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BACTERIOLOGIA CLÍNICA BIOMEDICINA PROFA DRA RAQUEL MARIA LIMA LEMES UNIFAL INFECÇÕES DA PELE PIODERMITES E OUTRAS DOENÇAS DA PELE AGENTES BACTERIANOS MAIS FREQUENTES STAPHYLOCOCCUS STREPTOCOCCUS PSEUDOMONAS – QUEIMADOS Staphylococcus aureus Patologia Cutâneas Foliculite (folículos pilosos) Furúnculo (infecção folicular + gl. sebácea comprometem tec. celular subcutâneo Furunculose (recidiva ou concomitância) Antraz (pele espessa e inelástica, impede drenagem do conteúdo purulento) Hordéolo (pálpebras= cílios e anexos) Paroníquia (dobras periungueais) e Panarício (extremidade dos dedos) Impetigo bolhoso (superfície da pele) Celulite (subcutânea) Hidradenite (gl. sudoríporas=axilas, genitália) HIDRADENITE HIDRADENITE Doença crônica debilitante, pode ocorrer isolada ou simultaneamente em diversas localizações. Afeta a pele onde há maior quantidade de glândulas apócrinas intertriginosas, em ordem decrescente: axilas, região ano-genital, aréolas e sulco inframamário. Curso insidioso, inicia com nódulos subcutâneos que se rompem e/ou coalescem, formando abscessos na derme profunda, extremamente doloridos. As lesões frequentemente drenam exudato purulento fétido. Com a progressão da doença, ocorre formação de fistulas, comedões, fibrose, contraturas dérmicas e endurecimento da pele. http://www.dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2015RBCP0184 PARONÍQUIA É uma inflamação da prega ungueal posterior e compromete parte das dobras laterais. Pode ser classificada em aguda ou crônica. Causas da paroníquia: aguda é trauma direto ou indireto, crônica é reação inflamatória da unha provocada por irritantes ou alérgenos. PARONIQUIA IMPETIGO Altamente contagiosa da epiderme superficial, na maioria das vezes afeta crianças de 2 a 5 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Em crianças é a infecção bacteriana de pele mais comum. Staphylococcus aureus é o mais importante organismo causador. Streptococcus pyogenes causa menos casos, sozinho ou em combinação com S. aureus. Existem dois tipos de impetigo: não bolhoso ou crostoso (impetigo contagioso) e bolhoso. IMPETIGO BOLHOSO Impetigo crostoso representa uma resposta do hospedeiro à infecção, enquanto impetigo bolhoso é causado pela toxina estafilocócica. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554459/ IMPETIGO CROSTOSO FURÚNCULO Infecção do folículo capilar na qual o material purulento estende-se através da derme para dentro do tecido subcutâneo, onde é formado um pequeno abscesso. Um carbúnculo é uma coleção contígua de dois ou mais furúnculos. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554459/ Fatores de risco: ser colonizado por S. aureus na pele ou nariz. FURÚNCULO CARBÚNCULO (Antraz) É uma coalescência (união forte) de vários folículos pilosos inflamados em uma única massa inflamatória com drenagem purulenta de folículos múltiplos. Múltiplos furúnculos podem coalescer e formar carbúnculos. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554459/ Um carbúnculo é uma infecção do(s) folículo(s) piloso(s) que se estende para a pele circundante e para o tecido subcutâneo subjacente profundo. Geralmente se apresentam como um nódulo eritematoso, sensível, inflamado e flutuante com múltiplos tratos sinusais de drenagem ou pústulas na superfície. CARBÚNCULO SÍNDROME ESFOLIATIAVA Toxina epidermolítica, toxina esfoliativa, esfoliatina, epidermolisina, são os agentes causadores da síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS). Geralmente em lactentes. Pode ser categorizada em três formas: Abortiva = caracterizada por uma doença escarlate Localizada = impetigo bolhoso (vide informações em slides anteriores) Generalizada = segue infecção do trato respiratório superior, conjuntiva ou coto umbilical. SÍNDROME ESFOLIATIAVA A patogênese da síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS) e do impetigo bolhoso gira em torno da clivagem mediada por exotoxina da desmogleína-1, que resulta em descamação intraepidérmica. O impetigo bolhoso é devido à liberação local dessas toxinas e, portanto, muitas vezes se apresenta com achados cutâneos localizados, A SSSS é decorrente da disseminação sistêmica dessas toxinas, resultando em erupção cutânea mais generalizada e apresentação grave. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8623226/ SINDROME ESFOLIATIVA ou síndrome da pele escaldada CELULITE Infecção de pele e tecidos moles, representando 1-14% das visitas à emergência e 4-7% das internações especialmente entre os idosos e portadores de obesidade, diabetes e outras comorbidades (Ellis Simonsen et al., 2006,McNamara et al., 2007), atinge derme profunda e tecido subcutâneo e nem sempre é clara a distinção entre tecido infectado e não infectado. S. aureus e estreptococos do grupo A (GAS OU SGA) são os agentes etiológicos mais comuns da celulite. CELULITE INFECCIOSA HORDEOLO Ocorre na linha dos cílios, e é causado por bloqueio das glândulas locais, apresenta inchaço, vermelhidão e pústula, geralmente causado por Staphylococcus que infecta o folículo piloso. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK441985/ Streptococcus spp. Histórico BILLROTH (1874) descobriu nos tecidos de um caso de erisipela (erythros = vermelho; pella = pele). ROSENBACH (1884) usou pela primeira vez o nome genérico “estreptococos” para descrever uma bactéria esférica que crescia em cadeias e que fora isolado, de lesões supurativas de um paciente. ERISIPELA A bactéria aproveita rupturas na pele e instala-se, causando infecção cutânea, envolvendo a camada dérmica da pele, podendo se estender aos linfáticos cutâneos superficiais; Área eritematosa é bem demarcada e elevada; frequentemente acomete membros inferiores, e em segundo lugar, a face; Face: maioria é devido ao estreptococo do grupo A, Membros inferiores: não-grupo A. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK532247/ ERISIPELA FASCIITE NECROSANTE É um subconjunto das infecções agressivas da pele e tecidos moles (SSTIs) que causam necrose da fáscia muscular e dos tecidos subcutâneos. Geralmente viaja ao longo do plano fascial, que tem um suprimento sanguíneo deficiente, deixando os tecidos sobrejacentes inicialmente inalterados, atrasando o diagnóstico e a intervenção cirúrgica. A fasciíte necrosante é tipicamente um processo agudo que ocorre rapidamente ao longo de vários dias. É uma sequela direta da infecção bacteriana introduzida pela quebra da integridade da pele em aproximadamente 80% dos casos. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430756/ FASCIITE NECROSANTE Staphylococcus aureus, Streptococcus grupo A (GAS) são responsáveis pela maioria dessas infecções. Infecções polimicrobianas ocorrem devido a uma combinação de GN e anaeróbio. A maioria dos pacientes tem diabetes e histórico de alcoolismo. ESCARLATINA OU FEBRE ESCARLATE Causada por exotoxinas pirogênicas estreptocócicas (Spes), que são proteínas bacterianas imunoestimuladoras conhecidas como superantígenos; Causa erupção eritematosa, ocorre principalmente em crianças de 5 a 15 anos; A erupção eritrogênica é resultado de uma reatividade de hipersensibilidade retardada adquirida pelo hospedeiro a antígenos estreptocócicos. ESCARLATINA OU FEBRE ESCARLATE https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8717983/ Pseudomonas aeruginosa 1. Fatores de virulência Polissacarídeo policapsular – alginato (liga-se ao ácido siálico da membrana plasmática), Fímbrias, adesinas, Exotoxina A, Exotoxina S e T, Neuramidase, Fosfolipase C, Elastase, Proteases alcalinas (danos ao tecido), Leucocidina , Hemolisina, Piocianina (inibidora dos movimento ciliares e é agente oxidante produtora de superóxidos), Resistência múltipla à antibióticos produzida por vários plasmídios R (tb a desinfetantes). 30 Pseudomonas aeruginosa 2. Epidemiologia Ubíqua 3. Patogenia Relacionada a condições de oportunidade quando há queda do sistema imunitário; raramente está associada a infecções em pacientes saudáveis. Paciente com grande queimadoinfectado por P. aeruginosa. As Pseudomonas não aderem bem ao epitélio normal intacto e sim em tecidos que sofreram injúria. Lesões bolhosas com evolução ulcerosa causada por P. aeruginosa. Oníquia causada por P. aeruginosa. Pseudomonas úlcera de córnea. (Imagem cortesia de Steven J. Lichtenstein, MD) PSEUDOMONAS - QUEIMADOS LESÕES DE PELE COM ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE HANSENÍASE CARACTERÍSTICAS Agente Mycobacterium hansen Parasita intracelular obrigatório; Homem é o reservatório; São eliminados por secreção nasal , orofaringe e lesões ulceradas; Não são cultiváveis “in vitro”; Doença de notificação compulsória. Marcador genético Herança mendeliana com gene principal co-dominante ou recessivo controlando a susceptibilidade à doença. Hoje, é amplamente aceita a noção de que conjuntos diferentes de genes modificam a susceptibilidade à doença. https://doi.org/10.1590/S0365-05962007000500009 PERÍODO DE INCUBAÇÃO Em média, de 2 a 7 anos. Há referências a períodos mais curtos, de 7 meses, como também a mais longos, de 10 anos. Replicação do bacilo até 11 horas. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE Paucibacilares não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar. Multibacilares grupo contagiante, assim se mantendo como fonte de infecção, enquanto o tratamento específico não for iniciado. Paucibacilar (PB) – casos com até 5 lesões de pele; Multibacilar (MB) – casos com mais de 5 lesões de pele. Perda da sensibilidade DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Pitiríase versicolor Micose de Jorge Lobo DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Tineas, LTA, Alergias Face leonina