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Infecção de trato urinário- Pielonefrite

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ITU- Infecção do Trato Urinário 
• Consiste na colonização da urina por um microrganismo patogênico e, 
consequentemente, nas estruturas que compõem o aparelho urinário. 
• Pode ser dividida em ITU inferior e ITU superior. A ITU superior, também chamada 
de pielonefrite, consiste na infecção renal. 
• ITU aguda é considerada complicada quando esta infecção possivelmente se estendeu 
além da bexiga e pode cursar com febre e outros sintomas sistêmicos. Isso faz com que 
toda pielonefrite seja considerada uma ITU complicada e requer cuidados específicos. 
Epidemiologia da Pielonefrite 
• Infecção do trato urinário é a infecção bacteriana mais comum na espécie humana. 
• Estima-se que a pielonefrite seja responsável por 10% dos casos dessas infecções. 
• A ocorrência de ITU, tanto inferior quanto superior, é mais frequente em mulheres. 
• Essa maior prevalência decorre da menor extensão da uretra feminina e sua proximidade 
com o ânus, o que favorece a ascensão de patógenos pelo aparelho urinário. 
• Existe também um aumento dos casos nas mulheres com vida sexual ativa. 
• A incidência em homens costuma aumentar na 5ª década de vida, e está frequentemente 
associada a condições prostáticas. 
• Mais comum nesse sexo durante a fase de lactente, decorrente de mal formações 
uretrais. 
ETIOLOGIA 
• O principal agente bacteriano envolvido na ITU é a Escherichia coli. 
• Entretanto, outros micróbios podem ser responsáveis por essas infecções, como outras 
➢ Enterobacteriaceae (como Klebsiella spp e Proteus spp ) 
➢ Pseudomonas 
➢ enterococos e estafilococos, como Staphylococcus aureus sensível à 
meticilina [MSSA] e S. aureus resistente à meticilina [MRSA]. 
➢ O Staphylococcus saprophyticus, um agente coagulase negativo, é a segunda causa 
de infecção aguda em mulheres jovens. 
FISIOPATOLOGIA 
• A patogênese da ITU inicia-se com a colonização do intróito vaginal ou meato uretral por 
patógenos, principalmente, da flora fecal. 
• O transporte desses patógenos até a bexiga pela uretra é facilitado pela aderência das 
bactérias ao epitélio uretral. E. coli, por exemplo, possui fímbrias que auxiliam nesse 
processo. 
• Essa adesão é importante pois estimula as células da mucosa a produzirem citocinas 
que serão responsáveis pela febre e aumento da proteína C reativa no sangue, além de 
mobilização dos leucócitos para o sítio da infecção, resultando na piúria, característica 
desse processo infeccioso. 
• Ao atingir a bexiga, o estabelecimento da bacteriúria é facilitado pelo esvaziamento 
incompleto da bexiga. 
• A pielonefrite resulta da ascensão bacteriana da bexiga, via ureteres, para a pelve e 
parênquima renais. 
• Esta infecção renal também pode ser causada pela disseminação hematogênica das 
bactérias para os rins. 
• Defeitos anatômicos, bexiga neurogênica, gestação, obstrução do trato urinário e refluxo 
vesicoureteral podem facilitar a ocorrência desse processo. 
• Os fatores de risco para ITU com organismos resistentes incluem o uso recente de 
antimicrobianos de amplo espectro, exposições a cuidados de saúde e viagens para partes 
do mundo onde organismos multirresistentes são prevalentes. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Cistite: como disúria, polaciúria, urgência miccional, Algia suprapúbica e hematúria. 
• Sintomas sistêmicos como: febre, calafrio, náuseas e êmese. 
• A ITU superior também apresenta um quadro clínico clássico de algia nos flancos ou 
em região lombar. 
• Algia manifestada através do teste de Giordano, positivo. 
• Entretanto, a pielonefrite pode ser oligossintomática, principalmente em grupos como as 
gestantes. 
DIAGNÓSTICO 
 
• A ITU deve ser suspeitada sempre que os sinais e sintomas típicos de quadro urinário 
se manifestem, como disúria, polaciúria, urgência miccional. 
• Pielonefrite Aguda- suspeitar nos pacientes que apresentam principalmente febre e 
dor em região de localização renal, mesmo na ausência de sintomas típicos de cistite. 
 Exame Físico - teste de Giordano positivo. 
• Esse teste consiste em espalmar a mão sobre o ângulo costovertebral e, em seguida, 
realizar um golpe (com força para produzir pequeno abalo/vibração) com a superfície ulnar 
de seu punho. 
• A dor ao realizar esse procedimento confere um teste de Giordano positivo e é sugestivo 
de pielonefrite. 
Exame laboratorial 
UROCULTURA com identificação 100.000 Unidades Formadoras de Colônia por mL 
(UFC/mL) do patógeno. 
o urocultura deve ser realizada antes de instituir a antibioticoterapia. 
o A piúria é uma condição quase que universal nas infecções urinárias, logo, sua ausência 
é motivo para realizar investigação de diagnósticos alternativos. 
o Pode ser identificado leucocitose, bacteremia, aumento da proteina C reativa 
o Usar das dipstick, que são as fitas reagentes. Estas fitas detectam esterase leucocitária, 
indicativa de leucocitúria significativa e nitrito, em caso de infecção por enterobactérias. 
Apesar do baixo custo, não é feita rotineiramente. 
EXAMES DE IMAGENS 
Não são realizados rotineiramente, e só devem ser solicitados em caso de ausência de 
melhora em 72h, casos de ITU recorrentes ou suspeita de complicações, como abscessos. 
A USG é o exame de escolha para início da investigação. 
TRATAMENTO 
o Avaliação deve ser cuidadosa 
o A internação pode ser indicada nos casos de pielonefrite complicada, devido ao risco de 
progressão para um quadro de sepse. 
o O tratamento não deve aguardar o resultado da urocultura e pode ser realizado 
empiricamente. 
o Recomenda-se que os pacientes que não ficarão internados recebam a primeira dose 
do antibiótico ainda no serviço, por via endovenosa e proceda o seguimento do tratamento 
ambulatorialmente. 
TTO TERAPÊUTICO 
• Ciprofloxacina 400mg IV ou 500mg VO, 12/12h 
• Ceftriaxone 1-2g, IM ou IV, 1x/dia ou 
• Amicacina 15mg/kg IM ou IV. 
Para ambulatorial 
O esquema de escolha é o ciprofloxacino via oral. 
• Pode-se realizar também sulfametoxazol+trimetropim, mas deve-se ter noção do perfil 
de resistência bacteriana do serviço. 
• Ambos devem ser realizados num curso de 2 semanas. 
• Deve-se atentar que essas drogas são inadequadas para o tratamento de mulheres 
grávidas, e, por isso, deve-se utilizar um antibiótico parenteral. 
 
Referências 
BICKLEY, L.S. BATES – Propedêutica Médica. 12ª ed. Guanabara Koogan, 2018. 
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. SaundersElsevier, 
2012

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