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OBRIGAÇÕES CONCEITO Direito das obrigações é o conjunto de normas jurídicas que regulamentam as Obrigações. Obrigação é quando existe um vínculo jurídico entre duas pessoas (naturais ou jurídicas) mediante o qual uma das pessoas é obrigada a realizar algo (dever) em favor de outra pessoa. O objeto da obrigação pode ser de dar, fazer ou não fazer algo. ELEMENTOS o Elemento objetivo ou material – A prestação propriamente dita. Conduta: Conduta positiva: dar ou fazer Conduta negativa: não fazer Lícito, possível (possibilidade jurídica e física) Determinado / determinável (inicialmente pode ser interminável, porém deverá ser possível no momento da execução) Economicamente mensurável (capacidade de se traduzir patrimonialmente) o Elemento subjetivo – Sujeitos da relação, sendo eles o sujeito ativo e o sujeito passivo. ATIVO (credor) - pessoa natural ou jurídica que tem o direito de receber uma prestação. PASSIVO (devedor) - pessoa natural ou jurídica que tem a obrigação de realizar uma prestação. o Elemento imaterial ou abstrato – O vínculo jurídico Obs.: Em uma obrigação poderá existir vários devedores, como também vários credores. RELAÇÃO JURÍDICA DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO VÍNCULO JURÍDICO (Obrigação) CREDOR DEVEDOR Se o Devedor não cumprir com a Obrigação, o Credor poderá exigir judicialmente o cumprimento da Obrigação. Isso só é possível porque a relação jurídica entre o Devedor e o Credor é integrada por um Direito Subjetivo. DIREITO SUBJETIVO Direito subjetivo é o direito que a pessoa tem de exigir de outra pessoa uma prestação ACEPÇÕES DE OBRIGAÇÃO Nem todos os deveres penetram o ordenamento jurídico, como o dever moral ou o dever social, apesar de relevante não podem ser exigidos judicialmente. Já o dever jurídico é justamente aquele que pode ser exigido judicialmente, por possuir interferência do Estado para o seu comprimento. A responsabilidade no Direito das obrigações é garantir e evitar a inadimplência de um dever obrigacional. SANÇÃO E COAÇÃO As sanções são um mecanismo de coação, que visam cumprir as prestações (dívidas dos devedores) ajustadas por aqueles que contraíram uma obrigação. * Artigo 389 do C.C. OBRIGAÇÕES NATURAIS o Obrigações perfeitas: apresenta débito e responsabilidade o Obrigações imperfeitas: falta um dos elementos (débito, ou responsabilidade) Responsabilidade sem débito - Ex.: fiança (o fiador tem a responsabilidade de pagar, mas não tem débito) Débito sem responsabilidade – Ex.: apostas de jogo (o devedor deve a prestação ao credor, porém o credor não pode entrar com uma ação jurídica pois não há possibilidade de que seja exigido na esfera jurídica) DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS OBRIGAÇIONAIS E DIREITOS REAIS o Direitos obrigacionais: são aquele que há um vínculo entre dois sujeitos, no qual o credor tem o direito de exigir determinada prestação economicamente mensurável do devedor, podendo pleitear judicialmente a prestação. o Direitos reais: é o direito que traduz o poder judiciário direto de uma pessoa sobre uma coisa PRINCÍPIOS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES o Princípio da socialidade: trata-se da concepção de que, ao buscar satisfazer o interesse próprio, o sujeito não deve objetivar apenas o bem individual, devendo sempre resguardar as expectativas da coletividade. o Princípio da eticidade: trata-se da concepção do atual Código Civil ser mais poroso a valores sociais externos. o Princípio da operabilidade: trata-se da aplicação do direito tendo em vista a situação concreta, observando-se as particularidades dos sujeitos envolvidos. FONTES DAS OBRIGAÇÕES o Leis: a lei é fonte primária de todo direito. É o direito que dá significação jurídica aos fatos humanos e, especificamente no Direito das Obrigações, é a lei que garante a formação do vínculo obrigacional. o Ato jurídico: é o que gera consequência jurídica prevista em lei e não pelas partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. o Negócio jurídico: se procura criar normas para regular interesses nas partes, harmonizando vontades aparentemente antagônicas. o Ato ilícito: atos contrários ao Direito, que estão sujeitos a consequências. CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES o Obrigações de dar: o devedor tem o dever de entregar um bem móvel ou imóvel para seu credor. Coisa certa: é a coisa individualizada, perfeitamente determinada em gênero, quantidade e qualidade. Coisa incerta: é desprovida de individualidade, apenas definida quanto ao gênero e a quantidade, desprovida de qualidade. o Obrigações de fazer: ato ou serviço a ser executado pelo devedor Fungível: é aquela substituível, impessoal, em que o ato ou serviço pretendido pode ser executado por terceiro sem prejuízo ao cumprimento das obrigações. Infungível: é aquela insubstituível, que só pode ser executada pela pessoa do devedor para que ocorra o adimplemento o Obrigações de não fazer: as obrigações de não fazer são chamadas de negativas e tem como foco um dever de abstenção. o Obrigações alternativa: Obrigação simples: possui apenas um objeto Obrigação composta: possui múltiplos objetos Obrigação cumulativa: possui várias prestações e o devedor tem a obrigação de cumprir todas Obrigação alternativa: possui várias prestações e o devedor precisa cumprir apenas uma delas Obrigação facultativa: subespécie de obrigação alternativa, que é uma obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e só a ele exonerar-se mediante cumprimento de prestação diversa e predeterminada. Obrigação divisível: são aquelas que é possível que haja um cumprimento fracionado. Obrigação indivisível: são aquelas que não podem ser fracionadas. Obrigação solidária: é quando há multiplicidade de credores e/ou devedores e todos os credores têm direito à dívida toda, enquanto cada devedor é responsável pelo adimplemento de toda dívida. o Solidariedade passiva: múltiplos devedores o Solidariedade ativa: múltiplos credores