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AV1 DE CONSTITUCIONAL I - DIRLEY DA CUNHA JR.

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1ª AVALIAÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
 
QUESTÕES – DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
ANALISE AS ASSERTIVAS ABAIXO E, SE NECESSÁRIO, FAÇA AS DEVIDAS 
CORREÇÕES, DE MODO FUNDAMENTADO. 
 
1. O movimento constitucionalista, desde suas raízes, está vinculado a 
ideia de Constituições escritas e formais, tendo como marcos a 
Constituição Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791. 
(pontuação: 2,5). 
O Constitucionalismo, traduzindo-se em um conceito dinâmico, se 
manifestou como um movimento ideológico, filosófico, político, histórico e 
econômico, em defesa das liberdades públicas individuais. Para tal, se 
empenhou por um modelo ideal de organização política capaz de limitar a 
expansão de poderes absolutos. É importante salientar, que o movimento 
constitucionalista nunca se opôs ao poder, pois afirma que sem ele nenhuma 
sociedade se sustentaria, este é um fenômeno indispensável. O que este 
movimento sempre lutou foi para colocar “rédeas” no poder, para alinhar à 
proteção de todos e simultaneamente à proteção de cada um dos cidadãos. 
Frente a isso, frisa-se que este movimento constitucionalista desde as 
suas raízes, não estava vinculado à ideia de Constituições escritas e formais, 
mesmo porque, como alertou o próprio Karl Loewenstein, o surgimento das 
constituições escritas não se identifica com a origem do Constitucionalismo, 
mas sim a necessidade de limitação de poder, para que pudesse a partir 
disso, se ter a proteção das liberdades individuais, garantindo coexistência e 
harmonia entre os detentores do poder e as liberdades dos governados. 
Ademais, o marco deste Constitucionalismo, não está ligado a princípio a 
Constituição Americana de 1787 e nem a Constituição Francesa de 1791. Na 
verdade, a origem desse movimento deixa questionamentos. Loewenstein, 
em “Teoria da Constituição”, afirma que o embrião desse movimento 
constitucionalista estaria no povo hebreu, que estruturava sua crença na 
ideia de que o detentor de poder estava limitado pela Lei de Deus, que 
submetia igualmente os governantes e governados. 
O conceito de Constitucionalismo, portanto, está interligado à noção e 
relevância da Constituição, na medida em que é através dela, que aquele 
movimento almeja concretizar o ideal de liberdade humana com a criação de 
meios e instituições necessárias para limitar e controlar o poder político, 
opondo-se, assim, desde o início a governos absolutos. Este, não pregava a 
elaboração de Constituições, até porque estas já existiam onde havia 
sociedade politicamente organizada, o que se pretendia, reiterando, era 
fundamentar um modelo lastreado em respeito entre governantes e 
governados. 
 1ª AVALIAÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
2. Defendida por Ferdinand Lassalle, a essência da constituição tem 
fundamento na soma dos fatores reais de poder que regem determinada 
sociedade. Nessa linha de raciocínio, essa Constituição real e efetiva 
não se confunde com a Constituição jurídica. Esta, não passa de uma 
mera folha de papel que deve necessariamente refletir a Constituição 
real. (pontuação: 2,5) 
Ferdinand Lassalle, defensor da Teoria Constitucional em seu sentido 
sociológico, defende a ideia de que a Constituição não é produto da razão, 
criação, invenção humana. Para ele, a verdadeira Constituição, é aquela que 
emana da realidade social, da realidade presente, das forças sociais. Seria, 
portanto, dizer que a Constituição não é aquilo criado, escrito em uma folha 
de papel, mas sim aquilo que revela o somatório dos fatores reais de poder 
que irão reger a sociedade de fato. Ele, pontua ainda que, não será uma 
mera folha de papel que irá dar contar de mudar toda a sociedade e a 
realidade na qual está imersa. 
Ademais, Lassalle salienta que se o que o homem escrever na folha de 
papel estiver condizente com a realidade social, ela se sustenta, pois ela teria 
os princípios da verdadeira constituição, caso contrário ela sucumbiria, em 
virtude da força dos fatores reais de poder (os grupos dominantes, ou a elite 
dirigente). 
Hans Kelsen, por sua vez, defendendo uma linhagem dita jurídica, numa 
perspectiva estritamente formal, crer que a Constituição figura o topo da 
pirâmide normativa, a cúspide, o último escalão, a norma suprema, que dá 
fundamento de existência e validade para as normas inferiores. Para tal, 
dissociou o direito da realidade social e questões políticas, porque para ele, 
estas não poderiam interferir na realidade metodológica do direito. A 
Constituição é, dessa forma, puro “dever-ser”, norma pura. 
Kelsen, dividiu a Constituição em um sentido lógico-jurídico e em um 
sentido jurídico-positivo. No primeiro caso, a Constituição diria respeito a 
norma fundamental hipotética (pensada) cuja função é servir de fundamento 
da validade da Constituição em sentido jurídico-positivo. Essa norma 
fundamental hipotética, fundamento da Constituição positiva, teria, 
basicamente, o seguinte comando: conduza-se na forma ordenada pelo 
autor da primeira Constituição. Como Kelsen não admitia como fundamento 
da Constituição positiva algo de real, foi obrigado a desenvolver este 
fundamento meramente formal. Por outro lado, o sentido jurídico-
positivo, enxerga a Constituição de modo correspondente à norma positiva 
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, sem 
qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico e cujo 
fundamento é a norma fundamental hipotética. 
3. Tendo em vista o número de emendas constitucionais aprovadas, a 
Constituição Brasileira de 1988 pode ser considerada concisa ou 
sintética. Além disso, pode ser classificada como formal, escrita, 
cesarista, fixa, defensiva, histórica, eclética e normativa em razão da 
força jurídica obrigatória de suas disposições, inclusive, segundo o 
STF, de seu preâmbulo (pontuação: 2,5) 
 1ª AVALIAÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
Tendo em vista o número de emendas constitucionais aprovadas, a 
Constituição Brasileira de 1988 pode ser considerada analítica ou prolixa, 
pois disciplina longa e minuciosamente todos os aspectos sociais e políticos 
relevantes no momento para o Estado e sociedade. Outra prova disso, é o 
fato desta Constituição possuir, apenas em sua parte permanente, 250 
artigos. Ademais, ela pode ser classificada como formal, pois engloba 
disposições jurídicas que se encontram plasmadas a partir de um texto como 
resultado de uma Assembleia Constituinte. 
Outrossim, é tomada como escrita ou instrumental, pois têm suas normas 
corporificadas em um documento; democrática porque é elaborada por 
representantes legítimos do povo, que compõem, por eleição, um órgão 
constituinte; rígida, pois não pode ser modificada com a mesma simplicidade 
com que se modifica uma lei, estabelecendo para isso uma série de 
procedimentos e/ou formalidades rigorosas para que essas alterações 
possam ser feitas; dirigente porque visa construir uma sociedade justa, 
igualitária e sem distinções, preocupada em implantar um Estado de bem-
estar social, para consagrar um regime de solidariedade social; dogmática, 
por consistir em um documento escrito e sistematizado, elaborado por um 
Órgão Constituinte em determinado momento da história política-
constitucional de um país, a partir de dogmas e ideais fundamentais da 
Ciência Política e direito dominantes na ocasião; eclética, pois prevê 
inúmeras ideologias, inclusive motiva a conciliação entre essas, muitas das 
quais são divergentes e, por fim, normativa em razão da força jurídica 
obrigatória de suas disposições. 
Por fim, salienta-se que há a existência de um preâmbulo, isto é, um 
introito de Constituição, a carta de apresentação onde, de forma sucinta e 
objetiva, traceja os caminhos e ideais da Lei Fundamental, sendo 
responsável por explicitaros ideais do novo Estado, bem como a impressão 
filosófica e política da nação para qual foi constituído. Nosso preâmbulo, 
diga-se de passagem, é muito belo, porque parte de premissas axiológicas 
muito importantes para se chegar a fins também muito importantes. No 
entanto, o Supremo Tribunal Federal, firmou sua posição no sentido de 
inexistência de força obrigatória do preâmbulo da Constituição, limitando a 
reconhece-lo como um importante verto para soluções interpretativas. 
4. Emmanuel Joseph Sieyès defendia a existência de um poder legítimo 
para a criação da Constituição. Para fundamentar sua teoria, criou um 
panfleto intitulado “Qu’est-ce que le tiers État?”, sendo considerado um 
dos mais relevantes para a eclosão da Revolução Francesa. Em seu 
manifesto, identificou a legitimidade do terceiro estado (nação) e 
requereu uma pauta de petições nos Estados Gerais. (pontuação: 2,5) 
Emmanuel Joseph Sieyès, se tornou extremamente importante para a 
deflagração desse processo na França, em razão dele, na antevéspera da 
Revolução Francesa, haver divulgado um manifesto da causa revolucionária. 
Neste, continha uma marcante indagação “QUE É O TERCEIRO ESTADO?” 
 Antes da Revolução Francesa, havia na França uma estrutura política de 
opressão manifesta e evidente, pois existia o poder do monarca (todo Poder 
Constituinte centralizado na figura do rei) e existiam os estados gerais que 
envolviam o 1º Estado (clero – 0,5% da população), o 2º Estado (nobreza- 
 1ª AVALIAÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
1,5% da população) e o 3º estado (burgueses, camponeses, trabalhadores 
de um modo geral – 98% da população). Todos os privilégios e benefícios se 
concentravam no 1º e 2º Estados, enquanto que o 3º Estado não era 
considerado, por sua vez, como sujeito de direitos e/ou privilégios. Estes, 
eram apenas sujeitos de direitos de ônus (“levava nas costas todo aparato 
estatal, na medida em que produzia riqueza, pagava tributos e sustentava 
todos os privilégios e benefícios do rei, nobreza e clero). 
 Sieyès, então, formula 3 indagações: Que é o primeiro Estado? É tudo. 
O que tem sido até aquele momento o 3º Estado? Não tem sido nada. O que 
pretende ser o 3º Estado? Pretende ser alguma coisa. 
O Abade Sieyès, depois formulou melhor as respostas da sua indagação, 
que se traduziram em: O 3º Estado é tudo porque é quem produz riquezas, 
paga tributos e sustenta as instituições políticas francesas, que financia a 
monarquia que vai financiar os benefícios do 1º e 2º Estados e, por ser esse 
tudo, ele tem condições plenas de se constituir como uma verdadeira nação. 
O 3º Estado não tem sido nada apesar de ser tudo, porque não tinha 
privilégio algum, não tinha nenhum espaço político naquela estrutura de 
França pré-revolucionária. E, por fim, o 3º Estado deseja ser alguma coisa, 
quer ser a nação, ter espaço político, representar exclusivamente quem 
integra de fato o 3º Estado, quer votar por cabeça e não por ordem. 
Destarte, reagindo a todo esse cenário, o Terceiro Estado apresentou, 
por meio de Sieyès (representante como Deputado nos Estados Gerais), 
uma pauta de reinvindicações, que continham petições como: que os 
Estados Gerais votassem por cabeça e não por ordem, que os 
representantes do Terceiro Estado sejam escolhidos apenas entre os 
cidadãos que realmente pertençam a ele e que seus Deputados sejam em 
número igual ao da nobreza e do clero. 
Estava aí a própria ideia da titularidade do Poder Constituinte, na medida 
em que como o 3º Estado era tudo, ele era o único a se reunir como 
verdadeira nação, reivindicando esse Poder capaz de estabelecer os 
fundamentos do novo regime político em uma nova França, superando o 
Antigo Regime político opressor.

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