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Anderson Soares 5ºP IESVAP osteomielite conceito O termo osteomielite é mundialmente aceito para descrever uma infecção que envolva osso. Surgiu na literatura francesa no início do século XIX e se aplica ao envolvimento do trabéculo e da medula óssea. É um processo infeccioso do tecido ósseo, causado principalmente por bactérias, que compromete a porção cortical e esponjosa do osso, bem como o canal medular. A osteomielite pode ser classificada com base no mecanismo de infecção, em hematogênica ou não hematogênica, e na duração da doença, aguda ou crônica. A osteomielite aguda geralmente se apresenta com uma duração dos sintomas de alguns dias ou semanas. O sequestro ósseo, pedaços de osso necrótico que se separam do osso viável, estão ausentes. A osteomielite crônica é caracterizada por infecção de longa data ao longo de meses ou anos. O sequestro ósseo geralmente está presente. A osteomielite não hematogênica pode ocorrer como resultado da disseminação contígua da infecção para o osso de tecidos moles adjacentes e articulações ou via inoculação direta da infecção no osso (como resultado de trauma ou cirurgia). A osteomielite hematogênica é causada por microrganismos que semeiam o osso no contexto da bacteremia. epidemiologia Fatores de risco específicos • Idades 2-12 anos • Sexo masculino (M:F de 3:1) A osteomielite hematogênica ocorre mais comumente em crianças. 1 em cada 5000 crianças menores que 13 anos apresenta um quadro de osteomielite na vida, sendo este quadro mais comum em meninos. Essa complicação afeta com maior frequência os ossos longos, especialmente nos membros inferiores, sendo o fêmur mais afetado, seguido pela tíbia e úmero. Os fatores de risco para osteomielite hematogênica incluem endocardite, presença de dispositivos intravasculares permanentes. A osteomielite vertebral é a forma mais comum de osteomielite hematogênica em adultos. Em relação ao mecanismo, a osteomielite não hematogênica ocorre mais comumente no contexto de trauma e cirurgia relacionada, por isso é mais comum entre os adultos jovens. Os fatores de risco para osteomielite não hematogênica incluem feridas de tecidos moles de difícil cicatrização (incluindo úlceras de decúbito), presença de hardware ortopédico, diabetes, doença vascular periférica e neuropatia periférica. ETIOLOGIA • Staphylococcus aureus : 80-90% de todas as infecções; inclui isolados resistentes à meticilina • Escherichia coli : usuários de drogas intravenosas (IVDU) e infecção do trato geniturinário • Pseudomonas spp.: uso de drogas intravenosas e infecção do trato geniturinário • Klebsiella spp.: uso de drogas intravenosas e infecção do trato geniturinário • Salmonella spp.: doença falciforme • Haemophilus influenzae : recém-nascidos estreptococos do grupo B: recém-nascidos • Outros agentes infecciosos incomuns incluem fungos classificação As osteomielites têm sido classificadas de várias formas, levando-se em consideração alguns critérios como localização do processo, extensão do acometimento ósseo, estado imunológico do hospedeiro, comorbidades e tipo de agente etiológico causador. Classificação de Waldvogel: • Osteomielite Hematogênica Aguda • Osteomielite por Contiguidade com Insuficiência Vascular Generalizada • Osteomielite por Contiguidade sem Insuficiência Vascular Generalizada. Existem outros tipos de Osteomielite que merecem estudo particularizado: Osteomielite da Coluna Vertebral, Osteomielite Pós-Traumática, Osteomielite Crônica, Infecções em próteses articulares. Agentes etiológicos: Staphylococcus aureus (o mais comum), mas nos casos de Osteomielites por Anderson Soares 5ºP IESVAP Contigüidade e Pós - Traumáticas outros germes estão envolvidos: Bacilos Gram negativos, anaeróbios e alguns Gram Positivos. As bactérias aderem ao osso devido às adesinas, são elas que vão contribuir para a gravidade da evolução do caso. fisiopatologia A bactéria que mais frequentemente provoca osteomielite é a S. aureus, seguida pelos estreptococos do grupo A, e nos pacientes com anemia falciforme a osteomielite é provocada principalmente por Salmonella. Nos pacientes imunodeprimidos, grande queimado e nos casos de trauma do osso calcâneo, o principal agente infeccioso é a Pseudomonas. As alterações morfológicas na osteomielite dependem do estágio (agudo, subagudo ou crônico) e localização da infecção. Ao atingir o osso, a bactéria se prolifera e induz uma inflamação aguda. A proliferação bacteriana promove um acúmulo de exsudatos e produtos bacterianos, contribuindo na formação do abscesso dentro do osso, e nesse estágio não é possível identificar nenhuma lesão através de exames de imagem. Localização Frequência por localidade, em ordem decrescente: • membro inferior (mais comum) • vértebras: lombar > torácica > cervical • estilóide radial • articulação sacroilíaca A localização da osteomielite dentro de um osso varia com a idade, devido a alterações na vascularização de diferentes partes do osso: • neonatos: metáfise e/ou epífise • crianças: metáfise • adultos: epífises e regiões subcondrais O quadro evolui com a necrose óssea maciça sem reabsorção óssea nas primeiras 48 horas do processo infeccioso. Com isso, o exsudato é drenado até a medula ou para dentro do córtex ósseo através dos sistemas haversianos, atingindo o periósteo. Sem drenagem cirúrgica do pus, ocorre o deslocamento do periósteo, que dificulta a chegada de suprimento sanguíneo, e assim são instaladas lesões supurativas e isquêmicas, gerando necrose óssea segmentar – a parte do osso morte é chamada de sequestro. O deslocamento do periósteo induz uma reação de neoformação óssea, que radiologicamente corresponde à periostite. A ruptura do periósteo, devido à pressão gerada pelos líquidos inflamatórios ali presentes provoca um abscesso e eventual formação de um seio de drenagem. Algumas vezes, o osso sequestrado se fragmenta e forma corpos estranhos livres, que passam através do trato do seio. Assim, em casos mais graves, a osteomielite pode provocar uma fístula na pele, que é a cronificação dessa condição. O momento exato da transição da fase aguda para a fase crônica da osteomielite é determinado pela formação de osso necrosado por isquemia, o que na prática é difícil de se identificar, sendo considerado por alguns autores 48 horas após a infecção inicial. Manifestações clínicas A dor, provocada pela hiperemia tecidual e aumento da pressão intraóssea, geralmente é a primeira queixa do paciente com osteomielite, que apresenta instalação aguda e aumento progressivo da intensidade com o passar das horas. A característica dessa dor é a resistência a analgésicos comuns, e com a evolução o paciente se torna irritadiço, perde o apetite e diminui as atividades habituais. O edema surge nos primeiros dias e se torna mais volumoso com o tempo. É importante se diferenciar o edema de articulações superficiais de derrame articular. O edema e a inflamação de partes moles também provocam impotência funcional, que surge na logo na fase inicial e piora com a evolução. Quando há o envolvimento do membro inferior, a claudicação é o sinal mais frequente. O paciente com osteomielite apresenta frequentemente antecedente de infecção, febre de intensidade variável, sem correlação entre clínica e gravidade. Normalmente é Anderson Soares 5ºP IESVAP acometido apenas 1 osso, e pode ocorrer em ossos chatos, especialmenteos ossos cranianos e as vértebras. A osteomielite hematogênica pode se manifestar como uma doença aguda sistêmica, com mal estar, febre, calafrios, leucocitose e dor intensa sobre a região afetada. O paciente, no entanto, pode apenas apresentar febre inexplicada, principalmente lactentes ou uma dor localizada na ausência de febre em adultos. diagnóstico Clínico O diagnóstico pode ser realizado pela história e exame clínico, a despeito da sofisticação atual dos métodos de imagem. • Osteomielite Hematogênica Aguda: Investigar os focos infecciosos iniciais (cateterização venosa, onfalites, infecções de pele, tonsilites, portadores nasais de focos infecciosos). Os adultos referem sintomas vagos, tais como dor não característica, poucos sintomas constitucionais, podendo ocorrer febre, calafrios, abcessos, edema e eritema local. Já nos neonatos os sintomas e sinais são pouco exuberantes (febre, irritabilidade, letargia, efusão articular adjacente à infecção óssea). • Osteomielite por Contiguidade sem Insuficiência Vascular Generalizada: Investigar história de redução cirúrgica, fixação interna de fraturas, próteses, fraturas expostas e infecções crônicas de tecido mole (disseminação a partir de uma infecção de tecidos moles adjacentes). A infecção ocorre um mês após a inoculação. O paciente se apresenta com febre baixa, dor, eritema e, muitas vezes, drenagem através de fístulas, perda de estabilidade, necrose óssea e alteração do tecido mole. • Osteomielite por Contiguidade com Insuficiência Vascular Generalizada: História de diabetes mellitus, trauma local, infecções recorrentes. Exame clínico demonstra febre baixa, diminuição dos pulsos pedioso, dorsal e tibial posterior, e alteração da percepção da dor pela neuropatia periférica. Úlceras perfurantes de pé e celulites são achados constantes. Os ossos do pé são os mais envolvidos. • Osteomielite Pós-Traumáticas: investigar história de fraturas expostas e cirurgias ortopédicas eletivas ou de urgência em que houve a utilização de materiais de síntese. O exame clínico evidencia na maioria das vezes febre, sinais inflamatórios locais e drenagem de secreção purulenta pela ferida cirúrgica ou ferimento ainda exposto. • Osteomielite Vertebral: História de diabetes, instrumentação do trato urinário e o uso de drogas ilícitas por via venosa são os mais freqüentes. Outros fatores de risco: Traumas por arma branca e arma de fogo, iatrogênicos. Exame clínico: dor lombar insidiosa( progressão durante semanas ou até meses), febre (50% dos caos), dor abdominal( peritonite), dificuldade para andar, sentar ou permanecer em pé nas crianças, sinais de irritação meníngea com líquor normal. Podemos observar em alguns casos disfagia, dor de garganta e dor torácica. A complicação mais diagnosticada é o abscesso que pode localizar-se na região epidural, subdural, meníngea, retrofaríngea, mediastinal, subfrênica e retroperitoneal. O diagnóstico fica dificultado pela ausência de febre no início da evolução clínica. • Osteomielite Crônica: Esta infecção ocorre em aproximadamente 5-50% das fraturas expostas, menos de 1% das fraturas fechadas com osteossíntese e em 5% dos casos de doença hematogênica aguda, geralmente associada a desnutrição crônica, diabetes descompensado e outras comorbidades. Alguns fatores locais, como alteração de pele e de tecido mole, presença de escaras e de ulcerações crônicas, a falta de irrigação e oxigenação dos tecidos, favorecem a cronicidade do processo. • Infecções em Próteses Articulares: Investigar idade avançada, desnutrição, obesidade, diabetes mellitus, infecção pelo HIV em estado avançado, presença de foco infeccioso à distância e antecedente de infeccção em outra artroplastia. Pode ser por implantação direta, hematogênica e reativação de infecção latente. Manifestações agudas são dor severa, febre alta, toxemia, calor, rubor e secreção na ferida operatória e as manifestações crônicas são dor progressiva, formação de fístulas cutâneas, com drenagem de secreção purulenta, sem febre. Laboratorial Isolamento do agente por cultura do aspirado ósseo, punção articular, secreção da ferida cirúrgica e materiais de debridamento cirúrgico, hemocultura, proteína C reativa, hemograma, VHS, dosagem da alfa-glicoproteína ácida. Imagem Radiografia óssea (lesões evidentes entre o 10° e o 14° dia do início da doença), Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e Ultrassonografia da lesão (investigar coleções mais profundas e orientação para punção diagnóstica). Radiografia simples As primeiras alterações são observadas nos tecidos moles adjacentes +/- contornos musculares com edema e perda ou embaçamento dos planos de gordura normais. Um derrame pode ser visto em uma articulação adjacente. Em geral, a osteomielite deve se estender por pelo menos 1 cm e comprometer de 30 a 50% do conteúdo mineral ósseo para produzir alterações perceptíveis nas radiografias simples. Os achados iniciais podem ser sutis e as alterações podem não ser óbvias até 5 a 7 dias do início em crianças e 10 a 14 dias em adultos. Nas radiografias feitas após esse período, várias alterações podem ser observadas: Anderson Soares 5ºP IESVAP • osteopenia regional • reação periosteal /espessamento (periostite): variável; pode parecer agressivo, incluindo a formação de um triângulo de Codman • lise óssea focal ou perda cortical • scalloping endosteal • perda da arquitetura óssea trabecular • nova aposição óssea • eventual esclerose periférica Em casos crônicos ou não tratados, pode ser observada a eventual formação de sequestro, involucro e/ou cloaca. Tomografia computadorizada A TC é superior tanto à RM quanto ao filme simples na representação das margens ósseas e na identificação de um sequestro ou involucro. Os recursos de TC são semelhantes aos filmes simples. A sensibilidade geral e especificidade da TC é baixa, mesmo no cenário de osteomielite crônica, e de acordo com um estudo são 67% e 50%, respectivamente. O contraste intravenoso permite que a TC diferencie diferentes tipos de tecidos e caracterize abscessos, mas é inferior à RM nesse aspecto. Alguns recursos no CT incluem: • desfoque de planos de gordura • aumento da densidade da medula gordurosa • reação periosteal • erosão/destruição cortical • sequestro, involucra, gases intra-ósseos Algumas limitações CT incluem: • incapacidade de detectar com confiança o edema medular; portanto, uma TC normal não exclui osteomielite precoce. • degradação da imagem por artefato de raia quando implantes metálicos estão presentes Ressonância Magnética A RM é a mais sensível e específica, capaz de identificar complicações de partes moles/articulares. O edema de medula óssea é a manifestação mais precoce da osteomielite aguda observada na RM e pode ser detectada 1 a 2 dias após o início da infecção. Concordância de baixo sinal T1 e alto sinal em sequências sensíveis ao fluido é a marca registrada da osteomielite na RM. • T1 o componente central de sinal intermediário para baixo (fluido) o medula óssea circundante de sinal mais baixo do que o normal devido a edema o destruição do osso cortical • T2 o edema de medula óssea o sinal alto central (fluido) • T1 C+ o realce pós-contraste da medula óssea, margens do abscesso, periósteo e coleções de tecidos moles adjacentes Anderson Soares 5ºP IESVAP Ultrassom Embora o ultra-som se destaque como exame rápido e barato dos tecidos moles e possa orientar a drenagem de coleções de tecidos moles, tem pouco papel na avaliação direta da osteomielite, poisé incapaz de visualizar dentro do osso. No entanto, tem um papel na avaliação de tecidos moles e articulações adjacentes ao osso infectado, pois pode ser usado para visualizar abscessos de tecidos moles, celulite , coleções subperiosteais e derrame articular . A ultrassonografia também é útil na avaliação dos componentes extraósseos da instrumentação ortopédica, pois não é afetada por artefatos metálicos. Diagnóstico diferencial Junta de Charcot Metástases Neoplasia óssea primária • Sarcoma de Ewing • Osteossarcoma • Linfoma • Mieloma múltiplo Histiocitose de células de Langerhans (LCH) tratamento O tratamento da osteomielite é típico com antibióticos intravenosos, muitas vezes por longos períodos. Se houver coleção, sequestro ou invólucro, a drenagem e/ou o desbridamento cirúrgico são frequentemente necessários. A amputação é realizada após falha da terapia médica ou quando a infecção é fatal. As complicações incluem: • formação do trato sinusal com carcinoma de células escamosas sobreposto ocasional (úlcera de Marjolin ) • sarcoma secundário (por exemplo, osteossarcoma): raro • fratura patológica • amiloidose secundária O tratamento da osteomielite consiste inicialmente com punção local, para qual o paciente precisa estar sedado e anestesiado, em centro cirúrgico. Caso seja aspirado pus, deve-se realizar drenagem cirúrgica de partes moles. Se houver pus subperiosteal, é preciso fazer perfurações ósseas com broca adequada ou aberta uma pequena janela com formão fino, e com isso o local é lavado e o material bacteriano e tecido necrosado é expulso. A antibioticoterapia deve ser instituída logo após cultura de material e antibiograma, mas se deve iniciar o tratamento antes do resultado. O tratamento empírico da osteomielite não hematogênica deve consistir em terapia antimicrobiana com atividade contra Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e organismos gram-negativos. O uso de oxacilina associada à cefalosporina de 3° geração com atividade antipseudomonas, como ceftazidima, quando for devido a lesão traumática. Vancomicina e teicoplanina devem ser reservadas para casos de infecção adquirido no ambiente hospitalar ou nos casos resistentes aos antibióticos usuais. O tratamento da osteomielite hematogênica consiste em antibioticoterapia parenteral. A cobertura antibiótica empírica para o tratamento da osteomielite hematogênica deve incluir atividade contra MRSA e bacilos Gram-negativos aeróbios. Em recém-nascidos, pode-se associar oxacilina a um aminoglicosídeo. Em crianças após períodos neonatal até a idade adulta, recomenda-se a associação de oxacilina à cefalosporina de terceira geração. Normalmente, o tempo de tratamento é de 4 a 6 semanas, sendo que se o paciente se mantiver estável nos 10 primeiros dias, a medicação pode ser passada para via oral a nível ambulatorial. Anderson Soares 5ºP IESVAP ANTIBIÓTICOS Os mecanismos de ação das principais classes de antibióticos utilizados na prática clínica são: Bloqueio da síntese da parede celular As bactérias Gram-positivas e Gram-negativas possuem paredes celulares constituídas de formas diferentes, tendo em comum a presença de peptidoglicano. Nas Gram- positivas, encontramos uma parede espessa formada de pepti· doglicano acima da membrana citoplasmática. Nas Gram-negativas, o peptidoglicano corresponde apenas a 10% da parede celular. Acima dessa existe outra camada de fosfolipídeos, lipopolissacárides e proteínas, denominada membrana externa, separada da fina parede de peptidoglicano pelo espaço periplasmático. Sem uma parede celular estruturada, a bactéria acaba por sofrer llse osmótica. Medicamentos que agem dessa forma possuem ação bactericida. Principais classes: • Beta-lactâmicos o Penicilinas o Cefalosporina o Carbapenemicos o monobactâmicos • Glicopeptídeos Ação na permeabilidade da membrana citoplasmática A integridade da membrana citoplasmática é fundamental para a sobrevivência, devido ao seu papel em vias metabólicas importantes, além da sua capacidade de barreira seletiva. Os antibióticos que agem na membrana podem desorganizar a seletividade. Infelizmente, pela semelhança entre as membranas plasmáticas, esses medicamentos também são tóxicos às células humanas. As polimixinas são exemplos dessa classe de drogas. • Polimixinas • Clofazimina Bloqueio da síntese proteica Os antibióticos que inibem a síntese proteica possuem diversos mecanismos de ação. A rifampicina inibe a ação da RNApolimerase. Ligam-se a porção 50S do ribossomo o cloranfenicol, o tianfenicol e as lincosamidas; na subunidade 305 agem as tetraciclinas e os macrolídeos. Os aminoglicósides sao acoplados na cadeia polipeptídica em formação pelo RNAm, possuindo ação bactericida. • Macrolídeos • Tetraciclina Bloqueio da síntese de ácidos nucleicos Os antibióticos que atuam na síntese dos derivados do ácido fólico são as sulfonamidas e as diamínopirímidinas, representadas pela trimetoprima e pirimetamina. Geralmente usadas em associação. • Sulfonamidas Inibir a replicação do DNA cromossômico O bloqueio das enzimas topoísomerases do DNA 11 e IV ocorre com as quinolonas. A bactéria não consegue se replicar e ocorre morte celular. • Quinolonas aminoglicosídeos Os aminoglicosldeos são uma classe de antibióticos de estrutura química, formada por um grupamento molecular denominado Aminociclitol. Apresenta ação bactericida, pois, ao entrar na célula, liga-se irreversivelmente à subunidade 305 do ribossomo, modificando todas as proteínas produzidas pela bactéria, as quais tornarão as estruturas e processos celulares defeit uosos, causando a morte da bactéria por várias lesões intracelulares. O espectro de ação dos aminoglicosideos é especialmente efetivo cont ra bactérias Gram-negativas, incluindo Escherichia co/i, Klebsiello pneumoniae, Enterobacter. Pseudomonas aeruginosa, Morganella, Serraria, Citrobacrer e Proreus. Não agem contra anaeróbios. A administração é por via parenteral na maioria dos antibióticos dessa classe, mas pode ser por inalação, ou de uso tópico ou oral, no caso da neomicina. A atividade é dose- dependente e seus efeitos pós-antibióticos são bastante prolongados, especialmente contra bactérias Gram- negativas, beneficiando o uso desses antibióticos no caso de doses únicas maiores, o que pode, inclusive, diminuir a nefrotoxicidade, apesar de não haver redução da ototoxicidade. Os aminoglicosídeos possuem marcada afinidade pelo córtex renal, acumulando-se 10 a 50 vezes mais do que no sangue. Não consegue atingir concentrações elevadas e constantes no SNC e líquor. A meia-vida sanguínea é entre 2 a 3 horas, mas, ao difundir-se no Hquido do labirinto, estende- se para 11 a 12 horas. A eliminação é renal, e, da dose inicial, 60% é eliminado dentro de 24 horas. A eliminação completa do restante, acumulado no córtex renal, ocorre entre 20 e 30 dias. Em portadores de insuficiência renal grave é necessário o ajuste da dose. Aminoglicosídeos são categoria D para gestantes; todavia, não apresentam risco para lactentes, por não terem absorção oral. Estão indicados em casos graves de infecção por bactérias Gram-negativas, especialmente contra a Pseudomonas aeruginosa, excluindo a estreptomicina. Podem ser empregados em infecções do trato respiratório e urinário, infecções intra-abdominais, incluindo peritonites, e sepses causadas por S. aureus, Citrobacter. Enrerobacter. E. ca/i, Klebslella, Proteus, Serraria, ou P. aeruginosa. É importante denotar seu uso sinérgico com betalactâmicos de amplo espectro em infecções graves. A neomicina, por ter alta toxicidade, só é de uso tópico, indicada em infecções superficiais de pele. Anderson Soares5ºP IESVAP Os efeitos adversos principais dos aminoglicosfdeos são a nefrotoxicidade e ototoxicidade, sendo contraindicados em caso de hipersensibilidade. Alguns dos antibióticos dessa classe são: • Gentamicina: aminoglicosideo natural de administração por infusão intravenosa ou injeção intramuscular. t usado no tratamento de infecções graves, incluindo estafilocócicas, estreptocócicas e enterocócicas, usado em associação com a penicilina G, ampicilina, etc. Também é usado no tratamento contra infecções ginecológicas (doença inAamatória pélvica). • Amicacina: aminoglicosídeo semissintético, derivado da canamicina, de administração intravenosa ou intramuscular. t usado no tratamento de infecções do trato urinário, pneumonias hospitalares e infecções por germes multirresistentes. • Neomicina: aminoglicosídeo natural complexo administrado por uso oral ou tópico. É usado no tratamento de infecções superficiais de pele, do trato gastrointestinal, além de outras complicações, como encefalopatia hepMica. REFERÊNCIAS https://radiopaedia.org/articles/osteomyelitis PROTOCOLO MÉDICO OSTEOMIELITE. Hospital UNIMED. 2009. https://www.sanarmed.com/resumo-de-osteomielite- epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento KLAROSK, Raquel Paifer. OSTEOMIELITE. Revista da Mostra de Iniciação Científica e Extensão, v. 2, n. 1, 2016. https://radiopaedia.org/articles/osteomyelitis https://www.sanarmed.com/resumo-de-osteomielite-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-osteomielite-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento
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