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Filosofia - introducao (mito,verdade, periodos, sofistas, Socrates, Platao)


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Do Mito à Filosofia 
1. Origem existencial da filosofia 
1.1. Pitágoras: filosofia como atividade contemplativa 
Contemplação= “ver o divino” 
Tipo de vida própria do filosofo: “vida contemplativa” 
Filosofamos, conforme Pitágoras, porque não somos sábios 
como os deuses, não conhecemos a verdade e somos 
movido pelo desejo natural de conhece-la. 
1.2. Aristóteles: filosofia filha do espanto e da admiração 
O filósofo se admira e espanta-se diante de tudo o que 
existe e por isso, ciente de sua ignorância, contempla 
buscando conhecer a si mesmo e ao mundo que o cerca. 
Segundo Aristóteles, filosofar diz respeito a todos já que 
compartilhamos uma razão (logos) e somos igualmente 
movidos pelo desejo natural de conhecer. O saber filosófico 
seria “desinteressado” já que é um saber buscado por si 
mesmo, e não por possibilidade de obtenção de alguma 
verdade. Esse saber é um fim em si mesmo. 
2. A origem histórica da filosofia 
2.1. Saber oriundo do Oriente ou “milagre grego” 
A tese intermediária dessa questão é a de que a filosofia não 
é fruto exclusivo do “milagre grego” nem uma mera 
adaptação de saberes vindos do oriente. 
2.2. Condições que permitiram o surgimento da filosofia 
Viagens marítimas; invenção do calendário; escrita 
alfabética ; surgimento da vida urbana ; política* 
*Politicamente vale ressaltar que a invenção da cidade-
estado representou um grande passo. Isso porque o âmbito 
político passou a ser “secularizado”, já que a política 
passava de um domínio religioso a um regime leigo. Houve 
uma distinção entre ordens privadas (como crenças) e a 
ordem pública (participação e decisões políticas). Por tal 
motivo, a participação política tinha um espaço especial: a 
ágora. Fazer política era, portanto, um direito e um dever. 
3. A mitologia 
3.1. O que é mito 
-não é cronologicamente situável; 
- cosmogonia: mito relata como se originou a ordem que 
caracteriza o próprio modo de ser da natureza, 
-protagonizados por entes sobrenaturais 
obs.: o mito conta com a adesão e a aceitação daqueles 
indivíduos para os quais é narrado (ainda para que seja 
possível ser repassado). Conta com um caráter dogmático, 
não estando sujeito à crítica ou ao questionamento. 
3.2. A mitologia grega 
Cada deus grego encarnava em algum aspecto da vida, uma 
forca ou elemento da natureza [...] Todos eram imortais, 
gostavam de se intrometer nos assuntos e negócios 
humanos e possuíam poderes sobrenaturais. 
3.3. Do mito ao logos 
Mito: narrativa x Filosofia: explicação racional 
Explicar é estabelecer uma conexão entre efeito e causa. O 
mito é, ao contrário da filosofia, uma narrativa imaginada 
pelos seres humanos, sem uma explicação racional. 
A filosofia surge quando o logos (explicação racional do real 
por causas reais e naturais) “domina” o mito e vai se 
impondo como a forma dominante de entendimento e de 
compressão do mundo natural e humano. 
4. O nascimento da filosofia 
Séc VI a.C., nas colônias gregas espalhadas pelo Mar 
Mediterrâneo (especialmente Mileto) 
4.1. Os principais períodos da filosofia grega 
Período pré socrático/cosmológico: Tales até os sofistas 
Principais escolas: Jônica, Italiana, Eleata, Atomista 
Investigavam a origem do mundo e as causas das 
transformações na natureza. 
Conceitos importantes do período 
Caos: desordem, desarmonia 
Cosmos: ordem, harmonia, racionalmente organizado por 
uma relacao hierárquica de causa e efeito. 
Mito: baseado na imaginação 
 (cosmogonia: cosmo=ordem, gonos=narrativa) 
Logos: discurso racional 
(cosmologia: cosmo=ordem, logia=logica, racionalidade) 
5. A filosofia pré socrática 
 “pensamento filosófico-científico.” 
Arché: fundamento, origem, princípio. 
Os primeiro filósofos gregos buscavam o arché, ou seja, o 
elemento originário ou primordial de tudo o que existe. 
Buscavam também explicar o movimento. 
5.1. Os filósofos pré-socráticos 
Tales de Mileto 
Arché: água 
Heráclito de Éfeso: 
Arché: fogo 
Devido ao caráter dinâmico da realidade que mescla 
mudança contínua, constate e harmonia. 
Era um representante do imobilismo: tudo é fluxo constante 
“ninguém nunca entra duas vezes no mesmo rio”- as águas 
do rio nunca são as mesmas e nos nunca somos os mesmos. 
Conforme seus interpretes, a realidade possui uma “unidade 
na pluralidade”, encontrada em representação de 
complementariedade. Ex.: dia e noite. 
Pitágoras de Samos 
Arché: números 
Demócrito de Abdera 
Arché: átomos (escola atomista) (materialistas) 
Parmênides de Eleia: 
“aquilo que é não pode ser”- dualidade entre a realidade e a 
aparência. Para Parmênides a mudança seria apenas uma 
ilusão dos nossos sentidos, cujas impressões são ilusórias, 
imprecisas e mutáveis, ao passo que o caminho da verdade 
é o do pensamento e da razão. Lei da identidade: uma coisa 
é sempre idêntica a si mesma e não pode tornar-se outra 
sem perder a identidade que lhe é própria e, portando, 
deixar de ser. 
 
Mito Filosofia 
Dogmático ceticismo 
Apelo ao sobrenatural racional e natural 
 
O problema da verdade 
1. Contesto histórico 
“O século de Péricles”- grande prosperidade ateniense 
Tem fim com o fim da guerra do Peloponeso que arruinou 
Atenas diante do poderio de Esparta. 
1.1. Da aristocracia à democracia 
A democracia em Atenas surgiu no governo de Péricles que, 
contraditoriamente, era um aristocrata. 
Aristocracia: poder no grupo “dos melhores” 
Para Aristóteles, a oligarquia (governo de poucos voltado ao 
interesse próprio) seria a forma corrompida da aristocracia. 
A origem das cidades-estados (poleis) gera a necessidade de 
uma nova forma de organização social e política. A iniciação 
da democracia deve-se a Sólon representando a vontade 
por participação de indivíduos excluídos. A democracia 
ateniense era direta mas excludente (10% da pop. era cidadã). 
2. Os sofistas: mestres na arte de ensinar 
Anteriormente sofistas eras sábios professores que 
ensinavam mediante pagamento. As ideias de Sócrates e 
Platão tornaram esse termo, de certo modo, pejorativo, 
fazendo-o significar aquele que não tem compromisso com 
a verdade e que se vende para quem mais pagar. Por 
ensinaram jovens de elites, tiveram influência sob os rumos 
da política. Deste modo adquiriram muitos inimigos, 
especialmente entre os aristocratas que os culpavam de 
terem contribuído para a derrocada de seu poder. Os 
sofistas defendiam uma concepção subjetivista e relativista 
do conhecimento, sendo este sinônimo de fenômeno ou 
seja, perceptíveis aos sentidos podendo variar diante da 
análise de cada indivíduo. Não haveria uma verdade, um 
bem ou qualquer outro valor que fosse absoluto. Só existe o 
verdadeiro segundo a opinião de cada indivíduo. Os sofistas 
utilizavam-se da arte da persuasão para que sobressaíssem 
como melhores não as opiniões mais próximas à verdade, 
mas aquelas que são mais vantajosas ou úteis e, por isso, 
eram criticados por Sócrates, Platão e Aristóteles. 
3. Sócrates: educador da juventude e “parteiro” das ideias 
Não escrevia por acreditar que a filosofia é uma atividade 
essencialmente dialogal. Sócrates não se curvava às 
convenções sociais e defendia a necessidade de pensar 
sobre questões mais importantes da vida. Através do 
diálogo causava incomodo. Assim como os sofistas, ocupou-
se inicialmente de questões éticas, investigando o 
fundamento dos valores que as pessoas escolhiam para 
orientar suas vidas, mas não convencia os outros com seus 
argumentos, apenas agia como um “parteiro das ideias”. 
Morreu em nome da liberdade de pensamento. 
3.1. Método socrático: a ironia e a maiêutica 
Para o filósofo um dos maiores impedimentos para se 
alcançar a verdade é achar que já se sabe. Sócrates se dizia 
mais sábio por ter ciência de sua ignorância. A “ironia 
socrática” era uma estratégia do filósofo de, ao declarar-se 
ignorante, desmascararseu saber aparente. Questionava 
para mostrar a contrariedade existente entre a doxa 
(opinião) e a episteme (verdade). Seus objetivos eram de 
levar o interlocutor a realizar um “exame de si mesmo”, 
purificando-se de falsas opiniões e livrando-se de um saber 
presumido para depois conduzi-lo à busca do verdadeiro 
saber. Essa segunda parte é chamada maiêutica (parto) 
porque o saber já está na alma, devendo apenas ser 
suscitado ou desenvolvido pela conversação filosófica. 
Sócrates era a favor do desapego das riquezas, do poder, da 
fama e da beleza. Defendia a necessidade de aprender a 
governar a si mesmo e ter autodomínio. 
4. Platão: a invenção da metafísica 
obs.: no contexto platônico, “mito” se refere ao modo simbólico 
pelo qual Platão procura comunicar seu pensamento. 
A teoria das ideias tem como base uma ideia metafísica da 
realidade, tratando-se de uma concepção segundo a qual a 
realidade teria 2 dimensões: uma física ou sensível e uma 
não física, suprassensível ou metafísica. Não existe apenas 
aquilo que comumente chamamos de realidade (sentidos). 
Existe uma realidade ideal à qual o mundo físico deve sua 
existência e sua possibilidade de ser conhecido. *Os 
sentidos não nos mostra como as coisas realmente são, mas 
sim como elas estão em determinado momento*. Postulou 
a existência de uma outra realidade (metafísica, pois se 
encontra além do mundo físico), verdadeira por ser 
imutável, eterna e perfeita. 
4.1. O “mito da caverna”: o que é a realidade? 
Tentativa de explicar a condição de ignorância em que 
vivem os seres humanos e o que seria necessário para 
atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima 
dos sentidos. Nossos medos e comodismos nos atrapalham 
na hora de tentar algo novo e descobrir um mundo 
diferente fora de nossa caverna. Ficar dentro da caverna é 
mais fácil por não nos tirar da zona de conforto. 
Conclusões acercado mito da caverna: 
.:Os prisioneiros: são os homens comuns que vivem em um 
mundo limitado, presos as crenças costumeiras. 
.:A caverna: nosso corpo e nosso sentidos, fonte de 
conhecimento errôneo e enganoso 
.:As sombras na parede e os ecos na caverna: sombras e 
ecos nunca são projetados como o que os ocasiona 
realmente é. As sombras são distorções imagéticas e os ecos 
são distorções sonoras. Essas elementos simbolizam, 
portanto, as opiniões erradas e o conhecimento 
preconceituoso do senso comum que julgamos verdadeiro. 
.:A saída da caverna: busca pelo conhecimento verdadeiro 
.:Luz solar: por ofuscar a visão do prisioneiro libertado, 
colocando-o em uma situação de desconforto, é o 
conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia. 
4.2. O “mito da linha dividida” 
1: Eikasía: percepção de segunda mão, das cópias ou 
imagens das coisas que existem no mundo sensível. 
2: Pítis/Doxa: conhecimento dos sentidos, crença 
depositada nas nossas percepções que aceitamos 
passivamente. 
3: Dianoia: raciocínio lógico ou discursivo. 
4: Nóesis ou episteme: conhecimento das essências, da ideia 
como princípio da realidade do conhecimento. Intelecto 
atinge as formas inteligíveis por meio de uma intuição ou 
visão intelectual, alcançando o verdadeiro saber.