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Direito das Obrigações – 2022.2 Professor: Maurício Requião Aluna: Ana Flora Lima Inadimplemento Absoluto Consequências Cada inadimplemento depende da obrigação descumprida; “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”; Em regra essas são as consequências para quando há a ocorrência do inadimplemento; Alguns autores quando usam o termo perdas e danos estão falando do que está sendo pago em substituição ao pagamento da obrigação, mas, no dia a dia, o termo perdas e danos é utilizado tanto nas situações de inadimplemento absoluto quando relativo; No momento em que ocorre o inadimplemento, surge a responsabilização – muitas vezes quanto mais demora o pagamento das perdas e danos, maior será a indenização, pois o dano pode ser agravado; “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor” – deve-se observar que, os bens que o artigo se refere são os bens que podem ser utilizados, pois alguns bens são excluídos daqueles sobre os quais incide a responsabilização (exemplo: bens impenhoráveis, bens de família). Contrato Oneroso x Benéfico O contrato oneroso traz vantagem a todos os participantes e no benéfico, somente uma parte; No contrato oneroso a responsabilidade das partes é equilibrada; No contrato benéfico, já que somente um tem vantagem, o legislador resolveu modificar qual o fato que enseja o inadimplemento – o sujeito a quem o contrato não aproveita não será inadimplente pela culpa em sentido estrito, ou seja, só se torna inadimplente se possuiu conduta dolosa (o doador só responde por dolo, o donatário responde por culpa e dolo). Caso Fortuito e Força Maior “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado; O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir”; Caso fortuito ou de força maior é uma situação excludente de responsabilidade; É possível pela via contratual, que se responsabilize pelo caso fortuito ou de força maior, mas isto não cabe em todo contrato. É comum distinguir caso fortuito e foça maior, mas no fim das contas acaba ocorrendo os mesmos efeitos. Direito das Obrigações – 2022.2 Professor: Maurício Requião Aluna: Ana Flora Lima • Teoria da Externalidade do Evento: Se fala que é caso fortuito quando é um evento que não é externo à atividade, é incito ao próprio risco da atividade desenvolvida; A força maior é algo externo, no sentido de não ser essencial à atividade; A mudança subjetiva, que leva em conta o estado anterior do devedor (exemplo: perda de emprego), não deve ser argumento que sustente o inadimplemento por caso fortuito ou força maior; Alguns elementos subjetivos podem ser observados (exemplo: em uma cidade ocorre uma chuva forte – uma pessoa ‘normal’ poderia se locomover para realizar o inadimplemento, mas uma pessoa de 80 anos e/ou um cadeirante não poderiam). Mora O pagamento não ocorre no vencimento, mas ainda é possível, ou ocorre fora do lugar e forma ajustada com o credor; A mora é uma situação transitória, ou seja, a prestação ainda tem utilidade ao credor; No final, ou ocorrerá a migração para o inadimplemento absoluto, ou ocorrerá o cumprimento da obrigação (purgação da mora); Na mora, não se trabalha apenas com o inadimplemento do devedor, mas também do credor (exemplo: local do pagamento); Estuda-se quem é o inadimplente e a partir disso, as consequências deste inadimplemento, que serão diferentes. • Espécies: → Mora do Devedor: Art. 399/CC: O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Uma primeira consequência que decorre da mora do devedor é o pagamento, por parte deste, dos prejuízos gerados pelo inadimplemento; No Art.399 do Código Civil tem-se a modificação da responsabilidade, pois, normalmente o sujeito responde somente quando o inadimplemento se dá por culpa; Aqui, quando o sujeito já está em mora, e ocorre a impossibilidade da prestação durante a mora, a responsabilidade o sujeito é maior, ou seja, ele não responde unicamente por culpa (responde pela impossibilidade mesmo que ela decorra de caso fortuito ou força maior); Direito das Obrigações – 2022.2 Professor: Maurício Requião Aluna: Ana Flora Lima Isto ocorre porque, se o devedor já tivesse cumprido com a prestação, o caso fortuito ou força maior não afetaria mais a prestação; Existem algumas exceções para a responsabilização: se o ele provar que não estava em mora, ou se comprovar que de qualquer maneira o dano teria ocorrido. → Mora do Credor: Art. 400/CC: A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Traz três consequências diferentes: O devedor que não teve dolo fica isento da responsabilidade da conservação da coisa, ou seja, se ocorre a impossibilidade da prestação culposamente, o devedor não irá responder; O credor deve arcar com as despesas que decorram da conservação da coisa; Se o preço da coisa variar entre o momento acordado para o adimplemento e o momento em que ele se realiza, o credor tem que pagar ao devedor o preço mais favorável a este (da contraprestação que ele o deve); Essas consequências são pensadas dentro de um contrato em que há uma prestação e uma contraprestação; Ex.: O credor comprou 10 sacas de café, e foi acordado que elas seria pagas no dia 12/11, à 100 reais cada. O credor não foi retirar as sacas na data acordada, somente fazendo isto no dia20/11. Entre 12/11 e 20/11, o valor da saca oscilou entre 95,00 e 105,00 – o credor portanto, deverá pagar o valor de 105,00 por saca, mesmo este não tendo sido o valor que vigeu no dia 20/11. → Ex re: A obrigação pode ter sido firmada com prazo já fixado e, chegando este dia, não é necessário nenhum ato do credor; O credor não precisa interpelar o devedor, que, estará automaticamente inadimplente ao não cumprir com a prestação devida. → Ex persona: Existem situações em que não há definição do prazo final, e a mora irá depender da interpelação do credor (o credor deve interpelar o devedor para constituí-lo em mora). • Purgação da mora: Purgar a mora é dar fim a ela, e, para que ela seja extinta, deve-se cumprir o que se deve, e submeter-se aos efeitos da mora.
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