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Análise do Discurso Professora Drª Érika Costa Profª Drª Érika Costa Introdução aos estudos teóricos da Análise do Discurso Origem e noções preliminares Introdução aos estudos teóricos da Análise do Discurso Origem e noções preliminares Objetivos de aprendizagem Contextualizar histórica e teoricamente os seguintes aprendizados. Diferenciar a Análise do Discurso das disciplinas vizinhas Reconhecer algumas noções características da Análise do Discurso A linguística imanente A linguística formal – a língua quando estrutura. A constituição da Análise do Discurso O que análise do Discurso estuda? O texto não era mais suficiente como objeto de estudo Análise dos fenômenos extralinguístico Identificação do sujeito Língua: A língua não é estrutura, mas acontecimento, a forma material é vista como acontecimento de significante afetado pela história (Orlandi, 1999). Objeto de estudo: Discurso “ efeito de sentido entre interlocutores” O que análise do Discurso estuda? O que análise do Discurso estuda? Noções preliminares Concepções de sujeito – consideradas na Análise do Discurso Para Foucault, o sujeito é um lugar determinado e vazio, com potencialidade para ser ocupado por indivíduos diferentes (FOUCAULT, 1995). Para Pêcheux, com influência de Althusser, o sujeito é o indivíduo interpelado pela Ideologia e afetado pelo inconsciente (PÊCHEUX, 2010) Noções preliminares o sujeito não é consciente e não tem controle sobre o que diz. O sujeito é clivado, assujeitado, desejante Ideologia: noções preliminares A Ideologia interpela os indivíduos enquanto sujeitos: isto é, só existe ideologia quando existem sujeitos e só existem sujeitos porque existe ideologia. Dizer Sujeito, então, é dizer sujeito ideológico, pois ele vive espontaneamente na ideologia. A ideologia é inconsciente e materializada no discurso. Discurso e ideologia Formação Ideológica (FI) ou ideologia “o efeito da relação do sujeito com a língua e história para que se signifique” (op.cit., p. 48). Orlandi (1994) A ideologia é inconsciente e materializada no discurso Não há discurso sem sujeito. Não há sujeito sem Ideologia Aparelhos Ideológicos do Estado: a manutenção da Ideologia Sujeito e discurso para Foucault Para Foucault o sujeito não é uma pessoa, mas uma posição que alguém assume diante de um certo discurso. E discurso, aqui, diz respeito ao conjunto de enunciados de determinado campo de saber. Sujeito e discurso para Pêcheux Pêcheux pensa o sujeito a partir do “efeito ideológico elementar”, e sustenta que a constituição do sentido se une a constituição do sujeito. Com efeito dessa interpelação Ideológica, Pêcheux apresenta dois esquecimentos inerentes ao discurso: Esquecimento Nº 1 – Esquecimento Ideológico -o sujeito tem a ilusão de ser a origem do que diz (inconsciente) Esquecimento Nº 2 – Esquecimento Enunciativo - o sujeito esquece que há outros sentidos possíveis. sujeito tem a ilusão de que o que diz tem apenas um significado. Forma sujeito Pêcheux propõe as diferentes modalidades de posição sujeito Identificação plena caracteriza o discurso do bom sujeito, que reduplica os saberes de Formação Discursiva sem questioná-los. A contraidentificação caracteriza o discurso do mau sujeito, que contesta duvida e se afasta dos saberes da Formação Discursiva com a qual está identificado. A desindentificação acontece quando o sujeito se desloca de uma formação discursiva a outra, deixando de se identificar com os saberes da antiga para se identificar com os da nova. OBRIGADO(A) NOME DO APRESENTADOR CONTATOS CARGO Análise do Discurso Professora Drª Érika Costa Profª Drª Érika Costa A noção de Discurso: Condições de produção, Ideologia, formações imaginárias e efeito de sentido II WEB A noção de Discurso: Condições de produção, Ideologia, formações imaginárias e efeito de sentido Objetivos de aprendizagem Definir as noções de condições de produção, formação imaginárias e efeito de sentido. Relacionar a noção de discurso às noções afins. Identificar como se entrelaçam ideologia e efeito de sentido Condições de Produção As Condições de Produção (CP) são formações imaginárias, onde se apresentam: a relação de forças - os lugares sociais dos interlocutores e sua posição relativa no discurso, a relação de sentido- o coro de vozes, a intertextualidade, a relação que existe entre um discurso e os outros, a antecipação - a maneira como o locutor representa as representações do seu interlocutor e vice- versa, ou seja, “o sujeito experimenta o lugar de seu ouvinte a partir do seu próprio lugar”(ORLANDI, 2011, p.126-158, grifo nosso). O sujeito falará de uma forma ou de outra, dependendo do “efeito que possa produzir em seu ouvinte” (ORLANDI, 2013, p. 39). Formações Imaginárias Pêcheux apresenta as seguintes correspondências para explicar as formações imaginárias (2010 Discurso e Formação Discursiva Discurso e Formação Discursiva Formação Discursiva A Formação Discursiva (FD) determina o que pode e deve ser dito. O sentido não existe em si, não está na palavra, esta na discursividade. Paráfrase e polissemia OBRIGADO(A) NOME DO APRESENTADOR CONTATOS CARGO Análise do Discurso Professora Drª Érika Costa Profª Drª Érika Costa GÊNERO DO DISCURSO III WEB GÊNERO DO DISCURSO Objetivos de aprendizagem Caracterizar os gêneros do discurso Distinguir os gêneros primários dos secundários Identificar as características do enunciado e suas relações com os gêneros, as orações e as palavras pela perspectiva de Bakhtin. Caracterizar a Análise Crítica do Discurso e suas noções afins. Caracterizar a Análise do Conteúdo Diferenciar a Análise do Conteúdo da Análise do Discurso Gênero do discurso Exemplos: Carta E-mail Jornal Aula Palestra Romance Conto Entrevista, etc. Gênero - conceito de Bakhtin Mikhail Bakhtin Gêneros são formas relativamente estáveis de enunciados presentes em cada esfera de troca: eles possuem uma forma de composição, um plano composicional; Além do plano composicional, eles se distinguem pelo conteúdo temático e pelo estilo; Trata-se de entidades escolhidas, tendo em vista as esferas de necessidade temática, o conjunto dos participantes e a vontade enunciativa ou a intenção do locutor, sujeito responsável por enunciados, unidades reais e concretas da comunicação verbal. Gênero Primários e Secundários Gêneros Primários – formam-se nas condições da comunicação discursiva imediata. Esferas sociais cotidianas. Exemplos: bilhete, carta, receita, piada Gêneros Secundários- surgem nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado. Esferas públicas mais complexas. Exemplos: tese, monografia, resenha, edital etc. A diferença entre ambos é crucial para a própria natureza do enunciado. Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçadas na mesa todos completam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente para acabar teu nome! - Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! Eu estava sonhando... E há em todas as consciências um cartaz amarelo: "Neste país é proibido sonhar." Carlos Drummond de Andrade Análise crítica do discurso (ACD) – FAIRCLOUGH Análise crítica do discurso (ACD) – FAIRCLOUGH *Relação entre discurso e mudança social *Dialética Discurso- estrutura social: constitutivos e determinados *Análise de aspectos linguísticos (vocabulário, aspectos gramaticais, semânticos, sintáticose pragmáticos) e sociais dos e nos textos: entender o que está em jogo quando algo é dito Análise crítica do discurso (ACD) – FAIRCLOUGH Três dimensões de Análise: texto, prática discursiva e prática social Análise crítica do discurso (ACD) – FAIRCLOUGH Modos de ação historicamente situado- constituído socialmente e constitutivo de identidades sociais “O discurso é moldado pela estrutura social, mas é também constitutivo da estrutura social” Diferencial: foco também nas mudanças discursiva e social, e não apenas nos mecanismos de reprodução. Prática social e texto – mediados pela prática discursiva. Estágios da Análise crítica (ACD) – FAIRCLOUGH 1. Dar ênfase em um problema social que tenha um aspecto semiótico 2. Identificar obstáculos para que esse problema seja resolvido, pela análise: a. Da rede de práticas no qual está inserido; b. Das relações de semiose com outros elementos dentro das práticas particulares em questão. c. Do discurso (a semiose em si): i. Estrutura analítica: a ordem de discurso ii. Análise interacional; iii. Análise interdiscursiva; iv. Análise linguística e semiótica; 3. Considerar a ordem social ( a rede práticas) em algum sentido é um problema ou não; 4. Identificar maneiras possíveis para superar os obstáculo; 5. Refletir criticamente sobre a análise Análise do Conteúdo - Bardin Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo mensagens, indicadores ( quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens” (BARDIN, 1977). Fases da Análise do conteúdo A Análise crítica por Fairclough Buscar abordar os processos sociocognitivos em perspectivas históricas Identificar políticas e ideologias na prática cotidiana dos sujeitos sociais e membros da comunicada Verificar resultados efeitos sobre as estruturas sociais. OBRIGADO(A) NOME DO APRESENTADOR CONTATOS CARGO Análise do Discurso Professora Drª Érika Costa Profª Drª Érika Costa GÊNERO DO DISCURSO IV WEB Práticas de Análise do Discurso Objetivos de aprendizagem Reconhecer as noções mobilizadas nas diferentes vertentes da Análise do Discurso. Caracterizar suas práticas de acordo com Foucault, Pêcheux e Fairclough Identificar as semelhanças entre as noções e práticas desenvolvidas por esses autores. A vertente Foucaultiana Sua produções: A História da Loucura O Nascimento da Clínica As Palavras e as Coisas A Arqueologia do Saber, Vigiar e Punir História da Sexualidade. Michel Foucault 1926/1984 O discurso é um bem, com regras de aparição, e sua própria existência já coloca a questão do poder. https://pt.wikipedia.org/wiki/Histoire_de_la_folie_%C3%A0_l'%C3%A2ge_classique https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Nascimento_da_Cl%C3%ADnica&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=As_Palavras_e_as_Coisas&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Arqueologia_do_Saber&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Vigiar_e_Punir https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Sexualidade A vertente Foucaultiana A vertente Foucaultiana Escala de Poder Micro poder Indivíduos Jogos políticos Estratégias políticas Macro Poder Empresa Negociando com externo Estratégias com o externo A vertente Foucaultiana RELAÇÕES DE PODER Algumas proposições sobre o poder *O poder não se adquire; é exercido a partir de inumeráveis pontos; *As relações de poder não estão em posição de exterioridade no que diz respeito a outros tipos de relações (econômicas e sociais etc.) *O poder vem de baixo; não há uma oposição binária e global entre dominador e dominados; * Onde há poder há resistência e no entanto, ou por isso mesmo, esta jamais está em oposição de exterioridade em relação ao poder A vertente Foucaultiana Discurso “é um conjunto de enunciados, na medida em que se apoiem na mesma formação discursiva”. *Os discursos possuem um suporte histórico e institucional, que permite ou proíbe sua realização. Um sujeito, quando ocupa um lugar institucional, faz uso dos enunciados de determinado campo discursivo segundo os interesses de cada trama momentânea. * O Discurso é uma prática, que constrói seu sentido nas relações e nos enunciados em pleno funcionamento. A vertente Foucaultiana A vertente pecheutiana A vertente pecheutiana Segundo Santos (2013) a análise do Discurso Pecheutiana pode ser situada na articulação entre: No campo do materialismo histórico e dialético: entendido pela teoria das formações e transformações sociais, compreendendo aí a teoria das ideologias. No campo da linguística: entendida como teoria que estuda a sintaxe e os processos de enunciação. A teoria do Discurso: entendida como teoria que investiga os processos semânticos relacionados à determinação histórica. A vertente pecheutiana Pêcheux lança mão de três disciplinas, a saber: 1. No campo do materialismo histórico e dialético: o homem faz a história, mas esta também não lhe é transparente, convoca-se, assim, uma teoria materialista da história para explicar os fenômenos das formações e transformações sociais. Posto que, nesse contexto histórico, ele salienta a teoria da ideologia de Louis Althusser; 2. No campo da linguística estruturalista: como hipótese dos mecanismos sintáticos e dos projetos articulados por uma teoria da subjetividade. Questiona- se, portanto, a autonomia e a transparência da língua, na busca por uma teoria do discurso que explicasse os processos de enunciação; 3. No campo da Psicanálise: nessa situação, o sujeito é recoberto pela opacidade, ou seja, ele não é transparente nem para si mesmo, buscando-se, também, uma teoria acerca dele que explicasse as questões referentes à sua subjetividade e sua respectiva relação com a história e o simbólico. A vertente pecheutiana A vertente pecheutiana A vertente pecheutiana Paráfrase Flamengo goleia Santos no Maracanã. Santos é goleado pelo Flamengo no Maracanã Paráfrase e polissemia Segundo Orlandi, (1996) apresenta a classificação de pelo menos três modelos de discurso: Autoritário: procurando impor apenas um sentido; nele a polissemia é controlada. Polêmico: usando argumentos, estabelece um equilíbrio tenso entre o sentido único e a possibilidade de sentidos diferentes; nele a polissemia é controlada. Lúdico: tendendo para a multiplicidade de sentidos; nele a polissemia é aberta. Possibilidade de tipologia discursiva Interação – o modo como os interlocutores se consideram. Transparência ou opacidade – trata a questão da polissemia. Polissemia é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido, além do seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas. O ponto crucial do discurso autoritário É que muitos especialistas chamam (ORLANDI, 1997) e outros especialistas em ciência religiosa – Ilusão da reversibilidade. Enquanto alguns discursos sobre a possibilidade para que haja a troca no processo comunicativo, no discurso religioso essa reversão é muito restrita (ou totalmente impossível), pois quem fala é sempre a voz de Deus por meios dos seus pastores – não havendo, nesse sentido, interação real com o sujeito central do discurso religioso, que é Deus. O discurso Polêmico Apresenta maior grau de persuasão e menor grau de polissemia que o lúdico. Caracteriza por apresentar argumentos que podem ser contestados. Aparece em situações como: editorial jornalístico, discussão entre amigos, defesa de tese, aula, etc. O discurso Lúdico É marcado pelojogo de interlocuções, caracterizado pelo quase desaparecimento do imperativo e da verdade única e acabada. Aparece principalmente em textos com forte polissemia, como música, literatura, jogos de palavras, etc. O discurso Polêmico Apresenta maior grau de persuasão e menor grau de polissemia que o lúdico. Caracteriza por apresentar argumentos que podem ser contestados. Aparece em situações como: editorial jornalístico, discussão entre amigos, defesa de tese, aula, etc. OBRIGADO(A) NOME DO APRESENTADOR CONTATOS CARGO
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