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UNIDADE V 
 
SANGUE SANGUE SANGUE SANGUE 
 
 
 O sangue constitui uma mistura polifásica, contida no interior 
dos vasos sangüíneos, que se caracteriza por uma fase líquida 
(plasma), onde se encontram células (elementos figurados) em 
suspensão e substâncias dissolvidas. Estes elementos figurados são 
constituídos pelas hemácias, leucócitos e plaquetas (trombócitos). 
 As hemácias ocupam um volume no sangue cuja 
porcentagem está entre 40 a 55% no homem e 38 a 48% na mulher. 
Quanto ao número, as hemácias são encontradas por mm3 de sangue, 
de 4,5 a 6,0 milhões no homem e de 4,0 a 5,5, milhões na mulher. 
Usando o líquido de Hayem, o bicloreto de mercúrio de sua composição 
provoca a lise dos leucócitos e juntamente com os outros solutos 
mantém a solução isotônica. 
 O número de leucócitos, em relação às hemácias, é 
consideravelmente menor: 5.000 a 10.000/mm3 de sangue. Usando o 
líquido de Turck, o ácido acético existente em sua composição, provoca 
a lise das hemácias enquanto que a violeta genciana confere uma ligeira 
coloração aos leucócitos. 
 O conhecimento dos diversos tipos de leucócitos, número 
por mm3 de sangue e sua fórmula leucocitária tem grande importância 
na clínica. O número dos diversos tipos ou a fórmula leucocitária, 
normalmente, se apresenta: 
 
 
VALORES NORMAIS PARA MAIORES DE 13 ANOS 
(SEGUNDO P.JANINI) 
 
LEUCÓCITOS % N.º/mm 3 (5.000-10.000) 
Neutrófilos 60 - 70 3.500 – 6.300 
a) metamielócitos 0 – 1 0-50 
b) bastonetes 2 – 4 180 – 300 
c) segmentados 58 – 66 3.250 – 6.000 
Eosinófilos 2 – 4 100 – 240 
Basófilos 0 – 1 25 – 80 
Linfócitos 20 – 30 1.200 – 2.000 
Monócitos 4 – 8 150 – 600 
 
 
2 
 
1.1.1.1. CONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIASCONTAGEM DAS HEMÁCIAS 
 
� Objetivos: 
1. Conhecer uma das técnicas usadas para a contagem das hemácias. 
2. Familiarizar o aluno com o número normal de hemácias. 
 
� Materiais e Soluções: 
 
Materiais: câmara de Neubauer, microlanceta descartável, lamínula, 
microscópio, pipeta diluidora de Thoma para hemácia, algodão. 
 
CÂMARA DE NEUBAUER , também conhecida como hemocitômetro, é 
uma lâmina grossa de uso microscópico, com formato retangular e 
normalmente de vidro, com uma depressão no centro, utilizada para 
fazer contagem de células por unidade de volume de uma suspensão. 
Podem ser contadas as células sanguíneas, tais como hemácias e 
leucócitos, assim como células oriundas de outros procedimentos 
invasivos para investigação de determinadas patologias. 
 
 
 
 Câmara de Neubauer 
 
 
Soluções: álcool 70% e líquido de Hayem 
 
COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO DE HAYEM 
Substância Quantidade 
Bicloreto de mercúrio 0,25 g 
Cloreto de sódio 0,50 g 
Sulfato de sódio 2,5 g 
Água destilada 100 ml 
 
 
 
 
3 
Observe a Câmara (no microscópio): a plataforma central é 0,1 mm 
mais baixa do que as laterais. Esta plataforma central, por sua vez, é 
dividida em 2 segmentos, tendo cada um, uma área reticulada de 9 
mm2, apresentando 9 quadrados grandes e iguais. 
 Observando o quadrado grande central, o qual tem uma área de 1 
mm2, nota-se que está dividido em 25 quadrados médios separados por 
linha dupla/tripla e que cada um destes quadrados está, por sua vez, 
dividido em 16 quadradinhos, o que resulta haver no mm2 central 400 
quadrinhos (16 x 25 = 400). 
 
 
 
 
 
 
� Técnica: 
 
1. Coloque a lamínula sobre a câmara de Neubauer, apoiando-se sobre 
as 2 plataformas laterais. 
2. Faça a assepsia da polpa digital com álcool e deixe secar. Puncione-a 
com a microlanceta descartável. 
3. Aspire, imediatamente com a pipeta do Thoma, parte da gota de 
sangue formada na extremidade do dedo até a marca de 0,5 mm3. A 
seguir, limpe a extremidade da pipeta com algodão e aspire o líquido 
de Hayem até a marca 101, evitando a perda, por menor que seja, do 
sangue colhido. 
 
 
4 
 
Pipeta de Thoma para contagem de hemácias e leucócitos 
 
4. Feche a extremidade livre da pipeta com o dedo indicador e agite a 
pipeta com movimentos delicados durante 1 a 2 minutos para 
homogeneizar a mistura. 
5. Sopre a pipeta, desprezando as duas primeiras gotas. Deixe então 
formar na extremidade da pipeta aproximadamente meia gota e 
coloque-a no segmento da plataforma central, entre este e a lamínula. 
Proceda da mesma forma para o segmento oposto da plataforma 
central. 
 
 
6. Leve a lâmina ao microscópio, mantendo a platina do mesmo na 
horizontal. Focalize o retículo, inicialmente com a objetiva de menor 
aumento e verifique se ocorre distribuição homogênea das hemácias. 
Caso positivo passe para o aumento médio. No caso de não ter 
distribuição homogênea, focalize o retículo do outro lado. Também 
não ocorrendo distribuição homogênea lave a câmara com água 
 
 
5 
corrente. Passe álcool e deixe secar, repetindo a seguir o 
procedimento para encher a câmara (item 5). 
7. Conte as hemácias existentes em 5 dos 25 quadrados médios,ou 
seja, as hemácias existentes em 80 quadrinhos, lembrando que cada 
quadrado médio é separado do vizinho por dupla ou tripla linha que 
contém 16 quadrinhos. É normal contar um de cada canto e o mais 
central de todos. Nesta contagem de hemácias, para cada um dos 
quadrados médios, as hemácias situadas sobre as linhas duplas 
esquerda e superior são contadas, enquanto que as situadas sobre as 
linhas duplas direita e inferior são excluídas. Anote a contagem no 
esquema do retículo de Neubauer 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do número de hemácias por mm 3 de sangue 
 
Retículo de Neubauer 
 
 
6 
 
 Área para contagem de hemácias por mm3 de sangue 
 
 
1- Você contou as hemácias contidas em 5 quadrados médios, e como 
existem 25, portanto contou apenas 1/5 do mm2. Para o valor total 
deverá multiplicar por 5. 
2- A altura da câmara na qual se encontram as hemácias é de 0,1 de 
mm, portanto para 1 mm de altura devemos multiplicar por 10. 
3- A diluição feita foi de 200 vezes, portanto no sangue a concentração 
de hemácias é 200 vezes maior. 
 
Conclui-se que o número de hemácias, por mm3 de sangue, é obtido, 
multiplicando a soma das hemácias dos 5 quadrados médios por 10.000 
(5 x 10 x 200 = 10.000), ou seja, simplesmente acrescentando 4 zeros à 
soma de hemácias contadas por 5 quadrados médios. 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Mostrar o resultado e descrever procedimento para contagem das 
hemácias. Qual a faixa normal para o homem e mulher acima de 12 
anos? 
♦ Quais as finalidades do líquido Hayem? 
♦ Para diluirmos 200 vezes, devemos aspirar 0,5 mm3 de sangue e 
completar com líquido de Hayem até a marca 101 mm3 da pipeta. 
♦ Quais são as causas de erro que podem ocorrer neste método de 
contagem? 
 
 
 
7 
 
2222---- CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS CONTAGEM GLOBAL DOS LEUCÓCITOS 
 
� Objetivos: 
1. Conhecer uma técnica para determinar o número de leucócitos no 
sangue. 
2. Familiarizar o aluno com o número normal de leucócitos no sangue. 
 
� Materiais e Soluções: 
 
Materiais: Câmara de Neubauer (Hemocitômetro), microlanceta 
descartável, lamínula, microscópio, pipeta diluidora para leucócitos 
 
� Soluções: álcool 70% e líquido de Turck. 
 
 
Composição do líquido de Turck 
 
Substância Quantidade 
Ácido acético glacial 1 ml 
Violeta de genciana a 1% 1 ml 
Água destilada 100 ml 
 
� Técnica: 
 
1- Após a limpeza e realizada a assepsia da polpa digital com 
álcool, deixe o álcool secar e puncione-a com a microlanceta. 
2- Colete 0,5 mm3 de sangue na micropipeta para leucócitos, 
limpe imediamente a sua extremidade com algodão e aspire o 
líquido de Turck até a marca 11 da pipeta. 
3- Fechando a extremidade livre da pipeta com o dedo indicador, 
homogeneize a mistura mediante sucessivas inversões da 
pipeta. 
4- A técnica para a preparação da câmara é idêntica àquela usada 
para a contagem de hemácias. 
5- Como o número de leucócitos é muito reduzido, recomenda-se 
contar os leucócitos contidosnos 4 quadrados grandes, dos 
nove que formam o retículo, tendo cada 1 mm2. Os escolhidos 
são um de cada canto do retículo, tendo 16 quadrados médios 
por mm2. 
 
 
 
8 
 
 
 
Cálculo do número de leucócitos por mm 3 de sangue 
 
1- Você contou os leucócitos contidos em 4 mm2, como lhe interessa 
apenas o valor médio por mm2, deverá dividir o número total de 
leucócitos por 4. 
2- A altura da câmara é de 0,1 de mm, portanto para a obtenção da 
altura de 1 mm deverá multiplicar por 10. 
3- A diluição processada foi de 20 vezes, portanto o número de 
leucócitos no sangue é 20 vezes maior. 
 Disto tudo você conclui que deverá multiplicar o número de 
leucócitos contados nos 4 quadrados grandes por 50, isto é, 
 
 nº x 10 x 20 = nº x 50 
 4 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Qual é o número de leucócitos encontrado? Está dentro da faixa 
normal? 
♦ Por que a diluição nesta técnica é de apenas 20 vezes? 
♦ Quais as finalidades do líquido de Turck nesta técnica? 
♦ Quais são as funções dos leucócitos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
3333---- ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO ERITROSSEDIMENTAÇÃO 
 
A eritrossedimentação ou teste da velocidade de sedimentação 
das hemácias (VHS) é empregado como indicador de doenças 
inflamatórias ou infecciosas e até mesmo da condição geral de saúde ou 
doença. Atualmente, mesmo com a disponibilidade de exames 
complementares mais sofisticados, a VHS continua sendo solicitada 
com muita freqüência pelos reumatologistas, que o utilizam no 
diagnóstico e no acompanhamento clínico de doenças como a artrite 
reumatóide, o lúpus eritematoso sistêmico e a doença reumática. A VHS 
também tem utilidade para outros especialistas que estejam atuando em 
localidades com recursos laboratoriais mais precários. 
O método de Wintrobe utiliza um tubo de hematócrito, preenchido 
com amostra de sangue venoso colhido em oxalato. 
A velocidade com que as hemácias sedimentam no tubo de 
hematócrito depende do volume e da forma dos eritrócitos e das 
proteínas do plasma. A VHS não mede a viscosidade sangüínea, mas é 
influenciado por proteínas plasmáticas na seguinte escala comparativa 
de valores: fibrinogênio, β-globulina, α e γ-globulinas e albumina. 
Fatores que reduzem a sedimentação das hemácias incluem a rigidez e 
alterações morfológicas celulares. Fatores que aumentam a VHS 
incluem estados de hemodiluição (anemias agudas ou crônicas), e a 
eventual presença de proteínas plasmáticas anormais (mieloma 
múltiplo) e de alto peso molecular. 
Ao deixar um sangue incoagulável em repouso, as hemácias 
começam a se depositar por serem mais densas, seguindo-se os 
leucócitos e plaquetas, estas muito lentamente. É um teste inespecífico 
na documentação de processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico, 
servindo também para inferência de sua intensidade e, considerando-se 
as limitações, da resposta à terapêutica. Valor de VSH muito elevado 
(>80 mm/h) raramente é o único indicador de neoplasias, inflamações ou 
infecções graves. 
A VHS pode aumentar em condições fisiológicas, incluindo a 
menstruação, a gravidez e o envelhecimento. Sabe-se que a VHS é 
influenciado por níveis de hematócrito, hemoglobina, saturação de 
transferrina e ferro sérico. 
 
 
� Objetivos: 
 
 
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1. Conhecer uma das técnicas usadas para determinar a 
eritrossedimentação. 
2. Familiarizar o aluno com os valores normais da eritrossedimentação e 
discutir a importância dos seus valores no diagnóstico. 
 
 
� Materiais e Soluções : 
 
Materiais: 1 seringa de 10 ml, agulha esterilizada, pedaço de tubo de 
látex (garrote), tubo de ensaio, porta-tubos, algodão, seringa com tubo 
fino de polietileno ou pipeta de Pasteur, tubo para eritrossedimentação 
(tubo de hematócrito de Wintrobe) e suporte para o tubo de hematócrito. 
 
Soluções: álcool 70% e mistura anticoagulante de Wintrobe. 
 
Solução anticoagulante 
 
Substância Quantidade 
Oxalato de potássio 0,8 g 
Oxalato de amônia 1,2 g 
Água destilada 100 ml 
 
 
 O método escolhido por nós para determinar a 
eritrossedimentação (hemossedimentação) é o de Wintrobe. 
 No dia anterior ao experimento, devemos pipetar 0,5 ml da 
solução de Wintrobe num tubo de ensaio e colocá-lo na estufa com uma 
temperatura de 60ºC a fim de evaporar a água e assim obter uma 
mistura seca de oxalato de amônia (6 mg) e oxalato de potássio (4 mg). 
 Colher 5 ml de sangue, puncionando a veia do paciente 
usando agulha esterilizada. Retire a agulha da seringa e imediatamente 
transfira o sangue para o tubo que contém a mistura seca de 
anticoagulante. 
 Inverta suavemente o tubo várias vezes até dissolver a 
mistura anticoagulante. 
 
 
� Técnica: 
1. Retire o sangue, após agitá-lo, do tubo de ensaio com a seringa que 
contenha a cânula de polietileno ou use uma pipeta de Pasteur. 
 
 
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2. Introduza a extremidade desta cânula até o fundo do tubo para 
eritrossedimentação e despeje o sangue em seu interior, à medida 
que irá retirando-a, e sem deixar ar, até a marca O (zero). Caso passe 
a marca O, faça uma ponta de algodão e absorva o excesso de 
sangue. 
 
3. Disponha verticalmente o tubo no suporte e anote o tempo. 
4. Decorrida uma hora, faça a leitura (na escala descendente). Valores 
da eritrossedimentação até 6,5 mm para o homem e até 15 mm para a 
mulher, na primeira hora, são considerados normais, estando o 
hematócrito normal. 
 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Qual o valor encontrado para a eritrossedimentação? Encontra-se 
dentro da faixa normal? 
♦ Quais são os principais fatores que provocam aumento na velocidade 
de sedimentação das hemácias? 
♦ O que poderá estar indicando valores aumentados na 
eritrossedimentação (tipos de patogenia, estado fisiológico)? 
♦ Qual a importância da eritrossedimentação no prognóstico de uma 
patogenia? 
♦ Por que o oxalato de amônia e o oxalato de potássio impedem a 
coagulação do sangue. 
 
4444---- DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO 
 
 O Hematócrito (Ht) representa um dos mais importantes 
exames da série vermelha. É um exame rápido, de boa 
reprodutibilidade e preciso, que exige pequena quantidade de sangue 
para seu processamento. O hematócrito corresponde ao volume 
ocupado pelos eritrócitos contidos numa certa quantidade de sangue 
total. Atualmente, a técnica do microhematócrito, desenvolvida em 
tubos capilares, é a mais difundida. 
 
 
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� Objetivos: 
1. Conhecer uma técnica que possibilite determinar o volume ocupado 
pelas hemácias numa amostra de sangue. 
2. Possibilitar ao aluno calcular o volume médio das hemácias. 
 
 
� Materiais: 
 
 Seringa com tubo fino de polietileno ou pipeta de Pasteur, 
tubo de hematócrito de Wintrobe e algodão. 
 
 
� Técnica: 
1. Use o mesmo sangue colhido no experimento anterior. O frasco que 
contém o sangue, deve ser invertido, várias vezes, a fim de que as 
hemácias fiquem uniformemente distribuídas no plasma. 
2. Colha e encha o tubo de hematócrito até à marca zero como foi feito 
na técnica de eritrossedimentação. 
3. Centrifugue a 3000 rotações por minuto durante 30 minutos. 
4. Transcorrido este tempo, leia na escala ascendente, expressa no 
tubo, o volume ocupado pelas hemácias. 
 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Qual o valor do hematócrito? Os valores encontrados para o 
hematócrito estão dentro da faixa normal? Qual a importância em se 
conhecer o hematócrito? 
♦ No sangue centrifugado (como este do hematócrito) qual a ordem de 
deposição dos elementos figurados? Como se apresenta a cor do 
plasma? 
♦ Sabendo-se que volume globular médio (VGM) é o volume médio de 
cada hemácia, calcule-o para este sangue. 
 
Fórmula: 
 VGM = 
milhões de hemácias por mm 3 
 
 
♦ Quanto ao volume encontrado, as hemácias são: microcíticas, 
macrocíticas ou normocíticas? 
hematócrito x 10 
 
 
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5555----DOSAGEM DE HEMOGLOBINADOSAGEMDE HEMOGLOBINADOSAGEM DE HEMOGLOBINADOSAGEM DE HEMOGLOBINA 
 
Dado importante a conhecer sobre as hemácias é o seu conteúdo 
de Hemoglobina (Hg). Esta proteína é indispensável para o transporte 
de 02 e CO2. O teor de hemoglobina é expresso em g/100 ml de sangue 
ou em porcentagem de um valor pré-fixado. O valor porcentual tem 
importância para calcular o valor globular (VG), também conhecido por 
índice de cor ou índice colorimétrico. O valor globular é um índice entre 
a porcentagem de hemoglobina do sangue e a porcentagem do número 
de hemácias. Este dado é importante porque em quase todas as 
anemias se encontra alterado para mais ou para menos. Índice na faixa 
normal (0,9 a 1,1), as hemácias são ditas normocrômicas, acima desta 
hipercrômicas e abaixo hipocrômicas. 
 Há vários métodos para se fazer a dosagem de hemoglobina. 
Usaremos a técnica de Sahli, que se fundamenta no método 
colorimétrico. 
 
 
 
Hemoglobinômetro de Sahli 
 
OBS.: Para a dosagem da hemoglobina use amostra do mesmo 
sangue colhido para a eritrossedimentação 
 
� Objetivos: 
 
 
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1. Conhecer uma técnica que possibilite dosar a hemoglobina do 
sangue. 
2. Possibilitar ao aluno calcular a quantidade de hemoglobina por 
hemácia. 
 
 
� Materiais e Soluções: 
 
Materiais: Pipeta de Sahli e acessórios, algodão. 
 
Soluções: HCl 0,1N; água destilada. 
 
Pipeta de Sahli 
 
 
 
� Técnica: 
1. Coloque ácido clorídrico (HCl 0.1N) até a marca 2 do tubo do 
Hemoglobinômetro. 
2. Agite o sangue do frasco e aspire-o com a micropipeta até preencher 
20 µl. Limpe com algodão todo sangue que fica fora do tubo capilar. 
3. Transfira o sangue da micropipeta para o tubo com HCl. Mediante 
várias sucções e sopros, lave o capilar da micropipeta com o próprio 
ácido clorídrico do tubo. 
4. Deixe a mistura repousar por 5 minutos para que a hemoglobina reaja 
com o ácido, formando o cloridrato de hematina. 
5. Decorrido este tempo, adicione gota a gota água destilada, enquanto 
agita a mistura com um bastão de vidro. O procedimento deve 
continuar até que a solução fique com idêntica coloração dos tubos 
vizinhos, contidos no Hemoglobinômetro. 
6. Faça a leitura na escala impressa no próprio tubo, expressando a 
concentração de hemoglobina em g/100 ml de sangue e em 
porcentagem (%). São considerados valores normais nesta técnica: 
entre 13,8 a 17,3 g/100 ml de sangue. 
 
 
15 
 
 
 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Quais os valores encontrados (em g/100 ml e em %) e a implicação 
grave para o organismo, estando anormalmente reduzida a taxa de 
hemoglobina? 
♦ Discuta os erros que podem ocorrer na aplicação deste técnica. 
♦ Determine a hemoglobina globular média (HGM), isto é, a massa 
média de hemoglobina contida em cada hemácia. Use a fórmula 
simplificada. 
 
 HGM = 
 milhões de hemá cias por mm 3 
 
Os valores normais estão compreendidos entre 27 a 32 µg. 
♦ Determine o valor globular (VG) o qual é obtido dividindo a 
porcentagem de hemoglobina pela porcentagem do número de 
hemácias (5 milhões = 100%). A fórmula simplifica é: 
 
 
 
 
 
 
 VG = 
 milhões de hemácias por mm 3 x 20 
 
♦ Quanto ao VG encontrado as hemácias são hipocrômicas, 
normocrômicas ou hipercrômicas? 
 
 
6666---- TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES TESTES HEMOSTÁTICOS PRELIMINARES 
 
� Objetivos: 
1. Conhecer as técnicas de testes preliminares que nos dão informações 
sobre as condições hemostáticas do paciente. 
2. Familiarizar o aluno com os valores normais do tempo de sangria, 
prova da fragilidade vascular e tempo de coagulação. 
 
hemoglobina (g) x 10 
% de hemoglobina 
 
 
16 
� Materiais e Soluções: 
 
Materiais: microlanceta descartável, algodão, tubos capilares com 1 
mm de diâmetro e 8 cm de comprimento, papel de filtro, cronômetro, 
esfigmomanômetro, estetoscópio, seringa (5 ml) com agulha 25x6 
esterilizada, garrote, 2 tubos de ensaio (11x100 mm) e banho-maria a 
37ºC com porta-tubos de ensaio. 
 
Soluções: álcool 70%. 
 
6a 6a 6a 6a ---- TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS) TEMPO DE SANGRIA (TS) 
 
O Tempo de Sangria é um teste indicativo de distúrbios 
plaquetários e de alterações da integridade vascular. As alterações mais 
evidentes do Tempo de Sangria são encontradas nas púrpuras 
trombocitopênicas. O TS se duplica em pessoas que ingerem 0.5 grama 
de aspirina (ácido acetilsalicílico) 
 
� Técnica: 
 O método em que se baseia é o de N.W. Duke. 
1. Faça a assepsia da polpa digital com algodão embebido em álcool 
70% e deixe o álcool evaporar. 
2. Puncione a polpa digital com a microlanceta descartável. 
3. Assim que puncionar, marque o tempo. A cada 30 segundos, absorva 
o sangue exteriorizado com papel de filtro, sem contudo tocar na 
lesão com o papel. Caso não saia sangue, deve repetir a punção com 
mais profundidade. 
4. Anote o tempo decorrido para cessar o sangramento. 
Valores: normais até 4 minutos. 
 
INTERPRETAÇÃO 
 
 A negatividade do resultado não é uma certeza absoluta da 
ausência de distúrbios vasculares ou plaquetários. 
 
Causas de erros: 
� Lesão pouco profunda; 
� Uso de lanceta que provoca trituração dos tecidos; 
� Resfriamento intenso da região que fora lancetada; 
� Ter esfregado demasiadamente a região que fora lancetada; 
� Lesão de pequenos vasos arteriais. 
 
 
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Alterações na coagulação não afetam o TS, mesmo no caso de 
hipofibrinogenemia, hemofilia ou tratamento com heparina. Por outro 
lado, o mecanismo da coagulação, mesmo estando normal, se mostra 
incapaz de estancar rapidamente uma hemorragia por lesões feitas com 
objetos pontiagudos. 
 Por que a coagulação se mostra incapaz? 
 Possivelmente porque há necessidade de diminuir o fluxo 
sangüíneo, seja pela adesão e agregação plaquetária, seja pela 
constrição dos vasos lesados. 
 
 
6b 6b 6b 6b ---- PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO PROVA DA FRAGILIDADE VASCULAR OU PROVA DO 
LAÇO (PL)LAÇO (PL)LAÇO (PL)LAÇO (PL) 
 
A PL Informa-nos a respeito da capacidade dos pequenos vasos 
se conservarem intactos frente a uma ação traumática. A prova consiste 
em determinar a resistência capilar sob condições de hipóxia e pressão 
capilar aumentada artificialmente pelo manguito do aparelho de pressão 
arterial. Nos casos de alterações da permeabilidade capilar, há 
passagem de células sanguíneas para os tecidos, demonstrada pelo 
aparecimento de petéquias (pontos hemorrágicos) na pele e mucosa. 
A PL deve ser realizada na triagem de paciente com suspeita de 
dengue e que não apresente sangramento espontâneo. É de vital 
importância, pois pode ser a única manifestação hemorrágica de casos 
complicados ou febre hemorrágica, podendo representar a presença de 
plaquetopenia ou de fragilidade capilar. Fragilidade capilar aumentada 
surge nas plaquetopenias, alterações funcionais das plaquetas e 
alterações vasculares, no escorbuto, diabete melito, em certos 
processos infecciosos e alérgicos, na hipofibrinogenemia e em 
tratamentos prolongados com anticoagulantes. 
 A suspeita de uma plaquetopenia pode ser confirmada ou rejeitada 
mediante a contagem de plaquetas por mm3 de sangue, cujo valor 
normal se situa entre 140.000 a 440.000 por mm3 de sangue. 
Para fazer o teste da prova do laço deve-se desenhar, no 
antebraço, um quadrado com 2,5 cm em cada lado e depois seguir estes 
passos: 
 
 
18 
 
 
� Técnica: 
1. Observe a porção anterior do braço, procurando pigmentações que 
possam ser confundidas com petéquias. 
2. Determinar o valor médio da pressão arterial do paciente com o 
esfigmomanômetro [PAM = PD + (PS-PD)/3]. Coloque o manguito no 
braço do paciente e insufla-o, até a pressão atingir o valor médio (em 
geral entre 80 e 90 mmHg), porém nunca acima de 100 mmHg, 
mesmo nohipertenso. 
3. Esperar 5 minutos com o manguito insuflado (3 min em crianças). 
4. Decorrido este tempo, desinsuflar e retirar o manguito, deixando 
normalizar a circulação por 2 minutos. 
5. Usando uma boa iluminação, conte o número de petéquias surgidas 
na porção anterior do braço, abaixo da posição que fora colocado o 
manguito, inclusive na mão. O resultado da prova do laço é considerado 
positivo quando surgem mais de 20 pontinhos vermelhos dentro do 
quadrado marcado na pele. Em pessoas normais podem ocorrer até 10 
petéquias, sendo considerado negativo. Acima deste valor, quanto mais 
petéquias surgirem, maior indicação da fragilidade vascular. 
 
 
 
19 
 
 
Esquema dos possíveis resultados da prova de fragilidade vascular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6c 6c 6c 6c ---- TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) TEMPO DE COAGULAÇÃO EM HUMANOS (TC) 
 (método de Sabrazés) 
 
Para uma avaliação global do mecanismo da coagulação há vários 
métodos. O método de Sabrazés ou do tubo capilar para determinação 
do tempo de coagulação (TC) é de fácil execução. 
 
 
20 
 O método do tubo capilar (Sabrazés), consiste em avaliar o 
tempo decorrido entre a coleta do sangue (preencher um tubo capilar) e 
a formação do cilindro de fibrina. Normalmente, o tempo de coagulação 
por tal método varia de 2 a 8 minutos. Essa prova representa um estudo 
global da coagulação, não discriminando qual fator está comprometido. 
É um método de baixa sensibilidade, com a possibilidade de ser normal, 
mesmo em presença de coagulopatias, como, por exemplo, hemofilia 
leve. 
 
� Técnica: 
1. Faça a assepsia da polpa digital com álcool e deixe o álcool evaporar. 
2. Puncione a polpa com a microlanceta descartável. 
3. Anote no cronômetro o momento em que o sangue surge no dedo. 
4. Toque a gota de sangue exteriorizada com uma das extremidades do 
tubo capilar, mantendo-o na posição horizontal até preencher no 
mínimo, metade do tubo com sangue. 
5. Decorridos 2 minutos, começe a quebrar, em uma das extremidades, 
o tubo de 1 em 1 minuto até observar o aparecimento de filamentos 
de fibrina quando separadas as porções quebradas. 
 
� Estudo Orientado: 
♦ Quais os valores de TS, PL e TC obtidos? 
♦ Quais os possíveis defeitos na hemostasia para resultar um valor 
aumentado no TC, porém não nos valores do TS e da PL? 
♦ Quando o valor do TC está normal, mas os valores do TS e da PL 
estão aumentados, que alterações possíveis podem originar tais 
resultados? 
♦ Obtidos TS e TC, com valores normais porém com valores de PL 
positivos, em que defeitos hemostáticos pode-se pensar? 
♦ Apresentando o teste positivo para TC e PL, mas negativo (normal) 
para TS que possíveis alterações poderão estar ocorrendo? 
 
 
OBS.: É conveniente ressaltar que uma análise, contando apenas 
com estes 3 testes, não fica além da afirmação de um possível 
defeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
UNIDADE VUNIDADE VUNIDADE VUNIDADE VIIII ---- SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR CARDIOVASCULAR 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIALCARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL 
 
 
� Objetivos: 
 
1. Analisar pela palpação, as características do pulso. 
2. Relacionar a onda de pulso com a atividade cardíaca. 
3. Verificar a velocidade de propagação da onda de pulso. 
 
 
� Técnica 
 
1- Coloque os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria radial, 
entre o rádio e o tendão. Esta artéria se encontra lateralmente no 
pulso (mesmo lado do dedo polegar). O dedo indicador deve ficar na 
parte proximal (mais perto do coração). 
2- Localize na região, a melhor posição para observação da onda 
pulsátil. 
 
 
� Seqüência Experimental: 
 
1. Determine a freqüência cardíaca (nº de pulsações por minuto - bpm) 
♦ Qual o valor da freqüência de pulso e descreva como se apresentam 
as demais propriedades? 
♦ Qual a causa da onda de pulso? 
♦ Qual a propriedade do pulso e como se altera frente a variações da 
pressão diferencial? 
 
2. Observe a propagação (velocidade) da onda de pulso. Essa manobra 
é feita pelo operador, colocando os dedos indicador, médio e anular 
de sua mão direita sobre a artéria carótida (na borda interna do 
músculo esternocleidomastóido, lateralmente e num plano mais 
profundo da traquéia). Com os dedos correspondentes da mão 
esquerda, observe o pulso radial direito. 
 
 
22 
♦ Qual a velocidade do sangue e da onda pulsátil num indivíduo jovem 
e em repouso? 
♦ Qual a diferença de aparecimento da onda de pulso entre a carótida e 
a radial? Por que? 
 
3. Solicite ao paciente para se exercitar (pular em apenas um pé, 25 
vezes). 
♦ Como se comportam as propriedades do pulso logo após o exercício 
em relação a situação de repouso? 
 
4. Determine a freqüência cardíaca nas posições em pé, sentado e 
deitado. 
5. Explique as diferenças encontradas. 
6. Diminua o retorno venoso pelo aumento da pressão intratorácica 
(manobra de Valsalva) e anote as diferenças nas propriedades do 
pulso, durante a manobra. 
♦ Explique as causas das alterações. 
 
 
MÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DAMÉTODOS INDIRETOS PARA A DETERMINAÇÃO DA 
PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEMPRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DO HOMEM 
 
 
Atenção: Na tomada clínica da pressão arterial, deve-se ter em mente 
que alguns fatores podem afetar a exatidão e a estabilidade das cifras 
de pressão arterial por ocasião de sua determinação, tais como: 
 
1) Ansiedade: influencia as cifras de pressão arterial elevando tanto a 
máxima quanto a mínima e aumentando a flutuação destas cifras em 
múltiplas leituras. Assim o efeito da ansiedade é reduzido repousando 
e tranqüilizando o voluntário entre as leituras, que devem ser feitas 
pelo menos em número de três. 
 
2) Em pessoas cujo reflexo compensador de alterações da pressão 
arterial está perfeito, a posição ereta dá leituras mais altas. Deve-se 
inicialmente tomar a PA com o voluntário deitado ou sentado. 
 
3) O uso de manguito padrão em pessoas obesas (medindo-se a PA no 
braço) dá leituras falsamente altas tanto da PA máxima quanto da 
mínima. Nestas pessoas as leituras no braço serão exatas quando se 
usa manguito para coxa. 
 
 
23 
 
4) Em relação à espessura do membro utilizado, o uso do manguito 
muito estreito dá leituras falsamente altas e de manguito muito largos, 
leituras falsamente baixas. Para que as leituras sejam exatas, a 
largura do manguito deve ser adequada ao diâmetro do membro 
utilizado. O manguito deve ser aplicado a um membro de tal forma 
que fique uniformemente ajustado e completamente desinsulflado. A 
pressão do manguito deve ser elevada rapidamente até 30 mmHg 
acima da pressão arterial máxima e a seguir baixada à razão de 2-3 
mmHg por segundo. 
 
5) Para se evitar a influência da congestão venosa, em leituras múltiplas 
e sucessivas, deve-se entre as leituras, fazer com que a pressão do 
manguito caia e permaneça em 0 durante vários segundos após a 
leitura da pressão arterial mínima. 
 
 
� Objetivos: 
 
1. Estudar os diferentes métodos de medida da pressão arterial no 
homem. 
2. Determinar pelo método auscultatório, os valores da pressão arterial. 
3. Analisar algumas variações fisiológicas da pressão arterial. 
 
 
� Materiais: 
 
Esfigmomanômetro aneróide e estetoscópio. 
 
 
� Técnica: 
 
1- O voluntário deve estar deitado ou confortavelmente sentado. O 
braço deve estar perfeitamente relaxado. 
2- O manguito (parte do esfigmomanômetro que irá contornar o braço) 
deve ser colocado bem ajustado ao braço, com a parte inferior mais 
ou menos 2,5 cm acima do espaço anti-cubital. 
3- O receptor do estetoscópio deve ser colocado levemente sobre uma 
artéria do espaçoanti-cubital, evitando-se qualquer contato com o 
manguito, pois essa ocorrência poderá mascarar o ruído captado. A 
posição correta do estetoscópio é determinada pela presença de 
ruído após inflado o manguito até uma pressão aproximadamente de 
 
 
24 
100 mm Hg (isso para pressões normais). A figura mostra um 
esquema da posição do aparelho de pressão, bem como os eventos 
durante a determinação do parâmetro. 
 
 
 
Método auscultatório para a determinação da pressão arterial sistólica e 
diastólica. 
 
 
� Seqüência Experimental: 
 
1- Determine a pressão pelo método palpatório. Por esse método só 
podemos medir a pressão sistólica. Coloque o manguito no braço e 
detecte o pulso radial. Inicie a insuflação do manguito e observe o 
desaparecimento da pulsação radial (momento que indica a 
obliteração da artéria pelo manguito). Insufle mais 30 mmHg de 
pressão no manguito e comece a desinflá-lo lentamente, sem tirar os 
dedos do pulso radial. 
2- Ao reaparecimento do pulso, observe no manômetro o valor e anote. 
♦ Qual o valor da pressão sistólica encontrada? 
3- Esvazie completamente o manguito antes de fazer uma nova 
determinação da pressão. 
4- Determine a pressão arterial pelo método auscultatório. Coloque o 
manguito da mesma forma que o especificado no primeiro item. 
 
 
25 
Localize pelo estetoscópio o melhor ponto de ausculta. Insufle o 
manguito até 30 mmHg acima do desaparecimento do ruído e solte o 
ar de seu interior lentamente. Ao aparecer o primeiro ruído marque o 
valor que aparece no manômetro. Esse é o valor da pressão sistólica 
ou máxima. 
5- Na seqüência da desinflação lenta, os ruídos aumentam de 
intensidade à medida que o valor se aproxima da pressão arterial 
média. A partir desse momento, os ruídos vão se tornando 
progressivamente longos e abafados até desaparecer. No momento 
do desaparecimento do ruído, marque o valor que aparece no 
manômetro. Esse é o valor da pressão diastólica (ou mínima). Anote 
os valores das pressões sistólica e diastólica encontradas, pois 
servirão como dados controles para os testes seguintes. 
♦ Qual o valor da pressão diferencial (ou de pulso) que foi encontrado? 
♦ Calcule a pressão arterial média e defina-a. 
♦ Qual a importância em saber o valor da pressão arterial média? 
♦ Sabendo-se os valores da pressão sistólica e da pressão diastólica e 
os fatores que nelas influem o que indica a pressão diferencial? 
6- Se as pressões obtidas no item 2 foram com o voluntário sentado, 
determine agora com ele deitado (ou vice-versa). Determine também 
a pressão com o paciente em pé. Anote os resultados das pressões 
sistólica e diastólica, em cada situação. 
♦ Quais os valores em relação à posição do voluntário? Por que há 
diferenças? 
7- Peça ao voluntário para realizar movimentos respiratórios (inspiração 
e expiração) amplos e com freqüência elevada durante mais ou 
menos 20 segundos. Quase ao final do exercício inicie a 
determinação novamente da pressão arterial na mesma posição 
determinada antes dos movimentos. 
♦ Qual o efeito dessa manobra sobre a pressão arterial? Por que? 
8- Solicite ao voluntário exercitar-se, subindo e descendo um degrau (ou 
um banco) até se cansar. Determine a pressão logo após o exercício. 
♦ Quais os valores das pressões sistólica e diastólica? 
♦ Explique as causas das variações encontradas. 
9- Solicite ao voluntário que realize uma apnéia (parada respiratória) por 
mais ou menos 25 segundos. Quase ao final desse tempo inicie a 
determinação da pressão arterial. 
♦ Que efeito esta manobra tem sobre a pressão arterial? Por que? 
 
 
 
26 
 
ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG)ELETROCARDIOGRAMA (ECG) 
 
 
Introdução 
 
 O Eletrocardiograma (ECG) é o registro gráfico da atividade elétrica 
do coração. É do conhecimento de todos que as fibras miocárdicas, como 
qualquer célula excitável, apresenta potenciais de repouso e de ação. 
Como os tecidos circunvizinhos são bons condutores de eletricidade, 
temos que esses potenciais podem ser captados na superfície corporal. 
 Além da padronização do sítio da aplicação dos eletrodos é 
necessário, que se execute antes de efetuar o registro do ECG, a 
padronização do eletrocardiógrafo. A Figura apresenta a padronização do 
eletrocardiógrafo e o registro do ECG em DI, DII e DIII. 
 
 
 
 
O eletrocardiograma normal 
 
No eletrocardiograma normal encontramos as seguintes ondas e 
intervalos. 
 
 
 
27 
 
Ondas e intervalos 
 
Onda P - despolarização dos átrios. 
 
Segmento P–R - espaço do fim da onda P ao início do “Complexo 
QRS” Significa o retardo que o impulso sofre ao passar pelo 
nódulo átrio – ventricular; 
 
Complexo QRS - formado por três ondas, Q, R e S. Significa a 
despolarização ventricular; 
 
Segmento S–T - espaço entre o fim da onda e o início da onda T. 
Significa o tempo em que as fibras do miocárdio ventricular 
permanecem despolarizadas; 
 
Onda T - significa repolarização ventricular; 
 
Intervalo T – P - entre o fim da onda T e o início da onda P de 
outro ciclo cardíaco. Significa o tempo que antecede a próxima 
sístole. 
 
 Eventualmente, podemos obter também no ECG, o 
registro da repolarização atrial (onda Ta) que, normalmente, fica 
mascarado pelo complexo QRS em virtude de ser de pouca amplitude. 
 Entre os diversos componentes do ECG, vale salientar que 
é no segmento S – T que se evidencia as deficiências cardíacas como 
insuficiência coronária, isquemia e enfarto do miocárdio. Este segmento 
 
 
28 
(assim como os outros) é normalmente isoelétrico (linha de base ou de 
potencial zero) e qualquer desnível pode significar patologia. 
 
 
Determinação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECGDeterminação da frequência cardíaca a partir do ECG 
 
 A frequência cardíaca é expressa em número de 
batimentos por minuto (bpm). Ela pode ser calculada contando–se os 
ciclos num intervalo de tempo determinado (por exemplo 10 seg.) e 
multiplicando–se esse valor pelo número de partes que esse tempo 
determinado faz de um minuto. No caso de 10 segundos teremos de 
multiplicar por 6 (10 x 6 =60 s), de modo a termos a frequência cardíaca 
(FC) em um minuto. 
 
 
Eletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço FísicoEletrocardiograma e Esforço Físico 
 
 Durante o esforço físico existe uma maior demanda 
energética muscular, sendo requerido um grande suprimento de 
oxigênio para compensa-la, desse modo, o exercício promove grandes 
alterações no organismo, principalmente nos sistemas cardiovascular e 
respiratório, primordialmente envolvidos com o transporte de oxigênio. 
Estes sistemas desenvolvem um aumento funcional para compensar a 
demanda energética muscular durante o exercício físico. 
Existem vários testes, todos com a finalidade de avaliar como o 
organismo reage ao exercício. Geralmente esses utilizam quatro 
parâmetros principais: freqüência cardíaca, ECG e pressão arterial e 
freqüência respiratória. 
 
� Objetivos: 
 
- Reconhecer as ondas, segmentos e intervalos que compõem um ECG 
normal de um voluntário obtido através de um software BIOPAC 
(Analisar o traçado, identificando as ondas P, QRS e T). 
- Determinar a frequência cardíaca (bpm) a partir de um ECG. 
- Observar as alterações no ECG (freqüência cardíaca) após inspiração 
e expiração. 
- Observar as alterações no ECG (freqüência cardíaca) devido a 
mudanças posturais. 
- Observar as alterações no ECG decorrentes do esforço físico 
(características da ondas, segmentos, intervalos e freqüência cardíaca). 
 
 
29 
Para tanto, solicita-se ao indivíduo executar exercício físico intenso 
(exemplo: correr, marinheiro) por um período mínimo 3 minutos. Logo 
em seguida, retorna-se o indivíduo a posição deitada para registrodo 
ECG (Calcular a FC antes e após o exercício físico intenso (intervalo R-
R). 
 
AUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOSAUSCULTA DOS RUÍDOS CARDÍACOS 
 
� Objetivos: 
 
1. Identificar as características dos ruídos cardíacos audíveis ao 
estetoscópio. 
2. Analisar o papel das valvas cardíacas na origem dos ruídos. 
3. Localizar as principais áreas de ausculta. 
 
� Materiais: 
 
Estetoscópio. 
 
� Técnica: 
 No tórax desnudo do paciente assinale as áreas de ausculta 
(locais onde será colocada a membrana do estetoscópio) conforme 
ilustra a figura abaixo, obedecendo a seqüência. 
 
Área aórtica : na altura do 2º espaço intercostal direito ao lado do osso 
esterno; 
Área pulmonar : 2º espaço intercostal esquerdo ao lado do osso 
esterno; 
Área tricúspide : no 4º espaço intercostal esquerdo ao lado do osso 
esterno (base do apêndice xifóide); 
Área mitral : situado ao nível do "choque da ponta", ou seja, no quinto 
espaço intercostal esquerdo em sua intersecção com a linha clavicular 
média. 
 
 
 
30 
 
Regiões específicas de ausculta dos sons normais e eventuais sopros 
produzidos pela atividade das valvas cardíacas. 
 
 
� Seqüência Experimental: 
 
1. Usando o estetoscópio, ausculte os ruídos (bulhas) nas áreas 
tricúspide e mitral e compare-os. 
♦ Observar as características (intensidade e altura) do 1º e 2º ruídos 
nessas áreas: Em qual das áreas os ruídos são mais intensos? Por 
que? 
♦ Quais as causas do 1º e 2° ruídos (bulhas) cardíaca s? 
♦ Preencha a tabela abaixo, colocando a intensidade (+, ++, +++ ou 
++++) de cada ruído em cada área de ausculta. 
 
 
 
Áreas Ruídos 
Mitral Tricúspide Aórtica Pulmonar 
1º 
2º 
 
2. Compare os ruídos da área mitral com o voluntário deitado e sentado. 
♦ Descreva e explique as diferenças encontradas. 
 
3. Solicite ao paciente para exercitar-se (pular 25 vezes num pé só). 
Ausculte o coração e anote o resultado. 
 
 
31 
♦ Qual o efeito do exercício nos ruídos cardíacos (intensidade e 
altura)? 
 
4. Diminua o retorno venoso no voluntário através da manobra de 
Valsalva e observe os ruídos. Essa manobra é conseguida solicitando 
ao voluntário para, depois de uma inspiração forçada, tentar expulsar 
o ar dos pulmões, porém, a boca e o nariz fechados. 
♦ Explique a diferença nos ruídos durante essa manobra. 
♦ Desenhe as curvas de pressão atrial, intraventricular esquerda e 
aórtica e o dos ruídos cardíacos (consulte o livro Fisiologia Humana). 
 
OBS.: Todos os elementos do grupo devem realizar a ausculta.

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