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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA NÃO EXPRESSOS II Quando um administrador pratica um ato, em regra, deve motivar, explicar por escrito o porquê de sua prática. Ex.: em uma fiscalização, um estabelecimento é interditado. O fiscal não pode apenas interditar, precisando explicar o motivo da interdição (como falta de alvará, venda de produtos piratas). A motivação é importante a nível de ter status de princípio (princípio da motivação dos atos administrativos). Quando um policial aplica uma multa de trânsito, por exemplo, anota a placa do carro, onde o mesmo está estacionado, a hora da notificação, ou seja, motivando o ato administrativo. Princípio da motivação Os atos devem ser motivados. A não motivação é a exceção. Ex.: nomeação e exonera- ção de servidor em cargo em comissão. Esse ato não precisa ser motivado – a autoridade nomeia e não precisa explicar o porquê de ter escolhido a pessoa, da mesma forma que não precisa explicar o motivo da exoneração. O princípio da motivação representa a justificativa por escrito do por que da prática do ato. O objetivo é que se o particular um dia for contes- tar se apoiará justamente na motivação expressa. Se o fato não tiver ocorrido, o ato deve ser anulado. DIRETO DO CONCURSO 1. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DO CONTROLE EXTERNO/2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. COMENTÁRIO Quando a administração for anular, revogar, convalidar um ato administrativo ou retirar direito de alguém, sempre precisa que explicar o porquê. A não motivação é a exceção, e engloba a nomeação e a exoneração de servidor em cargo de comissão. cti Realce cti Realce cti Realce 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES Princípio da razoabilidade Para Celso Antônio Bandeira de Mello a Administração, ao atuar no exercício de des- crição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas. A conduta desarrazoada não é apenas inconve- niente, mas também ilegítima (inválida). Quando se fala em razoabilidade, é preciso lembrar-se de bom senso. A razoabilidade é o que se espera do homem médio. Quando o administrado age, precisa de atitude equilibrada, agir com bom senso, ser razoável, ponderado. A razoabilidade tem relação com bom senso, com uma atividade ponderada, enquanto a proporcionalidade tem relação com a proibição de excessos pela administração pública. A medida aplicada pela administração não pode ser superior à estritamente necessária, senão o ato será desproporcional. O Poder Judiciário pode realizar controle no ato administrativo e, posteriormente realizar sua anulação se o ato for desarrazoado ou desproporcional. Princípio da proporcionalidade Art. 2º, VI, Lei n. 9.784/1999: “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”. O administrador não pode utilizar de força maior que a estritamente necessária. A edição do ato deve ser proporcional ao dano ou ao perigo. Os meios utilizados devem ser proporcionais ao fim visado: “princípio da proibição de excessos”. A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade e representa adequação entre meios e fins, sendo uma medida justa diante da situação concreta. Ex.: um supermercado tem milhares de itens e a fiscalização encontra 10 itens vencidos e por isso, interdita o estabele- cimento. Essa medida é proporcional à gravidade do fato? Se a ilegalidade for leve, a força utilizada pela administração deve ser leve, e a mesma adequação se for grave. Não há como o administrador ser proporcional se ele não for razoável. Súmula Vinculante n. 11 teve como justificativa do STF o princípio da proporcionalidade. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada 5m 10m cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce cti Realce 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. O agente público só pode algemar o preso se a medida for proporcional ao fim visado (o preso pode tentar fugir, ou isso pode ser feito para proteger a integridade do preso ou de terceiros), que precisa ser explicado. DIRETO DO CONCURSO 2. (FCC/SANASA/ANALISTA-SERVIÇOS JURÍDICOS/2019) No que concerne aos princí- pios constitucionais, explícitos e implícitos na Constituição Federal de 1988, aplicáveis à Administração pública, tem-se a. a prevalência do princípio da moralidade sobre todos os demais princípios, podendo ser invocado para afastar, em situações de restrição de direitos individuais, os princí- pios da razoabilidade e da legalidade estrita. b. que o princípio da legalidade impede a edição de atos normativos pelo Poder Executi- vo, salvo no estrito âmbito do poder regulamentar, apenas nos limites para fiel execu- ção de lei. c. que o princípio da eficiência aplica-se, de forma autônoma, exclusivamente às entida- des sujeitas ao regime jurídico de direito privado, aplicando-se às entidades de direito público apenas em caráter subsidiário. d. como decorrência do princípio da razoabilidade, a possibilidade de afastamento do princípio da legalidade quando presentes razões de interesse público, devidamente comprovadas. e. que a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na prática de atos discricionários pela Administração demanda a adequação entre meios e fins de forma a evitar restrições desnecessárias a direitos individuais. COMENTÁRIO Não há qualquer hierarquia na prevalência de um princípio em relação ao outro. 15m cti Realce cti Realce 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES Ato normativo representa lei em sentido amplo (a lei em sentido estrito é a editada pelo Legislativo). São atos normativos decreto, resolução, regimento interno, deliberação. O princípio da eficiência é aplicado em toda a administração pública e se relaciona com os demais princípios. O princípio da legalidade não pode ser afastado para se usar o princípio da razoabilidade. Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item. DIRETO DO CONCURSO 3. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) O princípio da proporcionalidade, que deter- mina a adequação entre os meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no pro- cesso administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. COMENTÁRIO O princípio da proporcionalidade é expresso na Lei n. 9.784/99 (Lei do Processo Admi- nistrativo). Quando o administrador vai aplicar multa, deve observar a razoabilidade e a proporciona- lidade. Ex.: uma pessoa proprietária de pequena área rural provoca pequeno dano ambiental(é um produtor pequeno, produz para auto sustento, e se por ventura há sobra da produção, ele vende ou troca). Um fiscal do IBAMA aplica a ele uma multa de 10 milhões de reais. O valor é desarrazoado, a medida utilizada é superior à situação concreta (um pequeno pro- dutor não tem como pagar essa multa). Se a multa é aplicada a um grande produtor de soja, que exporta, fatura milhões – o valor seria justificado nesse caso. O Judiciário pode avaliar a proporcionalidade e a razoabilidade do ato administrativo, mas o ato ao fim é anulado com base no princípio da legalidade. Não representa controle de mérito administrativo. DIRETO DO CONCURSO 4. (FCC/DPE-SP/ADMINISTRADOR/2015) Considere a seguinte situação hipotética. Em uma manifestação popular pacífica, centenas de policiais militares dispararam bombas de gás e balas de borracha por horas ininterruptas contra os manifestantes que reivindi- 20m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES cavam direitos trabalhistas ao governo. Por considerar exagerada a reação dos policiais, que deixou centenas de feridos, o Ministério Público sustenta que os agentes públicos responsáveis pela operação violaram princípios da Administração pública, em especial o princípio da a. especialidade, uma vez que o excesso de violência dos policiais anula os objetivos de sua função, de garantir a ordem. b. segurança jurídica, porque a ação dos policiais colocou em risco a vida dos manifes- tantes, afetando a ordem social. c. proporcionabilidade, pois os policiais utilizaram medidas de intensidade superior à es- tritamente necessária à situação. d. impessoalidade, já que os policiais promoveram tratamento diferenciado, atingindo so- mente parte dos manifestantes. e. eficiência, em razão dos resultados da repressão policial acarretarem ônus financeiros para a Administração pública. COMENTÁRIO Na questão, a ação policial não foi proporcional ao dano. Se a ilegalidade praticada for leve, a ação deve ser leve. Se é grave, a ação deve ser severa. 5. (CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) O princípio da razoabilidade a. se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e sua inobser- vância resulta em vício do ato administrativo. b. incide apenas sobre a função administrativa do Estado. c. é autônomo em relação aos princípios da legalidade e da finalidade. d. comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo administrador algo simples. e. pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito admi- nistrativo. 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Princípios da Adm. Pública Não Expressos II DIREITO ADMINISTRATIVO A N O TA ÇÕ ES COMENTÁRIO O princípio da razoabilidade orienta toda a atividade, inclusive na elaboração das leis. A razoabilidade deve atender ao interesse público e ao princípio da legalidade. Mérito gera revogação do ato, controle de legalidade gera anulação do ato. GABARITO 1. E 2. e 3. C 4. c 5. a 25m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material.
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