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Gabriella C. C. Caminha
Uninove Bauru – T7B
Desenvolvimento da Placenta
A formação da placenta advém do trofoblasto que na 2º semana do desenvolvimento embrionário se divide em citotrofoblasto e sinciotrofoblasto. Já se sabe que o sincio terá a característica invasiva a fim de chegar até os vasos sanguíneos maternos para adquirir nutrição para o feto e quem irá acompanhar nessa missão é o citotrofoblasto. E diante desse objetivo e mecanismo é que se a origem e formação da placenta. 
Para a aparição completa da placenta entende-se que primeiro ocorre a estruturação das vilosidades coriônicas que apresentam três estágios: 
Na segunda semana do desenvolvimento ou quarta semana gestação se observa o endométrio materno ricamente vascularizado e com a decídua. É nesse cenário em que o sincio começa a invadir o endométrio a fim de chegar até o capilar materno, mas ele não cresce sozinho e quem vai com ele é o cito. A partir de então tem-se a formação de pequenos “dedos”, invaginações que estruturam as vilosidades primárias. 
No final da 2º e início da 3º semana do desenvolvimento embrionário observa-se que o sincio invadiu um pouco mais a decídua (endométrio) e junto dele o citotrofoblasto também acompanhou, entretanto se analisa que esse cito está mais fino. É nesse momento que começam a aparecer “buracos” no sincio chamados de lacunas, as quais serão a região onde irá ocorrer a troca de sangue materno e fetal. Nesse mesmo estágio aparece também a parte fetal do citotrofoblasto que se diferenciou e formou o mesoderma extra embrionário, no qual vai surgir os capilares fetais que ao final será o cordão umbilical. Em resumo, ao final dessa segunda semana e inicio da terceira tem-se a formação das vilosidades secundárias que envolve as lacunas e o mesoderma extraembrionário que já começou a preencher o citotroblasto. 
Por fim, ao final da 3º semana do desenvolvimento embrionário ou 5º semana gestacional ocorre a formação das vilosidades terciárias. Aqui, o embrião já é trilaminar e o sincio rompeu um capilar sanguíneo materno que irá se juntar com as lacunas para realizar a troca de sangue materno e fetal. Essas vilosidades são denominadas coriônicas, porque pertencem ao córion, que se refere ao conjunto sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto e mesoderma extraembrionário. Logo, quem faz a barreira placentária são as lacunas junto com o citotrofoblasto. 
Componentes da placenta
Fetal – córion frondoso, são as vilosidades. Córion liso é parte posterior sem vilosidades que reveste o embrião. 
Materno - decídua basal da placenta é a que está em contato com as vilosidades coriônicas. Também há a decídua capsular que recobre o embrião e a decídua parietal que se trata da mucosa de revestimento remanescente no útero, ou seja, parte restante da decídua. 
OBS: Córion liso, decídua capsular e decídua parietal tem por objetivo a proteção.
OBS: Os locais preferenciais para a implantação da placenta é o corpo e fundo do útero. 
Funções da placenta
A placenta é o único órgão formado por dois indivíduos (mãe e embrião/feto) e por isso é chamada de órgão materno-fetal, uma vez que viabiliza as trocas fisiológicas entre mãe e embrião/feto. Ela é considerada transitória porque só aparece na gestação. 
· Tem função endócrina à medida que secreta HCG, progesterona e estrogênio. 
· Tem função metabólica pois realiza a síntese de glicogênio (glicose, ácido graxo e o aminoácido devem chegar prontos para que o embrião não trabalhe). 
· Tem função de proteção funcionando como uma barreira física. 
· Realiza a transferência de gases e nutrientes, além de transferir os produtos de excreção fetal. 
Caso clinico
Restrição de Mulher, 27 anos, grávida de 29 semanas, se apresenta ao departamento de medicina/fetal. Ela foi encaminhada a pedido do obstetra que diagnosticou inserção baixa da placenta (próximo ao colo do útero) no momento do ultrassom morfológico. Durante a gestação, a paciente relatou ter sangramento vaginal do tipo sentinela (constante e com fluxo menor) de cor vermelho-vivo com outras secreções, porém indolor. Após a análise, cuidadosa, a equipe decidiu terminar a gestação com 37 semanas através de cesariana, tendo em vista que o sangramento aumentou. No quadro apresentado o bebê estava apresentando restrição de crescimento fetal (trocas de gases e nutrientes não funciona porque placenta tendia ao deslocamento). crescimento fetal é quando para se as trocas gasosas.
Diagnóstico: Placenta prévia, Síndrome hemorrágica. 
Placenta prévia se trata da implantação da placenta, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22º semana de gestação. A classificação para essa condição se dá de acordo com a posição do órgão em relação ao colo do útero: 
· Baixa: está localizada próximo ao colo do útero, sem atingi-lo
· Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo
· Completa: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero.
 
Uma das possíveis e mais frequente complicação é o descolamento da placenta que quase sempre causa uma hemorragia e que pode provocar a morte do feto. 
Outra possível complicação é o acretismo placentário que é uma situação anormal, quando a placenta adere ao útero de forma incomum, infiltrando na musculatura do útero podendo até atingir outros órgãos da pelve da mulher. O acretismo pode ser classificado de acordo com a profundidade com que a placenta invade o miométrio: 
· Placenta acreta simples, em que a placenta invade parte do miométrio, que é a camada média do útero;
· Placenta increta, em que a placenta penetra totalmente o miométrio;
· Placenta percreta, em que a placenta pode atingir apenas a serosa ou órgãos adjacentes.
Cálculo da data última menstruação (DUM)
OBS: Para saber a data de ovulação se considera 14 dias antes no valor do ciclo. Exemplo, ciclo de 28 dias considera 28 – 14 = 14º (data da ovulação). 
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 DUM 14º 28º 
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semana embrionária
2 semanas
2 semanas
 
semana gestacional 
Logo, conclui-se que existe uma diferença de 2 semanas entre a semana embrionária e a semana gestacional, mas válido lembrar que o que importa para o ginecologista é a semana gestacional. Outro fator importante é se não se sabe a real data de fecundação, por isso se estimula ser 14º dias antes uma vez que essa data indica a data de ovulação. 
Bibliografia
- Cap. 7, Embriologia médica, Langman

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