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dossieescolar-emefdrmariaaraujojr-2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
Instituto de Biociências de Botucatu 
Departamento de Educação 
 
XLIV Turma do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dossiê Escolar da 
 E.M.E.F. “Dr. João Maria de Araújo Jr.” 
 
 
Organizadores: 
Camila Pereira Gobette 
Marília Monteiro Quinalha 
 
 
 
 
 
 
 
Supervisores: 
M. Sc. Jaqueline Alves Barea Cantão 
Drª Lucia Maria Paleari 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Botucatu -SP 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. 
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP 
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE 
 Dossiê da E. M. E. F. “Dr. João Maria de Araújo Jr.” / organizadores Camila 
Pereira Gobette, Marília Monteiro Quinalha ; supervisores Jaqueline Alves 
Barea Cantão, Lucia Maria Paleari. – Botucatu : Universidade Estadual Paulista, 
Instituto de Biociências de Botucatu, 2012 
 197 p. 
 
 
 1. Ensino fundamental. 2. Escolas públicas – Relatórios. 3. Licenciatura. 4. 
Prática de ensino. 5. Estágios supervisionados. 6. Ciências (Ensino 
fundamental) – Estudo e ensino. I. Título. II. Gobette, Camila Pereira. III. 
Quinalha, Marília Monteiro. IV. Cantão, Jaqueline Alves Barea. V. Paleari, 
Lucia Maria. 
 
 
 CDD 371.01 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos à Escola Municipal “Dr. João Maria de Araújo Jr.”, na pessoa de sua 
diretora Tânia Regina Baptista Gonçalves, pela oportunidade e espaço cedido para a 
realização deste trabalho; à coordenadora do Ensino Fundamental Jaqueline A. Barea 
Cantão pela disposição em nos ajudar e pela dedicação no decorrer dos levantamentos; 
à professora Lucia Maria Paleari pelo auxílio e orientação durante a realização desse 
projeto; aos professores Eliana Alves Pinto, Gilberto Luiz Borges de Azevedo, João 
Carlos Figueroa, Meire Gea, Miyoko Inoe, Nilza Rodrigues Lima, Vera Damato Burini e 
Vilma Chirinéria, bem como às senhoras Sônia Maria de Barros Almeida Innocenti 
(secretária), Zenaide Silva Fructuoso, Marilúcia Coelho da Silva Almeida (inspetoras da 
escola), Inês Felipe Rodrigues (merendeira), Magali Aparecida Leite Penteado Chaguri 
e Meire pelas valiosas informações que nos permitiram realizar este trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
 Este Dossiê, da Escola Municipal de Ensino Fundamental "Dr. João Maria de Araújo 
Jr", é resultado de uma conjunção de fatores de especial significado, quando se pretende 
uma construção coletiva como esta, que reuniu os trabalhos de levantamento 
sócioambiental do ecossistema escolar e as atividades de Prática de Ensino dos Estágios 
Supervisionado I (Ciências) e Projeto Temático III. 
 Concentramos nossos esforços em uma escola municipal, onde fomos recebidos 
com apoio para o desenvolvimento dos levantamentos que compõem esta publicação, e, 
posteriormente, para as observações e regência de aulas. E não foi apenas isso. Em 
atividades desenvolvidas no campus do Instituto de Biociências de Botucatu, com a XLIV 
turma do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, pudemos contar com a presença 
da diretora da escola profª Tânia Regina Baptista, da assistente de direção Profª Flora 
Tereza D’Errico Martins e da coordenadora pedagógica, também Bióloga, Profª Jaqueline 
Alves Barea Cantão. Essa aproximação permitiu-nos partilhar experiências e 
conhecimentos específicos, que alargaram o campo de visão e suportaram discussões 
enriquecedoras, imprescindíveis à compreensão de questões complexas que envolvem a 
docência e o ambiente escolar nos dias atuais. A dedicação da Profª Jaqueline, que merece 
destaque, foi mais do que a receptividade e o suporte técnico de qualidade que ela nos 
ofereceu como conhecedora das coisas da Ciência e do Ensino, foi o exemplo, o referencial 
de profissional respeitável, compromissado com a boa formação de adolescentes. 
 Por outro lado, licenciandos dispostos a encarar o desafio do estágio com a 
seriedade, dignidade e entusiasmo, qualidades necessárias àqueles que atuam no ensino, 
significou a concretização de possibilidades educacionais idealizadas, que se traduziram 
neste Dossiê Escolar e nos resultados das diversificadas e valorosas experiências de 
observação e regência de aulas de Ciências, dos 6° s aos 9°s anos do Ensino Fundamental. 
 Essa condição geral extremamente favorável e rara representou a antítese da 
situação costumeira, que o poeta, sem empalmar as agruras de um tempo de incertezas e 
desesperanças atrozes, revelou com profunda sensibilidade: 
 
"De repente, 
a gente se sente semente, 
sem terra pra semear (Adelidia Chiarelli1)" 
 
 Que conjunções frutíferas como a deste Estágio Supervisionado de Ciências não 
sejam resultado de espera para que o acaso aconteça, mas resultado da ação consciente 
de profissionais competentes e empenhados em assegurar as condições adequadas à 
formação artístico-científica, atualmente tão comprometida, de crianças e adolescentes. 
 
 
 
Lucia Maria Paleari 
Responsável pelos Estágios Supervisionados 
I (Ciências) e Projeto Temático III 
 
 
 
1 http://tudoeespanto.blogspot.com.br/search?q=semente 
 
 
 
Sumário 
 
Histórico da formação da Escola ..................................................................6 
Estrutura Física da Unidade Escolar ..........................................................29 
Gestão Escolar ............................................................................................42 
Merenda Escolar .........................................................................................68 
Ensino de Ciências .....................................................................................82 
Apostilas NAME ..................................................................................96 
Material Ciência e Tecnologia com Criatividade – Sangari ...............112 
Experimentoteca .................................................................................118 
Projetos Extra-Curriculares ......................................................................137 
Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo 
(SARESP 2011)........................................................................................165 
Referências................................................................................................193 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL DE 
ENSINO FUNDAMENTAL “DR. JOÃO MARIA DE ARAÚJO JR.” 
 
Camila Pereira Gobette 
Liane Lima 
Mariana Dettmer de Castro Mello 
 
 
 
1. Introdução 
 
O Estágio Supervisionado I (Ciências) da XLIV turma do curso de Ciências 
Biológicas Licenciatura, da Unesp de Botucatu, aconteceu na Escola Municipal de 
Ensino Fundamental "Dr. João Maria de Araújo Jr". Para a aproximação dos 
licenciandos do espaço escolar e de sua dinâmica de funcionamento foram previstas 
atividades de investigação, anteriores às etapas de observação e regência de aulas, para 
conhecimento de diversos aspectos históricos e socioambientais daquele 
estabelecimento de ensino. 
Para a concretização do referido trabalho, no que se refere ao histórico de 
formação dessa escola, foram duas as linhas de coleta de dados adotadas. Uma delas 
deu-se por meio de entrevistas informais com pessoas que tiveram ligação direta ou 
indireta com a formação da escola e condução das atividades ao longo dos anos, e a 
outra baseou-se na busca e análise de documentos oficiais depositados na Câmara 
Municipal, Prefeitura Municipal de Botucatu, Diretoria de Ensino, Secretaria Municipal 
de Ensino e Biblioteca do Centro Cultural e do Serviço Socialda Indústria (SESI). 
Os entrevistados que contribuíram com informações aqui reunidas sobre a EMEF 
" Dr. João Maria de Araújo Jr" foram: 
 Jaqueline Alves Barea Cantão – professora e coordenadora da escola 
desde 2008; 
 João Carlos Figueroa – historiador de Botucatu; 
 Magali Aparecida Leite Penteado Chaguri – supervisora da Diretoria 
de Ensino de Botucatu 
 Marilúcia Coelho da Silva Almeida- inspetora de alunos do EMEF 
Dr. João Maria de Araújo Jr. 
 Nilza Rodrigues Lima – diretora da escola desde 1975 até 1979;. 
7 
 
 
 Sônia Maria de Barros Almeida Innocenti – secretária da escola 
desde 1994; 
 Vera DamatoBurini – diretora do SESI desde 1979 até 1982; 
 Vilma Chirinéia – professora e diretora do SESI de 1983 até 1992. 
 Zenaide Silva Fructuoso – inspetora de alunos EMEF Dr. João Maria 
de Araújo Jr. 
 
Com base nesse conjunto de dados resgatados é que organizamos e 
apresentaremos a seguir aspectos históricos da formação da EMEF "Dr. João Maria de 
Araújo Jr." 
 
2. Um forasteiro que se tornou ilustre 
 
Dr. João Maria de Araújo Jr é o nome que recebeu uma das escolas municipais de 
ensino fundamental de Botucatu, em homenagem ao médico que, nascido em 04 de 
janeiro de 1899, na cidade de Niterói – RJ, cursou medicina na Universidade Federal 
do Rio de Janeiro em 1918 e adotou Botucatu para residir e atuar profissionalmente 
como clínico geral. 
Casado com Dona Isabel Falcon Ruiz, com a qual teve cinco filhos (Figuras 1 e 
2), o Dr. João Maria chegou a esta cidade em 1932 a convite do Dr. Sebastião de 
Almeida Pinto, a fim de integrar o corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia 
Botucatuense, onde exerceu o cargo de diretor clínico por dezoito anos. 
Em 1941, o Dr. João Maria foi nomeado prefeito municipal de Botucatu pelo Dr. 
Fernando Costa, interventor federal no Estado de São Paulo, durante o governo de 
Getúlio Vargas. O período de governo de Getúlio Vargas foi de grande ascensão 
econômica, devido à fundação da companhia siderúrgica nacional e à criação de leis 
trabalhistas, porém, no aspecto político, o Estado Novo caracterizou-se por falta de 
democracia, censura, e um governo de caráter populista. 
Na gestão desse prefeito a população botucatuense era de 41.408 habitantes, 
sendo metade dela urbana. A cidade detinha, nessa época, o título de 16ª cidade em 
tamanho populacional e 10ª posição no ranking de atividade industrial. 
O Dr. João Maria permaneceu no cargo de prefeito até 10 de junho de 1946, e 
neste período do seu mandato criou-se a Cooperativa de Laticínios de Botucatu, 
instalou-se no município a Delegacia do Imposto de Renda, e, através de um decreto 
8 
 
 
estadual, houve a criação de uma Comissão Municipal de Bibliotecas e Museus, bem 
como melhorias no sistema de abastecimento de água. 
Pela sua atuação e realizações relevantes, é que o médico e prefeito de Botucatu, João 
Maria de Araújo Jr., como homenagem, teve o nome cedido à primeira escola municipal 
de Botucatu e é, até hoje, lembrado na cidade. 
 
 
Figura 1- Dr. João Maria de Araújo Jr. acompanhado de sua esposa (à esquerda) e 
de um colega médico (à direita). Fotos: Centro Cultural de Botucatu 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
Figura 2 - Dr. João Maria de Araújo Jr. acompanhado da esposa e 
filhos. Foto: Centro Cultural de Botucatu. 
 
3. Contexto de Fundação da Escola 
 
A criação da escola municipal de ensino de Botucatu, "Dr. João Maria de Araújo 
Jr.", deu-se durante uma época em que o Brasil passava pelo governo de ditadura militar 
do então general Emílio Garrastazu Médici, que fora escolhido por uma junta militar em 
1969. Este foi um período marcado pela mais dura repressão militar, com censura aos 
meios de comunicação e denúncias de tortura. Apesar disso, foi uma época de ascensão 
econômica, denominada de “o milagre brasileiro”, durante a qual foram desenvolvidas 
obras vultosas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. Na educação, 
foi lançado oficialmente o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), criado 
em 1967 por meio da lei número 5.379, de 15 de dezembro, para a alfabetização de 
adultos. 
Foi nesse contexto de Brasil, que, em 08 de fevereiro de 1972, criou-se a primeira 
Escola Municipal de 1º grau “Dr. João Maria de Araújo Jr”, por meio de um Projeto de 
Lei (Anexo 01) assinado pelo prefeito da época, Luiz Aparecido da Silveira, 
popularmente conhecido por "Lico". 
O local para a instalação da escola (Figura 3) foi caracterizado como perímetro 
urbano no Projeto de Lei (Anexo 01) com denominação de Vila Aparecida. Porém 
segundo o historiador entrevistado, João Carlos Figueroa, este bairro sempre foi 
denominado como Vila São Lúcio. Esta divergência na designação do bairro se deve, 
10 
 
 
provavelmente, pelo fato de haver nas proximidades a igreja de Nossa Senhora 
Aparecida, a qual popularmente servia de referência ao bairro. 
 
Figura 3 - Vista do loteamento onde foi 
instalado o prédio da Escola Municipal 
"Dr. João Maria de Araújo Jr.". Foto: 
Centro Cultural de Botucatu. 
 
A escola fica localizada à rua Carmem Barbosa Garcia, nome este em homenagem 
a primeira diretora da escola, cargo que ocupou até 1973. O prédio onde foi instalada a 
escola, em 1972, era de construção própria do município, que não contou com qualquer 
participação do Governo do Estado (Anexo 01). Ainda que houvesse permissão para o 
funcionamento de seis salas de aula, segundo informações da senhora Nilza Rodrigues 
Lima, diretora da escola entre 1975 e 1979, somente quatro salas estavam em 
funcionamento naquela época. 
Desde a criação até 1975, funcionaram na escola apenas os primeiros anos do 
ensino de primeiro grau, 1ª a 4ª série, que, anteriormente, era denominado de primário. 
Após a lei de 30 de dezembro de 1975 foi criada a quinta série e depois, gradativamente, 
as demais séries, até completar o primeiro grau de ensino, com a criação da 8ª série 
(Anexo 03). Estas 4 séries finais do primeiro grau integravam o que, anteriormente, 
denominava-se de curso ginasial. 
Com o risco de perder a unidade escolar para o Serviço Social da Indústria 
(SESI), que não dispunha de prédio próprio e atendia a muitos alunos, houve 
mobilização de parte da comunidade dessa escola em busca de uma área de 40.000 m
2
 
que pudesse ser obtida para abrigar as instalações do SESI. No entanto, diante das 
questões políticas e financeiras, que resultaram no impasse quanto a manutenção da 
unidade do SESI em Botucatu, uma decisão paliativa foi tomada em 1977, pelo então 
prefeito municipal Luiz Aparecido da Silveira. Ele, usando de um Decreto de lei (Anexo 
11 
 
 
4), concedeu ao SESI, por 3 anos, "a título precário, permissão especial de uso" do 
imóvel onde estava instalada a escola "Dr. João Maria”. Esta, foi fechada em 1978 pelo 
mesmo prefeito, e seus alunos foram incorporados aos do SESI (Anexo 05), sob a 
alegação de que havia grande número de escolas estaduais de primeiro grau na cidade, 
com três delas bem próximas ao bairro. Além disso, alegou também que era necessário 
dar maior assistência às escolas rurais, que estavam em grande número e eram mantidas 
pela prefeitura (Anexo 05 e 06). Na verdade, sobre esse assunto, há pelo menos duas 
outras interpretações, não necessariamente excludentes. Uma delas, apresentada por 
aqueles que vivenciaram o processo de busca pelo espaço de 40.000m
2
 para instalação 
do SESI, que atesta teria sido de alto custo o espaço possível, próximo ao atual Hotel 
Chaillot, sem a contrapartida do destaque político desejado pelo prefeito, uma vez que 
toda a estrutura física seria financiada por outra instituição. Uma segunda interpretação, 
apresentada por João Carlos Figueroa e Magali Aparecida Leite Penteado Chaguri, 
refere-se à irregularidade de funcionamento da escola "Dr. João Maria", devido a 
morosidade na entrega da documentação para regulamentação da sua regência. A 
regularização da escola se deu somenteapós o seu fechamento, em 1985. Com o 
processo do Conselho Estadual de Educação, foram convalidadas as práticas escolares 
do período de 1972 a 1977 (Anexo 07). 
O SESI, que já ocupava o prédio municipal da extinta escola "Dr. João Maria", 
ficou autorizado, em 1979, a usar gratuitamente suas dependências, por 10 anos 
obrigando-se a cobrir as despesas de manutenção e funcionamento, além do corpo 
docente e administrativo (Anexo 08). De acordo com a senhora Nilza Rodrigues Lima, 
diretora daquela extinta escola municipal, todos os professores foram demitidos e ela foi 
remanejada para outra escola municipal. Ficaram no SESI, além dos alunos da escola 
"Dr. João Maria", a sua banda escolar, mais o dentista e a merendeira, apesar de serem 
contratados pela prefeitura. 
No ano de 1993, saiu publicado no Diário Oficial a mudança do SESI para as suas 
novas instalações de funcionamento no Km 247,4 da rodovia Marechal Rondon (Anexo 
09), local este doado por Maria Amélia Blasi Toledo Piza, filha de Francisco Blasi. 
O reinício de funcionamento da escola municipal no antigo prédio, cedido ao 
SESI até 1993, aconteceu em 1994, através do Regimento Comum das Escolas 
Municipais, que aprovava o imediato funcionamento da unidade escolar (Anexo 10). 
Meses depois, esta autorização foi publicada em Diário Oficial (Anexo 11). Com a saída 
da gestão SESI do prédio municipal, apenas 50 alunos dos 600 matriculados, 
12 
 
 
continuaram a fazer parte do corpo discente. Para a profª Vilma Chirinéia, a escassez de 
recursos financeiros da comunidade local e a falta de transporte coletivo, que permitisse 
o deslocamento dos alunos até a nova sede do SESI, localizada no extremo oposto da 
cidade, podem ter sido as razões dessa grande desistência. 
Em entrevista concedida pelas funcionárias Marilúcia e Zenaide, soubemos que a 
Educação Infantil teve início na Escola "Dr. João Maria de Araújo Jr., no mesmo ano 
do seu ressurgimento, em 1993, por solicitação da comunidade local. Denominada de 
Pré I e Pré II, a educação infantil atendia alunos de cinco a seis anos, e funcionou no 
prédio municipal até o ano de 2010, quando teve de sair por duas possíveis razões: a 
demanda de alunos era maior do que o espaço físico comportava e havia necessidade de 
reforma das suas dependências. Atualmente, faz parte da Escola Municipal de Educação 
Infantil “Dr. Roberto Domingos Andreucci”, sediada em prédio alugado pela prefeitura 
e também localizado na Vila São Lúcio. 
Pouco depois do reinício de funcionamento da escola municipal “Dr. João Maria 
de Araújo Jr.” a secretária de educação, Nilza Maria Silveira Coine, solicitou ao 
delegado de ensino, em novembro de 1995, a implantação do 2º grau nesta escola 
(Anexo 12). Após esse pedido, uma vistoria foi realizada no local para avaliar as 
condições de salas de aula, laboratório, biblioteca, quadra poliesportiva, materiais 
didáticos, plano do curso e o regimento escolar (Anexo 13). Àquela época a escola não 
dispunha de laboratório e nem de biblioteca que atendessem ao 2° grau, porém, diante 
do compromisso do secretário municipal de providenciar essas instalações, a 
autorização de funcionamento foi concedida em 1996, nos moldes estabelecidos pelo 
Conselho Estadual de Educação. Com isto, a escola passou a se denominar “Escola 
Municipal de 1º e 2º graus Dr. João Maria de Araújo Jr” (Anexo 14), decisões essas 
publicadas no Diário Oficial de 23 de janeiro de 1996 (Anexo 15). 
Em entrevista concedida pela secretária mais antiga da escola, Sônia Maria de 
Barros Almeida Innocenti, soubemos que a demanda de alunos para o ensino de 
segundo grau não foi suficiente para garantir a sua continuidade. A carência de recursos 
financeiros da comunidade local, obrigava as famílias, cujos filhos completavam o 
ensino de primeiro grau, a encaminhá-los para o mercado de trabalho, o que resultava 
em abandono da escola. Essa situação determinou o fim do ensino médio na escola, até 
então denominada de Escola Municipal de 1° e 2° graus “Dr. João Maria de Araújo Jr.”. 
O histórico de formação de uma escola, como qualquer outro evento histórico, 
exige, para sua reconstituição e interpretação, documentos (fotos, escritos, gravações de 
13 
 
 
rádio, em vídeo etc.) que permitam análises. No entanto, nem sempre esses materiais 
são encontrados e, se encontrados, nem sempre estão devidamente arquivados para 
consulta. Quando possível, recorre-se a pessoas que vivenciaram determinados 
acontecimentos, e que, com seus depoimentos, ajudam a compor os fatos e a construir 
novos registros, que devem ser devidamente arquivados. Porém, não podemos nos 
esquecer de que cada testemunha ocular não está isenta de interpretações a partir do 
recorte da história que ela presenciou e dos seus próprios valores e sentimentos 
envolvidos. Sendo assim, é sempre necessário coletar diversos relatos, principalmente 
quando há falta de documentações, como aconteceu com a Escola Municipal de Ensino 
Fundamental “Dr. João Maria de Araújo Jr.” que nos permitam aclarar os fatos dentro 
de um ideal de objetividade, necessário em qualquer busca criteriosa. 
Hoje, 2012, a Escola Municipal de Ensino Fundamental “Dr. João Maria de 
Araújo Jr.” permanece no mesmo local de origem. Ela possui classe de alunos do 
primeiro ao nono ano, distribuídas nos períodos da manhã e tarde. Dos 740 alunos, 443 
deles frequentam o período matutino, do 6º ao 9º ano, e 297, do 1º ao 5º ano frequentam 
a escola no período vespertino. No período noturno as instalações são cedidas para 
funcionamento do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), mantido pelo 
governo estadual, que contempla 600 alunos matriculados. Algumas mudanças na 
estrutura física, educacional e administrativa ocorreram ao longo dos anos e serão, em 
parte, tratadas nos capítulos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
4. Anexos 
 
Anexo1 - Documento de criação da Escola Municipal de Ensino Fundamental " Dr. 
João Maria de Araújo Jr.", lei 1826/72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Anexo2 - Mapa do loteamento da Vila São Lúcio, onde foi instalado o prédio municipal 
que abrigou a Escola Municipal de Ensino Fundamental "Dr. João Maria de Araújo Jr.". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Anexo 3 – Documento de criação da 5ª série de primeiro grau, lei nº2012 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Anexo 4 - Decreto nº 2528 que cede o prédio para o Serviço de Industria SESI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Anexo 5 - Documento de justificativa para o fechamento da escola municipal em 1978, 
pelo processo nº 69/78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Anexo 6 – Documento de solicitação de cessação das atividades escolares, processo nº 
2659/74 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Anexo 7 – Documento do Conselho Estadual de Educação convalidado os atos 
escolares, parecer nº 0033/85. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Anexo 8 – Documento de autorização do SESI para utilização do prédio municipal, lei 
nº 2194 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Anexo 9 – Nota do Diário Oficial de 21/12/1992 sobre a mudança do SESI para Km 
247,4 da Rodovia Marechal Rondon 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Anexo 10 – Documento do Conselho Estadual de Educação que encaminha o 
Regimento Comum das Escolas Municipais, processo nº 13/91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
Anexo 11 – Nota do Diário Oficial de 12/07/94 de autorização do funcionamento da 
escola municipal “ Dr. João Maria de Araujo Jr.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Anexo 12 – Documento solicitando a instalação do ensino de 2º grau e mudança do 
nome para Escola Municipal de 1º e 2ºgraus “Dr. João Maria de Araújo Jr.”, ofício nº 
59/95 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Anexo 13 – Documento de vistoria da escola municipal para as instalações do ensino de 
2° grau, processo nº 813/95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Anexo 14 – Documento autorizando o funcionamento do ensino de 2º grau na unidade 
escolar pela Delegacia de Ensino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Anexo 15 – Nota do Diário Oficial de 23/01/1996 autorizando o funcionamento do 
ensino de 2º grau na escola municipal 
 
 
 
 
 
29 
 
 
ESTRUTURA FÍSICA 
 
Adriana Fernandes 
Claraline Godoy 
Gabriel Mendes 
Lucas Borges 
Tarsila Franckin 
 
 
1. Introdução 
 
Os primeiros indícios de arquitetura escolar no Brasil vieram com a Companhia 
de Jesus, que tinha por objetivo catequizar os índios e ganhar trabalhadores para a 
Coroa Portuguesa (Nascimento et al.). Porém, foi a partir da Proclamação República, 
em 1889, que houve maior preocupação com um local específico para a educação. 
Segundo Souza (cit. in Dorea, 2000): 
 
"(...) em determinado momento, políticos e educadores passaram a 
considerar indispensável a existência de casas escolares para a 
educação de crianças, isto é, passaram a advogar a necessidade de 
espaços edificados expressamente para o serviço escolar. Esse momento 
coincide com as décadas finais do século XIX e com os projetos 
republicanos de difusão da educação popular." 
 
Neste momento histórico, a escola passou a ser vista como progresso histórico e 
a monumentalidade das construções dos grupos escolares tornou-se representativa de 
um ideal de modernidade ou de República. E, segundo Souza (cit. in Dorea, 2000), 
 
"a arquitetura escolar haveria, pois, de simbolizar as finalidades sociais, 
morais e cívicas da escola pública. O lugar de formação do cidadão 
republicano teria que ser percebido e compreendido como tal." 
 
É possível perceber que a arquitetura escolar foi influenciada pelo momento 
histórico e cultural da sociedade e sofreu com as mudanças e reformas desses períodos, 
como na Proclamação da República com a arquitetura neoclássica, caracterizada por 
30 
 
 
 
“(...) edifício imponente, hall de entrada primoroso, escadarias, 
eixo simétrico, duas alas, pátio interno (como o dos claustros), 
corredores internos, janelas verticais grandes e pesadas, acabamento 
com materiais nobres.” Um outro momento de transformação na 
arquitetura escolar estaria relacionado ao movimento escolanovista , mais 
centrado nas questões dos alunos e no quantitativo escolar: “(...) Formas 
geométricas simples, uso de novos materiais como o concreto armado, 
novas técnicas construtivas, não mais simetria perfeita, ausência de 
colunas e ornamentos, pátios internos sob pilotis e grandes aberturas 
envidraçadas.” (Buffa, 2005, p. 108). 
 
As décadas de 50 e 60 estiveram relacionadas às políticas públicas e às 
necessidades de aumento do número de escolas no Estado e devido à necessidade do 
aumento do número de vagas nas escolas, foram projetados edifícios mais utilitários, 
baratos e de construção rápida. A partir da década de 1960, houve uma mudança do 
“qualitativo” para o “quantitativo”. E possível perceber que este discurso arquitetônico 
esteve em todo o Brasil, onde a arquitetura escolar foi também um reflexo das políticas 
governamentais, do discurso pedagógico e das necessidades da comunidade local, isto 
de acordo com Bencosta (2000) e Buffa (2005). 
Sabe-se que para o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem 
de qualidade, não basta, apenas ter professores dedicados para ensinar e alunos 
interessados em aprender, deve existir um local agradável onde esse encontro possa 
acontecer. 
A estrutura física de uma escola é de extrema importância para um melhor 
desempenho dos alunos, professores, direção, coordenação e funcionários. O lugar onde 
essas pessoas passam quase todas as horas de seus dias precisa ser bem estruturado e 
conservado por todos que nele trabalham e circulam, para que o ambiente escolar seja 
um lugar agradável e que permita o desenvolvimento de trabalhos bons e que eles 
possam ser desenvolvidos de forma prazerosa. 
Considerando que o estudo de cada ambiente escolar pode ajudar a entender 
parte do que nele acontece, além de ajudar a criar e conservar espaços adequados, 
propícios as atividades de ensino e convivência, o presente trabalho teve por objetivo 
conhecer e analisar a estrutura física, organização dos espaços e a relação destes com 
31 
 
 
a comunidade que faz parte da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) “Dr. 
Joao Maria de Araújo Jr.”, pertencente ao município de Botucatu/SP. Este estudo fez 
parte do estágio curricular obrigatório da da XLIV turma do curso de Ciências 
Biológicas Licenciatura, da Unesp de Botucatu. 
 
2. Etapas de desenvolvimento deste estudo 
 
Para a realização deste trabalho de levantamento e estudo de aspectos da estrutura 
física da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Dr. João Maria de Araújo Júnior.”, 
visitamos suas dependências, à rua Professora Carmem Barbosa Garcia, número 242, 
Vila São Lúcio, no município de Botucatu, SP. Lá observamos e registramos, por meio 
de fotos e filmagens, a estrutura externa e interna e as condições atuais do prédio. 
Procuramos também ter acesso à planta original da escola e, travamos conversas com 
alunos, professores, diretores, coordenadores e funcionários da escola, para saber qual a 
opinião deles a respeito das condições que a estrutura física do local possibilitam para 
todos que ali trabalham e estudam. 
A primeira visita à escola serviu para nos familiarizarmos com as dependências, 
que conhecemos e registramos em pormenores nas visitas seguintes. Acreditamos que 
os resultados desse trabalho de levantamento e análise de dados acerca do espaço físico 
e edificações da escola “Dr. João Maria”, apresentados a seguir, poderão proporcionar 
melhor compreensão de toda a organização e dinâmica escolar, conforme fundamentos 
teóricos apresentados na introdução deste capítulo. 
 
3. Olhares sobre os espaços escolares construídos 
 
Os princípios que regem as edificações escolares devem seguir recomendações 
pedagógicas baseadas nas necessidades das pessoas e das atividades específicas que 
estas desenvolverão em cada ambiente escolar. Sendo assim, consideramos, além da 
adequação do número e dimensão dos espaços por número de pessoas que os utilizam, a 
existência de ambientes específicos e necessários ao desenvolvimento das diversas 
atividades de ensino e de recreação, as condições de iluminação, ventilação estética e de 
manutenção dos espaços. 
Podemos dizer, no geral, que a Escola Municipal de Ensino Fundamental “Dr. 
João Maria de Araújo Jr.” é constituída de três edificações independentes - que aqui 
32 
 
 
denominaremos de anexo 1, anexo 2 e anexo 3. Além delas, há uma quadra 
poliesportiva, sala de atividades complementares e uma construção hoje desativada, 
onde antigamente funcionava uma creche. Nos tópicos seguintes detalharemos o que foi 
observado em cada local da escola e apresentaremos as nossas considerações a respeito 
de cada uma delas. 
 
3.1. Anexo 1 
 
Na figura 1, é possível ver a fachada do prédio mais novo da EMEF “Dr. João 
Maria de Araújo Jr.” Nele registramos a melhor infraestrutura do conjunto das 
edificações. O prédio é constituído por três 
andares, mais o térreo. Nos pisos superiores, 
2º e 3º andares, há seis salas e 1 banheiro 
feminino e 1 masculino, em cada andar. No 
primeiro andar, encontram-se a sala da 
direção, sala da coordenação, secretaria, 
sala de vídeo, sala de informática, 
biblioteca, 1 banheiro masculino e 1 
feminino para os professores e 1 escada de 
acesso para o 3º e 4º andares. 
O acesso a todos os andares pode 
ser feito, também, por meio uma rampaque é extensa e íngreme demais, o que 
não permite acessibilidade facilitada para 
cadeirantes (figura 2). 
Além disto, toda ela é trabalhada 
com janelas de vidro que não são 
adequadas para um local com tantas 
crianças e, ainda, foi observado que, entre 
algumas janelas de vidro e o chão das rampas, há espaços em que uma criança pode, 
facilmente, colocar o pé e acabar se machucando. 
 
Figura 1: Vista da entrada principal d EMEF 
"Dr. João Maria de Araújo Jr.”, Botucatu, SP (Foto: 
Lucas Borges). 
 
Figura 2: Rampa extensa e íngreme, que liga todos os 
andares da escola "Dr. João Maria" (Foto: Gabriel 
Mendes). 
 
 
33 
 
 
No térreo é onde se localiza o pátio da escola. Em todos os andares há extintores 
de incêndio, que encontram-se dentro do prazo de validade, e hidrantes. O anexo 1 
também conta com um sistema de 
alarme, para o caso de sinistro. 
Verificamos em suas paredes a 
existência de rachaduras em lugares 
variados, como: próximas a sala da 
direção (figura 3) e na fachada da escola. 
A escola carece de áreas verdes, 
contando com apenas um pequeno 
jardim, que fica ao lado da cozinha 
(figura 4). Verificamos que os 
bebedouros existentes nas dependências da escola são altos demais para crianças 
pequenas. 
Na secretaria da escola, não foi observado nenhum problema estrutural. A sala é 
ampla e apresenta boa mobília, aparentemente adequada às atividades ali realizadas. 
Em conversa com os funcionários, 
não houve nenhuma reclamação sobre a 
infraestrutura da secretaria, que é bem 
organizada e, ao que tudo indica, se trata 
de um ambiente agradável às pessoas 
que nele trabalham. 
Na sala da direção, foi possível 
observar que existem móveis e 
computadores adequados às atividades 
realizadas pelas duas pessoas que ali trabalham, mas a sala fica um tanto pequena 
quando é preciso receber alguma visita. Além disto, localizada ao lado da quadra 
poliesportiva, a sala não oferece boas condições para o desenvolvimento dos trabalhos 
devido ao barulho que os alunos fazem quando estão ali durante as aulas de Educação 
Física ou brincando nos horários de intervalo. 
A sala da coordenação, é um local pequeno quase todo ocupado pelo mobiliário 
não deixando espaço suficiente para as duas coordenadoras que ali trabalham, em meio 
a materiais escolares (livros e apostilas, por exemplo) empilhados. 
 
Figura 3: Rachadura em parede da escola "Dr. João 
Maria", indicadas com as 6 setas (Foto: Lucas Borges). 
 
 
Figura 4: Jardim ao lado da cozinha da escola "Dr. João 
Maria" (Foto: Lucas Borges). 
34 
 
 
A sala de vídeo da escola “Dr. João Maria de Araújo Jr.” é um local amplo que, 
segundo relatos, é bastante utilizado para apresentação de vídeos usados como recursos 
para aulas ou outras atividades, principalmente quando algum professor falta e não há 
professores substitutos. Nestas ocasiões os alunos podem ser levados até lá para assistir 
algum filme ou documentário educativo. Nessa sala há um armário, uma televisão, um 
datashow, um aparelho de DVD, uma lousa, vários filmes e documentários educativos, 
uma mesa e várias cadeiras. 
Aproveitando-se da existência desta 
mesa e das cadeiras, localizadas mais 
ao fundo da sala, os professores as 
utilizam para tomar café e conversar 
durante seus horários de intervalo. 
A sala de informática (figura 5) 
é ampla e tem aproximadamente 25 
computadores, que seriam suficientes 
para que uma sala de aula inteira os 
utilizasse para as atividades didáticas 
e, no entanto, nunca foram usados. Há, 
aproximadamente, dois anos esta sala recebeu computadores novos, mas com sistema 
operacional Linux, que inviabilizou o uso dos computadores devido às dificuldades 
encontradas para se trabalhar com este sistema que tem configurações diferentes do 
sistema mais usual, além de não permitir a instalação de alguns programas nos 
computadores, por ser um sistema que fornece maior segurança ao usuário, dificultando 
a facilidade de algumas ações que são feitas normalmente no sistema mais comumente 
utilizado. Até o momento, não foi realizada a troca do sistema e a sala encontra-se 
desativada, servindo de depósito para alguns materiais. 
Neste local a infiltração nas paredes sé de relativamente grande proporção, como 
se pode verificar na figura 5. 
 A biblioteca (figura 6) é um local pequeno, com 4 mesas e menos de 20 cadeiras, 
número este insuficiente em relação ao número de alunos da escola, embora o local 
receba, no máximo, uma turma de alunos por vez. O acervo de livros chega aos dez mil 
exemplares e, assim como na sala de informática, a biblioteca também apresenta 
problemas de infiltração nas paredes (figura 6). 
 
Figura 5: Sala de informática da escola "Dr. João Maria" 
com infiltrações evidentes (Foto: Gabriel Mendes) 
 
35 
 
 
Ainda no 1º andar do anexo 1, 
existem 1 banheiro masculino e 1 
feminino, para os professores. 
As salas de aula do anexo 1 
(localizadas no 2º e 3º andares) são 
amplas (7,20m x 7,20m e altura de 
3,11m) se considerarmos que há um 
espaço médio de 1,20m
2 
por aluno - 
as salas têm 51,84m² e, descontando-se a área do professor (aproximadamente 15m²), 
obteve-se uma área 36,84m² que foi dividida pelo número de carteiras (30). Sabendo 
que a recomendação (Sousa, 1999) é de que haja, no mínimo, 1m² por aluno, as salas da 
EMEF "Dr. João Maria" estão adequadas às turmas que as ocupam. Há uma média de 
30 carteiras por sala, lousas bem conservadas e armários, sendo um destinado a guardar 
o material didático do projeto Sangari. Um problema detectado em relação ao teto de 
algumas salas é que estão cedendo, o que oferecem um grande risco aos alunos, 
professores e funcionários que frequentam os locais. Por este motivo, elas têm sido 
menos utilizadas. 
Nos 2º e 3º andares do anexo 1, também há, em cada um deles, 1 banheiro 
masculino e um feminino para os alunos. Um problema observado foi que, em algumas 
portas dos reservados onde ficam os vasos sanitários, não existiam trancas. 
No térreo fica o pátio utilizado pelos alunos nos intervalos de aulas. Neste local é 
onde se encontram a cozinha da escola, mesas para refeições e dois banheiros para 
alunos, sendo 1 masculino e outro feminino. 
 
3.2. Anexo 2 
 
O anexo 2 (figura 7) foi o local onde se 
registrou o maior número de problemas 
relacionados à estrutura física. Neste espaço, 
estão localizadas as salas de 8º e 9º anos no 
período da manhã, e que no período noturno 
são utilizadas pelos alunos da Educação de 
Jovens e Adultos (EJA). 
 
Figura 6: Biblioteca da escola "Dr. João Maria", 
com infiltrações nas paredes (Foto: Gabriel Mendes). 
 
 
Figura 7: Vista do anexo 2 da escola "Dr. João 
Maria", prédio claro visto ao fundo (Foto: 
Gabriel Mendes). 
 
36 
 
 
O prédio tem dois andares, com 
quatro salas de aula por andar, sendo que 
no primeiro, além das salas há 1 
banheiro masculino e 1 feminino, duas 
salas onde são guardados materiais de 
limpeza e uma sala onde alguns 
funcionários guardam seus pertences. O 
anexo 2, segundo informações, foi 
construído em um ano eleitoral e, por 
isto, feito às pressas, sem grande 
preocupação com sua estrutura, o que resultou em diversas falhas estruturais. Além 
disto, não possui extintores de incêndio e nem hidrantes. Segundo relatos, quando chove 
forte ou por um longo período de tempo, entra água nos pontos onde estão colocadas as 
luminárias do teto (figura 8), inundando 
corredores e salas. Um outro problema 
identificado neste prédio, é o da escada que 
dá acesso ao 2º andar, que além de estreita, é 
íngreme e com degraus pequenos, que não 
comportam o pé todo. 
Este anexo 2 conta com oito salas de 
aulas amplas (6,07m x 6,98 e altura de 
3,78m) e tem, em média, 28 carteiras, um 
armário do Sangari e lousa bem 
conservada. Nestas salas não havia 
interruptores de luz e nem tomadas 
(figura 9). Os únicos interruptores 
observados foram os dos ventiladores,instalados em local muito alto, de difícil 
acesso. Foram notáveis as pichações 
(figura 10) feitas nas paredes e a falta de 
fechaduras nas portas (figura 11). 
Segundo relatos, durante o ano de 2011 
foram colocadas quatro vezes fechaduras novas nas portas, que pouco tempo resistiram 
ao vandalismo praticado por alunos. 
 
 
Figura 8: Teto do anexo 2 da escola "Dr. João Maria", 
com evidente ocorrência de fortes infiltrações 
(Foto: Lucas Borges). 
 
 
Figura 9: Ausência de interruptores em salas do 
anexo 2 da escola "Dr. João Maria" (Foto: Gabriel 
Mendes). 
 
 
Figura 10: Pichações em parede do anexo 2 da escola 
"Dr. João Maria" (Foto: Gabriel Mendes). 
 
37 
 
 
Outro problema é o das portas das quatro salas de aula de cada andar serem 
situadas uma de frente para a outra (figura 
12), o que traz problemas para o trânsito 
de pessoas, especialmente em situações de 
emergência, além do barulho de uma sala 
interferindo diretamente nas atividades 
desenvolvidas nas outras. 
Os banheiros do anexo 2 (1 
feminino e 1 masculino) encontram-se em 
condições precárias, com portas sem trancas, 
pichações e falta de água, além de não ter 
qualquer marca que permita identificar qual é o 
banheiro masculino e qual o feminino. Existem, 
também, duas salas bem pequenas e simples que 
servem para o depósito de materiais de limpeza. 
Ambas foram encontradas com os materiais 
bem acondicionados e organizados em armários. 
Além desta sala, existe uma outra sala que era 
utilizada pelos professores, mas que atualmente 
serve de depósito para alguns materiais 
escolares e pertences de funcionários. 
 
3.3. Anexo 3 
 
Na foto da figura 13 pode-se observar a unidade mais antiga do conjunto de 
edificações existente no espaço da EMEF “Dr. João Maria de Araújo Jr.” Foi ela que 
abrigou as primeiras séries da escola primária, e, mais tarde, em 1977, o SESI (ver 
Histórico de Formação da Escola). Atualmente, funciona nesse prédio, no período 
noturno, a Direção da EMEJA (Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos). 
 
Figura 11: Porta sem fechadura no anexo 2 da escola 
"Dr. João Maria" (Foto: Gabriel Mendes). 
 
 
Figura 12: Portas de salas de aula mal 
dispostas (uma de frente para a outra), no 
anexo 2 da escola "Dr. João Maria" 
(Foto: Gabriel Mendes). 
38 
 
 
 O prédio possui duas salas de aula, sala de professores, secretaria, sala da direção, 
1 banheiro feminino e 1 masculino para professores e 1 banheiros masculino e 1 
feminino para alunos, laboratório de Ciências e 
Matemática e sala Lego, sendo que estes três 
últimos são espaços diferentes numa única sala, e 
são utilizados pela escola no período da tarde. 
Alguns pontos positivos desse anexo são que, 
mesmo sendo o mais antigo e só sendo usado 
para a EJA (exceto a sala de laboratórios e Lego), 
não apresenta graves problemas estruturais, como 
os vistos no anexo 2 e, além disto, possui extintor 
e hidrante, que também não foram encontrados 
no anexo 2. 
Esta unidade da escola “Dr. João Maria” é 
a que se encontra na condição mais precária de 
pintura, o que provavelmente reforça atitudes de desrespeito, que resultam em sujeira, 
pichação e depredação. 
As salas de aula do anexo 3 são, comparativamente, menores em relação às dos 
outros anexos. Elas possuem 2,94m de altura e 6,98 x 6,07 de tamanho, com 18 
carteiras e não contém armário com material do Sangari. Das duas salas de aula 
existentes, uma delas é atualmente usada como biblioteca da EJA. 
A sala dos professores é ampla e pode-se dizer que é bem equipada com mesas, 
cadeiras e armários. 
A secretaria e a sala da direção ficam localizadas no corredor desse anexo, 
próximas à porta de entrada. São salas pequenas, mas são bem equipadas com materiais 
de escritório, mesas, cadeiras e computadores. 
Os banheiros dos professores (1 masculino e 1 feminino) encontram-se ao lado da 
secretaria e são bem pequenos, com apenas um vaso e uma pia, mas estavam 
organizados. Os banheiros dos alunos (1 masculino e 1 feminino) ficam no pátio do 
anexo 3, mas aparentemente não são muito utilizados, pois encontramos materiais de 
limpeza guardados em ambos e, também, os encontramos fechados algumas vezes. 
A sala destinada aos laboratórios de Ciência e Matemática e sala Lego, localizadas 
neste prédio, é utilizada pelos alunos do período da tarde (1º a 5º anos). O projeto Lego 
garante aos alunos um ensino interdisciplinar, com um trabalho voltado ao 
 
Figura 13: Frente do anexo 3, da escola 
"Dr. João Maria" (Foto: Lucas Borges). 
 
39 
 
 
desenvolvimento do raciocínio lógico, inovação e criatividade. A sala é ampla, com 
carteiras unidas de quatro em quatro para poderem ser utilizadas por grupos de quatro 
crianças. Possui dois armários com materiais de laboratório de Ciências e de 
Matemática, mas que estão trancados por falta de chaves, que foram perdidas. Além 
destes armários, há a estante da Experimentoteca, produzida pela da USP, que, apesar 
de ser um recurso didático muito interessante e adequado ao ensino de Ciências (ver 
capítulo - Ensino de Ciências), foi encontrado mal cuidado e empoeirado devido à falta 
de uso. 
 
3.4. Sala de atividades extracurriculares, antiga creche e área verde 
 
A sala de atividades extracurriculares (figura 14) é utilizada para projetos, tais 
como o do Coral, que é desenvolvido 
pela professora Jaqueline A. Barea 
Cantão. O exterior da sala encontra-se 
mal cuidado, com problemas nas 
paredes - como observado na figura 12 
- evidenciando a falta de manutenção. 
Internamente, a sala possui várias 
cadeiras para crianças e uma lousa. 
 
3.5. Quadra poliesportiva 
 
A quadra poliesportiva da EMEF 
“Dr. João Maria de Araújo Jr.” (figura 
15) é um amplo espaço para as aulas de 
educação física, recreação e outras 
atividades, como apresentações artísticas 
e festas juninas. A quadra faz limite com 
a rua, onde se encontram muros altos 
contendo obras de grafitagem realizadas 
pelos alunos; tem arquibancada e é 
coberta. Esta cobertura que deveria proteger as pessoas do sol e da chuva, não o faz 
porque a cobertura é apenas superior, ficando abertas as laterais. Desta forma, não 
 
Figura 14: Frente da sala de atividades extracurriculares 
 da escola "Dr. João Maria" (Foto: Lucas Borges). 
 
 
Figura 15: Quadra com poças de água, devido a cobertura 
 que não a protege totalmente (Foto: Lucas Borges). 
 
40 
 
 
abriga adequadamente de chuva, vento e nem mesmo do sol. Por não possuir vestiários 
e sala de materiais dificulta os trabalhos dos professores de Educação Física. 
 
4. Conclusão 
 
Neste trabalho buscou-se compreender a arquitetura do prédio escolar como um 
componente importante, que interfere em diversos aspectos da dinâmica escolar, 
precisando, por isso, fazer parte do planejamento para adequações ao currículo escolar, 
que implicará no desenvolvimento de certos conteúdos práticas de ensino desenvolvidas 
no interior da escola. 
Na escola “Dr. João Maria Araújo Jr.” é notável a diferença entre prédios e salas 
do anexo mais novo ao mais antigo. Foram observadas evidentes diferenças estruturais. 
Neste trabalho buscou-se compreender a arquitetura do prédio escolar como um 
componente importante que interfere em diversos aspectos da dinâmica escolar, 
precisando, por isso, ser levada em conta no planejamento para adequações ao currículo 
escolar, o qual implicará no desenvolvimento de certas práticas de ensino desenvolvidas 
no interior da escola. 
Os diversos problemas estruturais da escola, que resultaram primeiramente de 
planejamento inadequado, somado posteriormente à falta de manutenção e de 
vandalismo de alunos, precisam ser encarados com mais atenção e cuidado na busca de 
soluções, dado que interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
5. Anexo 
 
Anexo 1: Planta baixa da EMEF “Dr. João Maria de Araújo 
Jr.”,que não representa a estrutura existente atualmente no 
local, evidenciando áreas que não foram construídas e áreas 
que se encontram em localizações diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Gestão Escolar 
 
Amanda Moreti Rongetta 
Amanda Ungari Machado 
Camila Fernanda Zorzella Creste 
Marcella Gonçalves Mazutti 
Nilson Augusto Carnietto Júnior 
 
1. Introdução 
 
 A gestão escolar tem como objetivo organizar, mobilizar e articular todas as 
condições necessárias, materiais e humanas, que possam gerar avanço dos processos 
sócio-educacionais dentro dos estabelecimentos de ensino. Tais avanços visam uma 
aprendizagem efetiva pelos alunos, por meio da qual possam inserir-se na atual 
sociedade globalizada e com capacidade de enfrentar adequadamente os desafios que 
ela impõe (LÜCK, 2000). 
Além disso, é por meio do aperfeiçoamento da gestão que se pode ter visão 
estratégica e de conjunto do ambiente escolar, pois todas as ações escolares estão 
interligadas, funcionando como uma rede. 
A gestão precisa ser democrática, portanto, destituída da ideia autoritária de ações 
baseadas em poder absoluto, que se fecha às críticas. A gestão democrática tende a 
compartilhar decisões e informações, se preocupa com a qualidade da educação e com a 
transparência do destino dos recursos escolares (ESTEVÃO, 2001). 
O objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, por 
meio principalmente, de um sistema escolar organizado e que permita que os alunos, no 
cotidiano escolar, desenvolvam as competências que a sociedade demanda, sem, 
contudo, negligenciar os anseios pessoais de realização. Entretanto, sejam quais forem 
os ideais individuais, é necessário que os alunos se tornem cidadãos críticos e 
competentes. Para tal, precisam adquirir conhecimentos e desenvolver certas 
habilidades que os levem a, por exemplo, pensar criativamente; analisar informações e 
proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto 
oralmente como por escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver 
problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre 
muitas outras competências necessárias para a prática de cidadania responsável. 
Portanto, o processo de gestão escolar deve voltar-se à aprendizagem dos alunos sobre o 
43 
 
 
seu próprio mundo e sobre si mesmos; qual a relação que desejam ter com esse mundo e 
de qual maneira pretendem inserir-se nele. É importante que adquiram conhecimentos e 
aprendam a trabalhar com informações da realidade social, econômica, política e 
científica (LIBÂNEO, 2001). 
Em uma gestão escolar eficaz os dirigentes, ao liderarem as ações da escola, 
devem ser orientados por uma visão global e abrangente do seu trabalho. Para tanto, é 
necessário que o dirigente conheça quais são os aspectos que, em conjunto, favoreçam o 
desenvolvimento da escola e da qualidade de suas ações (ESTEVÃO, 2001). 
O presente trabalho objetivou conhecer e analisar como se dá a gestão escolar na 
EMEF “Doutor João Maria De Araújo Junior”, conhecendo a opinião da comunidade 
escolar em relação à gestão atual, para que o material levantado e a interpretação dos 
resultados sirvam como uma ferramenta de auto-análise pelos gestores, ajudando a 
levantar seus pontos críticos e realçando os pontos positivos, visando em um gradativo 
aperfeiçoamento. 
 
2. Etapas do levantamento realizado 
 
Para a obtenção de dados sobre a gestão atual, na E.M.E.F. Dr. João Maria de 
Araújo Júnior, foram elaborados e aplicados questionários aos componentes que 
participam das diversas instâncias da gestão escolar (direção, coordenação e auxiliares 
de escritório), bem como aos professores da escola. 
O questionário aplicado à direção (anexo 1) foi elaborado com base no livro 
intitulado “Organização e Gestão da Escola: teoria e prática” (LIBÂNEO, 2001). 
Para a coordenação, o questionário também foi baseado no livro de Libâneo 
(2001) e acrescido de questões levantadas por alunos do 5º ano, turma XLIV do curso 
de Licenciatura em Ciências Biológicas, da UNESP, Botucatu (anexo 2). 
O questionário aplicado às auxiliares de escritório foi elaborado a partir de 
diversos questionários, que foram adaptados para atender ao interesse de compreender o 
papel deste segmento de profissionais na comunidade escolar (anexo 3). 
O artigo “Indicadores para a qualidade na gestão escolar e ensino” (LÜCK, 
2000), forneceu a base para a elaboração do questionário aplicado a cinco professores 
(anexo 4). 
Além dos dados obtidos por meio desses questionários preparados por nós, 
analisamos também as respostas dadas por pais e alunos às perguntas específicas sobre a 
44 
 
 
gestão (anexo 5), existente no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado 
de São Paulo (SARESP, 2010). 
 
3. Os atores e suas respectivas ações em prol do ensino 
 
O grupo gestor da EMEF "Dr. João Maria de Araújo Jr", é composto por uma 
diretora e uma assistente de direção, duas coordenadoras pedagógicas. A escola conta 
também com três auxiliares de escritório. A equipe de gestão tem a responsabilidade de 
conduzir a escola de maneira organizada, envolvendo três atribuições: administrativas, 
pedagógicas e sociais, por meio de contato direto com os alunos e com toda a 
comunidade escolar, com a realização de reuniões periódicas, que envolva todo o corpo 
administrativo da escola. 
 
3.1. A direção da escola 
 
A Diretora e a assistente de direção EMEF "Dr. João Maria de Araújo Jr." possuem 
ensino superior completo em pedagogia e Pós-Graduação (Sistema de Ensino COC) em 
gestão escolar. Atuam na educação há 20 e 30 anos, respectivamente, tendo começado 
como professora, requisito básico para exercer o cargo de diretor (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Dados sobre o diretor e vice-diretor da EMEF "Dr. João Maria de Araújo Jr." 
 
Cargo Sexo Tempo total de 
atuação na 
educação 
Tempo total de 
atuação na escola 
Tempo no 
cargo atual 
Diretora Feminino 20 anos 5 anos 8 anos 
 
Vice-Diretora Feminino 30 anos 20 anos 
 
3 anos 
 
 
Quando pedido para citarem três razões que as levaram a querer exercer os 
cargos de direção e vice-direção, ambas apontaram os mesmos motivos: maior salário, 
vocação profissional e busca por ascensão profissional. Ambas admitiram também ter 
vontade de exercer outras profissões que não estejam ligadas a área escolar. 
45 
 
 
O papel da diretora da presente escola é liderar e reger uma equipe a fim de 
cuidar da dinâmica escolar através de leis e normas administrativas. O papel da 
assistente de direção não se resume apenas a substituir a diretora em sua ausência, está 
ligado diretamente à coordenação pedagógica geral. A diretora e sua assistente estão 
sempre em contato direto, e em caráter de cunho decisório, acionam reuniões de 
trabalho coletivo. 
Como podemos observar na tabela 2, segundo a diretora e vice-diretora da escola 
“Dr. João Maria”, o tema “gestão escolar” é raramente discutido entre os gestores e 
demais membros da escola. No entanto, esse assunto deveria ser tratado periodicamente 
nas reuniões realizadas pelos gestores, devido a sua importância para a escola. Pois a 
gestão é o espelho para a escola, e tem como objetivo propiciar às instituições uma 
administração eficiente, além de ser a porta de entrada para os pais participarem de 
assuntos da escola. 
 
 
 
 
 
 
Temas 
Frequência de acontecimento 
Nunca 
 
Raramente 
 
Algumas 
vezes 
Muitas 
vezes 
Sempre 
Gestão Escolar ( ) ( x ) ( ) ( ) ( ) 
Prática pedagógica do 
corpo gestor 
( ) ( ) ( ) ( x ) ( ) 
Condições de trabalho ( ) ( ) ( ) ( x ) ( ) 
Formação dos profissionais 
do corpo geral da escola 
( ) ( ) ( ) ( x ) ( ) 
Acesso, permanência e 
sucesso escolar dos alunos 
( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
Avaliação do trabalhodos 
membros da escola 
( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
Avaliação escolar dos 
alunos 
( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
Condições escolares ( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
 
Outro dado levantado com a diretora e com a sua assistente referiu-se à efetivação de 
uma gestão democrática. Segundo elas, é difícil de alcançar essa condição, por causa da 
Tabela 2. Frequência com que alguns temas educacionais são introduzidos em reuniões para 
discussão pelo corpo escolar, segundo as resposta dos questionários respondidos pela diretora 
e vice-diretora da presente escola. (Participam das reuniões: direção, professores, pais e 
funcionários). 
46 
 
 
“Divergência de ideias”; “Visão dos responsáveis (pais) em relação ao papel da escola”; 
“Falta de diálogo construtivo entre professores, pais e alunos”. 
Com relação ao planejamento geral da escola, que tem por objetivo organizar o 
conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo, perguntou-se qual a ordem a ser seguida 
no planejamento, como é feito organização de cronograma etc. Verificamos que é 
realizado após o inicio das aulas e é revisto para ajustes no meio do ano. Ele é efetivado 
como componente curricular. Servindo para organizar de forma lógica o conteúdo 
anual, que irá ser regido durante o ano letivo, a fim de maximizar o processo ensino 
aprendizagem, que é dividido por ano/ciclo nesta escola. 
Entende-se por Planejamento Escolar a elaboração de programas, metas para 
toda a escola, que envolve a sua organização, funcionamento e a proposta pedagógica 
da instituição (BAFFI, 2002). "É um processo de racionalização, organização e 
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do 
contexto social” (LIBÂNEO, apud BAFFI, 2002). 
Procuramos saber sobre a participação dos membros da comunidade escolar nas 
decisões orçamentárias da escola EMEF "Dr. João Maria de Araújo Jr" e os dados 
obtidos (Tabela 3) indicam que os pais, os alunos e professores da escola ficam à 
margem desse processo. No entanto, deveriam participar dessas decisões já que é uma 
de suas funções. De acordo com os dados obtidos no site da Secretaria de Estado de 
Educação (www.educacao.sp.gov.br), da Governadoria do Estado de São Paulo, o 
conselho de escola é um colegiado, de natureza consultiva e deliberativa, constituído 
por representantes de pais, professores, alunos e funcionários, que tem função de atuar, 
articuladamente com o núcleo de direção, no processo de gestão pedagógica, 
administrativa e financeira da escola. 
A eleição do Conselho de Escola é feita anualmente, durante o primeiro mês do 
primeiro semestre letivo. Os representantes de professores, especialistas de educação 
(diretor, vice-diretor, coordenador), funcionários, pais e alunos serão eleitos pelos seus 
pares, através de assembléias distintas, convocadas pelo Diretor de Escola. A eleição 
dos membros do Conselho de Escola deve ser lavrada em ata, registrada em livro 
próprio, com a assinatura de todos os participantes, e afixada em local visível para toda 
a comunidade escolar. 
Todas as unidades escolares estaduais deverão encaminhar às Diretorias de 
Ensino, a composição do Conselho de Escola até 31 de março de cada ano letivo. 
O Conselho de Escola é presidido pelo Diretor da Escola e terá um total mínimo 
47 
 
 
 de 20 (vinte) e máximo de 40 (quarenta) componentes. O número de componentes é 
fixado proporcionalmente ao número de classes da unidade escolar. 
A composição do Conselho de Escola segue a seguinte proporção: 
40% de docentes; 
5% de especialistas de educação, excetuando-se o Diretor de Escola; 
5% dos demais funcionários; 
25% de pais de alunos; 
25% de alunos. 
 
 
 
Categoria 
Frequência na participação das decisões 
Nunca Raramente Algumas 
vezes 
Muitas 
vezes 
Sempre 
Docentes ( ) ( ) ( ) ( x ) ( ) 
Alunos ( ) ( x ) ( ) ( ) ( ) 
Grêmio estudantil ( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) 
Conselho da escola ( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) 
Associação de Pais e 
Mestres 
( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) 
Funcionários ( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
Supervisor escolar ( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) 
Coordenador 
pedagógico 
( ) ( ) ( ) ( ) ( x ) 
Dirigente regional ( x ) ( ) ( ) ( ) ( ) 
 
Ainda sobre o conselho de escola, foi perguntado à direção sobre a existência 
dele na escola, quem são seus participantes, quando se reúne e quais suas funções. 
Diretora e vice-diretora responderam que sim e que participam a direção, professores, 
pais e funcionários. Elas disseram ainda que alunos não tem participação devido à faixa 
etária que é atendida na escola e que o conselho é acionado sempre que necessário, em 
“demandas de cunho decisório”. 
Tabela 3. Frequência com que cada categoria da comunidade escolar participa das decisões 
orçamentárias 
48 
 
 
Foram levantados também, dados sobre a existência de APM (Associação de 
Pais e Mestres), com que frequência as reuniões ocorrem, e se os pais costumam 
participar. As respostas da diretora e da assistente foram similares, informando que há 
APM e que dificilmente são feitas reuniões. Acrescentaram que pais, alunos e 
professores mantêm contato com a direção e a equipe de professores, o que facilita as 
tomadas de decisões. 
“A APM é uma entidade jurídica de direito privado, criada com a finalidade de 
colaborar para o aperfeiçoamento do processo educacional, para a assistência ao escolar 
e para a integração escola-comunidade” (Site da Secretária do Estado de São Paulo – 
Coordenadoria do Ensino do Interior - cei.edunet.sp.gov.br). Atualmente, sua principal 
função é atuar, em conjunto com o Conselho de Escola, na gestão da unidade escolar, 
participando das decisões relativas à organização e funcionamento escolar nos aspectos 
administrativos, pedagógicos e financeiros. 
A convocação dos pais para reuniões na escola acontece no fim de cada 
bimestre, em geral para apoiar campanhas, festas, reuniões pedagógicas. Verificamos 
que poucos pais procuram pela escola por iniciativa própria. 
 
3.2. Coordenação Pedagógica 
 
Por meio da coordenadora, soubemos sobre o número de profissionais atuantes 
na escola “Dr. João Maria”, seus respectivos cargos e exigências mínimas para ocupá-
los (tabela 4). Sobre a sua formação, a coordenadora nos informou que fez: 
• Licenciatura - Ciências Biológicas - FC Bauru 
• Aprimoramento em Hematologia - Hemocentro FMB - UNESP 
• Mestrado em Fisiopatologia em Clínica Médica FMB - UNESP 
• Pedagogia – UNINOVE/Botucatu 
• Extensão em Gênero e Diversidade na Escola 
• Cursando Gestão Escolar - especialização - UNISEB Interativo 
• A coordenadora atua na área da Educação desde 1994, na Escola João Maria 
desde 2008 e na coordenação desde dezembro de 2009. Além disso, a 
coordenadora sempre atuou e ainda atua como professora de Ciências. 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 
 
Cargos Quantidade Formação mínima exigida 
Diretor(a) 
1 Pedagogia e pelo menos 3 anos no 
magistério 
Vice-diretor(a) 1 Pedagogia e pelo menos 3 anos no 
magistério 
Coordenador (a) 2 Pedagogia e pelo menos 3 anos no 
magistério 
Docentes 36 Ciclo I - Pedagogia 
Ciclo II - Licenciatura na área que 
ministra 
Auxiliar de escritório 3 Ensino Médio completo 
Agente de atividades 
escolares 
1 Ensino Médio completo 
Inspetor de alunos 4 Ensino Médio completo 
Auxiliar de serviços 
gerais 
6 Ensino Fundamental completo 
 
 
Questionada sobre as funções exigidas pelo seu cargo e as funções que realmente 
exerce na Escola “Dr. João Maria”, ela apresentou: 
a) Exigências do cargo 
• Função complexa de articulação entre Direção e professores; 
• Assessoria pedagógica; 
• Organização de espaços e materiais pedagógicos; 
• Gestão de projetos educacionais; 
• Compromisso com a formação continuada dos docentes. 
b) Atividades além do que é exigência do cargo 
• Substituir professores; 
• Limpar, organizar; 
• Inspetorar alunos da sala de vídeo; 
• Passar recados nas salas de aula. 
Para ela, asmaiores dificuldades encontradas para o exercício do cargo são: 
Tabela 4. Cargos existentes na EMEF “Dr. João Maria de Araújo Jr.” e formação 
mínima exigida para cada um deles. 
50 
 
 
• Resistência ao “novo” por parte dos professores e de toda a estrutura 
educacional da cidade; 
• Escola se diz inclusiva, mas não oferece condições mínimas necessárias; 
• Dificuldade de comunicação com professores e direção devido às diferenças nos 
horários de atividades na escola; 
• Excesso de trabalho; 
• Falta de professores de reforço; 
• Falta de professor para sala de atendimento educacional especializado; 
• Ausência de metade do corpo docente no HTPC, que faz em outras escolas. 
Como a coordenadora insistiu em dizer que mesmo com tantos obstáculos 
existentes na atualidade, não gostaria de exercer outra profissão a não ser a de 
professora, perguntamos o que a levou a assumir a coordenação. Uma das razões foi o 
maior salário que recebem os coordenadores e também porque gosta de desafios e 
pensou poderia fazer mais pelos alunos. 
Como a coordenadora insistiu em dizer que mesmo com tantos obstáculos existentes na 
atualidade, não gostaria de exercer outra profissão a não ser a de professora, 
perguntamos o que a levou a assumir a coordenação. Uma das razões foi o maior salário 
que recebem os coordenadores e também porque gosta de desafios e pensou poderia 
fazer mais pelos alunos. 
Sobre a inexistência de Grêmio Estudantil na Escola “Dr. João Maria”, 
acreditamos que possa ser resultado da dificuldade que se tem de lidar com 
posicionamentos políticos e reivindicações dos adolescentes, que, no entanto, precisam 
aprender a se manifestar e com atitudes respeitosas. Quanto à Associação de Pais e 
Mestres (APM) e o Conselho de Escola, são instituições existentes oficialmente na 
escola, mas que, segundo a coordenadora, ainda não tem o papel efetivo e frequente que 
os documentos oficiais sobre o assunto apregoam. Ainda acrescentou que nunca viu tal 
fato ocorrer em nenhuma das dez escolas em que já trabalhou, independente do sistema 
de ensino. 
As reuniões de Pais e Mestres acontecem bimestralmente, e os pais de alunos 
indisciplinados, com excesso de faltas ou com baixo rendimento frequentam a escola 
regularmente e recebem orientações da direção escolar. 
A documentação dos alunos é padronizada, com programas de digitação e 
organização de dados. As matrículas, transferências e rendimento ao final do ano são 
organizados pelo Sistema PRODESP (Companhia de Processamento de Dados do 
51 
 
 
Estado de São Paulo). As notas são acompanhadas pela Secretaria Municipal de 
Educação, por meio de planilhas, porque há grande interesse em obter bons índices no 
IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) e IDESP (Índice de 
Desenvolvimento do Ensino do Estado de São Paulo). 
Visando esse bom desempenho, duas estudantes de Pedagogia foram contratadas 
através Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) como estagiárias. Uma atua 
durante as manhãs e outra no período da tarde, para auxiliar no reforço (quando há 
formação mínima para tal), organização de materiais e substituição de professores em 
sala quando possível. 
Falando sobre a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), a coordenadora 
disse acreditar ser estar aí uma das suas principais atribuições, que é a de conduzir uma 
reunião semanal com os professores da escola para conversar sobre os alunos e a escola, 
como também para orientá-los quanto à formação continuada. Normalmente, a 
Secretaria do Municipal da Educação reúne semanalmente os coordenadores de todas as 
escolas e a coordenadora dos coordenadores estuda vários textos e conteúdos e sugere 
aos coordenadores que usem esse mesmo material nas reuniões de HTPC em suas 
respectivas escolas, porém, na escola “Dr. João Maria”, a coordenadora pedagógica 
pediu para que os professores sugerissem temas que os interessasse, para serem 
discutidos nesses encontros. 
O grupo que se reúne às segundas-feiras, composto por quatro professores, 
escolheu trabalhar com os temas “identidade do professor e identidade do aluno”, os 
mundos diferentes, a inversão de valores. Esses temas estão sendo discutidos com base 
em materiais do curso de Pedagogia da UNIVESP e do livro “Nos labirintos da moral” 
de Yves de La Taille (2005). O grupo das quintas-feiras, composto por seis professores, 
escolheu trabalhar com o tema “educação sexual”. Os professores querem elaborar um 
projeto e colocá-lo em prática, porém, eles ainda não têm todo o embasamento teórico 
necessário sobre educação sexual. O grupo das sextas-feiras, composto também por seis 
professores, escolheu trabalhar com as teorias de desenvolvimento, porém, por 
novamente não possuírem todo o embasamento teórico necessário as leituras são 
demoradas, para que os esclarecimentos necessários sejam feitos. O tema é muito 
interessante, pois mesmo com todas essas dificuldades encontradas pelos professores, 
eles conseguem perceber de onde vêm, o que está na base das teorias que fundamentam 
o ensino atual. Essas reuniões possibilitam aos professores enxergarem com mais 
maturidade o tema, o que enquanto graduandos ainda não conseguiam compreender 
52 
 
 
claramente. O andamento das reuniões está mais lento do que deveria, mas os 
professores estão se mostrando interessados, mas queixam-se pelo fato de ter de estudar, 
porque alegam não ter tempo disponível para se dedicarem aos estudos ou à leitura. 
A coordenadora conta com um quadro composto por 26 professores e, dentre eles 
alguns apresentam despreparo até mesmo para o uso de recursos básicos de informática, 
como usar o Power Point. Desses 26 docentes, apenas seis são vistos como inovadores, 
que buscam por novas práticas de aula. Ela ainda disse que na maioria das vezes, os 
professores mais inovadores são os menos compreendidos ou os mais criticados. 
 
3.3. Auxiliares de Escritório 
 
O questionário abordou primeiramente as funções das auxiliares de escritório na 
escola, a importância de suas funções e a coerência das atividades realizadas por elas 
em relação às que são propostas pelo cargo. As respostas obtidas não foram 
aprofundadas, sem muitos detalhes. A respeito da função que exerciam responderam 
apenas que tinham a função de secretárias. Já quanto à importância dessa função, duas 
delas responderam que essa função era importante e somente uma respondeu que era 
parcialmente importante. E com relação à coerência das atividades que faziam, duas 
delas responderam que suas atividades eram coerentes com as propostas pelo cargo e 
somente uma respondeu que era parcialmente coerente. 
Quando abordadas sobre as dificuldades encontradas no cargo responderam que 
não existia nenhuma. Também perguntamos para quem elas recorriam na presença de 
algum problema, todas responderam que recorriam à direção, porém, somente uma 
acrescentou também a coordenação. 
Todas avaliaram a gestão da direção e da coordenação como sendo muito boa. E 
quando perguntamos sobre a presença de um mural para anexar recados, todas 
responderam que existia um mural visível na escola onde eram afixadas as 
programações e atividades. Avaliamos também o clima escolar, e as respostas variaram 
entre: bom; muito bom; normal. 
 
3.4. Professores 
 
Elaboramos um questionário destinado aos professores no intuito de saber suas 
opiniões a cerca da Gestão Escolar e de seus atores. Os professores foram questionados 
53 
 
 
sobre características específicas que os líderes do corpo escolar ou que o conjunto da 
comunidade escolar precisa ter para que a Gestão seja eficiente e desenvolva bem suas 
funções. No entanto, poucos professores puderam responder a tais perguntas, o que 
limitou nosso estudo. Porém, buscamos, mesmo que limitados pela quantidade de 
respostas, analisar abaixo os dados recolhidos. 
Sabendo que dirigentes de escolas eficazes que desempenham de maneira 
adequada sua função na sociedadesão líderes que estimulam professores, funcionários 
da escola, alunos, pais e comunidade adjacente a desenvolverem seu potencial, 
estimulando, para tanto, a criatividade e proatividade na resolução de problemas e 
enfrentamento de dificuldades, perguntamos sobre a avaliação da liderança educacional 
na escola em questão. De um modo geral, a avaliação foi positiva, pois a maioria dos 
professores aos quais aplicamos o questionário elogiaram os dirigentes, dizendo que 
colaboram e que são preocupados com o andamento escolar. Somente um professor 
avaliou como satisfatório o trabalho desenvolvido pelos dirigentes (primeira pergunta - 
anexo 4). 
 Falando sobre a escola em si, para que seja considerada competente, as 
comunidades, interna e externa, devem assumir certa responsabilidade por seu destino e 
ações. Essa autonomia deve ser conquistada pela competência desses participantes em 
assumir tais responsabilidades para que o envolvimento na tomada de decisões 
transformadoras das práticas escolares seja efetivo e a gestão seja democrática. Sobre 
isso, elaboramos duas perguntas (segunda e terceira perguntas - anexo 4), uma quanto a 
abertura dada pela gestão da escola à comunidade, interna e externa, para assumir essas 
responsabilidades, e a outra, tinha relação com a primeira, onde perguntamos sobre o 
retorno da comunidade a essa abertura caso ela existisse. 
Analisando as respostas dadas à primeira questão, verificamos certa contradição. 
Apesar de a grande maioria responder que existe abertura à comunidade, obtivemos 
muitas respostas que afirmavam não existir ou não saber sobre a existência de tal 
abertura. 
Como a segunda pergunta era relacionada com a primeira, uma boa parte dos 
professores não a respondeu, a mesma quantidade que disse não existir ou não saber 
sobre a existência da abertura à comunidade. Dentro das respostas obtidas, a maioria 
disse que gostaria que o retorno da comunidade fosse maior e somente uma pequena 
parte disse que o retorno é positivo. 
54 
 
 
Analisamos, também, a interação existente entre a comunidade e o pessoal da 
escola, observando se atuam em conjunto como um elemento de apoio da aprendizagem 
e da própria gestão, e não apenas como apoiadores para condições materiais e 
financeiras da escola (quarta pergunta - anexo 4). De um modo geral, as respostas foram 
negativas, acusando uma interação ruim entre a comunidade e o corpo escolar. A 
maioria dos professores respondeu não saber sobre a existência do apoio da comunidade 
à escola e a outra parte disse que esse apoio não existe. 
 Questionando-os sobre o clima escolar que envolve aspectos como: expectativas 
dos professores em relação aos alunos; da direção e equipe técnico-pedagógica em 
relação aos professores; ordem, disciplina e sistema de premiação e incentivo aos 
alunos, onde vivenciando um clima escolar positivo, os alunos aprendem 
comportamentos importantíssimos para o seu desenvolvimento como cidadãos, 
perguntamos como eles avaliavam esse quesito (quinta pergunta - anexo 4). A maioria 
dos professores diz que o clima escolar é satisfatório, parcelas menores porem iguais 
entre si dizem que o clima escolar dentro da escola é excelente, médio e insatisfatório. 
Pudemos perceber respostas contraditórias quanto a esse assunto também. 
Quando falamos sobre processo de ensino-aprendizagem, entendemos que esse 
processo se caracteriza por: maximizar o tempo dedicado à aprendizagem, de modo a 
evitar desperdício de tempo em atividades de pouco valor formativo e informativo, onde 
os alunos sabem o que é esperado deles, recebem orientações específicas e são 
acompanhados continuamente no que fazem. Essas são ações que devem ter total 
atenção dos dirigentes da escola. E para saber a opinião dos professores sobre a 
eficiência dos gestores nessas características, elaboramos uma questão que perguntava 
se os dirigentes da escola dão atenção necessária ao processo de ensino – aprendizagem 
(sexta pergunta - anexo 4). Ao analisar as respostas, percebemos que a grande maioria 
disse que sim, os gestores são eficientes. Porém, alguns professores disseram que não 
era satisfatório. Observamos também respostas incoerentes com a pergunta, o que pode 
ser um indicador de desatenção ou até mesmo desinteresse. 
 Como a avaliação do desempenho acadêmico mostraria falhas nesse processo de 
ensino-aprendizagem, perguntamos se a avaliação é aplicada de maneira correta (sétima 
pergunta - anexo 4). A quantidade de professores que respondeu de maneira inadequada 
é grande, apontando mais uma vez uma possível falta de interesse ou falta de atenção. 
Outro dado surpreendente é a existência de uma parcela que diz desconhecer sobre 
55 
 
 
avaliação do desempenho acadêmico. E também aparecem respostas contraditórias, uma 
parcela diz que a avaliação é feita de maneira correta e outra diz não ser. 
Essas falhas até aqui observadas já deveriam ser notadas pelos gestores antes 
mesmo de obtermos esses dados. No intuito de conhecer como é feita essas 
averiguações pelos dirigentes, fizemos uma questão para saber se a supervisão era feita 
de maneira adequada (oitava pergunta - anexo 4). 
Quando questionados sobre a supervisão de professores a maioria respondeu que é 
feita de maneira adequada. Alguns acreditam não terem condições para responder essa 
pergunta e outros responderam de maneira incoerente com a pergunta. Vemos aqui um 
possível desconhecimento a cerca dessa supervisão que deve ser feita pelos gestores, e 
que apontaria possíveis falhas dos professores e também daria incentivos a eles. 
 Nesse mesmo panorama que analisa o apoio aos professores no processo ensino-
aprendizagem, perguntamos como os professores avaliavam o sistema de uso e as 
condições de materiais e textos de apoio pedagógicos na escola (nona pergunta - anexo 
4). Alguns professores afirmaram que as condições e o uso desse tipo de material é 
satisfatório, porém a mesma quantidade afirmou que há muito pouco desse tipo de 
material na escola. Outro resultado intrigante foi uma parcela responder que desconhece 
esse tipo de material. 
Finalizamos a pesquisa com os professores buscando saber suas opiniões a cerca 
do espaço físico. Sabendo que as escolas não necessitam ser grandes, elas apenas 
necessitam utilizar de forma criativa o espaço existente, formando ambientes adequados 
às diferentes atividades exercidas na escola como: leitura, vídeo, representações, etc. 
Elaboramos uma pergunta para avaliar a utilização do espaço físico da escola (décima 
pergunta - anexo 4). A grande maioria dos professores afirma que a utilização do espaço 
físico não é ideal, porém uma parcela significativa diz que o espaço é bem aproveitado. 
Esses dados evidenciam que melhorias precisam ser feitas para melhorar a utilização do 
espaço físico. 
 
3.5. Pesquisa de opinião de Pais e Alunos, retirada do Questionário SARESP. 
 
Buscando saber a opinião dos Pais e dos alunos com relação à Gestão Escolar da 
Escola João Maria, utilizou-se o questionário SARESP de 2010. Através de algumas 
questões desse questionário que são voltadas para a avaliação da gestão escolar, obteve-
se, superficialmente (visto que seria necessária uma pesquisa mais detalhada e recente 
56 
 
 
para terem-se dados fidedignos), a opinião de pais e alunos quanto à eficiência da gestão 
escolar da Escola João Maria. Portanto, todos os resultados dessa parte da pesquisa 
foram retirados do questionário SARESP de 2010, e apenas avaliados sem qualquer 
alteração nos gráficos e tabelas disponibilizados por este questionário. 
Sabendo que a Gestão Escolar é responsável por informar aos pais o progresso de 
seus filhos, perguntou-se se eles estavam recebendo estas informações (questão 1 – 
anexo 5). Nesta avaliação, a maioria dos pais concordou plenamente (42,71%) ou 
parcialmente (41,67%) dizendo que recebiam informações sobre o progresso de seus 
filhos. Porém, os pais que

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