abolir a escravidão, este segundo ponto inclusive afastou o apoio e participação direta dos cativos e manteve a da elite escravocrata.
III. A REVOLTA
A Sabinada ocupa lugar no espaço da cidade de Salvador, na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Postas neste período sobre uma suposta revolta já estava circulando. Isso devido ao fato de alguns estavam insatisfeitos com questões políticas do Estado do Brasil. Estes supostos distúrbios reportados à corte, isso devido a compreensões que questões revolucionárias vistas também em outras províncias, poderia influenciar algo na Bahia.
Com o movimento da corte, de controle da situação, acarretou em uma efetiva revolta da Sabinada. Segundo Grinberg (2009) em 6 de novembro de 1837, estava deflagrada a Sabinada, onde a Bahia “declarava-se ‘inteira e perfeitamente desligada do governo denominado central do Rio de Janeiro’, passando a ser um ‘Estado livre e independente’, cujas eleições seriam marcadas brevemente.” (GRINBERG, 2009, p. 272)
Debates sobre o intuito da revolta percorreram, entre questões revolucionárias ou sociais. Entre questões do rompimento da corte ou movimento republicano. Figuras influentes da época comentam sobre a Constituição de 1824, e como no Império do Brasil, não se fazia efeito da lei que garantia igualdade, dos livres, libertos e mulatos com a população branca, mesmo todos sendo cidadãos brasileiros.
IV. O QUE MUDOU COM A REVOLTA
Segundo Dilton Araújo (2009) existiu na província da Bahia, nos anos seguintes, um clima tenso dentro da província, isso acarretando a derrota da Sabinada. “A hipótese levantada pelo pesquisador é que a tão propalada pacificação da Bahia após os anos 1840 foi um objetivo duramente perseguido pelas autoridades políticas[...]” (SOUSA, 2011 p. 147) O período do Segundo Reinado, eliminou a possibilidade de revoltas e a possibilidade de demandas políticas públicas, baseadas nas reivindicações da “gente de cor”. (GRINBERG, 2009, 290)
Os trabalhos de Araújo (2009), que analisam o período de 1838-1850, demonstram o processo da organização política na província da Bahia. Comentando que a conquista da estabilidade política era algo almejado por diversos grupos, como políticos e econômicos
Uma das primeiras constatações importantes feitas por Dilton Araújo é que a historiografia sobre o período pós-Sabinada deixou um imenso vazio sobre o tema. A rigor, os estudos que têm a questão política como foco de análise se dirigiram quase que exclusivamente para as rebeliões ocorridas em 1798 e 1838. (SOUSA, 2011 p.148)
De acordo com Araújo (2005), uma das questões que também se viu no período posterior a Sabinada foi o fortalecimento do trauma gerado pela rebelião às elites da Federação, o que fortaleceu ainda mais as prerrogativas de punições do Estado. Sob a desculpa de que era fundamental a pacificação do povo baiano, para os momentos que se seguiriam, foram criados periódicos que pudessem difundir justamente este conceito da maneira como mais fosse interessante ao Governo, dito isso, o maior responsável por distribuir estes periódicos era o Correio Mercantil, ainda segundo Araújo (2005).
Todo esse contexto é de extrema importância para que possamos entender que sim, houveram punições aos participantes da Sabinada, mas que no momento posterior a ela a maior preocupação é que os baianos voltassem a se entender como parte de um todo, passando assim a construção de uma identidade nacional.
V. REFERÊNCIAS
· GRINBERG, Keila. A Sabinada e a politização da cor na década de 1830. O Brasil Imperial, v. 2, p. 1831-1870.
· MELO, Maria de Nazaré Santos; DOS SANTOS, Maysa Leite Serra. Sabinada: o conflito regencial na Bahia. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 3, p. 23707-23724, 2021.
· DE ARAÚJO, Dilton Oliveira. Bahia: a elite e os caminhos da pacificação no pós-Sabinada. Politeia-História e Sociedade, v. 5, n. 1, 2005.
· SOUSA, Maria Aparecida Silva de. Tempos de paz, tempos de tensão política. A Bahia no pós-Sabinada. 2011.
· SOARES, Walter Guimarães. A Sabinada: a revolta separatista da Bahia (1837), de Paulo César Souza, São Paulo, Brasiliense, 1987, 252 p. Caderno CRH, v. 4, n. 14, 1991.

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