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Faculdade de Odontologia Departamento de Saúde Bucal da Criança e do Adolescente Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha - Tel. (55) (31) 3409-2496 31270-901 – Belo Horizonte E-mail: opo@odonto.ufmg.br UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ATIVIDADE AVALIATIVA MATERIAS DENTÁRIOS EM ODONTOPEDIATRIA – COROAS DE AÇO Laura Gismonti de Araujo Gaudêncio - 2019099971 Uma das tarefas mais complexas no trato do paciente, é a abordagem familiar e explicações claras dos procedimentos a serem realizados. Metas atingíveis, linguagem acessível e a observação da condição socioeconômica no momento do oferecimento de opções mais duradouras de tratamento também são exercícios importantes durante a elaboração do plano de tratamento. Sendo assim, leve em consideração a seguinte situação abaixo: O paciente João, 5 anos de idade, procurou a clínica de Odontopediatria da FAO UFMG acompanhado de seus pais. Segundo a anamnese, coletaram-se os seguintes dados: A criança apresentava bom comportamento. A dieta era rica em carboidratos e açúcares, apresentando um índice de consumo de sacarose (ICS) superior a 7; A escovação é realizada pela própria criança. Abaixo, segue-se a condição inicial do arco inferior do João: Vamos supor que para os primeiros molares decíduos inferiores, você determinou que seria necessária a instalação de coroas de aço, considerando que, apesar das lesões de cárie serem extensas, radiograficamente, os elementos apresentam-se sem envolvimento pulpar e com remanescente dentário com condições suficientes para a realização desse tratamento. Além disso, ao propor aos pais esse tratamento, você recebeu os seguintes questionamentos: mailto:opo@odonto.ufmg.br “- Doutor(a), me fala: pra que fazer isso com meu filho, judiação demais! Esses dentes não vão cair mesmo? Pra quê colocar dente de aço? Não é melhor arrancar tudo logo? Além disso, ele come muito doce e não escova direito mesmo!” Levando-se em conta toda essa situação, corriqueira no consultório, responda: a) Enumere o passo-a-passo para a colocação da coroa de aço; R: 1- Anestesia local (necessária para remoção do tecido dentinário) 2- Preparo do dente com brocas tronco cônicas ou cilíndricas (de preferência, n. 69L), inicia-se o desgaste pela oclusal, depois indo para mesial e distal (cerca de 1mm cada desgaste). Normalmente, as superfícies lingual e vestibular podem ser mantidas inalteradas. 3- Seleção do tamanho da coroa, buscando o diâmetro que melhor se adapta ao dente, a medição é feita pela superfície mesio-distal do dente a ser restaurado. 4- Contorneamento da coroa, ajustando a adaptação no dente. 5- Adaptação final e cimentação da coroa. b) Como você responderia os questionamentos familiares e convenceria a mãe/pai, com argumentos válidos, acerca da sua escolha de tratamento para o caso? R: Primeiramente, é importante que os pais entendam a importância de um dente decíduo e o impacto que sua perda precoce pode causar na vida da criança (dificuldade de mastigação, problemas de oclusão, impacto na erupção do permanente e na estética). Com a perda dos primeiros molares decíduos, o espaço que ocupam só seria preenchido por volta dos 10 aos 13 anos, quando os pré-molares permanentes erupcionam, além do impacto no primeiro molar permanente, que, por erupcionar por volta dos 6 anos de idade, antes dos pré-molares, teria uma tendência a se “inclinar” para esse espaço, causando danos ao paciente, que pode acabar precisando de aparelhos ortodônticos para correção desses prejuízos. Após entender a necessidade de se iniciar o tratamento, é necessário que os pais compreendam o motivo da escolha da coroa de aço (que, na visão deles, não é esteticamente agradável): bom comportamento da criança, bom custo benefício, presença de extensa lesão cariosa ainda sem comprometimento pulpar, o que significa que o dente não perdeu a sua vitalidade e está no momento ideal de ser restaurado, sendo o material de escolha ideal para que a condição não piore. Caso o tratamento seja abandonado, o paciente pode necessitar de tratamento endodôntico, uma situação extremamente desagradável e dolorosa para a criança. Os pais devem estar cientes de que as coroas de aço preservam o espaço na dentição decídua, devolvendo a função ao dente, além de que podem se tornar lúdicas para as crianças, o que pode incentivar na escovação. Deve-se, ainda, orientar sobre a necessidade de melhorar a dieta e a escovação da criança, para que não ocorra maior deterioração dos dentes, ressaltando que a coroa de aço irá proteger os dentes em que será colocada, mas os outros precisam dessa atenção maior à higiene bucal (necessidade de supervisão e ajuda dos pais) e ingestão exagerada de açúcar.