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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONCEPÇÃO OU SENTIDO SOCIOLÓGICO

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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
- FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
A. CONCEPÇÃO OU SENTIDO SOCIOLÓGICO – Concepção definida por Ferdinand Lassalle, em 1862, em conferência na antiga Prússia.
Para Lassalle, as questões constitucionais não devem ser entendidas como jurídicas, mas como fatores reais do poder que imperam na realidade social.
Lassalle não teve uma preocupação acadêmica ao desenvolver tal concepção. O objetivo dele era despertar o pensamento das pessoas, notadamente dos operários e intelectuais.
Para Lassalle, a constituição é constituição antes da “folha de papel”. Esta, não é uma lei, é letra morta, um amontoado de frases e palavras.
Ele foi um crítico da ideia de que a constituição é um documento dedicado à organização do Estado.
A ideia é tão radical que se um país considera que possui uma constituição porque tem um documento, ele não tem nada, porque tal documento é letra morta e um amontoado de frases sem sentido.
O que dita regras num Estado são os poderes atuantes e a legislação apenas reflete a atuação desses poderes.
Para o autor, a soma de todos os fatores reais de poder atuante são o que formam o Estado.
Temos na sociedade brasileira o "capital" e a "religião" como fatores de poder atuantes reais, por exemplo. Quem tem o capital é quem "manda" (corrupção) - influência de quem detém capital - na prática é esse quem define o funcionamento do próprio Estado; a organização do próprio Estado.
A religião influencia no processo de formação do Estado. Exemplo disso é a discussão do ensino religioso no ensino fundamental. O ensino religioso é um componente curricular obrigatório, mas o aluno não deve ser obrigado a cursar. A disciplina deve ser oferecida, mas não é obrigatória. Mesmo que o Estado brasileiro seja laico.
O STF decidiu que o estudo pode ser confessional, ou seja, pode ser o ensino de uma religião específica. (ADI 4.439)
Outro exemplo é o do sacrifício de animais em ritual religioso que não pode configurar crime de maus tratos.
Portanto, a ideia é a de que a Constituição não é documento, a constituição vem dos fatores reais de poder atuante. Assim, os operários precisavam se organizar para poder ter direitos, precisando também exercer fator de poder atuante.
Karl Marx também defendia essa visão de Estado, por isso a ideia de distribuir as riquezas.

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