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Glândulas adrenais

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Glândulas Suprarrenais 
 
Se localizam sobre os polos dos rins, existem duas. 
 
Regiões Glandulares 
 
Região mais externa chama córtex, e uma mais interna chamada 
medula. Dependendo da região, hormônios diferentes serão 
secretados. 
 
Hormônios Adrenais 
 
 
 
 
 
 
A região cortical, proporcionalmente, é maior, responde por 80 a 
90% de todo o parênquima da glândula adrenal ou suprarrenal. 
A zona cortical é subdividida em outras três: 
* Zona Glomerulosa: mais externa, principal sítio de 
produção da aldosterona; 
* Zona Fascículada: zona intermediária, produz cortisol; 
* Zona Reticular: responsável pelos androgênios 
suprarrenais (DHEAS). 
 
A região medular, proporcionalmente, em torno de 10 a 20% da 
massa da suprarrenal. Células cromafins secretam catecolaminas 
(epinefrina e norepinefrina). 
 
Medula Suprarrenal 
 Região medular; 
 80% = epinefrina; maior parte; 
 20% = norepinefrina. 
 São aminas; 
 Secreção regulada por sinalização simpática (estresse – 
exercícios, hipoglicemia, hipovolemia hemorrágica, por 
exemplo); regulação neural, envolve sistema nervoso 
autônomo, mais precisamente as fibras pré-ganglionares 
simpáticas; 
 Neurotransmissor = acetilcolina (neurônios pré-
ganglionares); descarrega o neurotransmissor na medula 
suprarrenal; 
 Acetilcolina interage com receptores colinérgicos 
nicotínicos (canais); são proteínas de canal, quando um 
neurotransmissor interage com esses receptores, 
promove abertura desses canais, permite passagem de 
sódio (Na); 
 Influxo de Na+ = despolarização, abre canais de cálcio; 
 Ingresso de Ca2+ = exocitose das catecolaminas; aumenta 
a concentração de cálcio e provoca a exocitose; 
 Catecolaminas interagem com receptores adrenérgicos  
ou  nas células-alvo; praticamente todas as células do 
organismo podem responder às catecolaminas; 
 Resposta vai depender do tipo de receptor ( ou ), 
localização dos receptores e dos segundos mensageiros 
produzidos; dependendo dessa interação de fatores 
teremos a resposta da célula; 
 
(Glândulas Adrenais) 
 Resposta em geral é rápida. Respostas dadas em frações de 
segundos. 
 
Alguns exemplos de ação das catecolaminas: 
Receptores  (receptores beta) Receptores  (receptores alfa) 
 Glicogenólise  Contratilidade cardíaca (1) 
 Gliconeogênese (2)  Vasoconstrição arteriolar 
 Lipólise (2, 3)  Contração esfincteriana (1) 
 Termogênese (1)  Agregação plaquetária (2) 
 Frequência Cardíaca (1)  Sudorese 
 Secreção de Insulina (2)  Dilatação das pupilas (1) 
 Utilização de glicose  Secreção de insulina (2) 
 Relaxamento muscular 
gastrointestinal (2) 
 Pressão arterial (1) 
 
 
Córtex Suprarrenal 
 Região cortical; 
 Corticoesteróides – colesterol (precursor básico); 
 Dois tipos – mineralocorticóides e glicocorticóides; 
 Androgênios; terceira categoria, constituição bioquímica e 
funções parecidas com os hormônios masculinos; 
 Mineralocorticóides (metabolismo de minerais) = 
aldosterona; 
 Glicocorticóides (metabolismo de carboidratos, proteínas 
e minerais) = cortisol; 
 Todo hormônio mineralocorticoide pode apresentar ação 
glicocorticoide, e vice e versa. Não há especificidade muito 
rígida. 
 
Via de biossíntese desses hormônios. O precursor básico é o 
colesterol, transformado em pregnenolona através da enzima 
colesterol desmolase. A primeira relação é que a enzima é ativada 
pelo ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) produzido pela 
glândula adenohipófise (hipófise anterior), dando start na 
produção de hormônios adrenocorticais. 
Depois da transformação do colesterol em pregnenolona, 
dependendo do complexo enzimático que agir, teremos o 
direcionamento da via de produção (para mineralocorticoides, 
glicocorticoides ou para androgênios suprarrenais). 
 
Cortisol 
 Hormônio do estresse; responsável pelas ações de 
adaptação do organismo ao estresse, de médio a longo 
prazo; 
 Transportado no sangue por uma globulina (transcortina 
– 90%) e albumina; 
 Lembrando que hormônios suprarrenais do córtex, em 
função de serem derivados do colesterol, são classificados 
como esteroides. 
 
Regulação da secreção de glicocorticóides – cortisol: 
 
Via de regulação simples, a secreção começa com estimulação 
hipotalâmica de algum fator estressante, hipotálamo secreta o 
CRH que é um estimulador da hipófise anterior e estimula a 
secreção do ACTH. O ACTH via corrente circulatória chega no 
córtex da suprarrenal onde estimula a produção de cortisol. 
Nessa sequência de eventos, teremos como resultado final, 
aumento na concentração plasmática de cortisol. 
Níveis altos de cortisol fazem feedback negativo na hipófise 
anterior e hipotálamo, inibindo a produção de seus mediadores 
químicos (hipotálamo – CRH e adenohipófise – ACTH), como 
resposta teremos diminuição dos níveis plasmáticos de CRH e 
ACTH e no final diminuição da produção de cortisol. Níveis caem 
até o aceitável fisiologicamente, desaparece essas inibições 
quando isso ocorre e a estimulação retorna. 
 
 
Apresentam padrão de secreção diurna pulsátil, ou seja, há uma 
frequência maior de pulsos secretórios durante a fase do dia ou da 
vigília, diminuindo durante o sono. De forma que, ao final da fase 
de sono e início do período de vigília observa-se um pico 
secretório de cortisol onde a secreção é aumentada, corresponde 
a 50% de todo o cortisol que o organismo vai secretar nas 
próximas 24 horas. 
 
Ação no metabolismo dos carboidratos: 
− Estimula a gliconeogênese no fígado; produção de novas 
moléculas de glicose, a partir de compostos que não são 
glicídios; 
− Aumenta as reservas hepáticas de glicogênio. Carboidrato 
de reserva no fígado; 
− Ou seja, a tendência é que a ação do cortisol induz o 
aumento na síntese de moléculas de glicose. 
 
Ação no metabolismo das proteínas: 
− Redução de depósitos proteicos (exceto fígado); através 
da lise dessas proteínas e diminuição da síntese proteica; 
− Mobilização de aminoácidos e diminuição síntese. 
Mobiliza para a via da gliconeogênese, como substratos 
para produção de glicose; 
− Cortisol tem ação catabólica por excelência. 
 
Ação no metabolismo dos lipídios: 
− Mobilização de ácidos graxos; 
− Aumento na utilização de ácidos graxos (diminui uso da 
glicose). São utilizados como substratos energéticos; 
− Cortisol contribui mais um pouco para aumentar o teor de 
glicose circulante, tem ação catabólica. 
 
Ação nas células: 
− Diminui utilização de glicose; glicose mais disponível e 
circulante; 
− Aumenta insulina; pâncreas aumenta a secreção de 
insulina, hormônio que tenta depositar essa glicose nas 
células; 
− Resistência tecidual à insulina (diabete adrenal). Em 
situações em que não há adaptação do organismo ao 
estresse ou que o agente estressor está crônico e o cortisol 
continue sendo secretado por um tempo excessivamente 
grande, pode desenvolver essa resistência, uma regulação 
para baixo dos receptores de insulina. Como a glicose fica 
muito tempo elevada e o pâncreas fica secretando insulina 
na circulação por muito tempo, acaba perdendo a 
sensibilidade. Isso acarreta o organismo parando de 
responder a insulina, a glicemia não diminuindo mais e o 
indivíduo desenvolver a diabete adrenal. 
 
Ação no sistema cardiovascular: 
− Ação permissiva para as catecolaminas; significa que o 
cortisol estimula a ação dessas catecolaminas, nesse caso 
elas tendem a intensificar a atividade cardiovascular; 
− Estimula a síntese de eritropoietina (células vermelhas). 
Hormônio renal responsável pela produção das células 
vermelhas do sangue; 
− Tendencia de aumentar a quantidade de hemácias 
produzidas, aumentando a circulação dessas células. 
 
Ação no trato gastrointestinal: 
− Efeito trófico sobre a mucosa; estimula crescimento e 
adensamento da mucosa; 
− Estimula o apetite; 
− Estimula a produção de ácidos e enzimas; 
− Intensifica otrabalho e todo o funcionamento do trato 
digestório. 
 
Ação nos ossos: 
− Diminui expressão e ação da IGF I; IGF I é o fator de 
crescimento semelhante a insulina, mediador das ações do 
hormônio do crescimento. Cortisol compromete a ação do 
hormônio do crescimento nos ossos; 
− Compromete ação do GH e hormônios tireoidianos; 
− Inibe a síntese de osteoblastos e colágeno; osteoblastos 
são células depositoras da matriz óssea, e inibe o colágeno 
que é importante para a matriz; 
− Então, nos ossos, há um prejuízo do cortisol em todo o 
funcionamento e crescimento do osso. 
 
 
Ação do SNC (sistema nervoso central): 
− Modula percepção e emoção; pode ser responsável por 
alterações comportamentais sob períodos de estresse 
prolongado e níveis de cortisol elevados; 
− Pode produzir alterações acentuadas de comportamento; 
− Diminui sono REM e aumenta tempo de vigília. Prejudica 
a qualidade do sono; 
− Se traduz em uma resposta bastante prejudicial ao 
indivíduo. 
 
Ação anti-inflamatória e imunossupressora: 
→ Inibe a enzima fosfolipase A2 (prostaglandinas, tromboxanos e 
leucotrienos). É uma enzima catalisadora que media o processo 
de formação dessas substâncias mediadoras químicas do processo 
inflamatório. 
Enzima inibida, inibe a produção dessas substâncias e acarreta na 
inibição do processo inflamatório. 
− Estabilização das membranas lisossomais; faz com que 
essas estruturas se rompam com mais dificuldade e não 
liberam seu conteúdo (mediadores químicos dos 
processos inflamatórios); 
− Redução da permeabilidade capilar; na região inflamada, 
reduzindo a migração e atividade dos leucócitos; 
− Redução da migração e atividade leucocitária; 
− Inibição da produção de interleucina 2; 
− Inibição da proliferação de linfócitos T; 
− Inibição da produção de histamina e serotonina. 
Tudo isso acaba diminuindo o processo anti-inflamatório. Por isso, 
alguns análogos sintéticos do cortisol são utilizados como 
princípios ativos de medicamentos utilizados em processos 
inflamatórios. 
 
Ação durante desenvolvimento fetal: 
− Necessário para o desenvolvimento normal do SNC, retina, 
pele, trato gastrointestinal e pulmões; 
− Induz diferenciação de células alveolares tipo II. Essas 
células produzem substância surfactante, cortisol é 
fundamental para amadurecer os pulmões no final da 
gestação (para não haver colabamento). 
 
Aldosterona 
 90% da atividade mineralocorticóide (embora o cortisol 
possa ter); 
 Aumenta a absorção de sódio e a excreção de potássio nos 
rins; importante para a regulação, equilíbrio; 
 Excesso = pressão arterial (concentração de sódio); 
 Interrupção na produção = desidratação grave; 
 Mineralocorticóides = manutenção da vida em condições 
de risco elevado de morte. Mantém o equilíbrio hídrico e 
eletrolítico do organismo. 
 
Regulação da secreção de aldosterona: 
 Diferente da regulação do cortisol e androgênios; 
 ACTH continua sendo essencial; sem ele não há conversão 
do colesterol e a via de biossíntese não começa; 
 Padrão pulsátil diurno; semelhante ao padrão dos 
glicocorticoides; 
 Regulação primária não é pelo ACTH mas sim pela variação 
do volume do LEC (sistema renina-angiotensina-
aldosterona). 
 
Regulação da secreção de aldosterona: sistema renina-
angiotensina-aldosterona. 
 
Quando temos diminuição da pressão de perfusão sanguínea nos 
rins, mecanorreceptores localizados nas arteríolas aferentes renais 
são ativados. Diminuição da pressão arterial naquelas regiões. 
Uma vez ativados, existe uma pró-enzima chamada pró-renina 
produzida pelas células justaglomerulares dos rins. Pró-renina é 
convertida em renina (forma ativa da enzima). 
A renina, seu substrato, é uma proteína chamada 
angiotensinogênio. Em nível de plasma, a renina produz a 
conversão do angiotensinogênio em angiotensina I. 
A angiotensina I, em nível pulmonar e renal, converte-se em 
angiotensina II pela enzima chamada enzima conversora de 
angiotensina (ACE, produzida pelo endotélio dos vasos dessas 
regiões). 
A angiotensina II, em nível de córtex suprarrenal, estimula a 
produção de aldosterona. 
Aldosterona nos rins estimula a reabsorção de sódio (Na) e 
consequentemente diminui a excreção de água, logo teremos um 
aumento do volume de líquido extracelular (LEC), aumento do 
volume sanguíneo e aumenta a pressão arterial retornando às 
condições fisiológicas de perfusão renal. Retorna a homeostasia. 
Esse é o sistema primário de regulação da secreção da 
aldosterona. 
 
− Angiotensina II e potássio (elevado) estimulam influxo de 
cálcio nas células da zona glomerulosa; principais 
estimuladores da secreção da aldosterona. Porque ambas 
estimulam o influxo de cálcio nas células secretoras de 
aldosterona; 
− A angiotensina II elevada pode desencadear mecanismos 
intracelulares; 
− Potássio, quando elevado, depolariza as células da zona 
glomerulosa; 
− Potássio elevado → despolarização das células → influxo 
de cálcio (abertura dos canais) → aldosterona secretada 
→ potássio excretado nos rins; 
− Exemplo clássico de regulação do hormônio pelo íon que 
ele mesmo controla. 
 
Ações da Aldosterona: 
 Receptores nos túbulos distais e ductos coletores renais; 
 Aumenta: 
− Síntese de canais de Na+ e K+ na membrana apical 
dessas células; 
− Síntese e atividade da Na+/K+ ATPase na membrana 
basolateral. Das bombas de sódio-potássio. 
 
 Com isso: 
− Aumenta a reabsorção de sódio (Na+) e secreção 
de (K+); 
− Diminui eliminação de água.

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