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ensiladora-enfardadora

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ENSILADORA ENFARDADORA
Prof. Dr. Carlos Eduardo A. 
Furlani
Brasil – Um dos maiores rebanhos do mundo
Estações do ano – períodos chuvosos e secos (Plantas não se desenvolvem o ano todo)
Animal – alimentação diária o ano todo
NECESSIDADE DE ARMAZENAR ALIMENTOS
ENSILAGEM
A forragem verde e suculenta conservada por meio da fermentação anaeróbica é chamada de silagem, os
teores de matéria seca variam de 30 a 35%. O processo de cortar, fragmentar, transportar, depositar em um silo e
compactar é chamado de ensilagem. A silagem é o processo de conservação que apresenta como objetivo final a
preservação da forragem de alto valor
A conservação da forragem permite estocar alimento produzido em quantidade maior que a demanda, em
épocas de precipitação adequada, para utilização em períodos de escassez
Dessa forma, é possível realizar a colheita das forrageiras na época em que a mesma apresenta maior valor
nutritivo, e ainda com maior produtividade. Assim pode-se fornecer a mesma aos animais durante o ano todo ou em
períodos de escassez.
Na confecção da silagem a principal máquina utilizada é a colhedora de forragem, que também é chamada
de colhedora picadora de forragem ou ensiladora. A máquina realiza as operações de corte da massa vegetal
ainda verde, recolhimento e processamento (picamento) do material e por fim o lançamento da forragem para
armazenamento ou transporte, isso tudo é realizado em apenas uma única passagem da máquina.
- Acoplada a barra de traçao
- Montada no sistema hidráulico de três pontos (SH3P)
- Permitem o acoplamento de carretas transportadoras
- Existem também as colhedoras autopropelidas.
Parte estrutural da máquina (chassi)
Pontos de acoplamento ao trator: cabeçalho (BT) ou três pontos (SH3P)
Acionamento - potência do motor do trator (TDP)
Transmissão do movimento pode ser realizada de
diversas formas, tais como, correntes, correias,
engrenagens e nas mais modernas por meio de motores
hidráulicos.
Caixa de transmissão: recebe o movimento de
rotação da TDP do trator, este movimento é transferido
pelo eixo cardã.
Eixo cardã - composto de dois eixos de formato tubular (primário e secundário)
Articulações (juntas móveis universais), nas quais se encontram as cruzetas que possibilitam a
transmissão da potência da TDP para a máquina em diferentes ângulos de trabalho do eixo.
Montagem - os garfos deverão ficar na mesma posição nas duas extremidades
Ângulo formado pelo eixo cardã no acoplamento entre a TDP do trator e a máquina, este fica limitado à
recomendação do fabricante, neste sentido, torna-se obrigatório a leitura do manual de instruções da máquina.
Via de regra....
Ângulo formado pelo eixo cardã no acoplamento entre a TDP do trator e a máquina, este fica limitado à
recomendação do fabricante, neste sentido, torna-se obrigatório a leitura do manual de instruções da máquina.
Via de regra....
Ângulo formado pelo eixo cardã no acoplamento entre a TDP do trator e a máquina, este fica limitado à
recomendação do fabricante, neste sentido, torna-se obrigatório a leitura do manual de instruções da máquina.
Via de regra....
O eixo cardã, por ser um componente com movimento de
rotação, sendo de no mínimo 540 rpm (maioria das
operações), pode ocasionar graves acidentes, dessa forma,
não se aproximar do mesmo quando em movimento e sempre
utilizar protetores de cardã. (1.000 rpm)
Eixo cardã é acoplado à caixa de transmissão
Mecanismo de segurança: embreagem ou ainda
pinos fusíveis
Mecanismo de segurança, que normalmente
encontra-se no interior da caixa de transmissão.
A segurança é garantida por um sistema de
catracas.
Material vegetal verde
Adentrar à máquina para posterior processamento
Plataforma com guia
Localizada no lado direito do trator
Arco
Guia - plantas que tenham a tendência de cair para
os lados sejam levantadas e direcionadas para dentro da
máquina
Também pode ser encontrado um mecanismo de
levante com rosca sem fim, vulgarmente chamado de
pirulito.
Regular o fluxo para maior ou menor abertura da mesma
Corte da planta na região basal
Corte deve ser realizado de tal forma que não prejudique a rebrota de plantas para um futuro próximo corte
Atentar para a altura de corte quando se pensa em quantidade de fibra, ou seja, uma maior altura de corte está
relacionada com o aumento da concentração energética, pelo aumento da altura de corte ocorre redução na
relação colmo/espiga, acarretando em melhor característica nutricional do alimento fornecido ao animal. No
entanto, um corte mais alto pode deixar material no campo
Roletes alimentadores controlam a entrada da forragem, evitando sobrecarga no picador por meio da
alimentação uniforme
Auxiliam no tamanho dos fragmentos cortados, como trabalham com rotação em sentido oposto um ao
outro, a velocidade de ambos devem ser a mesma.
Rotação regulada por meio de engrenagens, o que sugere alteração no tamanho do fragmento cortado
pelo cilindro picador. Este mecanismo possui pinos de segurança para evitar danos no mecanismo picador.
As diversas rotações se dão por troca das engrenagens, normalmente apenas pela inversão da posição
motora/movida, ou ainda por outras engrenagens
A quantidade de forragem é diretamente dependente da rotação maior ou menor dos roletes alimentadores.
No entanto, a quantidade maior de forragem para processamento pode forçar a máquina, acarretando em
quebras e ainda má qualidade no picamento. A velocidade dos roletes alimentadores é uma das principais
regulagens da máquina.
Após o corte e a alimentação da
forragem, a próxima etapa é o
picamento realizado pelo mecanismo
picador. Este é composto por um disco
picador.
Entrada da forragem cortada pelos roletes
O corte é realizado devido à presença de uma faca e contra faca fixa
FACA
CONTRA 
FACA
O diâmetro do disco picador está em torno de 70 a 100 cm, no qual são acopladas as facas, que em algumas
máquinas permitem a variação da quantidade (4 a 12), o que proporciona mudança no tamanho do fragmento
cortado. A velocidade de rotação pode variar de 1000 a 4000 rotações por minuto, que também esta diretamente
relacionada a maior ou menor tamanho de fragmento cortado. O disco picador deve estar inserido dentro de uma
carcaça metálica, para proteção de pessoas e para posterior elevação da forragem picada.
A distancia entre as facas do disco e a contra faca fixa deve ser próxima de 1 mm. Nas máquinas existem
uma pedra de esmeril para afiamento das facas, sempre que este for efetuado torna-se necessário a regulagem
da distância entre a contra faca fixa.
Pedra esmeril, que por meio de um
parafuso, aproxima-se das facas.
Para afiar as facas é necessário que
o disco com as mesmas gire, no entanto,
deve-se trabalhar com o trator em marcha
lenta para que a rotação do disco seja
baixa, assim com a pedra esmeril
correndo na guia o afiamento ocorre.
Concluída etapa de picamento da forragem, a mesma deve ser
conduzida até a carreta de armazenamento. Como as carretas
apresentam guardas altas para maior volume de carga, deve existir uma
força suficiente para alcançar tal altura.
Para a forragem percorrer a distancia e altura do tubo de descarga,
devem existir pás no disco, estas auxiliam no fluxo (soprar) do material
cortado para o tubo de descarga.
O cilindro picador pode, dependendo do tipo de faca, impulsionar a
forragem para o tubo de descarga, no entanto, quando isso não é
possível, existe a necessidade da colocação de um ventilador auxiliar.
O tubo de descarga apresenta formato tal que
proporcione altura suficiente para a queda da forragem
dentro da carreta, sua parte inferior é fixa e a superior é
móvel.
Como o tubo de descarga deve apresentar altura suficiente para depositar a forragem picada nas carretas, o
mesmo torna-se inconveniente durante o transporte da máquina até o campo e dentro de barracões, desta forma,
apresenta um mecanismo de dobra.
O tubo de descarga também deve proporcionar rotação paraos lados direito e esquerdo e para trás, afim
de realizar um enchimento uniforme (estabilidade) e por completo da carreta.
Na parte final do tubo de descarga existe uma bica de saída, que apresenta um defletor, que quando aberto
totalmente faz com que a forragem picada alcance maior distância, como por exemplo na parte traseira da carreta,
dessa forma, o posicionamento do defletor juntamente com a rotação do tubo de descarga, possibilita um controle
fácil de enchimento da carreta. Este controle é realizado pelo próprio operador por meio de cabos ou mecanismos
hidráulicos.
Regulagens
As regulagens devem ser iniciadas pelo
acoplamento da colhedora ao trator, no caso de ser
no sistema hidráulico de três pontos do trator e
necessário seguir a sequencia correta, como se faz
para todo equipamento agrícola.
1 – BIE
2 – 3º Ponto
3 – BID
O acoplamento do cardã à tomada de potência (TDP) do
trator é fundamental para que a ensiladora trabalhe com
eficiência, para tal deve-se proceder com todos os cuidados já
mencionados anteriormente.
Deve-se salientar ainda que as máquinas acopladas à TDP,
quando em funcionamento, não devem ser manejadas, ou seja,
realizada regulagens ou manutenções, pois a rotação do eixo
cardã pode causar sérios ferimentos a quem não se atentar a
isso.
A colhedora de forragem montada, acoplada ao
sistema hidráulico deve trabalhar alinhada em relação ao
sentido longitudinal do trator, para tal mede-se a distância
do braço inferior esquerdo até um ponto no rodado
traseiro esquerdo, esta medida deve ser igual à medida
do braço inferior direito a um mesmo ponto no rodado
direito.
O nivelamento transversal da ensiladora
montada é realizado medindo-se a altura dos dois
braços inferiores do sistema hidráulico do trator.
O nivelamento longitudinal da ensiladora é realizado pela diminuição ou aumento do comprimento do braço
do terceiro ponto do trator. À medida que se encurta este braço a traseira da ensiladora levanta e o inverso
ocorre quando se aumenta o comprimento.
O tamanho dos fragmentos cortados por
uma colhedora de forragem de precisão está
diretamente relacionado à: velocidade de
alimentação, número de facas no mecanismo
picador, desgaste e afiação das facas e ainda
pelas características das plantas forrageiras.
Menor rotação
Maior rotação
ENFARDADORAS DE FARDOS RETANGULARES
Os fardos retangulares apresentam, como o
próprio nome diz, a forma retangular, os
considerados pequenos apresentam medidas que
variam de 30 a 60 cm de largura e com
comprimento de 30 a 150 cm. Dessa forma, o peso
varia de 10 a 40 kg.
Algumas máquinas produzem fardos maiores, com
medidas aproximadas de 150 cm de altura, 150 cm de
largura e comprimento de 250 cm. Neste tipo o peso varia
de 70 a 180 kg/m3. O peso dos fardos varia conforme o
tamanho, compactação, umidade e tipo de forragem.
A enfardadora de fardos retangulares é a máquina encontrada com maior frequência, apresenta certa 
complexidade no funcionamento, principalmente devido ao sincronismo entre as partes móveis
A máquina é de arrasto (acoplada à barra de tração)
Possui rodas de sustentação/locomoção
Trabalha na parte traseira do trator, deslocada para o lado direito
O funcionamento das partes móveis utiliza a rotação da Tomada de Potência do Trator (TDP)
Constituição orgânica da enfardadora apresenta quatro mecanismos: Recolhedor, Alimentador,
Compressor e Atador.
Mecanismo recolhedor
O mecanismo recolhedor apresenta a função de recolher a forragem da superfície do solo e transportar
até a plataforma de alimentação
O recolhimento é mais eficiente se a forragem estiver enleirada. A largura de trabalho do mecanismo
recolhedor varia de 1,4 a 2,0 m.
A rotação do cilindro recolhedor é advinda da TDP e o sentido de rotação é contrário ao sentido de rotação
das rodas da enfardadora e do trator. O cilindro recolhedor é “flutuante” para melhor adaptação ao terreno.
Mecanismo alimentador
O mecanismo alimentador, localizado acima do mecanismo recolhedor, é responsável pelo deslocamento
da forragem da plataforma para o mecanismo de compressão.
A forragem que está na plataforma é conduzida para o mecanismo compactador por meio de garfos 
Mecanismo compactador
A vantagem colocada inicialmente de se ter um alimento para o animal em épocas secas, deve-se ao
fato de o mesmo ser armazenado em grande quantidade, visto que estão compactados. Dessa forma, o
mecanismo compactador apresenta-se como fundamental na enfardadora.
No mecanismo compactador a forragem é colocada, em porções, no interior de uma câmara, um canal
retangular e por meio de um êmbolo (pistão) é compactada.
Êmbolo
Faca
Contra Faca
O movimento do êmbolo no interior da câmara é retilíneo alternado. Este movimento é advindo de um
volante acionado pela TDP do trator. No volante existe uma biela que é então acoplada ao êmbolo.
No volante existe um pino de segurança, pois se ocorrer sobrecarga, o pino quebra e preserva as partes
móveis da máquina. Neste tipo de máquina, devem existir vários mecanismos de segurança, outro é a
embreagem com molas
Mecanismo amarrador
No momento em que o fardo está pronto, o mesmo deve ser amarrado. Normalmente usa-se sisal, no entanto,
já pode-se encontrar no mercado material plástico para amarração, só atentar no momento de fornecimento ao
animal.
O mecanismo de amarração dos fardos é realizado por agulhas, que estão localizadas na parte inferior do canal
de compactação
Mecanismo amarrador
Na parte superior do canal ocorre a amarração dos fardos pelo mecanismo atador, neste é dado o nó e
ocorre o corte
O comprimento do fardo, e consequentemente o momento em que a agulha deve ser acionada é
controlado por uma estrela, localiza-se acima do fardo que está sendo formado. Em algumas máquinas pode
aparecer um contador de fardos
REGULAGENS
No caso das enfardadoras de arrasto, após o acoplamento à barra de tração, cuidado especial deve se
ter com o acoplamento do eixo cardã.
Eixo cardã
Para as máquinas que utilizam o eixo cardã, caso da enfardadora, seguir os procedimentos descritos para
a ensiladora
Mecanismo recolhedor
Regulagem da altura em relação ao solo, o mecanismo deve recolher apenas a forragem
Altura recomendada está entre 3 e 6 cm do solo
Deve se atentar para as irregularidades do terreno, assim sendo, a adequação da área, até mesmo antes
da semeadura, torna-se de fundamental importância. Em terrenos irregulares a altura deve ser maior para não
carregar torrões ou pedras, porém, deixam também certa quantidade de forragem no solo
Mecanismo de compressão
A medida que a forragem vai sendo comprimida o fardo vai aumentado seu comprimento, para a regulagem
deste é necessário alterar a frequência de amarração, que está diretamente atrelada ao giro da estrela.
A medida que se forma o fardo, a estrela gira e transmite o movimento para uma polia apoiada em um
elevador. No final do curso, o elevador aciona o mecanismo de amarração.
No fardo também pode-se alterar sua densidade, para um fardo de mesmo tamanho, seu peso pode ser maior
ou menor. Para esta regulagem, existe no final do canal compactador uma espécie de prensa, que por meio de
manivelas pode-se abaixar uma chapa de ferro, o que dificulta a saída do fardo, assim, o mesmo acaba ficando mais
denso.
FIM

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