AD1 Gestão da regulação

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UFF-Universidade Federal Fluminense
Aluna: Renata Barbosa da Silva
Matrícula: 20113110313
Polo: Belford Roxo
Curso: Administração Pública
Disciplina: Gestão da Regulação
AD I -Gestão da Regulação
Disserte sobre as Práticas Anticoncorrenciais e Abusivas e sobre como o Estado age diante dessas ações a
fim de preservar o mercado. Cite características e exemplos das Práticas Anticoncorrenciais e Abusivas.
Utilize no mínimo 80 e no máximo 100 linhas. Podem servir como fonte de pesquisa, livros doutrinários,
sites oficiais do governo, revistas e jornais eletrônicos ou outras fontes devidamente indicadas. 
A livre concorrência está alicerçada nas normas determinadas no texto constitucional que assegura a base do
liberalismo em face da liberdade do próprio mercado, que concorre livremente, para obter maiores resultados
econômicos.
O artigo 170, IV CF determina que a livre concorrência se insere como princípio da ordem econômica, que
ampara os mecanismos de intervenção do Estado na economia. 
Quando não acontece a livre concorrência, se manifesta as práticas anticoncorrenciais na forma de acordos,
ou outras formas de cooperação ou de iniciativas de associações empresariais que impedem as empresas de
definir, a sua política comercial no mercado, e também através de abusos unilaterais de poder de mercado. 
As práticas anticoncorrenciais são proibidas pela Lei da Concorrência. É da competência da Autoridade da
Concorrência identificar, investigar e sancionar estas práticas, criando, assim, incentivos para as empresas
concorrerem entre si pela competência.
No artigo 1º da lei 12529 diz que para proteger a livre iniciativa, a livre concorrência, a função social da
propriedade e defender os consumidores, repreendendo eventuais abusos do poder econômico, assim, pode
haver intervenção estatal para garantir a harmonia da ordem econômica. Essa lei estruturou o Sistema
Nacional de Defesa da Concorrência (SNDC) e dispôs sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a
ordem econômica, foi vista como uma evolução por muitos estudiosos do ramo. (BRASIL, 2011).
Com a Lei 12529 foi criada a estrutura jurídica do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Que
definiu quais condutas originariam infrações à ordem econômica.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da
Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo o Território nacional, as atribuições dadas
pela Lei nº 12.529/2011, sendo a entidade responsável no campo do Poder executivo e tem a missão de zelar
pela livre concorrência. Suas atribuições são guiadas peça Lei 12529 e complementada pelo regime interno
do próprio órgão, exercendo três funções:
Preventiva- Analisa e decide sobre fusões, aquisições de controle, incorporações e outros atos de
concentração econômica entre grandes empresas que possam colocar em risco a livre concorrência. 
Repressiva- Investiga condutas que prejudicam a livre concorrência. 
Educativa- Instrui sobre condutas que prejudicam a livre concorrência, incentiva estudos e pesquisa
acadêmicos sobre o tema, realiza cursos, palestras, seminários e eventos relacionados as práticas
anticoncorrenciais
 A Prática Anticoncorrencial é a conduta adotada por agente econômico que cause ou possa causar danos ao
livre mercado e à livre concorrência, sendo indiferente o seu artifício em causar dano ou levar a perigo a
concorrência. 
Existem condutas anticoncorrenciais como a venda casada, a fixação de preço predatório, Cartéis, dumping,
entre outras. Essas condutas são praticadas com mais facilidade por empresas que tem posição dominante de
mercado, e quanto mais poder melhor será para influenciar o mercado. 
Algumas características e exemplos das Práticas Anticoncorrenciais e Abusivas:
Cartel – Acordo entre as concorrentes para a combinação de preços, quantidades produzidas, divisão do
mercado consumidor divisão territorial adoção de postura preestabelecida em licitação pública, partilha de
clientes ou mercados; ou em condutas unilaterais por empresas com grande poder de mercado que exploram
os consumidores, excluem a concorrência ou impedem que esta se desenvolva. 
Um exemplo de cartel no Brasil são duas empresas: Ultragaz e Liquigás, que são fornecedoras de gás,
formaram um conluio para o fornecimento do material. Após investigação, o cartel foi comprovado e as duas
pagaram uma multa de R$ 67 milhões.
Venda Casada- É quando o vendedor impõe a compra de um segundo produto como condição para fornecer
o produto desejado pelo comprador. O artigo 36º, da Lei n.º 12.529, considera como infração à ordem
econômica e prevê multas para os casos de sua ocorrência. 
Um exemplo bem comum de venda casada ocorre quando solicitamos um empréstimo ao Banco, que
condiciona a liberação do empréstimo a contratação de um seguro.
Dumping- Venda de um produto importado por um preço mais barato do que o país de origem sem que isso
reflita menores custos com o objetivo de eliminar a concorrência. É prática que consiste em é vender
produtos por preços que não cobrem sequer os custos de produção para eliminar a concorrência e aumentar a
participação de mercado de uma empresa. 
Um exemplo é que se uma empresa comercializa seus produtos por um valor de US$ 50 na comunidade
europeia e exporta este produto nas mesmas condições de comércio por um preço de US$ 35, configura-se
dumping com uma margem US$ 15.
Preço Predatório- A empresa mantém o preço do produto abaixo do custo de produção por um período, até
eliminar o concorrente. Prejuízo temporário para maiores lucro no futuro.
Um bom exemplo é que em alguns países a Uber está sendo processada por reduzirem de modo artificial o
valor da corrida, atingido os táxis, precarizando o trabalho. 
Discriminação de preço- A empresa usa seu poder de mercado para fixar preços diferentes para o mesmo
produto ou serviço sem nenhuma justificativa econômica legitima. Ao vender o seu produto pelo maior preço
possível, o produto consegue um maior excedente econômico. O artigo 36, da Lei 12.529/2011, diz que é
uma infração da ordem econômica discriminar fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação
diferenciada de preços ou prestação de serviços. 
Hoje o mercado caminha para uma discriminação de preço de forma legal, porém um exemplo de forma
ilegal é venda de produtos na orla como picolé, para brasileiros eles praticam o preço certo e para os turistas
elevam os preços absurdamente.
Sites de turismo cobram, por exemplo, preços maiores para turistas estrangeiros do que para turistas locais. 
Exigência de exclusividade – Quem compra determinado bem ou serviço se comprometem a adquiri-lo com
exclusividade de vendedor, ficando proibido de comercializar os bens dos concorrentes.
Um exemplo é quando uma padaria só pode comercializar uma determinada marca de sorvete, não podendo
comercializar outra marca.
Outro exemplo, a Rappi também listou como principais estratégias anticompetitivas do iFood, a imposição
de acordos de exclusividade a restaurantes-chave e aquisições de concorrentes menores pelo iFood. A Rappi
destacou que o CADE já havia reconhecido durante a análise de outros atos de concentração envolvendo o
iFood que o mercado de pedido online se tratava de um mercado concentrado, que seriam as aquisições de
concorrentes menores pelo iFood e os contratos de exclusividade impostos aos parceiros. 
Preço de revenda- Quando o produtor estabelece mediante contrato o preço a ser praticado pelo revendedor
e se houver quebra dessa regra ele não fornecerá mas o produto.
Há algum tempo atrás as cervejarias praticavam preço de revenda com os estabelecimentos na qual os
obrigava a vender a cerveja pelo valor por ela estabelecido.
Referências bibliográficas:
PRÁTICAS ANTICONCORRENCIAIS, Autoridade da Concorrência. Disponível em :
https:// .concorrencia.pt/pt/praticas-anticoncorrenciaisacesso em 06/03/2022
https://www.concorrencia.pt/pt/praticas-anticoncorrenciais
BRAGHETO, Bruna, Condutas anticoncorrenciais: prevenção, identificação e repreensão. 
Conjur,31/07/2021. Disponível:,https://www.conjur.com.br/2021-jul-31/bruna-braghetto-condutas-
anticoncorrenciais acesso em 06/03/2022
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), GOV.COM, 12/07/2021, Órgãos. Disponível em: 
https://www.gov.br/pt-br/orgaos/-administrativo-de-defesa-economica acesso em 07/03/2022
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