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Lei penal no tempo

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LEI PENAL NO TEMPO
Quando falamos em tempo, em aplicação de Lei Penal no Tempo, falamos basicamente em quando ou em que 
momento a Lei Penal será aplicada. É importante saber que iremos tratar agora utilizando algumas expressões e 
palavras técnicas, por exemplo, eficácia, validade, força. Estas expressões possuem, dogmaticamente, conteúdos 
distintos, porém para o objetivo dessa explicação, trataremos delas como sinônimos para melhor entendimento.
Quando falamos da aplicação de Lei Penal no tempo, o que se diz é a respeito da eficácia da lei no que toca ao 
tempo em que ela é válida. Lembrando que estamos trazendo estas expressões como sinônimas, em outras 
matérias, como Teoria Geral do Direito ou Introdução ao Estudo do Direito, iremos aprender o real significado 
destas expressões.
Vamos imaginar a ocorrência de um fato no dia de hoje, dia 01/02/2001 e uma lei que esteja em vigor desde 
29/03/1999, a questão é identificar qual lei deve ser aplicada para aquele fato específico. Lembrando que uma 
lei começa a vigorar a partir da data de sua publicação. Se não houver um período de vacatio legis, basicamente 
desde a data de sua publicação a lei passa a ter eficácia e ser válida, portanto, aplicável ao caso concreto.
Falando de aplicação da Lei Penal no tempo, pensa-se em um princípio básico do Direito Penal: É o princípio do 
tempus regit actum, ou seja, o tempo rege o ato.
Qual a consequência da aplicação deste princípio?
Vamos imaginar a seguinte situação, temos a lei “A”, que entra em vigor no dia 01/01/2001 prevendo uma pena 
de 5 a 10 anos, e, no dia 03/03/2005, o sujeito comete um crime, a lei que deve ser aplicada a este fato é a lei 
“A”, segundo o princípio do tempus regit actum, significa que a lei “A” tem validade para frente, ou seja a partir 
de sua entrada em vigor, esta lei rege os fatos futuros.
Há conflitos quando uma lei posterior conflita com a lei anterior, por exemplo, a lei “A” entra em vigor em 
03/04/2003 com pena de 3 a 10 anos, em 05/03/2004 um indivíduo comete este crime, porém em 07/09/2004 
surge uma lei “B” estabelecendo para o mesmo crime a pena de 2 a 4 anos ou uma pena de 5 a 17 anos, nesta 
situação encontramos um conflito na aplicação da lei penal do tempo, pois existe uma lei “A”, um fato 
intermediário e uma lei “B”; não se sabe qual a lei deve ser aplicada ao caso concreto. Devemos fazer uma 
análise da Constituição, esta situação está prevista no art. 5º, XL (Veja o tópico “Legislação” ao final do texto) 
que estabelece a irretroatividade da lei penal, salvo em benefício do réu.
Ou seja, no caso em que exemplificamos, a lei que deveremos aplicar será a lei que for mais benéfica ao réu, se, 
eventualmente, a lei posterior ao fato for mais benéfica ao réu, esta lei retroagirá, com base na exceção 
estabelecida na CF.
05/03/2003
Crime é cometido
03/04/2003
Lei “A” entra em vigor
07/09/2004
Lei “B” entra em vigor 
e beneficia o réu
LEI PENAL NO TEMPO
d pna
LEGISLAÇÃO
Constituição Federal
Art. 5º - “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; (...)”.
JURISPRUDÊNCIA
STJ - HC 189.672 - 5.a Turma - j. 25/10/2016 - julgado por JOEL ILAN PACIORNIK - Área do Direito: 
Constitucional; Penal
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO 
AO PUDOR. PRÁTICA DELITIVA ANTERIOR À LEI N. 12.015/09. RECURSO DE APELAÇÃO DA ACUSAÇÃO. 
APLICAÇÃO DA NOVATIO LEGIS PELO TRIBUNAL ESTADUAL. AGRAVAMENTO DA PENA IMPOSTA NA 
SENTENÇA.WRITQUE PLEITEIA A ADEQUAÇÃO DA DOSIMETRIA DA PENA A PATAMARES MAIS JUSTOS. 
FIXAÇÃO DA PENA ALÉM DO MÁXIMO COMINADO EM ABSTRATO PELO TIPO PENAL EM RAZÃO DA 
INCIDÊNCIA DE AGRAVANTE. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI N. 12.051/09 PARA 
AGRAVAR A PENA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. RECONHECIMENTO DE CRIME ÚNICO COM VALORAÇÃO 
NEGATIVA DOS ATOS DIVERSOS DA CONJUNÇÃO CARNAL NA FIXAÇÃO DA PENA-BASE. POSSIBILIDADE 
DESDE QUE RESPEITADA A PROIBIÇÃO À REFORMATIO IN PEJUS . SITUAÇÃO DOS AUTOS EM QUE A 
APLICAÇÃO INTEGRAL DA LEI N. 12.051/09 FOI PREJUDICIAL AO RÉU. IMPOSSIBILIDADE DE COMBINAÇÃO 
DE LEIS. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA RESTABELECER A PENA FIXADA NA SENTENÇA CONFORME 
LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DOS FATOS.
Por se tratar de habeas corpus substitutivo de recurso próprio, a impetração não deve ser conhecida, segundo a 
atual orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do próprio Superior Tribunal de Justiça, sem 
prejuízo da verificação das alegações expostas na inicial, ante a possibilidade de se verificar a existência de 
flagrante constrangimento ilegal.
A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que o habeas corpus não se presta a rever o juízo 
discricionário do Magistrado na fixação da pena, que deve atender à singularidade do caso concreto. Assim, a 
alteração a dosimetria da pena deve se restrita aos casos de flagrante desproporcionalidade ou erro de técnica, 
o que se verifica na espécie.
Na segunda etapa do sistema trifásico, o acórdão fixou a pena acima do máximo legal, a despeito de a incidência 
de agravante poder elevar a reprimenda apenas até o patamar máximo cominado abstratamente no tipo. A Lei n. 
12.015/09 estabeleceu no preceito secundário do art. 213 (estupro) a pena de 6 a 10 anos, entretanto, na 
espécie, ao incidir a agravante da reincidência, o Tribunal a quo fixou, na segunda fase da dosimetria, a pena de 
10 anos e 6 meses de reclusão. O aumento da pena acima do máximo previsto no tipo penal é permitido somente 
na terceira fase da dosimetria da pena, mediante o reconhecimento de causas de aumento. Precedentes.
No caso concreto, ainda que se corrija o erro técnico de dosimetria da pena, fixando-a em 10 anos de reclusão, 
a aplicação retroativa da Lei n. 12.015/09 permanecerá prejudicial ao réu, uma vez que o Juízo de primeiro 
grau fixou a pena de 9 anos e 4 meses de reclusão, considerando a lei vigente à data dos fatos.
A Corte estadual pode agravar a pena do réu atendendo ao pleito do Parquet , desde que sob fundamentação 
idônea. Havendo pedido ministerial para o recrudescimento da pena, pode haver reformatio in pejus, todavia há 
de se observar também as regras que norteiam o conflito de leis penais no tempo. Portanto, não se pode ignorar 
o conteúdo dos arts. 1º e art. 2º do Código Penal – CP, que, em consonância com o art. 5º, incisos XXXIX e XL, 
da Constituição Federal – CF, consagram duas máximas do Direito Penal:
"não há crime sem lei anterior que o defina" e "a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu".
Conforme firme jurisprudência do STJ, não é possível retroagir a Lei n. 12.015/09 apenas para possibilitar o 
reconhecimento do crime único, aplicando-se o preceito secundário menos gravoso da lei anterior, o que 
implicaria indevida combinação de normas. Precedentes.
Diante do cotejo das duas penas aplicadas, constata-se que, na singularidade do caso concreto, a aplicação 
retroativa da Lei n. 12.015/09, de forma integral, foi prejudicial ao réu, configurando flagrante ilegalidade. Por 
essa razão, deve ser restabelecida a pena fixada na sentença. Nesse ponto, observo ser inequívoco que o édito 
condenatório de primeiro grau aplicou a legislação vigente à época dos fatos na sua integralidade, até porque a 
sentença foi proferida anteriormente às inovações legislativas implantadas nos crimes contra a dignidade sexual.
Habeas corpus substitutivo não conhecido. De ofício, concedo a ordem para determinar que seja restabelecida a 
sentença que fixou a pena em 9 anos e 4 meses de reclusão, no regime inicial fechado.
A aplicação da lei penal no tempo está prevista no art. 2o CP (veja tópico “Legislação” ao final do texto.) onde 
observamos os princípios: abolitio criminis e novatio legis in melius.
Como observado no art. 5º, inc. XL CF(veja tópico “Legislação” ao final do texto) temos por regra a 
irretroatividade da lei, salvo para beneficiar o réu.
O instituto do Abolitio criminis, está disciplinado no art. 2ºCP (Veja o tópico “Legislação” ao final do texto), e 
trata de uma novatio legis supressiva de incriminações, ou seja, extingue o crime. Ocorre o abolitio criminis 
quando uma lei posterior deixa de considerar o fato criminoso
Exemplo: Uma lei “A” considerava um fato como criminoso, ao passar do tempo, surge uma segunda lei “B” que 
deixa de considerar este mesmo fato como criminoso, neste caso, a lei retroage e atinge os casos pretéritos, 
ainda que possuam sentenças transitadas em julgado.
Novatio legis in mellius, é uma nova lei benéfica. Está tipificada no art. 2º, parágrafo único (Veja o tópico 
“Legislação” ao final do texto. Significa que, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, será 
aplicada a fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
LEGISLAÇÃO
Código penal
Art. 2º- “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”.
JURISPRUDÊNCIA
STJ - HC 378.046 - 5.a Turma - j. 2/2/2017 - julgado por JOEL ILAN PACIORNIK - Área do Direito: Penal
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. DESCABIMENTO. EXECUÇÃO PENAL. NOVATIO LEGIS 
IN MELLIUS . ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. LEI N. 12.015/09. CONDUTAS PRATICADAS NO 
MESMO CONTEXTO CONTRA A MESMA VÍTIMA. CRIME ÚNICO. VALORAÇÃO DAS DIVERSAS OCORRÊNCIAS 
NAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
Diante da hipótese de habeas corpus substitutivo de recurso próprio, a impetração sequer deveria ser 
conhecida, segundo orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e do próprio Superior Tribunal de 
Justiça. Contudo, considerando as alegações expostas na inicial, razoável a análise do feito para verificar a 
existência de eventual constrangimento ilegal.
Os documentos carreados aos autos demonstram que as condutas típicas que ensejaram as condenações por 
estupro e atentado violento ao pudor foram praticados contra a mesma vítima no mesmo contexto fático.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica de que os crimes previstos nos arts. 213 e 214 do 
Código Penal, após a redação dada pela Lei n. 12.015/09, configuram crime único. Todavia, devem as diversas 
condutas praticadas serem valoradas na primeira fase do cálculo da pena, ficando estabelecido como limite 
máximo para a nova sanção, a totalidade da pena anteriormente aplicada ao estupro e ao atentado violento ao 
pudor, de forma a se evitar a reformatio in pejus.
Por se tratar de inovação benéfica, novatio legis in mellius , a Lei n. 12.015/09 alcança todos os fatos ocorridos 
anteriormente à sua vigência. Na hipótese dos autos, considerando que a vítima foi submetida a conjunção 
carnal e atos libidinosos diversos, no mesmo contexto fático, deve ser concedida a ordem para reconhecer a 
ocorrência de crime único. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para determinar ao Juízo 
das Execuções que refaça a dosimetria da pena imposta ao paciente.
TEMPO DO CRIME
Para identificar o tempo do crime, tem-se 3 teorias:
Teoria da atividade: Considera-se tempo do crime o momento da ação ou da omissão.
Teoria do resultado: Considera-se o tempo do crime o momento da produção do resultado lesivo.
Teoria mista: Considera-se momento do crime tanto o momento da ação ou omissão como o da produção do 
resultado lesivo.
TEMPO DO CRIME
Teoria da atividade
Teoria do resultado
Teoria mista
Teoria adotado no Brasil
J
Para análise de qual teoria o Código Penal Brasileiro adota a teoria da atividade (art.4º do CP – Veja o tópico 
“Legislação” ao final do texto), ficando expresso o afastamento da teoria do resultado.
LUGAR DO CRIME
Acerca do lugar do crime, também existem 3 teorias:
Teoria da atividade: Considera-se lugar do crime o local da ação ou da omissão.
Teoria do resultado: Considera-se o lugar do crime o local da produção do resultado lesivo.
Teoria mista: Considera-se lugar do crime tanto o local da ação ou omissão como o da produção do resultado 
lesivo.
Para análise de qual teoria é adotada pelo Brasil, veja o artigo 6º do Código Penal (Veja o tópico “Legislação” ao 
final do texto).
Sendo assim, em relação ao lugar do crime é adotada a teoria mista ou da ubiquidade, ou seja, se o Brasil for 
julgar a ação, essa poderá ter sido realizada tanto neste país quanto em outro, desde que o resultado seja aqui, 
pois em ambos os casos o Brasil terá competência.
LEGISLAÇÃO
Código Penal:
Art. 4º - “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado”.
Art. 6º - “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
Territorialidade
O CP em seu art.6º adota a teoria mista, e por essa razão, considera-se lugar do crime aquele da ação e do 
resultado. O que se busca identificar com o estudo da lei penal no espaço, é o lugar, o espaço geográfico em que 
a lei será aplicada.
Territorialidade, esta descrita no art. 5º do CP (Veja o tópico “Legislação” ao final do texto).
A lei brasileira se aplica ao crime cometido dentro dos limites do território brasileiro, isto é uma questão de 
soberania nacional. Independente da nacionalidade, condição cultural, social, étnica, religiosa, etc. Qualquer um 
que cometer crime dentro do território nacional, aplica-se a lei brasileira. Exemplo, um russo mata um árabe na 
Avenida Paulista em São Paulo, aplica-se a lei brasileira.
LUGAR DO CRIME
Teoria da atividade
Teoria do resultado
Teoria mista
Teoria adotada do Brasil
B
A territorialidade é uma regra, mas é uma territorialidade relativa, também chamada de temperada. Pois o CP 
diz que se aplica a lei brasileira ao crime cometido em território nacional, porém sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional.
LEGISLAÇÃO
Código Penal:
Art.5º - “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional”.
JURISPRUDÊNCIA
TJRS - Ag em Execução 70063718035 - 3.a Câmara Criminal - j. 20/8/2015 - julgado por SÉRGIO MIGUEL 
ACHUTTI BLATTES - Área do Direito: Internacional
AGRAVOEM EXECUÇÃO. REMIÇÃO.LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. IMPOSSIBILIDADE DE LEI ESTRANGEIRA MAIS 
BENÉFICA.
Em que pese o apenado tenha permanecido segregado cautelarmente em território estrangeiro, e lá trabalhado e 
estudado, uma vez extraditado para o território nacional, a competência para a execução da pena passa a ser do 
juízo brasileiro, e a lei aplicável é a nacional, por força do princípio da territorialidade, assegurada apenas o 
desconto da pena cumprida no exterior. Decisão agravada confirmada.
O princípio da territorialidade, está previsto no artigo 5º do Código Penal (Veja o tópico “Legislação” ao final do 
texto), a territorialidade no código penal é uma regra segundo a qual os crimes praticados dentro do território 
nacional, aplica-se a lei brasileira, não importando a nacionalidade da pessoa. Quando se fala em território 
verifica-se a existência do território geográfico e do território chamado de jurídico ou político (extensão).
→ Território geográfico: O território brasileiro compreende três elementos:
O solo é o primeiro elemento, se caracteriza pela existência de limites territoriais do norte ao sul do país, além 
das terras contínuas e descontínuas. É a ocupação corporal, ou seja, também abrange as ilhas, sejam elas fluviais 
ou oceânicas.
O segundo elemento é a água, podem estar localizadas no interior (rios) ou águas marítimas. Quando se fala em 
mar é possível aidentificação de três zonas:
 Mar territorial compreende a faixa de apenas 12 milhas marítimas essa faixa pequena compreende o território 
brasileiro.
Zona contenção ou de proteção que vai compreender uma faixa de 40 milhas marítimas, não é território nacional 
é apenas uma faixa de proteção da costa.
Zona exploração econômica são 200 milhas marítimas nessa faixa só existe o direito à exploração econômica.
Para efeitos de territórios brasileiros devemos considerar apenas o chamado mar territorial.
O terceiro elemento que é o ar, compreende o espaço aéreo, ou seja, o espaço aéreo existente acima do 
território do e do mar territorial. Não confunda com o espaço cósmico, pois compreende aquele espaço que esta 
acima da atmosfera.
→ Território Político ou Jurídico: É considerado por extensão (art. 5º, §1º do CP – Veja o tópico “Legislação” ao 
final do texto), neste parágrafo verificamos a existência dos seguintes elementos fictícios:
Aeronaves públicas ou a serviço público. 
Embarcações públicas ou a serviço público.
São exemplos uma aeronave da força aérea brasileira ou uma embarcação de titularidade da Petrobrás ou dos 
Correios. Se um crime ocorrer dentro destas aeronaves ou embarcações, aplica-se a lei brasileira, aonde quer que 
se encontrem.
Aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada.
Nestes casos, aplica-se a lei brasileira quando elas se encontrarem em alto- mar e no espaço aéreo 
correspondente, pelo simples fato de não incidir soberania dentro deste território. A lei aplicável é aquela relativa 
à bandeira da aeronave ou embarcação.
LEGISLAÇÃO
Código Penal:
Art. 5º - “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves 
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço 
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil”.
TERRITÓRIO
Geográfico
Político ou jurídico 
Terra
Água
Ar
Embarcações brasileiras 
públicas ou que prestam 
serviço público
Aeronaves brasileiras 
públicas ou que prestam 
serviço público 
Embarcações mercantes 
ou de propriedade privada 
Lei brasileira
Aplica-se a lei 
brasileira apenas 
nos casos em que se 
encontra no mar 
territorial onde não 
incide soberania.
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