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História Aula 01 - A Primeira República Brasileira

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Escola São Judas Tadeu
Gestora: Karla Reis
Disciplina: História
Professor: Dirceu
Aluno: __________________________________ 9º Ano Data 27/01/2022
A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA – Parte I
Em 15 de novembro de 1889, militares, com apoio de importantes grupos políticos, proclamaram que o Brasil era uma República. No ano anterior, em 1888, a escravidão tinha sido abolida. 
A abolição da escravidão e a adoção do regime republicano implicavam uma novidade para a sociedade brasileira: todos eram iguais perante a lei. Era algo que precisava ser aprendido. 
A luta para fazer valer na prática os valores republicanos não foi fácil. Sobretudo porque a vida política do país era dominada por oligarquias, e os “coronéis” nos municípios controlavam o voto da população. No entanto, a sociedade brasileira vivenciou revoltas populares, rebeliões militares e greves de trabalhadores. A economia cresceu com a produção do café e a vida urbana se desenvolveu, mas as injustiças sociais permaneceram. 
Ao longo dos anos 1920 ocorreram crises políticas e movimentos de oposição. Em 1930, um movimento civil e militar – chamado de Revolução de 1930 – pôs fim à Primeira República brasileira.
Construindo a República
No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República no Brasil, pondo fim ao regime imperial. Deodoro teve o apoio do Exército e da oligarquia cafeeira de São Paulo e convocou uma Assembleia Nacional Constituinte para redigir uma nova Constituição. 
Mas como seria organizada a República? As oligarquias de São Paulo, Minas Gerais e outros estados defendiam o modelo federalista, como o dos Estados Unidos, em que os estados têm grande autonomia. Se fosse adotado o federalismo, as oligarquias teriam amplo poder para governar seus estados. Não interessava a elas o poder centralizado na capital do país, como ocorria nos tempos do Império. 
Em 24 de fevereiro de 1891, a nova Constituição do Brasil foi promulgada. O país se tornou uma República federativa com os poderes divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário. Deodoro da Fonseca foi eleito pelos constituintes como primeiro presidente da República.
· Governo Deodoro: muitos conflitos
O Brasil era um país basicamente agrário e o principal produto de exportação era o café. O ministro da Fazenda, Rui Barbosa, criou um plano para industrializar o país. Em 1890, ele permitiu que bancos emitissem dinheiro e o emprestassem a pessoas que se comprometessem a abrir uma empresa. Se o empréstimo não fosse pago, o governo federal assumiria a dívida com o banco. Rui Barbosa acreditava que dessa maneira muitas indústrias surgiriam no Brasil. 
Os resultados foram desastrosos para a economia brasileira. Muitas pessoas tomaram empréstimos, abriram empresas que só existiam no papel e colocaram as ações delas para serem negociadas na Bolsa de Valores. No final, descobertas as fraudes, quem comprou as ações perdeu tudo. 
A política econômica do governo de Deodoro ficou conhecida como Encilhamento e resultou em grave crise econômica e na chamada inflação, ou seja, a alta constante e acelerada dos preços das mercadorias. Os trabalhadores foram os mais prejudicados.
· Floriano Peixoto: a República pela espada 
Em 3 novembro de 1891, oito meses depois de ser eleito, Deodoro tentou impor uma ditadura no país. Ele não soube lidar com as críticas dos parlamentares e jornalistas. A manobra não teve apoio do seu vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto, do Exército e da Marinha. 
Em 22 de novembro, Deodoro da Fonseca renunciou à Presidência da República. O vice-presidente Floriano Peixoto assumiu seu lugar. 
O novo presidente estava determinado a consolidar a República no Brasil. Para isso, ele contava com o apoio do Exército e das oligarquias de São Paulo organizadas no Partido Republicano Paulista (PRP). Grupos de republicanos radicais do Rio de Janeiro também o apoiaram. 
Desse modo, ele pôde enfrentar duas grandes revoltas, a crise econômica gerada pelo Encilhamento, além de grupos republicanos de oposição e monarquistas que queriam a volta do Império.
· Revoltas no mar e na terra 
A primeira revolta do período republicano ficou conhecida como Revolta da Armada. No início de setembro de 1893, almirantes amotinados exigiram a convocação de eleições presidenciais. Eles levaram os navios de guerra para a Baía de Guanabara e apontaram os canhões contra as cidades do Rio de Janeiro e Niterói. 
Nesse mesmo ano, ocorreu no Rio Grande do Sul a Revolução Federalista. Republicanos e federalistas travaram luta sangrenta pelo controle político do estado. Contando com a ajuda de Floriano Peixoto, o Partido Republicano Rio-Grandense saiu vitorioso. 
Floriano Peixoto encerrou seu governo com a República consolidada. Ganhou de seus admiradores o apelido de “Marechal de Ferro”. 
As eleições presidenciais de 1894 deram vitória a Prudente de Morais, do PRP. Em 15 de novembro desse ano, o militar Floriano Peixoto passou a faixa presidencial para o civil Prudente de Morais.
A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS
No Brasil da Primeira República, os fazendeiros dominavam a política no país. Eles formavam as oligarquias estaduais. Naquela época, as oligarquias mais poderosas eram as de São Paulo e Minas Gerais. 
A nova Constituição, promulgada em 1891, garantiu aos brasileiros direitos políticos, como o de votar e ser votado, embora mulheres, analfabetos, entre outros, fossem excluídos desse direito. 
É preciso observar algo muito importante: o sistema político não garantia que o voto representasse a vontade dos eleitores. O Brasil ainda não contava com uma Justiça Eleitoral e as eleições eram organizadas pelos políticos poderosos, chamados de coronéis em seus municípios.
· Coronelismo e oligarquia 
O voto não era secreto. O coronel organizava as eleições no município e exigia que os eleitores votassem nos candidatos indicados por ele: era o chamado voto de cabresto. O coronel também fazia a ata da eleição. As fraudes eleitorais eram frequentes e era muito difícil um candidato de oposição ser eleito. Se algum candidato de oposição às oligarquias conseguisse se eleger, a Comissão Verificadora de Poderes não lhe dava o diploma de posse. 
Embora o voto fosse de cabresto, o coronel ainda precisava ter prestígio político junto ao eleitorado. Para isso, ele contava com o apoio financeiro do governador do Estado, chamado na época de presidente do Estado, para realizar obras públicas – construir estradas, pontes, etc. 
Criou-se, assim, uma relação de dependência entre o presidente de cada estado e os coronéis dos municípios: o coronel apoiava os candidatos indicados pelas oligarquias nas eleições e, em contrapartida, o presidente do estado liberava verbas para a construção de obras nos municípios.
· Política dos governadores, café com leite 
O presidente Campos Sales, eleito em 1898, propôs um grande acordo com as oligarquias estaduais: por um lado, o presidente não iria interferir na política dos estados; por outro, os presidentes dos estados, por meio de suas bancadas de deputados federais e senadores, deveriam apoiar politicamente o presidente da República. 
O resultado é que, durante a Primeira República, as oligarquias estabeleceram apoios mútuos: coronéis, presidentes dos estados e presidente da República. O presidente Campos Sales chamou esse sistema político de política dos governadores ou, ainda, de política dos Estados. 
Quando era chegado o momento de escolher o candidato a presidente da República, os dois partidos políticos mais fortes do país, o Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM), entravam em acordo e lançavam um nome para disputar a eleição. O domínio nas eleições presidenciais por esses dois partidos ficou conhecido como política do café com leite.
O CAFÉ E OUTROS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO
A economia cafeeira estimulou o crescimento de outras atividades econômicas. Para escoar a produção do interior do estado de São Paulo para o porto de Santos, foi necessário construir ferrovias e estradas. Foram fundadas empresas de navegação, casasde câmbio, bancos, moinhos, entre outros, nos setores de atividades comerciais, financeiras e de serviços. 
Outra atividade importante gerada pela produção e exportação de café foi a indústria de bens de consumo popular. Eram produtos baratos, mas necessários para os trabalhadores nas fazendas e nas cidades: chapéus, móveis, velas, calçados, bebidas, tecidos, etc. 
A economia cafeeira também estimulou o crescimento das cidades que, por seu lado, exigiam serviços públicos tipicamente urbanos, como transportes e iluminação das ruas.
A borracha na Amazônia
A descoberta do processo de vulcanização tornou a borracha mais resistente ao calor e ao atrito, viabilizando seu uso nas rodas de bicicletas e automóveis. A invenção provocou grande aumento na extração do látex retirado dos seringais na região amazônica entre 1890 e 1910. 
Em seu auge, cerca de 26% das exportações brasileiras eram de borracha. As cidades de Belém e Manaus cresceram e se modernizaram. A partir de 1910, regiões na Ásia dominadas por ingleses e franceses também passaram a exportar borracha. A partir daí, a riqueza produzida pela borracha amazônica decaiu.
O Funding Loan
Campos Sales herdou grave crise financeira provocada pelo Encilhamento. Para superar a crise econômica, o governo fechou um grande acordo financeiro com o banco britânico Rothschild em 1898, conhecido como funding loan. 
O acordo consistia em um empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas, pelo qual o governo deu como garantia as rendas de suas exportações e se comprometeu a equilibrar as contas públicas. Para cumprir o acordo, o governo de Campos Sales diminuiu o ritmo da produção econômica, gerando falência de empresas e desemprego dos trabalhadores.
O convênio de Taubaté
Os lucros com a exportação de café eram altos, os fazendeiros plantavam cada vez mais. A produção do café para exportação tornou-se bem maior que seu consumo, o que fez o preço dessa mercadoria cair. 
Diante desse problema, os cafeicultores reuniram-se, em 1906, na cidade de Taubaté, em São Paulo. O acordo entre eles ficou conhecido pelo nome de Convênio de Taubaté e uma das medidas foi nomeada política de valorização do café. 
Pelo acordo, os estados recorreriam a empréstimos externos para comprar o excedente da produção de café. A política de valorização do café garantia os lucros dos fazendeiros, sobretudo de São Paulo, mas toda a sociedade brasileira pagaria a conta dos empréstimos externos.
· Atividades
1 – Por que podemos afirmar que durante a Primeira República as eleições eram controladas pelos coronéis?
2 – Explique por que a política praticada durante a Primeira República foi chamada de Política do café com Leite.
3 – Qual a importância do café para a economia brasileira e quais acordos resultaram da política de valorização do café?

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