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CÂNCER DE PRÓSTATA → Tumor sólido não-cutâneo - Incidência maior em > 50 a → > 40 % - segundo tumor mais letal no Brasil ● Adenocarcinoma (98%) - Ácinos - Outros: Neuroendócrino, Sarcoma, Linfoma Epidemiologia - Faixa etária + comum de diagnóstico: 72 - 74 anos - Negros americanos: maior incidência / tumores + agressivos - Crescimento da incidência no mundo ● Programas de rastreamento ● Uso do PSA ● Aumento da longevidade ● Fatores ambientais, dietéticos, outros Fatores de risco 1. Idade 2. Raça 3. Fatores genéticos - Esporádico (85%) - Familiar → 3 familiares 10,9x maior chance - Hereditário (9%) 4. Fatores dietéticos → dietas ricas em gorduras e pobre em fibras estão relacionadas à maior incidência de CaP Etiologia ● Genética → desenvolvimento tumoral - perda de genes supressores: p53, Rb, p21, E-Cadherin - HPC1 → proto-oncogene - BRC1 ● Testosterona x CaP - Huggins – castração e metástase - Testosterona sérica x CaP futura - Terapia de reposição hormonal → acelera o crescimento da neoplasia se essa já existir - não constitui um agente carcinogênico Quadro clínico - Silencioso ● Prevalência histológica > 8x ● Deve-se lembrar que a maioria se localiza na zona periférica, o que dificulta o desenvolvimento de sintomas obs.: O fato de o câncer de próstata raramente ser sintomático demonstra grande diferença em relação à hiperplasia prostática benigna, que se desenvolve na zona de transição, que é periuretral e, portanto, causa sintoma miccional com frequência. - Sintomas de disfunção miccional ( STUIs ) - Retenção Urinária Aguda ( 13 – 25 % ) - Invasão local ● Hematúria ● Obstrução ureteral → Hidronefrose, uremia ● Sangramento Retal ● Hemospermia ( > 50 anos ) - Doença Metastática ( 1/3 assintomáticos ) ● Dor óssea, fraturas patológicas Comprometimento linfonodal - Precoce → assintomático - Avançado → edema de genitália externa, MMII Sintomas neurológicos (20%) - Compressão medular - Dor, fraqueza, distúrbios esfincterianos Tumor localizado (não invade cápsula prostática) - geralmente assintomático; 18% com nódulo prostático ao toque; Tumor localmente avançado - sintomas obstrutivos, hematúria, hemospermia; próstata heterogênea, múltiplos nódulos, limites imprecisos; Tumor avançado - sintomas decorrentes das metástases, dor óssea, compressão vertebral. História natural da doença - Metástase ● 1º Ósseas (ossos axiais - coluna e bacia), Linfonodais ● 2º Fígado, Pulmão, Cérebro - Tempo de duplicação tumoral → 2 – 5 anos Diagnóstico diferencial 1. ASAP (proliferação atípica de pequenas ácinos) - suspeito, mas não conclusivo 2. PIN (neoplasia intraepitelial prostática) - baixo/alto grau 3. Hiperplasia nodular - crescimento não neoplásico, decorrente da hiperplasia do estroma e do tecido glandular em graus variados. Origem das glândulas internas 4. Atrofias 5. Adenose prostática (hiperplasia adenomatosa atípica) - proliferação de ácinos de pequeno e médio calibre, que formam nódulos bem circunscritos. Simula o carcinoma mas não preenche critérios citológicos e arquiteturais. → confirmar na Imunohistoquímica 6. Prostatite Investigação clínica - Anamnese: queixas e fatores de risco - Exame físico → toque retal - PSA - Biópsia por USG transretal → Screening de CaP Biópsia → Indicações absolutas de biópsia - toque retal suspeito, independente do valor od PSA - PSA alterado (afastar prostatite recente) - biópsia anterior com ASAP obs.: RNM suspeita com PSA e TR normal → não indica biópsia 1. Biópsia guiada por USG TR - biópsia sextante estendida (mín 12 fragmentos) - mais dois fragmentos de nódulo, área suspeita ou alteração focal da vascularização ao Doppler em cores 2. Biópsia transperineal - + recente, reduz risco de infecção - técnica mais recente e mais cara Toque retal → Avaliar: - simetria - consistência - superfície - mobilidade - limites - nódulos - Nódulos, assimetrias, induração - 85% são periféricos para detecção - Não há redução na morbidade ou mortalidade em qualquer idade - Maioria dos CaP são clínica ou patologicamente avançados - VPP: 5 - 10% PSA 1) O que é o PSA ? Antígeno prostático específico - Uma glicoproteína da família das calicreínas 2) Onde é produzido ? - Produzida na próstata e secretada em altas concentrações no fluido seminal, é um marcador específico de alterações do parênquima prostático, podendo estar alterado em diversas doenças que acometem a próstata. 3) Função do PSA ? - liquefazer o coágulo seminal 4) Por que o PSA aumenta no CA próstata ? - As células malignas não produzem mais PSA, na verdade produzem menos, o que acontece é que o processo neoplásico desestrutura o parênquima prostático aumentando sua permeabilidade e elevando os níveis séricos 5) Qual a relação entre o PSA e o CA próstata ? - Quebra das barreiras tissulares entre o lúmen da glândula e os capilares → Valores normal PSA idade - 40-49: 2,5 - 50-59: 3,5 - 60-69: 4,5 - 70-79: 6,5 PSA velocidade - Até 0,75 ng/mL/ano PSA densidade - PSA 10% do tamanho da próstata PSA L/T - > 15% - < 10% aumenta a chance de ser Ca de próstata obs.: independente do PSA, se for palpado nódulo no TR a indicação é biópsia. Causas benignas do aumento de PSA 1. hiperplasia prostática benigna 2. prostatite aguda 3. quadros inflamatórios 4. biópsia de próstata 5. cistoscopia 6. Ressecção transuretral da próstata (RTUp) 7. retenção urinária 8. ejaculação 9. toque retal 10. trauma perineal 11. infarto prostático Limitações do PSA - ⅓ dos pacientes com CaP com PSA < 4 ng/ml → extensão extracapsular ou extraprostática - 15% com PSA < 4 ng/ml → biópsia positiva Screening Rastreamento: Conjunto de procedimentos a fim de diagnosticar precocemente uma doença com o intuito de afetar favoravelmente a sua história natural Janela terapêutica: doenças em fase inicial que pode ser detectada por testes, e pode ter o prognóstico alterado favoravelmente com tratamento → PSA + Toque retal = aumento da taxa global de detecção de CaP PCA3 (progensa) → Necessidade de um melhor marcador para diagnóstico de CA agressivos em estágios iniciais - Gene hiperexpresso no CaP - Dosagem do mRNA na urina após massagem prostática - Relação entre o PCA3 mRNA e PSA mRNA - Uso : ● PSA 2,5 a 10 ng/mL ● Homens com biópsia prévia negativa mas persistentemente elevado - Valor de corte ? ( 50 % de + em escore > 100 ) - Custo elevado e dificuldade de coleta Critérios para realizar o rastreio 1. > 50 anos + expectativa de vida de 10 anos 2. > 40 anos + história familiar de CaP ( 2+ parentes 1º grau) e/ou raça negra 3. > 70 anos: poucas evidências do benefício do rastreamento → apenas se a expectativa de vida > 10 anos Biópsia de próstata - USG transretal (método padrão) - Antibioticoprofilaxia - Recomendação ( SBU ) ● Toque Retal alterado ● PSA > 4 ng/mL ● PSA > 2,5ng/mL em < 55 anos ● Densidade PSA > 0,15 ng/mL ● Velocidade PSA > 0,75 mg/ml/ano - Re-biópsia Escore de gleason - Grau de diferenciação tumoral (1 a 5) ● 1: arquitetura + próxima do normal ● 5: + indiferenciado - Soma dos 2 padrões de crescimento mais encontrados, sendo o 1º o mais relevante - Escore: 2 a 10 ● 2 - 6: ● 6 ● 7 - 10: ISUP → Nova forma de catalogar com base no gleason Laudos da biópsia 1. ASAP - Atypical small acinar proliferation: “suspeito, mas não diagnóstico” → indicado fazer imunohistoquímica se tiver material ou repetir biópsia em 30 a 90 dias - a chance de ser CaP nesses casos é de 40% 2. PIN - “Prostatic intraepithelial neoplasia “ - pode ser de baixo ou alto grau - baixo grau -> sem importância clínica - alto grau -> em 2 fragmentos ou +, acompanhar com mais cuidado, mas não precisa rebiopsiar OBS.: muitos advogam nem reportar PIN no laudo anatomopatológico Estadiamento 1. PSA - < 4 ng/mL: 80% localizados - 4,1 a 10 ng/mL: 70% localizados - > 10 ng/mL: 50% localizados - > 50 ng/mL: doença sistêmica 2. Toque retal 3. Gleason 4. Exames de imagem: RNM multi paramétrica, TC de abdome, cintilografia óssea e raio-X - Pacientes de médio a alto risco devem realizar: ● Exame de imagem deabdome e pelve para avaliar acometimento linfonodal (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) ● cintilografia óssea para avaliar acometimento ósseo secundário Baixo risco - Gleason < 7 (ISUP 1) - T1c - T2a - PSA < 10 ng/mL Risco intermediário - T2b - Psa 10-20 ng/dL - Gleason 7 (ISUP 2 ou 3) Alto risco - T3-T4 - PSA ≥ 20 ng/dL - Gleason >7 (ISUP 4 ou 5) Avaliação linfonodal - Pacientes de alto risco de metástase ● Doença palpável, elevação do PSA > 20 ng/mL ou Gleason 4 ou 5 na biópsia. - TAC e RMN ● Sensibilidade de 42 e 39 % ● Especificidade de 82 % - Linfadenectomía pélvica ● Estendida → 31 % de diagnóstico ( pcts de alto risco ) Cintilografia óssea - Indicações: ● sintomas de lesões ósseas ● gleason > ou = 7 ● PSA > ou = 20 ng/dL Critérios prognósticos 1. PSA 2. Toque retal 3. Gleason 4. Estadiamento Tratamento → Tratamento curativo - expectativa de vida > 10 anos - individualização do tratamento: morbidade, custo e preferência do paciente Seleção do tratamento inicial - Extensão anatômica da doença (próstata, linfonodos, metástase) - Grau Histológico ( Escore de Gleason ) - PSA - Resultado estimado com diferentes opções de tratamento - Potenciais complicações - Condições médicas gerais do paciente, idade, comorbidades, preferências individuais Tratamento do CaP Baixo risco → Opções de manejo: 1. Vigilância ativa (principalmente para os de muito baixo risco) 2. Prostatectomia radical (retropúbica, perineal ou laparoscópica pura ou robótica) 3. Radioterapia: radioterapia de intensidade modulada (IMRT). Não associar bloqueio androgênico Tratamento do CaP de risco intermediário 1. Prostatectomia radical + linfadenectomia pélvica (linfonodos obturatórios) 2. Radioterapia - com hormônio terapia 4 a 6 meses → bloqueio da testosterona Tratamento do CaP de risco alto 1. Prostatectomia radical + linfadenectomia pélvica estendida 2. Radioterapia - com hormonioterapia de 2 a 3 anos Cap localizado 1. Prostatectomia radical 2. Radioterapia • Braquiterapia • Radioterapia externa 3. Ablação • Crioterapia • HIFU (US alta intensidade) Cap avançado (metástase) 1. Bloqueio Androgênico ● retirada dos 2 testículos (orquiectomia bilateral) ● bloqueio central: análogos LHRH e estrogênio ● bloqueio periférico: antiandrogênicos OBS.: Os principais efeitos colaterais do bloqueio androgênico são anemia, osteoporose, diminuição da libido, disfunção erétil e ondas de calor. 2. Quimioterapia Complicações do tratamento - incontinência - disfunção erétil - cistite e retite actínica - CA secundário Recorrência bioquímica Pós-prostatectomia radical • Indetectável se remoção de todo tecido prostático • PSA < 0,2 ng/mL → Recidiva se PSA > 0,20 em 2 dosagens intervalo 2 semanas - se recidiva local → radioterapia de resgate - se doença a distância → bloqueio hormonal Pós-Radioterapia • Critério de Phoenix : Aumento do PSA de 2ng/mL acima do nadir, apesar de bloqueador androgênico - Se TR com limites precisos e suspeita de local → tentar prostatectomia de resgate (não tem bom prognóstico) - Se doença à distância → bloqueio hormonal Seguimento do tratamento - 1 ano: PSA a cada 3 meses - 2 anos: PSA a cada 6 meses - a partir de 3 anos: PSA a cada 12 meses
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