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Rhyan Coelho ➔ Glomerulopatias I Conceitos anatômicos e fisiológicos O volume e composição do meio internato é controlado a todo momento pelo rim. O Rim produz 2 hormônios importantes: eritropoetina [síntese de hemácias] e calcitriol [forma ativada da vitamina D, para interferir no eixo do Ca++ nos ossos]. **Necrose de papila renal → descamação da papila renal para dentro do túbulo coletor. O córtex renal é a parte do parênquima renal mais vascularizada, a partir das ramificações das artérias aciformes, formando as artérias aferentes do glomérulo. Por isso, a medula renal, recebendo apenas as artérias vasa retas, é mais suscetível a isquemia. Néfron → Glomérulo + sistema tubular (túbulo contorcido proximal, alça de helen, TC distal, túbulo coletor). • Glomérulo → Existem células que compõe a barreira de filtração, fazendo que uma parte de fração líquida do sangue seja filtrado; além de ajudar compor o novelo capilar glomerular → Podócitos (epitélio visceral da cápsula de Bowman) • Barreira de filtração glomerular (componentes) → Capilar glomerular é fenestrado para dar passando ao componente líquido do sangue, que ao passar, dá de cara com a membrana basal glomerular (densa malha de elementos proteicos de cargas negativas em excesso, que repelem a albumina, por exemplo) para, por conseguinte, vir os podócitos. • Mesângio → matriz que dá sustentação ao novelo glomerular, composto por células mensagiais, que tem função estrutural e de defesa. • Biópsia renal – De rotina, todos os 3 tipos abaixo devem ser aplicados na biópsia renal o Microscopia ótica com corantes habituais (hematoxilina e eosina) → avaliar estrutura física o Imunoflorescência → avaliar o padrão de deposição dos imunocomplexos no glomérulo ▪ Padrão granular ▪ Padrão Linear o Microscopia eletrônica → detecção de determinadas patologias glomerulares As doenças glomerulares se dividem em: I. Síndrome nefrítica II. Alterações assintomáticas (doença de Berger) III. GNRP IV. Síndrome nefrótica V. Trombose glomerular Síndrome Nefrítica → Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) / Glomerulite → insulto inflamatório ao tufo capilar glomerular que provoca quebra na barreira de filtração, o que faz com que elementos figurados no sangue comecem aparecer na urina. • Consequência principal: oligúria. Glomérulo edemaciado diminui a taxa de filtração o Adulto < 400 mL/24h o Criança < 0,5 mL/kg/h • Quando a TFG < 40% (40 mL/min) o paciente oligúrico começa reter escores nitrogenados (Ur e Creatinina) → indica grave dando difuso • Congestão volêmica → devido ao processo oligúrico, com diminuição da eliminação de Na+ e H20 • HAS volume dependente • Edema/anasarca • Hematúria → o microscópica > 3 a 5 hemácias/campo grande aumento 400x OU > 10.000 células/mL o Macroscópica: urina cor de coca cola, acastanhada. o Hematúria dismórfica → o dano estrutural que as fez chegar na urina, deforma as hemácias, com lesão nas suas membranas, gerando hematúria dismórfica, diferentemente de uma hematúria urológica, na qual mantém sua conformação idênticas ao sangue periférico, com homogeneidade. Rhyan Coelho • Outros achados característicos.. o Piúria (leucocitúria) o Proteinúria nefrítica (> 150mg até 3,5g/24h ou < 50 mg/kg/24h) Não é tão intensa quanto a síndrome nefrótica o Cilindrúria → presença de cilindros celulares. ▪ Cilindro hemático = síndrome nefrítica (patognomônico) ▪ Cilindro leucocitário ▪ Cilindro hialinos em grande quantidade pode indicar desidratação do paciente. 1. Principais doenças que podem levar a síndrome nefrítica a. Doenças infecciosa → Deposição de imunocomplexos no glomérulo contra o qual são formados anticorpos contra um agente infeccioso que se depositam no glomérulo. Exemplo: Glomerulonefrite pós- estreptocócica b. Doenças sistêmicas → Por mecanismos autoimunes. Exemplo: Síndrome de Goodpasture c. Doenças primárias dos glomérulos. Exemplo: Doença de Berger ✓ Glomerulonefrite difusa aguda pós- estreptocócica (GNPE) Complicação tardia e não supurativa de uma infecção estreptocócica (B-hemolítico do grupo A [Estreptococos pyogenes, cepa nefritogênica]) à distância (faringo amigdalite ou impetigo estreptocócico) que aconteceu há algumas semanas antes do surgimento do dano renal. Clínica: • Síndrome nefrítica clássica o Hematúria o Oligúria (50%) o Edema o HAS (50-90%) → Encefalopatia hipertensiva (5-10%) • Diagnóstico 1. Questionar sobre faringite ou piodermite recente. 2. Verificar se o período de incubação é compatível (1-2 semanas para garganta; 3- 6 semanas para pele). 3. Documentar a infecção estreptocócica. a. Via faríngea: ASO = 90% b. Via cutânea: anti-DNAse B = 70% 4. Demonstrar a queda do transitória do C3 (hipocomplementemia → devido ao consumo no processo inflamatório) Prognóstico BOM. Em adultos, o prognóstico tende a ser pior. Característica da Biópsia renal na GNPE → Gibas (humps) ou corcovas subepiteliais vistas na microscopia eletrônica (patognomônico). • Tratamento → Suporte clínico o HAS/Edema → Restrição hídrica; dieta hipossódica, furosemida, anti-hipertensivos o Retenção azotêmica → Diálise ✓ Doença de Berger → Nefropatia por IgA → principal glomerulopatia crônica do mundo Caracterizada por: o Hematúria macro intermitente (50%) após fatores precipitantes: infecções, estresse psicológico o Hematúria microscópica persistente (40%) o Síndrome nefrítica (10%) que pode evoluir com perda de função renal Laboratório: o Normocomplementemia o IgA sérica aumentada (50%) o Depósitos cutâneos de IgA restrita ao mesângio • Diagnóstico o Hematúria macro, micro, nefrítica + o Complemento normal, IgA sérica alta (50%) + o IgA Bx Cutânea (50%) o Diagnóstico de certeza = Bx Renal Rhyan Coelho • Fatores de mau prognóstico 1. Idade 2. Sexo masculino 3. Proteinúria > 1g/dia 4. HAS 5. Creatinina > 1,5 mg/dL 6. Biópsia: crescentes ou depósitos subendoteliais de IgA • Tratamento o Hematúria macro, micro (assintomáticos) = acompanhamento ambulatorial o PTN> 1g/dia; hipertensão = IECA, BRA → medida nefroprotetora o Retenção azotêmica (crescentes glomerulares) = IECA; corticoterapia, ciclofosfamida, plasmaférese. ✓ Glomerulonefrite rapidamente progressiva Crescentes glomerulares → Achado histopatológico quase que exclusivo → Indica que houve uma lesão inflamatória tão intensa no capilar glomerular, que esse tufo arrebentou dando ao material proteináceo que se acumula dentro da cápsula de Bowman, que empurra para a periferia o tufo capilar completamente colabado → Síndrome nefrítica extremamente grave → Perda renal. Pode complicar qualquer condição de síndrome nefrítica. Pode ser dividido em 3 subcategorias em função da imunoflorescência da biópsia renal: • Depósito de anticorpo Anti-MBG (10%) (membrana basal glomerular) o Síndrome de Goodpasture • Depósito de imunocomplexos (45%) o Doença de Berger o GNDA pós-estreptocócica o LES • Sem depósitos ou Pauci-imunes (45%) o Granulomatose de Wegener o Poliarterite nodosa microscópica →Síndrome de Goodpasture • Presença de anticorpo anti-MB (membrana basal) • Síndrome pulmão-rim o Hemorragia pulmonar → alveolite necrosante; hemoptise maciça, infiltrados hemorrágicos pulmonares bilaterais difusos, febre, dispneia. o Glomerulonefrite aguda, geralmente GNRP → Doença anti- membrana basal glomerular • Doença de pacientes jovens, geralmente associada também ao tabagismo • Tratamento o Plasmaférese o Corticosteroides o Ciclofosfamida • Prognóstico renal reservado o Necessidade de diálise o Creatinina > 5,6 mg/dL O complemento na síndrome nefrítica • GNPE ↓ • Infecciosa não GNPE ↓ • GN do Lupus ↓ • Doença de Berger = normal • D. Goodpasture = normal • Vasculites em geral = normal
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