006 - Apostila UC Manobras ferroviária e comunicação via rádio

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Curso:
Noções Básicas para Maquinistas
Material didático:
 Manobras Ferroviárias e 
Comunicação Via Rádio 
MANOBRAS FERROVIÁRIA E COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO
(operação ferroviária com segurança)
Definimos as Manobras Ferroviárias como sendo a movimentação de veículos ferroviários, realizada por trens, locomotivas ou equipamentos especiais, a fim de atender à formação, recomposição e encerramento de trens e ao posicionamento e retirada em pontos de carga, descarga, transbordo, abastecimento, reparo ou intercâmbio.
Para que as manobras sejam realizadas com precisão e segurança, é necessário que o empregado esteja sempre portando seu equipamento de Proteção individual.
Para executar as manobras ferroviárias serão necessários os seguintes recursos materiais e físicos:
1. Lanterna (à noite);
2. Chave de punho EG;
3. Cadeado tetra chave de reserva; 
4. Rádios transceptores portáteis com alça;
5. Funcionários devidamente treinados, habilitados e uniformizados.
Manobra Ferroviária: princípios e objetivos
O transporte ferroviário inicia-se com as manobras de posicionamento dos vagões para carregamento na origem e termina com a descarga dos mesmos no destino. Entre estes eventos existem vários outros, tais como: manobras para formação, recomposição e desmembramento de trens, circulação dos trens, etc.
A manobra é uma das atividades de maior importância, complexidade e frequência da ferrovia. Ela é essencial na rotina de circulação dos trens, tendo em vista que sua frequência é constante, sem interrupção, 24 horas por dia e sete dias por semana. 
A manobra tem como objetivo reposicionar os veículos ferroviários para atender às necessidades de sua alternância no transporte. Seu propósito é trabalhar em sintonia com a demanda da circulação de trens, cumprindo sua formação e atendendo as atividades de carga, descarga, manutenção e eventuais operações durante o percurso. 
Manobras de atendimento ao cliente de formação de trens, entre outros.
A carga e descarga de vagões é um exemplo de situação que depende da manobra. Geralmente, são realizadas em terminais da ferrovia ou de clientes, comuns na procedência e no destino do trem. Seu objetivo é posicionar os vagões, carregados ou vazios, em linhas dotadas de algum sistema de carga e descarga, seja manual ou automatizado, e retirá-los após a conclusão do serviço. Essa atividade atende às necessidades do cliente e à rotatividade dos vagões quanto à sua variação de carga ou lotação, ora circulando vazio, ora carregado. 
A manobra de formação de trens trabalha com a distribuição dos veículos em sua composição. Para atender, por exemplo, uma demanda variada de cargas, pesos e destinos, os vagões são relacionados e posicionados no trem conforme alguns critérios.
Etapas da Manobra: Engate de vagões
Antes de proceder com o engate em composição de trem, posicione-se dentro do gabarito entrevias, fora do raio de ação do engate. Verifique se a composição está parada e confira o alinhamento dos engates vagão/locomotiva. Se necessário, abra a mandíbula e retorne à sua posição inicial para conclusão do engate. 
Procedimento de Acoplamento de mangueiras
Antes de efetuar a conexão das mangueiras, o responsável deve solicitar ao maquinista ou operador que faça a confirmação do engate, ou seja, movimente o trem, testando a sua eficiência. É seu dever orientar o maquinista ou operador sobre todas as condições e andamento da operação.
Após a confirmação do engate, o colaborador deverá solicitar que ao maquinista a total do trem, fazendo uma aplicação total dos freios. Em seguida segurar firmemente as mangueiras, com as duas mãos na junção de cada bocal com o mangote, conectando-as até o encaixe total e abrir os registros de ar comprimido abrindo lentamente o ar do encanamento geral (para não dar emergência no trem), observando possíveis vazamentos.
Etapas da Manobra:
Desengate de vagões, desacoplamento das mangueiras (estouro)
Já o desengate de veículos é feito acionando-se a alavanca de manobra que, por sua vez, destravará a mandíbula do engate, e logo após fechará os registros do encanamento geral (EG). Em seguida, o responsável solicitará ao maquinista uma movimentação (de aproximadamente 6 metros) contraria ao vagão parado. 
Após os vagões estiverem parados na distância solicitada, o colaborador deverá fazer a proteção das mangueiras, pendurando-as no engate cego.
Procedimento de Estacionamento de Veículos Ferroviários
Quando falamos de estacionamento de veículos ferroviários, entendemos que esses veículos ficarão parados por um tempo indeterminado ou superior a um limite definido por cada empresa. Essa referência é utilizada como parâmetro para distinguir duas situações: veículo parado e veículo estacionado. 
Já os veículos estacionados seguem uma regra geral, na qual há a obrigatoriedade do uso do calço e do freio manual. 
Situação de Aprendizagem:
Observe as imagens.
Procedimento de Estacionamento de Veículos Ferroviários
Um calço de metal é utilizado no primeiro veículo e o freio manual acionado após a aplicação total do freio pneumático. Em locais que trabalham com produtos inflamáveis, o calço deve ser de madeira. 
Para o estacionamento de vários veículos, cada empresa adota uma tabela, na qual o percentual de rampa da linha incidirá na aplicação do freio manual parcial ou total dos veículos. Vale lembrar que nenhum vagão poderá ficar fora do marco de entrevia, a fim de não impedir a circulação da linha adjacente. 
Procedimento de Operação de AMV
AMV manual
Fique atento! Durante a AVM é fundamental que você: 
1. Utilize EPIs adequados;
1. Mantenha postura adequada; 
1. Verifique se o AMV está trancado com cadeado tetra chave;
1. Observe se as agulhas estão vedando o trilho corretamente;
1. Observe se o AMV está funcionando normal;.
1. Tranque o AMV para a rota desejada;
1. Verifique se a posição do AMV é a desejada, atentando que na condição de saída ela deverá estar no sentido da circulação;
1. É proibido estacionar vagões e locomotivas sobre AMV.
Qualquer anomalia identificada no AMV o CCO deverá ser acionado imediatamente.
PROCEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO
Comunicar é “um ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual”.
Situação de Aprendizagem:
1. Na Operação de Manobras Ferroviária, quais são os tipos de comunicação são utilizados?
2. Na circulação de trens quais são os tipos de comunicação são utilizados?
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Na comunicação é fundamental compreender a mensagem que é emitida pelo emissor. Logo, não prevalece o que o receptor (quem recebe a mensagem) deseja ou pensa receber. Para que isto aconteça, a mensagem a ser transmitida deve ser clara e os participantes do diálogo devem executar quatro passos. Observe o esquema dos quatro pilares do processo de comunicação que, juntos, se completam para garantir o entendimento da mensagem pelo receptor, resultando em uma ação correta.
Procedimentos de Comunicação – Verbal e Não Verbal
Como você observou nas imagens, a comunicação pode ser verbal, isto é, falada e escrita, ou não verbal, quando representada por placas, figuras, gestos, expressões, objetos e cores.
Podemos então considerar que comunicar é tornar comum, é compartilhar ideias e pensamentos. Logo, uma boa comunicação depende do entendimento, envolvimento, relacionamento e da confiança entre os envolvidos. Por isso, nesse processo é preciso:
· Disposição e comprometimento; 
· Saber ouvir;
· Conhecimentoe entendimento do conteúdo, do interlocutor e do contexto.
Recuo de trens (proteção)
Todo recuo deve receber cobertura com empregado treinado e munido de rádio transceptor portátil. Todos os envolvidos no recuo devem ter ciência da autorização de circulação.
Durante o recuo é obrigatório manter contato via rádio entre o maquinista e o empregado que faz a cobertura. Ele deve manter o maquinista informado de qualquer anormalidade observada no trem ou na via permanente. As condições dos AMVs, vedação de agulha, linhas e marcos para linhas adjacentes, também devem ser informadas pelo empregado responsável pela cobertura.
O empregado que faz a cobertura deve orientar quanto à velocidade do recuo.
O recuo de trens em PN deve ser feito com todo cuidado, inclusive com a movimentação súbita de veículos rodoviários.
É importante observar as condições das linhas adjacentes, vagões estacionados, portões, paredes ou qualquer obstáculo que possa restringir o Gabarito da Via.
 
Situação de Aprendizagem:
Esse colaborador está executando as manobras de recuo corretamente? Por quê?
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Visão espacial necessária às atividades de manobras????
Vamos Pensar um Pouco: “O que é visão espacial”
Correto dimensionamento da distância necessária
É fundamental passar para o maquinista a informação correta das distâncias a serem percorridas no recuo, para engate ou movimentação sem engate.
O empregado que faz a cobertura precisa ter noção de distância em metros e utilizar um padrão de informação na ferrovia, que consiste em fornecer a distância em número de vagões.
Não existe uma precisão, entretanto, é importante comunicar ao maquinista a percepção que a distância para o engate está reduzindo. Dessa forma, o maquinista reduzirá a velocidade para o engate ou parada do trem.
O empregado que faz a cobertura precisa informar a velocidade adequada para o engate ou movimentação, solicitando redução da velocidade conforme a distância. É preciso ressaltar que a velocidade de recuo é definida por ele.
Situação de Aprendizagem:
O que devemos fazer após o acoplamento?
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Perfil de linha e impactos na atividade de recuo de trens
Podemos dizer que o perfil de linha é definido pela projeção vertical do terreno, sendo possível percebe ló no traçado da via, podendo ser: plano, com grandes retas, ou acidentado e sinuoso. Na atividade de recuo de trens, isso causa grande impacto devido às alterações das condições de Visibilidade e controle da velocidade do trem nas rampas, considerados fatores essenciais na segurança e agilidade da operação. 
Logo, o funcionário responsável pela proteção deve solicitar ao maquinista uma velocidade sempre compatível com o seu campo de visão, e o maquinista, por sua vez, precisa atentar para as condições de controle da velocidade, que, em rampas descendentes, é dificultada, principalmente quando existem vagões carregados no trem.
Capacidade de acondicionamento de vagões nas linhas
Um pátio é constituído de, no mínimo, duas linhas, número mínimo necessário para efetuar cruzamentos, o que varia é a sua capacidade de extensão. 
Uma das expertises das equipes de operação dos pátios e terminais é o conhecimento da capacidade de cada uma de suas linhas, a fim de que, na programação de manobras, seja possível antecipar as suas projeções. 
Devido às oscilações no comprimento dos vagões, os pátios que trabalham com modelos diversificados têm suas linhas medidas em metro linear, evitando possíveis falhas no cálculo da capacidade de cada linha em função da variação no comprimento dos vagões. 
Comunicação: processo via rádio utilização de
 linguagem técnica operacional
A comunicação ferroviária deve, sempre, obedecer aos critérios que visam discipliná-la, valorizando, além do bom entendimento e clareza dos diálogos, a segurança da operação. No processo de comunicação via rádio, também é vetada a pronúncia de gírias, palavrões e disseminação de brincadeiras. 
Entre as atividades que operam o rádio transceptor, sabemos que a manobra destaca-se em razão da frequente utilização e dependência desse equipamento, em especial nas situações de recuo de trens.
Sinais manuais de manobra convencionais
Os sinais manuais deverão ser utilizados somente em situação de emergência.
Posicionamento do responsável habilitado à atividade
No acompanhamento do recuo de trens, o funcionário responsável deverá fazê-lo de forma segura, preferencialmente adiante da manobra, que cumprirá uma velocidade compatível com o seu deslocamento e visibilidade.
Comunicação Ferroviária - Importância da Comunicação na 
operação ferroviária
Situação de Aprendizagem:
Identifique os equipamentos de comunicação e Computadores de bordo.
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Terminologia técnica baseada nas nomenclaturas e definições constantes nos manuais e literatura técnica
Na ferrovia, assim como em muitas empresas, é comum a utilização de termos específicos do setor. Conheceremos agora algumas terminologias técnicas utilizadas na operação ferroviária: 
· Sessão de bloqueio (SB): área que compreende um trecho da via e que faz parte da divisão virtual do sistema de licenciamento de trens;
· Travessão: via diagonal que liga duas vias paralelas, provida de AMV em ambas as extremidades, permitindo a transposição de um veículo ferroviário de uma linha para outra; 
· Cruzamento de trens: é a passagem de um trem pelo outro em sentido contrário, realizado em pátios de cruzamento ou em qualquer ponto em trecho de linha dupla.
Riscos pessoais e operacionais na comunicação 
ou registro de anomalias
Na operação dos equipamentos de comunicação, podem ocorrer avarias ou anomalias que deverão ser investigadas e, em seguida, reportadas ao setor responsável. É importante saber que, ao realizar a comunicação ou o registro de anomalias, pode incidir em riscos pessoais e operacionais, tais como:
• Choque elétrico na investigação de avarias, causado por contato com terminais soltos ou fios partidos e expostos;
• Curto-circuito no equipamento, causado pelo manuseio de cabos supostamente partidos e expostos na investigação de avarias;
• Interpretação incorreta de avarias e o registro equivocado na sua reportagem podem ocasionar atraso na identificação correta da anormalidade;
• Falha na comunicação devido à utilização do rádio portátil com a bateria fraca poderá ocasionar diversos riscos para a operação.
Referências bibliográficas:
Livro didático SENAI - SÉRIE TRANSPORTE FERROVIÁRIO MANOBRA E COMUNICAÇÃO 
Comunicação via Rádio - Pátio/Tração/Controle - Trilha Técnica: Ferrovia – VALER – Educação VALE
Trilha Técnica de operação Ferroviária – Manobras Ferroviárias – VALER – Educação VALE
Comunicação via rádio - TRILHA TÉCNICA: FERROVIA | OPERAÇÃO
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