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www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE PROFESSOR: BRANDO DISCIPLINA: HISTÓRIA DE FORTALEZA A planta de Fortaleza de 1856, elaborada pelo Padre Manoel do Rêgo Medeiros, visava orientar as ruas de Fortaleza, de acordo com a sua funcionalidade, observa-se claramente também, uma preocupação estética com o ordenamento das travessas e alamedas, já que a denominação rua, ainda era pouco usual na época. Em 1872 foi criada a Academia Francesa do Ceará que visava à divulgação das teorias cientificistas, darwinistas e evolucionistas que estavam em voga na Europa. A penetração de novas ideias originárias da Europa, marcou as atitudes das camadas dominantes diante da configuração do espaço urbano e de sua relação com as camadas populares. As construções do Lazareto da Lagoa Funda (1856), da Santa Casa de Misericórdia (1861) e do cemitério São João Batista (1866), mais afastado do perímetro urbano e a iluminação a gás, figuraram entre as principais medidas de racionalização do espaço e disciplinarização dos corpos, marcas de uma nova mentalidade que ia se delineando. Para disciplinar a crescente urbanização de Fortaleza, o engenheiro-arquiteto Adolfo Herbster contratado de Pernambuco pelo governo cearense, elaborou em 1875 a “Planta Topográfica de Fortaleza e Subúrbios”5 com o objetivo de adaptar Fortaleza ao seu crescimento econômico na configuração do mercado internacional, viabilizando a circulação e o controle de mercadorias e pessoas. Este processo foi interrompido temporariamente de 1877 a 1879, devido à trágica seca que assolou a província e expulsou dos sertões cerca de 100 mil retirantes. Estes migraram, em sua maioria, em direção à capital em busca de sobrevivência, instalaram-se em abarracamentos localizados na periferia de Fortaleza, criados pelo governo da província, ou ficaram desabrigados, dormindo embaixo de árvores e perambulando pelas ruas da capital expondo suas mazelas. A cidade que possuía aproximadamente 25 mil habitantes passou a ter uma cidade que possuía aproximadamente 25 mil habitantes passou a ter uma população de cerca de 130 mil pessoas durante a seca. Destes retirantes, quase a metade morreu assolada pela www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE epidemia de varíola que abateu a cidade, devido às precárias condições higiênicas encontradas neste cenário de miséria e inchaço populacional. Na tentativa de minimizar a situação dos lazarentos acometidos de varíola ou mesmo, apenas tangidos pela seca, criou-se os abarracamentos. Esses abarracamentos tinhas funções diversas, entre elas, manter a política de aformoseamento que se instalara há algum tempo na cidade. Além de isolar a população pobre da população mais abastada da cidade, daí esses abarracamentos se localizarem em sua maioria, na porção Oeste da cidade, dentro de uma visão higienista, obedecendo a orientação dos ventos que sopram na capital no sentido Leste-Oeste. Ainda no fim do século ocorreu um acontecimento que merece destaque: o Ceará viveu seu processo de abolição da escravidão. A atuação das sociedades libertadoras, que se proliferaram na segunda metade do século, influenciou diretamente na abolição (1883-1884), antecipada em relação ao restante do Império. Porém, convém ressaltar que a escravatura nunca foi um fator preponderante na economia da província, dado que anteriormente ao cultivo de algodão, a principal atividade econômica era a pecuária extensiva, que não demandava um número significativo de mão-de-obra. De modo que, o índice de cativos na província, a partir de 1872, chegou à cifra de 4,4% mantendo-se constante até 1883,quando ocorreu a campanha abolicionista na província pessoas no perímetro urbano central da cidade, distribuídas em 3.655 fogos, espalhados por 34 ruas de norte a sul, 27 ruas de leste a oeste e 14 praças que integram as freguesias da cidade: a de São José e a de Nossa Senhora do Patrocínio. O sistema sanitário não havia sido implementado. Havia indícios sobre trabalhadores pobres na capital cearense, geralmente, trabalhadores de rua, sem local fixo de trabalho. Em momentos de seca e epidemia, muitos tornavam-se carregadores de cadáveres, empregando-se temporariamente na Santa Casa.{...} Em períodos normais, dividiam-se em vários trabalhos, como: vendedores de carne verde, aguadeiros, vendedores de frutas, acrobatas e quimoeiros. Outros eram pedintes, batiam nas portas das casas, mostrando as chagas deixadas pela varíola {...} A cidade é cenário de um conflito explicitado pelo crescente desenvolvimento urbano e paralelamente o aumento do trabalho informal {...} A tensão é marcada pela luta travada entre trabalhadores informais, representando os marginalizados. Fortaleza, passou por dois momentos importantes para entender os rumos que se seguiram na década de oitenta, a da elaboração do recenseamento, que é de 1887, que são: o crescimento de sua economia com a exportação do algodão e a seca de 1877-1879 que se tornou o foco de atenção das elites e do poder locais no sentido de inserir novamente a cidade num processo de racionalização do espaço urbano ligado ao ideal de progresso, apagando as marcas do atraso. A questão do trabalho feminino também passa por esses dois momentos. Apesar dos avanços trazidos pelo período de desenvolvimento urbano, estes foram insuficientes para atender a todos os segmentos da sociedade. Prova disso é o grande número de trabalhadores informais que ocupavam a cidade nesse período, infiltrados principalmente na comercialização de gêneros alimentícios. A própria seca passa a criar mais ocupações para os segmentos menos privilegiados, como no caso dos quimoeiros e gatos pingados, e outra consequência é o aumento populacional, gerando aumento da demanda de gêneros de primeira necessidade. Dentre esses trabalhadores que ocupavam as ruas do espaço urbano, encontravam-se muitas mulheres; eram quitandeiras, doceiras, vendedoras de carne verde. O comércio informal de produtos alimentícios, de longa data, era importante para os moradores da cidade, pois, de modo geral, as pessoas sabiam que o comércio estabelecido no mercado público não era o suficiente para atender a demanda dos residentes. Por outro lado, além da acessibilidade que www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE estes ambulantes prestavam aos fortalezenses, levando seus produtos até suas casas, os seus preços eram mais baixos, porque não pagavam impostos. Padaria espiritual (1892 - 1898) foi um movimento de cunho intelectual fundado em 30 de maio de 1892 no Ceará, cujo lema era "alimentar com pão o espírito dos sócios e da população em geral". A instalação contou com programa escrito por Antônio Sales, o qual foi transcrito em um jornal da então capital federal, o Rio de Janeiro, o que deu notoriedade ao movimento. A cada domingo, um jornalzinho de oito páginas chamado O Pão era "amassado" e fez circular 36 números, até que em dezembro de 1898, depois de 6 anos de atividades, a Padaria fecha. Os títulos dos membros desta academia seguiam o padrão usado nas padarias reais: Forno: a sede do movimento Padeiro-mor: o presidente Forneiros: os secretários Gaveta: tesoureiro Investigador das cousas e das gentes: bibliotecário Amassadores: sócios. Em janeiro de 1890, O Bonde, jornal humorístico que circulava em Fortaleza, ao focalizar Ulisses Bezerra num dos seus "Perfis elétricos", dizia dele, entre outras coisas: "É sócio do grêmio do Café Java." Parece-nos evidente que esse grêmio do Café Java era nada mais nada menos que o embrião da Padaria Espiritual, que surgiria dois anos mais tarde para ser uma das mais originais e importantes agremiações da história cultural do Ceará. Definição: era uma sociedade literária de grande prestígio, liderada por AntônioSales. Tinha como filosofia prover o pão do corpo e o pão da alma, passou por duas vezes no seu trajeto existencial; “Pão” – nome do Jornal que publicava os trabalhos realizados pelos membros da sociedade – era também o resultado da produção desenvolvida pelos padeiros (membros da associação). Fundação: 30 de maio de 1892, quando foi inaugurada a 1ª fornada; seu 1ºforno ou sede localizou-se na Rua Formosa N.º 105. A festa terminou com a valsa Pão Duro, composta por Henrique Jorge e a Padaria Espiritual do flautista Nascimento. A 1ª sessão preparatório realizou-se no Café Java, Praça do Ferreira – ao ar livre. Fundadores: Juvino Guedes, Antônio Sales, Raimundo Teófilo de Moura, Álvaro Martins, Henrique Jorge, Livio Barreto, Adolfo Caminha...Eram 20 ao todo, os “Padeiros” e cada um adotou um nome de guerra. www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE Composição da Mesa: Padeiro-Mor (Presidente), Juvino Guedes, de 30 de maio de 1892 a 5 de outubro de 1894. Dois forneiros(secretário). Um Gaveta (tesoureiro),um Guarda Livros (Bibliotecário) e um Investigador das coisas e das gentes (olho de providência). Além de Juvino ocuparam as funções de Padeiro-Mor: José Carlos Júnior: 1894 a 29 de maio de 1896 quando faleceu, foi o período mais brilhante da instituição. Foi em meio a essa modernismo que foi inaugurado em 1882, o cabo submarino, no ano seguinte ao funcionamento do serviço telefônico.Com aparelhos de manivela. Em 1884, instalou-se a escola Normal, nas proximidades da escola da Imaculada Conceição. E no mesmo ano, surgiu o potentoso Clube Iracema, que hoje sedia a Policia Civil. A partir de 1880, a cidade ganhou novos serviços e equipamentos urbanos, como o transporte coletivo por meio de bondes com tração animal (conhecidos como bondes de burros), o serviço telefônico, caixas postais, o cabo submarino para a Europa, a construção do primeiro pavimento do Passeio Público e a instalação da primeira fábrica de tecidos e fiação. Em paralelo, surgiram os primeiros jornais e instituições educacionais e culturais. UM MODELO DE METRÓPOLE Na virada do século, Fortaleza já detinha a sétima maior população urbana do país, passando a tomar medidas de higienização social e de saneamento ambiental, além de executar um plano de aformoseamento urbano abrangendo a implantação de jardins, cafés, coretos e monumentos, e a construção de edifícios segundo padrões europeus. Os primeiros automóveis circularam na cidade em 1910, seguidos da implementação de bondes elétricos e, posteriormente, registra-se o aparecimento de ônibus e caminhões. A Praça do Ferreira era ponto de estacionamento de bondes e de carros de aluguel, concentrando intenso movimento. Entre as décadas de 20 e 30, bairros como Jacarecanga, Praia de Iracema e Aldeota passam a ser habitados pelas elites que começam a valorizar a proximidade com o mar.com um crescimento acelerado, Fortaleza, por volta de 1910, exportava pelo porto do Mucuripe matérias-primas de origem vegetal e animal, cera de carnaúba, óleo de oiticica, mamona, babaçu e algodão, peles de animais silvestres e domésticos. Na via oposta, eram importados itens industrializados, máquinas, automóveis, tecidos de lã e linho, ferro, aço, medicamentos, carvão, chumbo e cimento. Também data desse período a construção dos primeiros prédios com mais de quatro andares. CRONOLOGIA DA FORTALEZA BELLE ÉPOQUE 1812 Tem início o governo de Manuel Inácio de Sampaio, que estende-se até o ano de 1820. Com ele surgem as primeiras normas de organização do espaço urbano de Fortaleza, fruto do trabalho do engenheiro José da Silva Paulet. A este foram solicitadas as diretrizes para o traçado urbano da vila, como também, a elaboração do projeto para a construção de um novo Forte, no lugar onde existira o já desmoronado Forte de Schoonenborch. A Fortaleza é reconstruída em alvenaria, no ano de 1812 a 1823. Surgem os serviços dos Correios, da Alfândega e o mercado municipal. Paulet elabora as diretrizes para os arruamentos da Vila, e realiza levantamento onde registra a localização das áreas edificadas e arruamentos. Comparando-se com a planta de 1726 (87 anos antes),observa-se que a área urbana não apresenta grande crescimento, mas já existe uma ligeira expansão ao longo da margem direita www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE do Pajeú, e além desta, uma aglomeração de edificações entre a praia, e onde se localiza atualmente a Av. Pessoa Anta. Em um plano mais amplo, apresentam-se as estradas e picadas de acesso às áreas de interesse, formando um sistema radial ao núcleo, algumas coincidindo, conforme se observa, com as atuais avenidas: Francisco Sá, Bezerra de Menezes e Marechal Deodoro. Até então, a Vila vinha se arrumando e se ampliando sem maiores preocupações urbanísticas, com traçado orgânico e tradicionalmente Português, caracterizado pelas deflexões dos arruamentos, como exemplo, a rua Conde D’ Eu. A planta de Paulet, com a proposta de arruamento, conforme os historiadores, não interferindo na malha original, propõe traçado em xadrez, manifestando algumas restrições. A meta, na adoção deste modelo, era a expansão ilimitada, em o fundamental a escolha de terreno plano. Fortaleza adaptava-se com perfeição ao perfil traçado, em função da topografia aplanada de seu solo. A proposta de Paulet, consistiu, basicamente, no estabelecimento de uma linha reta, ao largo da parede sul do Forte, onde a partir de ela a noventa graus, deveriam iniciar-se as ruas de sentido norte-sul, o que ocorreu quando da abertura das ruas: Barão do Rio Branco (rua Formosa), Major Facundo (rua da Palma) e Floriano Peixoto (rua das Belas). A estas, incidiram ortogonalmente as ruas de sentido leste-oeste. Conforme se observa em plantas posteriores. Fortaleza adotou o traçado em xadrez proposto, e continuou a expandi-lo em novas áreas. 1816/1817 Segundo constatam o ouvidor Rodrigues de Carvalho (1816) e o viajante francês L.A Tollenare (1817), que por aqui estiveram, Fortaleza continuava com crescimento lento, um comércio menor que o de Aracati, o porto funcionava em condições precárias, era mal dotada de vias de acesso ao interior e com uma população girando em torno de 1 100 a 1 200 habitantes. 1823 Na data de 17 de março a Vila é elevada à categoria de cidade recebendo o nome de Fortaleza de Nova Bragança. 1824 Eclode no Ceará a Confederação do Equador, com forte repercussão na cidade de Fortaleza, sendo alguns dos seus líderes e figuras importantes, como o Padre Mororó (Inácio de Loiola Albuquerque e Melo) e Pessoa Anta(João de Andrade Pessoa Anta), fuzilados no campo da Pólvora, atual Praça dos Mártires(Passeio Público). 1843 O boticário Antônio Ferreira assume a presidência da Câmara de Fortaleza, que naquela época acumulava as funções de executivo. Nesta administração foram aplicadas com rigor as diretrizes elaboradas por Paulet. Prossegue a implantação do traçado em xadrez, dirigindo a expansão da cidade para o lado Sul, Praça da Sé (Largo da Matriz) e Praça do Ferreira. Foi www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE obedecido um maior disciplinamento à expansão da cidade, proibindo-se a abertura de becos estreitos e /ou em deflexões, como nos arruamentos do traçado orgânico. Durante sua gestão, o boticário Ferreira contrata como seu auxiliar o arquiteto Adolfo Herbster, que dá continuidade ao direcionamento da malha urbana em xadrez. 1856 Realiza-se um levantamento cadastral da cidade, resultando na planta organizada pelo padre Manuel Riego Medeiros, onde se constata que a área urbana ia pouco além dos limites: Oeste, Rua 24 de Maio (rua da Lagoinha); Sul, Rua Clarindo de Queiroz até a Barão do Rio Branco ( rua Formosa) e da Pedro Pereira até a Cidade daCriança ( Largo do Garrote); Leste, ao longo da margem esquerda do riacho Pajeú; e uma já mas acentuada expansão entre a Avenida Pessoa Anta ( rua do Chafariz) e a Praia. Por outro lado, observa-se o cumprimento às diretrizes em xadrez de Paulet. 1859 Adolfo Herbster elabora a “Planta Exata da capital do Ceará” Apesar de se distanciar apenas em 3 anos da última planta levantada, esta acrescenta vários elementos, como o levantamento do sistema ecológico, vias de acesso à cidade, denominação dos Logradouros públicos ( as Ruas de sentido Leste- Oeste são chamadas travessas), Registra também , todo equipamento urbano público e privado então existente .Constata-se, ainda, que o arruamento efetivamente implantado até então limitava-se, aproximadamente, pelas ruas Senador Pompeu (rua Amélia), Liberato Barroso, e persistindo a Leste, a barreira exercida pelo Riacho Pajeú. 1863 Senador Pompeu publica estudo estatístico, onde apresenta os seguintes dados: População inclui subúrbios 16 000 habitantes, edificações de tijolo e telha 960,Praças 8. A planta de 1856 registrava apenas seis praças: General Tibúrcio (Carolina), José de Alencar (do Patrocínio),Castro Carrera ( Amélia),do Ferreira ( Municipal) Cidade da Criança ( Boa Vista) e Praça Nova, situada entre as Ruas Pedro I, 24 de Maio, Clarindo de Queiroz e Gal. Sampaio. Esta praça não foi concretizada conforme atesta a planta de Herbster (1859) e as posteriores, no entanto, observa-se que sua configuração coincide, com a Praça da Faculdade de Direito, onde se conclui que a ideia foi deslocada para este ponto. 1866/1873 O desenvolvimento de Fortaleza é impulsionado com a criação de uma linha de navios a vapor, estabelecendo ligação direta com a Capital do país e com a Europa. Melhorias são implantadas na rede rodoviária de ligação com o interior, inaugura-se a rede de iluminação pública com combustores à base de gás carbônico. Prosseguindo o surto de urbanização, começa a funcionar o sistema de canalização de água (1867), inaugura-se a primeira linha de trem, algumas ruas centrais recebem calçamento. www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE PAÇO MUNICIPAL (PALÁCIO JOÃO BRÍGIDO) O Paço Municipal foi construído no início do século XIX as margens do Riacho Pajeú pelo português Antonio Francisco da Silva. Em 1866 Luiz Mendes Guimarães adquiriu o casarão e passou a ser conhecido como o solar Mendes depois, a construção foi transferida para a Diocese do Fortaleza, sendo a sede do Bispado. Mais de cem anos depois, em 1973, o prédio foi adquirido pela prefeitura de Fortaleza na gestão Vicente Fialho, e passou a abrigar o gabinete do prefeito e outros órgãos de administração municipal. Em 1989, o local passou por urna nova reforma, quando foram restaurados a fachada, o mobiliário e a bosque Dom Delgado. As mangueiras, azeitonas, pitombeiras, pé de fruta do conde, maniçoba, um antigo Baobá do antigo sitio e o riacho Pajeú, que atravessa o terreno passaram a dividir espaço com os jardins projetados por Burle Marx. A última reforma ocorreu em 1996, corno parte do Projeto de revitalização do Centro do Fortaleza projeto da reforma assinada por Mana Clara Paes e Paulo Simões. A construção do Prédio principal em estilo neoclássico é tombada pelo IPHAN. Antiga praça do encanamento, passou a denomina-se chamar Praça Visconde de Pelotas. Mais tarde passou a ser a Praça da Bandeira e hoje ostenta o nome de Praça Clóvis Beviláqua. 1875 SANTA CASA DE MISERICÓRDIA Inspirado nas alterações feitas, à planta de Paris, Herbster organiza planta da cidade, onde introduz uma cinta de avenidas circundando o espaço urbano efetivamente habitado. Atualmente essas avenidas: do Imperador (Bulevar do Imperador), Duque de Caxias e Dom Manuel (Bulevar da Consolação), se constituem em vias de fundamental importância ao trafego de acesso e saída da zona comercial, por serem as únicas vias a circundarem o centro e coletarem tráfego dos bairros, com caixa compatível com o volume de tráfego. Além destes, foi também proposto e implantado o Bulevar do Jacarecanga, composto por dois trechos de vias: Av. Padre Ibiapina e Av. Filomeno Gomes, conectadas pela Praça Gustavo Barroso (Praça Fernandes Vieira) Nos arredores da Praça e ao longo da Av. Filomeno Gomes, surgiu, algum tempo depois, uma zona residencial de alto padrão, Quando o centro não mais se adequara à moradia da classe social mais elevada. O dia dos mil mortos No período de seca de 1877-79, apesar das iniciativas governamentais e privadas, a situação em Fortaleza era caótica. Os serviços públicos foram paralisados, os equipamentos urbanos foram danificados, as ruas e as praças ocupadas por abarracamentos fétidos onde as epidemias se espalhavam com a maior facilidade. A varíola hemorrágica provoca uma grande mortandade entre os retirantes e os habitantes da cidade. O farmacêutico Rodolfo Teófilo calculou que em dezembro de 1878, estavam acometidos pela doença cerca de 80.000 pessoas. O dia 10 de dezembro ficou conhecido como o dia dos mil mortos, pois 1004 www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE cadáveres foram encaminhados ao cemitério, sendo que 230 ficaram insepultos devido a sobrecarga de trabalho para os coveiros. Em Fortaleza os conflitos não demoraram a aparecer. Além dos roubos e furtos de alimentos realizados pelos retirantes, protestos e manifestações transformaram a cidade num palco de guerra, muitas vezes com vítimas fatais. Normalmente esses protestos tinham por origem o atraso no pagamento das rações de alimentos aos trabalhadores nas obras públicas ou a insuficiência para o pagamento total. 1880/ 1926 O estabelecimento da ligação ferroviária entre Fortaleza e a região interiorana obedeceu a seguinte ordem cronológico:1882 - Baturité, 1891 - Quixadá, 1912 - Iguatu, etc. Além da integração do território estadual, a expansão das linhas férreas propagava a influência da capital sobre os principais núcleos de crescimento do interior, criando dependência administrativa. A princípios do século XX Fortaleza encontra-se com pouco mais de 48. 000 habitantes e de acordo com censo de 1920, sua população era de 78.000 habitantes. Dentre os fatos progressistas ocorridos finais do século XIX e início do século XX, destacam-se o serviço de transporte coletivo realizado por bondes a burros 1882, início do cabo submarino, do sistema telegráfico e telefônico, e de caixas postais, tentativas para a construção de um novo porto, funcionavam os cursos superiores de Farmácia, Direito, Odontologia e Agronomia. Em 1897 contava com um mercado público, com estrutura metálica trazida da Europa, apenas oito anos depois de erguida a Torre Eiffel, com dois clubes elegantes, um asilo para alienados (1886) e a Padaria Espiritual, uma agremiação cultural criada por Antônio Sales e instalada no dia de maio de 1892. EXERCÍCIOS PROPOSTOS “No século XIX, a pauta dos produtos cearenses foi valorizada com a introdução _________ na exportação para o comércio europeu. Seu cultivo praticamente coincidiu com a independência do Ceará da Capitania ___________, em 1799”. (Adaptado de: ARAÚJO, Maria do Carmo Ribeiro. O Poder Local no Ceará. In: SOUZA, Simone. História do Ceará. 2ª ed. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 1994, p. 108) 05.Assinale a alternativa que completa corretamente, na sequência, o texto:(Casa de cultura 2007.1) a) Do charque, do Rio Grande do Norte. b) Do café, do Maranhão. c) Da castanha, do Pará. d) Do cacau, da Bahia. e) Do algodão, de Pernambuco. 06.O crescimento urbano da cidade de Fortaleza no século XIX se deveu, principalmente, à(ao): a) Êxodo rural provocado pela a seca de 1877, evitando o perigo das mortes, das invasões e da miséria da população que encontra abrigo confortável na cidade. b) Crescimento das indústrias têxteis aabsorver mão-de–obra, infraestrutura e serviços urbanos. c) Expansão da cultura algodoeira de exportação, concentrado na capital do comércio importador e exportador, além das atividades de serviços, administração e recolhimento de impostos. www.objetivoconcursos.com.br AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE d) Concentração das atividades portuárias com a transferência do comércio exportador açucareiro de Recife para Fortaleza, devido a epidemia de cólera na capital pernambucana. “A existência dessas hierarquias sociais nos eventos e espaços públicos não foi novidade de fim de século. Construiu uma mentalidade enraizada no comportamento da cidade em especial, uma ideia recorrente entre membros da elite. É muito provável que o imaginário do século tenha posto a nu as contradições sociais, face a uma Fortaleza que integrava-se ao mercado internacional, através do algodão. Durante as secas ela recebia leves de migrantes do interior e sua elite queria ter, na desprezível e insignificante região econômica de que fazia parte, uma ilusão moderna.” 07.No final do século XIX, Fortaleza passou por um processo de remodelação urbana associada. Julgue as assertivas abaixo. I. Aos interesses das lideranças intelectuais em frear ”o progresso”, conservando o perfil provinciano da cidade. II. Aos interesses das elites de “civilizar ” e “ modernizar ” o espaço urbano, dando-lhe feições estéticas europeias. III. Aos interesses de comerciantes em adequar o espaço da cidade às necessidades de seus negócios de importação e exportação. IV. Aos interesses da administração pública em disciplinar o uso do espaço urbano por uma população crescente. V. Aos interesses dos artistas locais em preservar o patrimônio arquitetônico colonial da cidade. a) I, II, III, V estão corretas. b) II, III estão corretas. c) III, IV estão corretas. d) II, III, IV estão corretas. e) Todas estão corretas. Leia o texto a seguir: ”(...) Fascinado com aquelas coisas novas que em tão pouco tempo modificaram o perfil da capital, o cronista concluía que, de fato, a ‘ civilização ‘ enfim chegava a Fortaleza” . 08. Considerando o contexto a qual o texto acima se refere, marque a alternativa correta. a) Fortaleza se tornou o principal centro econômico do Ceará, ainda em meados do século XVII. b) A cidade ocupava lugar de destaque na produção econômica, principalmente de café, lugar até então ocupado por Aquiraz. c) Durante o século XIX, Fortaleza se tornou o principal centro econômico do Ceará, ocorrendo uma série de transformações urbanas. d) As transformações econômicas sofridas pela capital, beneficiaram todos os segmentos sociais da cidade. GABARITO 05.E 06.C 07.D 08.C
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