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Bioquímica Mutações somáticas x germinativas: Somáticas: são adquiridas, resultam de danos acumulados no DNA ao longo da vida nas células somáticas, mas não são passadas de pais para filhos Elas podem ocorrer devido a fatores internos - erros de divisão da própria célula, e externos - agentes carcinógenos como tabaco Os canceres variantes de células somáticas são chamadas de câncer esporádicos e são os mais comuns O acúmulo de variantes genéticas em células somáticas durante a vida é comum em todas as células e não necessariamente causam câncer Uma mutação somática nunca será herdada Para detectar por exame genético para perceber uma célula somática mutada é necessária coletar amostras do tecido mutado, p. ex câncer de pele, vai ser retirada uma amostra de pele para detectar as células mutadas Germinativa: São menos comuns, ela ocorre nos gametas - espermatozoide ou ovócito e é passada diretamente de um pai/mãe para um filho no momento da concepção A medida que o embrião se desenvolve, a variante patogênica é copiada para todas as células do corpo, incluindo nas células germinativas do bebe São chamados de herdados ou hereditários Os pais podem desenvolver mutação em seus gametas, o filho então, poderá ter a mutação em todas as células, inclusive as germinativas, e passando para os filhos. Essas células mutadas não carregam um câncer, mas uma pré-disposição, precisando de menor exposição a fatores carcinogênicos para desenvolver um câncer de fato do que uma pessoa sem a herança genética No caso da pessoa com a herança, como todas as suas células possuem a mutação, qualquer célula do organismo pode ser usada para detectar a alteração Dependendo da mutação herdada, terá uma maior pré-disposição para cânceres específicos A análise laboratorial para detectar mutação somática pode ser retirada amostra somente do tumor (excluindo casos de metástase), já uma mutação germinativa pode ser retirada amostra de qualquer tecido Marcadores Tumorais – PSA PSA: A OMS indica que o rastreio seja feito em homens acima de 50 anos Usado para rastreio que é feito em indivíduos assintomáticos Pode ser usado para diagnóstico, nesse caso são indivíduos sintomáticos: disúria, aumento da freq. Urinária, redução do jato urinário, disfunção erétil, entre outros O câncer de próstata tem um desenvolvimento muito lento, o tratamento dificilmente trará efeitos, e por isso há discussões sobre o benefício de realizar o rastreio PSA é uma glicoproteína que tem função de liquefazer o fluido seminal, é produzido pelas células prostáticas e pode ser produzido por tecido normal, hiperplástico ou neoplásico É o marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até hoje PSA é tecido-específico, mas não tumor-específico Hiperplasia Benigna de Próstata: É um aumento do número de células que não é causado por mutação, mas gera aumento da próstata Por conta disso ele pode desenvolver sintomas, retenção urinária, infecções, insuficiência renal etc. Ou seja, é benigno pois não há células malignas se proliferando, mas está associado a morbimortalidade É dosado também pelo PSA Dosagem do PSA O PSA é ajustado a idade, aumentando de acordo com o envelhecimento PSA total x PSA livre: PSA está na forma livre ou conjugado a proteínas plasmáticas O PSA total é a soma desses dois Câncer de próstata em geral apresenta níveis menores da forma livre e aumento da forma complexada Incremento da especificidade Por conta disso, é de grande utilidade dosar os tipos de PSA ↓PSA livre pode apontar para câncer (↑15% benigno, ↓ 15% maligno) O cálculo dessa porcentagem (benigno ou malino) é realizado dada a fórmula: Exemplos: • PACIENTE 1: PSA total = 10 ng/mL PSA livre 0,50 O PSA total do paciente está elevado acima dos valores de referência, realiza-se então o cálculo: A interpretação então, é de que há suspeita de câncer de próstata maligno, pois a % deu menor que 15% PSA e estadiamento Dosagem do PSA total não pode ser usada isoladamente como fator preditivo da extensão tumoral na glândula prostática ou da presença de metástases, mas fornece informações importantes que podem ser usadas no momento da decisão da terapêutica a ser empregada Aproximadamente 80% dos tumores prostáticos estão confinados à glândula quando os valores do PSA são inferiores a 4,0 ng/ml Quando o PSA está entre 4,0 a 10,0 ng/ml, 66% dos pacientes apresentam tumores confinados. Mas quando ele está acima de 10,0 ng/ml, a chance de tumores sem extravasamento extra prostático é de aproximadamente 35% TESTE RÁPIDO: Em casos positivos deve-se interpretar a dosagem do PSA com relação ao tempo que demorou para o teste positivar Se os dois risquinhos apareceram exatamente em 5 minutos, a sensibilidade é para valores maior ou igual a 4ng/ml Se os dois risquinhos aparecerem em exatamente 10 minutos, a sensibilidade é para valores maior ou igual a 2,5 ng/ml Câncer de Testículo Há 3 marcadores tumorais para o câncer de testículo: · hCG - diagnóstico, acompanhamento e prognóstico de câncer de testículo e ovário, afeta as células germinativas · LDH - Acompanhamento e prognóstico, estima a destruição celular - mandatório em tumores avançados · AFP - AFP – Alfa-fetoproteína: Sintetizado por fígado, saco vitelínico e intestino do feto, cai após o nascimento e se eleva em condições patológicas, é inespecífica pois se eleva em diversas patologias e gravidez. Quanto mais aumentado está, maior a probabilidade de que se trate realmente de um câncer Em adultos, níveis entre 5-15 ng/mL Níveis acima de 500 ng/mL= sugestivo, acima 1000 ng/mL indicativo de neoplasia Estadiamento câncer de Testículo: O estadiamento do câncer de testículo usa TMNS, sendo o S para marcadores séricos Para ser S1 ele tem que ter os 3 critérios séricos, mas S2 e S3 qualquer valor acima em qualquer marcador sérico já confirma como S2 ou S3 Substipos: O câncer de testículo tem subtipos com diferentes respostas ao tratamento, por isso é necessário identificar qual o subtipo SEMINOMA 40-45% e NÃO SEMINOMA 55-61% Os marcadores séricos são utilizados para identificar o subtipo Qualquer elevação da AFP indica um componente tumoral não seminomatoso As concentrações de AFP e ß-HCG (relacionados à atividade do tumor) elevadas ou em elevação significam doença em atividade com a necessidade de tratamento. Após quimioterapia ou cirurgia, as concentrações destes marcadores tumorais devem cair de acordo com suas meias-vidas: 5 a 7 dias para AFP e 30 horas para a ß-HCG. Mesmo que o LDH esteja presente nos dois é importante ser dosado pois é útil para entender o volume do tumor Câncer de Ovário – CA 125 A sensibilidade deste marcador varia entre 24 e 97% e depende principalmente do estádio e do tipo histológico do tumor · Para o estádio I a sensibilidade está entre 27 e 66%; · Para o estádio II entre 65 e 100%; · Para o estádio III entre 87 e 90%; · Para o estádio IV em torno de 94%. A especificidade varia entre 71 e 100%, podendo ser comprometida por uma série de eventos fisiológicos, por diversas condições benignas (ex. endometriose), e por outras neoplasias. Os níveis séricos de CA 125 podem ser interpretados com base em um ponto de corte fixo ou na dosagem seriada e avaliação do comportamento da curva pelo cálculo de risco de câncer de ovário (RCO). Quando se avaliam dosagens seriadas de CA 125 verifica-se que os níveis deste marcador se elevam rapidamente nos casos de tumores ovarianos e permanecem relativamente estáveis nas pessoas normais, independentemente se nível inicial é elevado. Quando detectado um nível elevado de CA 125 após um tratamento para câncer de ovário este sugere que algumas células de câncer ainda estão presentes. Atualmente, a principal aplicação do CA 125 é permitir o seguimento da resposta bioquímica ao tratamento e prever a recaída em casos de câncer epitelial de ovário.
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