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Carla Bertelli – 5° Período Antidiabéticos Antidiabéticos Objetivo – Conhecer os antidiabéticos orais tradicionais e seus respectivos mecanismos de ação. 1 - Os que aumentam a secreção de insulina (hipoglicemiantes) – Sulfonilureis e Glinidas 2 – Os que não aumentam a secreção de insulina (anti- hipoglicemiante) – Inibidor da Alfaglicosidade, buiganidas e glitazonas 3 – Os que aumentam a secreção de insulina de forma dependente de glicose, promove supressão do Glucagon – Gliptinas 4 – Os que promovem Glicosúria (sem relação com a secreção de insulina) – Ação hipoglicemiante, aumenta secreção de Insulina (Sulfonilureias & Glinidas) – Aumenta a captação de insulina pelos tecidos periféricos/receptores (Biguanidas e Glitazonas) Sulfonilureias Glibenclamida (gliburida), Glipizida e Glimepirida Estimulam a Liberação de Insulina das Células B do Pâncreas e diminui a glicose circulantes. Bloqueiam canais de K+ Sensíveis ao ATP, resultando em despolarização, influxo de Ca2+ e exocitose de insulina. hipoglicemia, ganho de peso ô : infraregulação dos receptores de superfície celular do fármaco na célula β do pâncreas - A presença de alimento e a hiperglicemia podem reduzir a absorção. Glinidas Repaglinida e Nateglinida Estimula a liberação de insulina pelo fechamento dos canais de KATP Se fixam em local diferente nas células B, iniciando reações que resultam na liberação de insulina • Não devem ser associadas à sulfonilureias • Início rápido e de duração mais curta • Reduzem as elevações pós-prandiais da glicemia em pacientes de DM2 Biguanidas Metformina Aumenta a atividade da Proteinocinase dependente de AMP (AMPK). Aumenta a captação e o uso da glicose pelos tecidos alvo, diminuindo a glicose circulante • Tratamento de primeira linha para DM2 • É efetiva como monoterapia e em combinação • Efeitos Colaterais comuns: náuseas, indigestão, cólicas, diarreia, deficiência de B12 Tiazolidinedionas/Glitazonas Pioglitazona e Rosiglitazona Ligantes do receptor PPARy – Diminui a resistência à insulina, agonista do receptor y ativado por proliferador peroxissoma (PPARy). Afetam o metabolismo de lipídeos. Diminui os níveis plasmáticos de ácidos graxos, aumentam a depuração e diminuem a glicólise. Causa expansão do volume plasmático = Risco aumentado de ICC Ganho de peso, edema e aumento da adiposidade Inibidores da Alfaglicosidade Arcabose e Miglitol Retardam a digestão de carboidratos, resultando em níveis mais baixos de glicose pós-prandial. Diminui a conversão do amido em dissacarídeos a monossacarídeos por inibição da ação da alfa glicosidade na borda da escova do intestino Toxicidade Sintomas gastrointestinais, Não podem ser utilizadas em caso de comprometimento da função renal/hepática. Carla Bertelli – 5° Período Agonista do GLP-1 Liraglutida, Exenatida e Semaglutida O GLP-1 é uma incretina produzida pelas células intestinais, sendo secretada após as refeições e vai aumentar a secreção de insulina. É capaz de ultrapassar a barreira hematoencefálica Estudos sugerem que possam ter efeitos neuroprotetores e anti-inflamatórios Aumentam os níveis de GLP-1 e levam a um aumento da secreção de insulina dependente de glicose, diminuição da secreção de glucagon, retardo do esvaziamento gástrico e aumento da saciedade. Inibidor da SGLT2 Canagliflozina, dapagliflozina, empagliflozina, ertugliflozina É um transportador de glucose dependente de sódio, que é expresso em grande quantidade no túbulo renal contornado proximal, importante na reabsorção da glucose. Inibe o transportador da Glucose (SGLT2) auxiliando na não reabsorção de glucose pelos rins, eliminando- a pela urina. Objetivo – Conhecer as recomendações do alvo glicêmico e sugestões de esquemas terapêuticos em pacientes com DM2. Para pacientes com diagnóstico recente, as diretrizes das sociedades americana, europeia e brasileira de diabetes (ADA, EASD e SBD) são coincidentes nas recomendações iniciais de modificações do estilo de vida associadas ao uso de metformina. É objetivo do tratamento do paciente com diabetes mellitus (DM) o bom controle metabólico, diminuindo, assim, os riscos de complicações micro e macrovasculares. Na prática, como monitorar o controle glicêmico? No arsenal disponível à avaliação do controle glicêmico, encontram-se a hemoglobina glicada (HbA1c), as glicemias capilares diárias (que permitem o cálculo da glicemia média estimada), o desvio-padrão da média da glicemia (que ilustra a variabilidade glicêmica) e o tempo no alvo, isto é, aquele em que o paciente esteve dentro da faixa recomendada de glicemia. Caso Clínico: Homem de 57 anos, com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 há 20 anos, em uso regular de glibenclamida 20 mg/d, metformina 2 g/d e captopril 75 mg/d, com dieta otimizada, vem a consulta assintomático. Exames laboratoriais séricos: glicemia de jejum = 168mg/dL, hemoglobina glicada = 8,4%, colesterol total = 232mg/dL, HDL = 32mg/dL, LDL = 175mg/dL, triglicérides = 205mg/dL, ureia = 40mg/dL e creatinina = 1mg/dL No caso do paciente é necessário ajuste terapêutico, recomenda-se, no caso de terapias combinadas, cada medicamento deve ter um mecanismo de ação diferente. Neste caso, pode-se acrescentar um novo medicamento, ou a aplicação de insulina basal. O acompanhamento terapêutico é feito através da avaliação da glicemia com base nos valores de referência, e diariamente (pelo menos 4x). Em pacientes com diabetes, o controle glicêmico deve ser individualizado de acordo com a situação clínica. Os parâmetros de avaliação indicados são a hemoglobina Carla Bertelli – 5° Período glicada A1c (HbA1c) e as glicemias capilares (ou plasmáticas) determinadas em jejum, nos períodos pré- prandiais, 2h após as refeições e ao deitar. As metas de controle glicêmico por sua vez são aqui descritas em cinco situações clínicas, considerando se o paciente é uma criança, um adulto ou um idoso. As metas nas gestantes serão consideradas no capítulo de diabetes na gestação. A tabela 1 resume as metas individualizadas, consideradas adequadas para cada situação clínica, recomendadas pela SBD.
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